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O setor de rochas ornamentais está “extremamente preocupado” com a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta quinta-feira (17), o presidente da Abirochas, Reinaldo Sampaio, afirmou que medida ameaça romper uma relação construída ao longo de duas décadas com o mercado norte-americano, destino de cerca de US$ 700 milhões das exportações do setor em 2024.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E voltamos a falar sobre o tarifaço de Donald Trump, porque o setor brasileiro de rochas ornamentais também demonstra preocupação,
00:09pois o segmento formado principalmente por pequenas e médias empresas depende do mercado norte-americano.
00:15O setor prevê perdas bilionárias e já registra cancelamento antes mesmo do tarifaço entrar em vigor.
00:22E para falar sobre esse mercado, sobre esse assunto, nós conversamos agora com o Reinaldo Sampaio, que é o presidente da AB Rochas.
00:30Oi, Reinaldo, muito bom dia para você. Tudo bem nessa quinta-feira?
00:34Muito bom dia. Tudo bem, mas plena de expectativas.
00:39É, com certeza. Reinaldo, a gente sabe que o mercado de rochas ornamentais é muito forte lá no Espírito Santo,
00:46e que 60% das nossas exportações vão para os Estados Unidos, dá cerca de 1 bilhão e 300 milhões de vendas em dólares para os Estados Unidos.
00:57Até que ponto esse tarifácio pode afetar ou já está afetando esse faturamento e o mercado de uma forma geral?
01:04Bem, os Estados Unidos é o principal mercado de destino das nossas exportações,
01:10com a relevância de serem apenas produtos beneficiados.
01:16Não é um mercado de matéria-prima.
01:18Na verdade, me permita só fazer uma pequena correção,
01:211 bilhão e 300 milhões de dólares é o valor total das nossas exportações,
01:26e algo em torno de 700 a 750 milhões são destinados aos Estados Unidos,
01:31como foi o caso do ano 2024.
01:34E esta é uma realidade construída, inclusive, sob a liderança da AB Rocha,
01:38do ponto de vista institucional,
01:41de promover a internacionalização do setor no trabalho dos últimos 20 anos,
01:46e que levou a esta relação de confiança do mercado americano com a indústria brasileira.
01:51E, nesse momento, nós estamos extremamente preocupados com esta ameaça,
01:57dessa super tarifa,
01:59e que nos espanta principalmente porque ela não tem uma origem nas relações econômicas do Brasil com os Estados Unidos.
02:08Então, o esforço agora é, primeiro, a diplomacia para encontrar um caminho de entendimento e superar este passe,
02:17e não tem outra alternativa.
02:19E, no médio e longo prazo, continuar sempre...
02:22Eu acho que temos alternativas de novos mercados,
02:25não na magnitude dos Estados Unidos,
02:27por causa da característica daquela economia, daquele mercado,
02:31e pela longa tradição destas relações comerciais,
02:34mas eu acho que é possível encontrar caminhos que possam mitigar os efeitos deste risco.
02:41Mas é um risco que vai trazer graves consequências para o setor, seguramente, se prevalecer.
02:47Agora, essa aposta do governo brasileiro tem sido exatamente, até o momento,
02:52apoiar a diplomacia com a pressão também do lado dos agentes econômicos,
02:57baseado nisso que você falou, dessas relações comerciais históricas,
03:00pedindo aí para os setores para conversarem com as suas contrapartes aí nos Estados Unidos,
03:06para que a pressão também venha do outro lado.
03:08Nessa relação que você disse que é bastante sólida,
03:11o que tem tido de retorno em relação ao setor?
03:14Tem uma possibilidade de correr para outros países?
03:17Quais são os nossos principais concorrentes?
03:19O que se perde? O que tem de específico um pouquinho no caso da exportação brasileira nesse setor?
03:24Olha, o principal aspecto de risco é porque os Estados Unidos é um mercado de produto beneficiado.
03:32E por que isso?
03:32Porque é uma economia de alto padrão econômico, de elevada renda per capita,
03:37e, portanto, de um consumo intenso por revestimentos pétreos,
03:46não só nas edificações, de uma maneira geral, de revestimento externo e interno,
03:50mas, principalmente, nos acabamentos internos das residências.
03:54Os Estados Unidos é um tradicional usuário desse material
03:58e com uma questão relevante, os Estados Unidos não produzem isso.
