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O Brasil criticou oficialmente as tarifas impostas pelos EUA na OMC e recebeu apoio de 40 países. Em entrevista ao Conexão, Arno Gleisner, diretor de comércio exterior da Cisbra, analisa a força desse movimento diplomático, o impacto das negociações e a posição estratégica do Brasil. Ele destaca produtos-chave como café, carne e suco de laranja e aponta possíveis concessões para evitar o tarifaço previsto para 1º de agosto.

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Transcrição
00:00Nesta quarta-feira, durante a reunião na Organização Mundial do Comércio, a OMC,
00:06o governo brasileiro criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos e ganhou o apoio de 40 países.
00:14Em uma nota à imprensa, o Itamaraty afirmou que a delegação brasileira destacou a necessidade de defender
00:21o sistema multilateral de comércio e alertou que a imposição de tarifas fora das normas da OMC
00:29ameaça a economia global.
00:32E sobre esse assunto, vamos conversar com Arno Glesner,
00:35diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil.
00:42Sr. Arno, muito obrigado por atender aqui o nosso pedido de conversa, de entrevista, que é fundamental.
00:48Queria começar justamente, não que eu...
00:52Preciso ser pragmático, né? Vamos olhar esse copo meio vazio, que é o seguinte.
00:56A OMC, Organização Mundial do Comércio, mas já trouxe essa expressão aqui no comecinho do jornal.
01:03É uma organização esvaziada, né?
01:05Os americanos fizeram isso deliberadamente ainda na gestão do presidente Barack Obama.
01:12Estão faltando delegados para compor ali uma mesa mais completa das negociações, das deliberações.
01:18O que significa fazer um discurso, é aplaudido por 40 países, ganha apoio, mas nós estamos enxugando gelo?
01:25Pois é, Marcelo, nós achamos que os políticos têm as suas necessidades,
01:35tanto para o público interno como para outros parceiros internacionais.
01:41E talvez isso até represente alguma pressão que tenha alguma utilidade nesse caso.
01:48Mas, em princípio, os países estão fazendo negociações.
01:54O Brasil também procura negociações, uma parte do governo está trabalhando nisso
02:00e buscando aquilo que são os interesses comuns entre os dois países.
02:06Interesses que passam pelas empresas americanas que importam produtos que são necessários para a sua competitividade.
02:14interesses de outras empresas americanas que importam produtos brasileiros que são de qualidade e de custo adequado para o seu consumidor,
02:27para o consumidor americano, e que, portanto, também são aliados aos exportadores brasileiros e suas entidades,
02:37que estão ajudando, participando dessa negociação.
02:40Nós acreditamos que essa negociação ainda pode trazer resultados favoráveis e que isso ocorra antes do dia 1º.
02:51É a nossa expectativa.
02:53Agora, senhora Arno, vantagens e desvantagens dependem do ponto de orientação.
03:00Então, eu vou pegar aqui os exemplos das últimas 24 horas, 48 horas, os Estados Unidos confirmaram acordos com o Japão, 15%.
03:10Filipinas e Tailândia, 19%.
03:13Só que, em comum, nesses três países, não é só a Ásia, o Sudeste Asiático,
03:20é também uma relação superavitária desses países com os Estados Unidos.
03:25E dos produtos que esses três países exportam para os Estados Unidos, vão substratos para a indústria,
03:34para o setor de serviços, menos matéria-prima e já produtos mais acabados,
03:38desde cabeamento até componentes de computadores, no caso do Japão, veículos e peças para veículos maiores,
03:47veículos de passeio completos, como as famosas montadoras japonesas.
03:51Virando a página, está o Brasil, que tem uma relação superavitária, quer dizer, os Estados Unidos conosco,
03:59deficitária com os Estados Unidos.
04:03Onde que eu quero chegar?
04:05Quando os Estados Unidos olham esses parceiros,
04:07hum, eu preciso deles, é melhor eu achar aqui um meio termo,
04:12porque ele vai sair prejudicado,
04:13no nosso caso, é a gente paga mais, perdão, é isso mesmo, a gente paga mais do que recebe deles.
