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O ministro Mauro Vieira, na Fiesp, em São Paulo, debateu o comércio bilateral Brasil-EUA. Em 2024, as exportações norte-americanas para o Brasil somaram US$ 49,7 bilhões, enquanto o déficit brasileiro atingiu US$ 2,3 bilhões até julho de 2025. O diálogo segue essencial para investimentos estratégicos.

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00:0015 para 5, o radar está de volta e a gente acompanha a movimentação das lideranças empresariais e políticas reunidas hoje aqui em São Paulo.
00:09O encontro é realizado no prédio da Fiesp e conta com nomes do setor privado brasileiro e norte-americano que discutem investimentos e cooperação estratégica.
00:20O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, fala nesse momento. Vamos acompanhar.
00:30Mas eu queria agradecer muito o convite, a presença de todos, também dizer que é um grande prazer rever o embaixador Tom Shannon e também rever o presidente do Conselho das Américas, Brian Winter, e ter essa ocasião desse debate, dessa conversa com todos.
00:51Eu queria dizer de início, agradecer o convite para discutir esse novo cenário global e o papel do setor privado nas relações Brasil-Estados Unidos.
01:07Relações essas tão importantes para as quais todos nós trabalhamos e por tantos anos.
01:13É um tema, sem dúvida nenhuma, premente, que tem mobilizado o governo brasileiro nos mais diferentes setores, em especial o Ministério das Relações Exteriores, responsável por auxiliar o presidente da República na formulação e na condução da política externa.
01:34Tem se tornado frequente a referência ao presente momento das relações internacionais como sendo sem precedentes.
01:41De fato, é verdade, é um momento sem precedentes.
01:45Vivemos momentos de graves tensões geopolíticas e crises múltiplas, de governança global, de comércio internacional,
01:54crises climáticas e de segurança que convergem para abalar os alicerces da ordem pós-1945.
02:03As instituições internacionais criadas após a Segunda Guerra, que têm na Organização das Nações Unidas a sua representação mais notória,
02:14encontram-se paralisadas em seu processo decisório, enfraquecidas e desrespeitadas pelas principais potências globais.
02:23Como resultado, conflitos e agressões que violam as mais basilares armas do direito internacional proliferam na Europa, no Oriente Médio, na África,
02:37neste último local, com o chocante massacre da população civil de Gaza e com a destruição do Estado palestino,
02:45em confronto surgido após o ataque terrorista do Grupo Ramaz, em 2023.
02:53A Organização Mundial do Comércio, que na década de 1990 surgiu e consolidou-se com base nas regras do GAT,
03:02o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, de 1947, encontra-se em crise total,
03:09incapaz de mover-se, seja no seu pilar de solução de controvérsias, seja em sua vertente de produção de novos acordos.
03:19Em resumo, podemos dizer que a ordem mundial, como a conhecemos, ou melhor, como a conhecíamos,
03:27está sendo desmontada justamente por aqueles que mais diretamente contribuíram para a sua formação.
03:34Vamos tomar o exemplo dos Estados Unidos, potência central para a configuração da governança global
03:42após 1945, o país parece buscar agora meios de atuação que passam ao largo dos organismos internacionais.
03:52Assim, tratam de forma bilateral e muitas vezes unilateral, questões como comércio e segurança internacionais,
03:59que até então eram objeto de abordagem coletiva.
04:02As consequências disso, sobre o já debilitado sistema multilateral de comércio, são imensas.
04:10A recente guerra tarifária que presenciamos leva às regras de comércio internacional,
04:16não no momento anterior ao MC, mas em verdade ao período que antecedeu ao próprio GAT.
04:22Estamos diante da desconstrução do princípio da nação mais favorecida
04:28e da desconsideração das tarifas máximas consolidadas na OMC por meio de acordos multilaterais.
04:37Isso sem falar na utilização de tarifas como meio de sancionar e intimidar e impressionar
04:44e pressionar países a alinhamentos de política externa com flagrante violação de sua soberania.
04:51A gravidade do cenário atual contrasta com o histórico e a qualidade das relações do Brasil e Estados Unidos
05:00e relações essas que sempre foram mantidas.
05:03Em 201 anos de relacionamento diplomático, sempre soubemos superar as nossas divergências
05:12por meio do diálogo, buscando tirar o máximo de proveito das nossas convergências
05:18e isolando os pontos em que poderíamos simplesmente concordar e discordar.