04:04Então, por outro lado, eu tenho também a impressão de que,
04:09como nós fornecemos para os Estados Unidos rochas muito especiais,
04:14porque o Brasil tem uma geologia privilegiada,
04:17os quartizitos, por exemplo, que são os materiais mais caros do mercado internacional,
04:23praticamente só o Brasil oferta no mercado mundial.
04:27De modo que, ou faltará esse produto para o mercado americano,
04:33porque não há alternativa deles encontrarem substituto para atender essa demanda,
04:38e isso prejudica tanto o mercado dos Estados Unidos,
04:43seus consumidores e as empresas que fornecem para esses consumidores,
04:47e que são também empresas, predominantemente, empresas de médio porte.
04:52Portanto, a prevalecer esta tarifa, o prejuízo é amplo,
04:58não só para as empresas brasileiras, que é a nossa preocupação principal,
05:02mas é também uma preocupação com as empresas que são nossos clientes nos Estados Unidos,
05:06e que também serão impactadas ou por falta do produto,
05:13dado o valor que ele pode alcançar,
05:15ou mesmo por uma impossibilidade de ter no mercado americano
05:20a receptividade desses produtos com um crescimento de 50% do seu valor.
05:26Reinaldo, os principais produtos, as principais rochas ornamentais,
05:31são granito e mármore, que são vendidos para os Estados Unidos.
05:36O setor também teme aí, por exemplo, perder competitividade com essa tarifação
05:42para mercados como China, Índia, Itália e Turquia.
05:45A China a gente vê que já tem uma negociação mais avançada com os Estados Unidos.
05:49A Índia, o presidente Trump disse que está chegando a um acordo breve com a Índia.
05:54Isso também pode complicar um pouquinho mais a situação aqui desse setor no Brasil?
05:58Olha, o nosso estranhamento é porque todas essas questões que os Estados Unidos têm com esses países
06:05estão centradas objetivamente em questões de relações comerciais.
06:10E no caso brasileiro, há um viés estranho à relação comercial.
06:15E isso nos preocupa, porque quando o assunto, quando a sanção comercial está vinculada às relações de comércio,
06:26é fácil você sentar à mesa e encontrar uma solução.
06:29Mas quando isso tem viés de outra natureza, talvez dificulte o diálogo.
06:33Não sei, espero que não.
06:35Porque são muitos atores envolvidos nesse processo, e não só do setor de rochas,
06:40nós estamos falando de uma corrente de comércio de 80 bilhões de dólares.
06:44De modo que eu penso que haverá um esforço também das empresas dos Estados Unidos,
06:50que dependem, muitas delas, de suprimentos de matérias-primas e outros produtos que o Brasil fornece para os Estados Unidos,
06:58e conjuntamente com o relacionamento diplomático isso seja superado.
07:03Eu não creio tanto num impacto muito forte de concorrências de outros países,
07:09porque, como eu lhe disse, o que o Brasil está fornecendo,
07:12um dos principais produtos que nós fornecemos para os Estados Unidos,
07:16os outros países não produzem.
07:18Esta é uma virtude da geologia brasileira, dessa riqueza que nós temos.
07:23Os quartizitos são praticamente as rochas mais caras do mercado mundial,
07:27e o Brasil é o grande fornecedor desse material para o mundo.
07:32Para que forneçam esses materiais para os Estados Unidos,
07:35esses outros países teriam que comprar do Brasil a matéria-prima,
07:39beneficiar no seu território e reexportar.
07:43Como todos estão também tributados em 30%,
07:46e teriam que levar custo do transporte, dessa intermediação,
07:50custo da perda que está na matéria-prima,
07:54porque quando você leva a matéria-prima,
07:55você está levando um percentual de perda do processo industrial.
07:58E ainda uma mão de obra mais cara, se for no caso da Europa,
08:01não sei se seria uma alternativa para os Estados Unidos
08:06suprirem seus interesses de mercado.
08:10Eu acho que o Brasil é realmente o grande parceiro nesse negócio,
08:14e por isso nós temos uma esperança de construir uma relação
08:17construtiva nesse sentido.
08:20Reinaldo Sampaio, queria muito agradecer a sua participação aqui no Agora,
08:24para mostrar também essa perspectiva e o olhar do setor de rochas ornamentais
08:28aqui no Brasil, diante dessa guerra tarifária imposta por Donald Trump
08:32agora também para o Brasil.
08:34Uma ótima quinta-feira para você, viu?
08:36Muito obrigado e uma honra poder ter sido entrevistado pela Time Brasil.
08:41Muito obrigado, um bom dia a todos.
08:42Bom dia, o prazer é todo nosso.
08:44Obrigado.
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