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Com o prazo se esgotando, o governo brasileiro busca abrir diálogo com os Estados Unidos para reverter a tarifa de 50% sobre exportações. Lula destaca os 201 anos de relações diplomáticas e a abertura de quase 400 novos mercados desde 2023, enquanto empresários e autoridades tentam abrir canais com a Casa Branca. Alberto Ajzental e Vinicius Torres Freire detalham os impactos para exportadores e como setores como carne, café e suco de laranja serão afetados.

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Transcrição
00:00Mais cedo, o presidente Lula voltou a sinalizar que o Brasil quer negociar a tarifa com os Estados Unidos.
00:06Ele falou durante cerimônia de inauguração da usina termoelétrica no porto do Açú, em São João da Barra, no Rio.
00:14É triste que tenha acontecido isso. É muito triste.
00:19Porque a relação do Brasil com os Estados Unidos é uma relação muito séria.
00:23São 201 anos de relação diplomática muito acertada e muito séria.
00:30Eu já me dei com o Clinton, com o Obama, com o Bush, com o Hillary Clinton, com o Biden.
00:37Já me dei com todo mundo.
00:38Então, eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil
00:44e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz.
00:48Tem divergência? Tem.
00:50Sentem numa mesa, colocam a divergência do lado e vamos tentar resolver.
00:55E não de forma abrupta, individual, tomar a decisão de que vai multar, taxar o Brasil em 50%.
01:03Eu tenho dito o seguinte, com muita tranquilidade, o Brasil quer negociar com...
01:08Nós não temos um contencioso com ninguém.
01:10O Brasil não tem.
01:11A última contencioso do nosso foi a guerra do Paraguai.
01:14Mesmo assim, porque o presidente do Paraguai da época invadiu o Corumbá.
01:21Ele invadiu o primeiro Corumbá.
01:22Mas nós não queremos contextos.
01:25A gente não quer brinca, a gente quer negociar, a gente quer fazer comércio.
01:28Sabe quantos?
01:29Você sabe quantos mercados?
01:32Você sabe quantos mercados novos nós abrimos?
01:35Nós, desde o que eu me posto até agora, 388, 398 mercados.
01:42Falta dois mercados para completar 400.
01:45Esses dias eu li a matéria que os Estados Unidos têm interesse no minerais críticos do Brasil.
01:52Ora, se eu nem conheço esse minerário, ele já é crítico, eu vou pegar ele para mim?
01:55Por que eu vou deixar para o outro pegar?
01:59Então, nós estamos construindo uma parceria dentro do governo com a criação de uma comissão ultra especial.
02:08Primeiro, para que a gente faça um levantamento de todo tipo de riqueza que o Brasil tem no seu solo e no seu subsolo.
02:18Até agora, me parece que nós já conhecemos o equivalente a 30%.
02:23Então, nós temos 70% do nosso território e das nossas empresas que não foram ainda pesquisadas.
02:32E nós temos que dar autorização para a empresa pesquisar sobre o nosso controle.
02:37Na hora que a gente der autorização para uma empresa que ela achar, ela não pode vender sem conversar com o governo e muito menos.
02:45Ela vai poder vender a área que tem o minério.
02:48Porque aquilo é nosso.
02:49Aquilo é de uma pessoa chamada povo brasileiro.
02:52E o povo brasileiro tem que ter direito de usufruir dessa riqueza que essas coisas podem produzir.
02:59É simples assim.
03:01Vou conversar agora com Vinícius Torres Freire, nosso analista de política e economia.
03:05Vinícius, boa noite para você.
03:08O tempo está passando rápido aqui para o Brasil.
03:10Tem chance de reverter essa situação até sexta?
03:13Olha, Cris, boa noite, boa noite para todo mundo.
03:17A situação está tão obscura, obscura mesmo, que não dá nem para fazer estimativa.
03:24Até hoje, no meio da tarde, o governo brasileiro não tinha nenhum canal de negociação ou conversa com quem importa, segundo os próprios americanos.
03:34Não tinha nenhum canal de conversa com Trump e aqueles próximos de Trump com quem ele decidiu o que ia fazer com o Brasil.
03:42Aliás, o Brasil não sabe nem porquê e com quem Donald Trump decidiu, ou pelo menos anunciar, o imposto de importação de 50% sobre os produtos brasileiros.
03:53Não sabe os motivos, com quem decidiu, porquê decidiu e o que quer em troca.
03:58Além daquela cobrança de acabar com a suposta caça às bruxas que estaria ocorrendo no Brasil, especialmente contra o ex-presidente Bolsonaro.