05:23Em que pese a indignação que sentimos diante do que consideramos um ataque injustificado
05:30à nossa soberania e autonomia institucional, o governo do presidente Lula permanece inabalável
05:38no propósito de encontrar solução mutuamente satisfatória para as questões econômicas comerciais
05:45que envolvem os Estados Unidos.
05:48Jamais abriremos mão do diálogo e da busca pelo entendimento nesses temas.
05:54Sempre faremos, no entanto, com base em dados concretos e na realidade dos fatos
05:59que demonstram, como veremos, uma relação comercial com significativos benefícios para os Estados Unidos.
06:09Caros amigos, segundo os dados do escritório do representante de comércio dos Estados Unidos,
06:15ou USTR, o comércio total de bens dos Estados Unidos com o Brasil
06:20foi estimado em 90 bilhões de dólares em 2024.
06:26As exportações de bens dos Estados Unidos para o Brasil em 2024
06:32foram de 49,7 bilhões de dólares,
06:37um aumento de 11,3 ou 5 bilhões de dólares em relação a 2023.
06:44Já as importações de bens do Brasil pelos Estados Unidos, em 2024,
06:54totalizaram 42,3 bilhões de dólares,
06:58ou um aumento de 8,3 em relação a 2023.
07:02Os Estados Unidos foram, em 2024, o destino de 12% das nossas exportações globais.
07:10De acordo com dados da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos,
07:21o superávit comercial de bens dos Estados Unidos com o Brasil
07:25foi de 7,4 bilhões de dólares em 2024,
07:30um aumento de 31,9%,
07:32equivalente a 1,8 bilhões de dólares em números absolutos com relação a 2023.
07:39Segundo os dados dessa mesma Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos,
07:46no comércio de bens,
07:48excluindo centros logísticos como Hong Kong,
07:52Países Baixos, Emirados Árabes Unidos e Panamá,
07:56o Brasil foi responsável pelo terceiro maior superávit comercial dos Estados Unidos em 2024,
08:03atrás apenas do Reino Unido e da Austrália.
08:06Em relação ao ano de 2025, com os dados consolidados de janeiro a julho,
08:14a corrente de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos alcançou 49,7 bilhões,
08:20o que representou um crescimento de 8,4% em relação ao mesmo período de 2024.
08:26As exportações brasileiras para os Estados Unidos nesse período totalizaram 23,7 bilhões,
08:35registrando aumento de 4,2% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
08:42Já as exportações dos Estados Unidos alcançaram 26 bilhões de dólares,
08:48exportações para o Brasil,
08:49e registrando um crescimento de 12,6.
08:54Portanto, é claro e evidente que o comércio continua crescendo
08:59e que o déficit também do Brasil com relação aos Estados Unidos continua aumentando.
09:05O saldo da balança comercial bilateral, até julho deste ano,
09:09foi, portanto, deficitário para o Brasil em 2,3 bilhões de dólares,
09:14refletindo a tendência de crescimento mais acelerado das importações
09:19em comparação às exportações.
09:22Além disso, é preciso destacar que, na balança de comércio de bens e serviços,
09:29os Estados Unidos acumulam 410 bilhões de dólares insuperáveis com o Brasil
09:34nos últimos 15 anos.
09:36Desse modo, resta patentes que não procedem às alegações
09:42sobre supostas tarifas elevadas aplicadas pelo Brasil
09:47ou outras formas de restrição indevida aos produtos dos Estados Unidos no Brasil.
09:54É importante mencionar, ademais, que os Estados Unidos,
09:57até a aplicação das tarifas recíprocas,
10:00concediam ao Brasil tratamentos de nação mais favorecida
10:04com tarifa média nominal de 3,3% consolidada
10:10no âmbito da Organização Mundial do Comércio.
10:13Apesar das alegações de elevado perfil tarifário global do Brasil,
10:19a tarifa média efetivamente aplicada aos produtos norte-americanos
10:23pelo Brasil é de 2,7% contra 3,3% dos Estados Unidos.
10:30Além disso, oito dos principais produtos de exportação dos Estados Unidos para o Brasil
10:37entram com tarifa zero, o que representa 74% de todas as exportações dos Estados Unidos para o Brasil.
10:46Tampouco se sustenta a alegação de que o Brasil trataria os Estados Unidos
10:50de modo discriminatório na comparação com outros países.
