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O ministro Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado, Marco Rubio, mas o encontro trouxe poucos avanços. O professor Cláudio Finkelstein, da PUC-SP, explica por que a complexidade da relação Brasil–EUA, a pauta comercial ampla e o cenário político de Donald Trump retardam um acordo, apesar da pressão por tarifas mais baixas.

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Transcrição
00:00Vamos falar novamente sobre a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
00:04e o secretário de Estado americano, agora à noite, em Washington.
00:08O Marco Rubio, que é o secretário de Estado americano, escreveu na rede social X, abre aspas,
00:14hoje me reuni com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, no departamento.
00:19Discutimos assuntos de importância mútua e um quadro de reciprocidade para a relação comercial
00:25entre os Estados Unidos e o Brasil, fecha aspas, está aí.
00:30Então, a postagem de Marco Rubio.
00:32E sobre esse encontro entre os dois, eu converso agora com o nosso novo entrevistado,
00:38Cláudio Finkelstein, professor da PUC São Paulo.
00:44Professor, muito obrigado pela sua presença virtual aqui conosco no Conexão.
00:49Uma boa noite.
00:51Boa noite. É um prazer estar com você e com seus ouvintes.
00:55Professor, claro que eu quero ouvir sobre esse encontro.
00:59Não sei qual era a expectativa do senhor, mas acredito que, para muita gente,
01:03essa montanha pariu um rato, porque todo mundo achava que poderia sair alguma novidade.
01:09E não, só os Estados Unidos e o Brasil continuam em conversas, né?
01:12É verdade.
01:15Veja, é um trabalho em andamento.
01:21Seria praticamente impossível sair de uma reunião inicial dessa com alguma espécie de acordo.
01:28Então, nós estamos negociando, o que já é uma grande vantagem.
01:34Se levar em conta que até pouco tempo atrás as portas estavam fechadas e o diálogo inexistia,
01:41nós temos um passo muito adiante.
01:43Mas, daí, a esperar que saia um acordo, uma fixação de tarifas em alíquotas mais palatáveis,
01:52acho que ainda vai tomar um pouco mais de tempo.
01:55Pois é, hoje, só os Estados Unidos fecharam acordos com a Argentina, El Salvador, Guatemala,
02:02mais um país ainda, ou seja, quatro acordos firmados hoje, mas não sobrou espaço para o Brasil.
02:09Na avaliação do senhor, não está demorando demais para essas negociações avançarem?
02:14Porque o presidente Lula esteve com o presidente Donald Trump no final do mês passado,
02:18em Kuala Lumpur, na Malásia, todo mundo combinou de negociar um acordo,
02:22mas, na prática, as conversas não estão avançando.
02:25O que falta?
02:26Será que o Michael Rubio está deixando o Brasil em banho-maria?
02:31Eu não sei se o Brasil está em banho-maria.
02:36Veja, você mencionou economias muito menores, processos de integração muito mais simples
02:44do que a relação Brasil-Estados Unidos.
02:47O Brasil é um grande produtor agrícola, é um grande produtor de manufaturados, aviões,
02:54e a nossa pauta comercial com os Estados Unidos é muito maior.
02:59Então, a complexidade é inerente.
03:01E, por outro lado, veja, você está falando de países extremamente mais alinhados à política
03:08norte-americana, o que não é o caso do Brasil.
03:11Mas, no comércio recíproco, a relação Brasil-Estados Unidos é mais relevante que as demais.
03:19Agora, professor, quando a gente conversa lá dentro do governo brasileiro a respeito
03:23dessas negociações, uma metáfora que é muito utilizada no Palácio do Planalto é a seguinte.
03:28O presidente Donald Trump colocou uma escada, subiu no telhado e jogou a escada fora.
03:33Agora, ele não tem como descer de lá.
03:34Ou seja, ele impôs uma tarifa de 50% sobre o Brasil, por motivos políticos.
03:40O Brasil não recuou nem um milímetro na sua política e agora ele precisa fechar um acordo
03:44até pela pressão interna dos preços.
03:47Diante disso, o senhor acha que o presidente Donald Trump vai ficar com uma imagem de que
03:52cedeu demais ao Brasil ou aquela questão de dar um alívio por produtos, ou seja, diminuir
03:59a tarifa do café, a tarifa da fruta, pode ser uma saída para ele de conceder, fazer
04:05uma concessão para o Brasil sem parecer que está ajudando o país diretamente.
04:09Fica uma concessão mais camuflada.
04:12A mim me parece que é exatamente isso que vai acontecer.
04:15As áreas que têm o lobby mais forte junto ao governo americano, não necessariamente
04:20com intervenção do governo brasileiro junto ao governo americano, e sim o contato direto
04:25dos produtores e exportadores junto às suas partes e os seus pares norte-americanos.
04:31Então, setorialmente, eu acredito que a gente vai ter uma espécie de alívio.
04:37Mas o mundo passa por uma fase de reestruturação do comércio multilateral.
04:43Os Estados Unidos estão ditando as novas regras.
04:49Então, acordo bilateral aqui, acordo bilateral ali, uma negociação direta com o país, com
04:54outro, até que a gente consiga estabelecer uma regra mínima dentro desse bullying norte-americano
05:02que seja palatável ao resto do mundo.
05:06Talvez até com o reerguimento de uma organização mundial do comércio, mas obviamente dentro de
05:13de novos parâmetros.
05:14O mundo como a gente conhecia a atual globalização não existe mais.
05:21Isso é patente.
05:23Mas que ele vai se reestruturar de forma a termos regras fixas...
05:30É difícil também prever frente à instabilidade que representa o governo Donald Trump, que
05:47tem vários vai e vens.
05:49E, claro, diplomacia, o tempo é um pouco mais devagar do que o tempo dos homens comuns,
05:55vamos dizer assim.
05:57Professor Cláudio Finkelstein, professor da PUC São Paulo, muito obrigado pela sua participação
06:02aqui na nossa Conexão.
06:04Boa noite e até uma próxima.
06:07Muito obrigado a você.
06:08Boa noite a todos os nossos ouvintes.
06:09Boa noite a todos os nossos ouvintes.
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