04:06Então, o Brasil está completamente no escuro.
04:09É claro que o governo brasileiro conversou com pessoas do governo americano, de altíssimo nível.
04:14Inclusive, o chefe, hoje em dia, o chefe dos economistas americanos, que é o secretário de Tesouro, Scott Besson.
04:20Conversou com o secretário de Comércio, conversou com o secretário de Tesouro, conversou com o pessoal do escritório do representante comercial americano.
04:29Mas todos disseram o seguinte, o assunto não está aqui, está na Casa Branca.
04:34Inclusive, o pessoal americano está dizendo a empresas americanas, que está dizendo a pelo menos duas empresas brasileiras,
04:42que o Trump só vai, se for pensar no assunto, pensar no assunto quando voltar para os Estados Unidos e estiver de volta ao batente lá, pelo meio da semana.
04:53Então, o governo brasileiro está totalmente no escuro.
04:55O que está acontecendo agora é, algumas empresas brasileiras, estão falando com seus parceiros principais,
05:00algumas empresas brasileiras grandes, tipo o Embraer, nos Estados Unidos, para ver se elas acham um caminho até Trump.
05:06Os senadores brasileiros foram até a Câmara de Comércio americana, que é uma associação empresarial grande,
05:12para ver se eles chegam até Donald Trump.
05:15Mas não tem nenhum caminho.
05:17E hoje à tarde, mais ou menos até as cinco horas da tarde, ainda não tinha nenhum caminho.
05:23Inclusive, empresários brasileiros agora estão dizendo,
05:26talvez seja necessário mandar o vice-presidente Geraldo Alckmin para lá,
05:31para ver se acha, mandar um representante de altíssimo nível, para ver se abre alguma porta e elas estão todas fechadas.
05:39Por enquanto, a gente está numa escuridão tão grande de motivos, meios e do que fazer para abrir a negociação,
05:45que não dá para ter expectativa nenhuma, Cris.
05:47Obrigada, Vinícius.
05:49Agora vamos com Alberto Azental, nosso analista de economia.
05:52Boa noite para você também, Alberto.
05:54Bom, suponhamos que o Brasil não consiga chegar a um acordo com os Estados Unidos até sexta.
05:58O que acontece a partir de segunda?
06:02Cris, boa noite. Boa noite a todos que nos acompanham.
06:05Eu estava pensando sobre isso.
06:07A gente andou falando com alguns fornecedores e exportadores do Brasil para os Estados Unidos.
06:13E a ideia que sempre passa para a gente, que é ou tudo ou nada.
06:18Vamos supor realmente que essas tarifas entrem em vigor a partir de 1º de agosto e se mantenham.
06:24É como se, não, não vamos exportar mais carne, nem café, nem suco de laranja.
06:29Mas não é assim que as coisas funcionam.
06:32Existe uma figura em economia que chama elasticidade de demanda-preço.
06:37O que fala o seguinte, se o preço sobe, a demanda cai.
06:41Se o preço sobe, a demanda cai.
06:44Não quer dizer que a demanda zera.
06:47E a gente pode fazer uma análise sobre esse aumento de preço.
06:50Então vamos por partes.
06:52Um item qualquer, um produto que você vende que tem um ticket médio, um ticket muito baixo, custa 1 dólar.
06:59Se ele ficar 50% mais caro, ele passa para 1 dólar, 1,5.
07:03Continua sendo um item barato.
07:06Imagina uma outra situação, onde você pede num restaurante um copo de suco de laranja.
07:12O que você vai pagar não é tanto suco de laranja, porque você tem o serviço, os impostos pagos lá.
07:20Então imagina que o suco de laranja ele vale 30% desse copo que você come ou toma num restaurante.
07:27Mesmo que ele suba 50% o suco de laranja, ele vai ficar 15% mais caro.
07:33Você não vai deixar de tomar esse suco de laranja porque ele está 15% mais caro.
07:37Imagina um outro suco que você compra no supermercado, que ele tem 10% de suco de laranja na mistura.
07:45Tem abacaxi, maçã, morango, tudo misturado.
07:48Se ele subir 50%, aquele 10% não vai ficar tão mais caro.
07:54Então tem produtos e produtos que mesmo tendo uma tarifa que seja 50% mais caro,
08:02eles vão continuar sendo consumidos no mercado norte-americano.
08:06Esse é o ponto.
08:07Não é tudo ou nada.
08:10Obrigada, Alberto.
08:11Obrigado, Alberto.
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