04:24Eles precisariam menos do Brasil.
04:27Neste quesito, na conta, no saldo, eles estão numa vantagem,
04:34que eles recebem mais dinheiro nosso do que nós deles.
04:36Mas agora, em abastecimento, eles talvez tenham virado a vantagem.
04:42Nós entramos, em comparação com o Japão, Filipinas e Tailândia,
04:46nós estamos na desvantagem?
04:48Não sei se eu me fiz claro.
04:52Sim, você está se referindo aos produtos que são exportados por esses países e pelo Brasil.
04:58Sim, mas o Brasil também exporta produtos manufaturados para os Estados Unidos.
05:04Aliás, é o país que mais importa produtos manufaturados do Brasil.
05:10Ou seja, isso é uma vantagem também para o Brasil.
05:14Mas para os Estados Unidos também.
05:16Esses produtos ajudam empresas americanas a serem mais competitivas.
05:21E, por outro lado, os produtos de origem agrícola que nós exportamos para os Estados Unidos
05:30também são importantes para o consumidor americano e para a própria inflação americana,
05:36para que ela se mantenha em um nível razoável.
05:39Então, temos uma tripla vantagem.
05:43Primeiro, o fato de sermos deficitários, ou seja, os Estados Unidos são superavitários
05:49em relação ao Brasil no fluxo comercial.
05:55Em segundo, alguns produtos manufaturados são efetivamente convenientes para a competitividade americana.
06:04Em terceiro lugar, esses produtos de consumo, como o café, o suco de laranja, as carnes,
06:14são produtos também importantes para o consumidor americano
06:17e para que se mantenha também a inflação americana em um nível bastante baixo.
06:24Então, o Brasil tem...
06:26Desculpe.
06:27Não, não pode completar, por favor.
06:29Não, então o Brasil tem efetivamente argumentos que me parecem bastante favoráveis.
06:37desde que conduza as negociações de uma forma adequada e isso está acontecendo, na nossa opinião,
06:48por parte do governo, da parte do governo que está fazendo negociações
06:53e também com o apoio dos importadores americanos e de suas entidades,
06:59além das entidades brasileiras que representam os seus exportadores.
07:04Sr. Arno, é uma pena. A gente só tem mais um minutinho, mas eu queria uma resposta condensada, resumida,
07:11e eu não sei se ela é um pouco capciosa.
07:14Nós temos uma carta na manga, porque nós estamos lidando com um presidente sugêneres nos Estados Unidos.
07:21Ele é menos político e mais homem de negócios e ele é muito orgulhoso nesse sentido.
07:25Quando se trata de um homem de negócio, esse falcão dos negócios, que é pelo menos a história,
07:33a biografia do Donald Trump, qual seria a nossa carta na manga de uma mesa de negociação?
07:39Bem, esses três itens que eu lhe falei são a carta na manga, mas tem mais uma.
07:46Numa negociação, alguma concessão tem que ser feita de parte a parte.
07:50Nós queremos uma concessão nas tarifas.
07:54Que concessão nós podemos oferecer?
07:56Acredito que sim, algumas podem ocorrer.
07:59Talvez ocorra no aço.
08:05Eu gostaria até de expor e, de repente, irritar alguns setores que poderiam ser prejudicados.
08:13Mas, quem sabe, no álcool, quem sabe em alguns produtos em que, efetivamente, nós temos tarifas mais elevadas.
08:24Ou seja, alguma concessão, numa negociação, as duas partes terão o que fazer.
08:31Sr. Arno Glesner, a única certeza que eu tenho, Sr. Arno, é que nós vamos nos falar muito em breve,
08:37porque, embora a gente tenha nove dias para o tarifácio entrar em vigor, supostamente no dia 1º de agosto,
08:43se o Donald Trump não mudar de ideia de novo, mas a gente ainda tem um caminho para conversarmos
08:49e ver se até lá a gente tem mais dados concretos para abrir essa margem de interpretação.
08:56Conversei com Arno Glesner, diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil,
09:05a quem eu agradeço e até uma próxima.
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