10:56todas as tarifas brasileiras representam, respeitam, perdão, o princípio da nação mais favorecida
11:05conforme as regras da OMC e não são aplicadas seletivamente conforme o país,
11:12ao contrário do que tem acontecido com os Estados Unidos com relação ao Brasil.
11:17As únicas exceções a essas regras são os países com os quais mantemos acordos de livre comércio
11:24ou de preferências comerciais, dentre os que figuram, por exemplo, o México e a Índia,
11:30mencionados expressamente pelos Estados Unidos em suas queixas contra o Brasil,
11:35além de outros como grande parte dos membros da ALAD.
11:38Esses acordos, no entanto, estão integralmente em linha com as regras da OMC
11:46e com a prática multilateral do comércio.
11:51Não há nenhuma ilegalidade ou tratamento discriminatório concedido sob esses arranjos,
11:57que funcionam de maneira similar ao tratamento dado pelos Estados Unidos,
12:02por exemplo, as exportações do México e do Canadá, sob o seu acordo regional de comércio,
12:08o SMCA, que substituiu ao NAFTA.
12:13Caros amigos, todos esses dados demonstram, de modo evidente,
12:18que as alegações de desequilíbrio ou tratamento injusto por partes do Brasil aos Estados Unidos
12:24em suas relações comerciais não procedem.
12:28É fundamental destacar que, em que pese nossa plena convicção quanto a esses fatos,
12:37não permanecemos inertes diante das manifestações dos Estados Unidos
12:41sobre a relação do comércio entre os dois países.
12:45O governo do presidente Lula, desde o início do ano,
12:48manteve intenso diálogo com autoridades norte-americanas em diversos níveis,
12:53sempre buscando demonstrar a realidade dos fatos e disposição para negociar.
13:00Nesse sentido, mantive contato telefônico com o STR em ao menos duas ocasiões entre março e abril.
13:10O vice-presidente-geral do Alckmin também fez o mesmo em relação ao secretário de comércio
13:16daquele país, dos Estados Unidos, em duas ocasiões nesse mesmo período.
13:22Além disso, desde março deste ano, foram mantidas seis reuniões virtuais
13:28em uma reunião presencial em Washington, em nível técnico elevado,
13:33capitaneados por representantes do Itamaraty, do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
13:40Em 16 de maio, enviamos aos Estados Unidos propostas diárias em que poderíamos entabular negociações
13:49que incluíam vários temas que foram objetos de queixas registradas por parte dos países
13:55nos relatórios do OSDR sobre o comércio bilateral,
14:01embora essas queixas fossem inverídicas e injustificáveis.
14:05Essa proposta, no entanto, jamais foi respondida.
14:10Ao contrário, no dia 9 de julho, o presidente norte-americano divulgou em suas redes sociais
14:17carta dirigida ao presidente Lula.
14:19E o presidente Lula reiterou os dados inverídicos que,
14:26essa carta reiterou os dados inverídicos que mencionei acima sobre o comércio bilateral
14:32e elevou as tarifas norte-americanas por motivações políticas pessoais
14:38em flagrante interferência na política doméstica nacional
14:45em desrespeito à soberania brasileira.
14:48Em 30 de julho, encontrei-me em Washington com o secretário de Estado, Marco Rubio,
14:55a quem transmiti diretamente todas as informações que acabo de compartilhar aqui com os senhores.
15:04Não faltaram ocasiões assim para que o diálogo pudesse ter prevalecido
15:09sobre determinações unilaterais.
15:13Infelizmente, não foi isso que vimos acontecer.
15:18Os dados e fatos acima apresentados comprovam de modo eloquente
15:24que a decisão unilateral dos Estados Unidos em tarifar em 50%
15:28parte significativa dos produtos brasileiros de forma punitiva
15:34é medida sem lastro na relação comercial entre os 201 anos de relações entre os dois países.
15:42Trata-se de medidas...
15:44A gente acompanhou um trecho da fala do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira,
15:50que participa de evento na Fiesp, aqui em São Paulo,
15:54argumentando em relação à imposição de tarifas pelos Estados Unidos,
15:58reforçando que o Brasil, que o governo brasileiro, está aberto ao diálogo
16:01e rebatendo também os pontos apresentados pela Casa Branca
16:06como argumentos contra o Brasil.
16:10Qualquer outra notícia vinda da fala do ministro,
16:14a gente vai trazer aqui durante essa edição do Radar.
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