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Arno Gleisner, diretor de comércio exterior da Cisbra, analisou a missão da CNI com 130 empresários aos EUA. Ele destacou os desafios para reduzir tarifas, os setores mais impactados e o impacto das negociações bilaterais na relação comercial Brasil-Estados Unidos.

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Transcrição
00:00A Confederação Nacional da Indústria lidera uma missão aos Estados Unidos com cerca de 130 empresários e líderes de associações setoriais.
00:09O objetivo é abrir canais de negociação para reverter ou reduzir as tarifas.
00:14A agenda inclui reuniões com empresários e parlamentares norte-americanos, encontros bilaterais com instituições parceiras
00:21e uma reunião com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luísa Ribeiro Viotti.
00:26O nosso repórter Pablo Valle está de volta com mais informações.
00:31Oi Pablo, agora quase boa noite, ainda boa tarde para você.
00:37Oi Turci, boa tarde, quase noite mesmo por aqui.
00:41Essa equipe grande está se preparando para viajar entre amanhã e quarta-feira e ter essas reuniões também, na quarta e na quinta-feira.
00:48É um número bem expressivo, né Turci? 130.
00:51E pelo jeito aí, né, esse tanto de gente chamou atenção por lá também, porque vai ser recebida em vários tipos de reuniões.
01:00Tanto entre empresários brasileiros e americanos, que vão discutir matéria-prima, que vai daqui para lá, produto final também.
01:07Também entre empresários brasileiros e políticos americanos, que podem encurtar aquele caminho até a Casa Branca,
01:15levando a comunicação que a gente realmente quer que eles finalmente tomara, entendam, né?
01:19E também tem uma reunião bem importante naquela sigla que a gente está vendo muito agora, o USTR,
01:27que é o Escritório de Comércio dos Estados Unidos.
01:31É aquele que inclusive está investigando, a partir de uma lei de 74, a sessão 301,
01:37sobre práticas desleais, supostamente desleais, que o Brasil estaria cometendo, né?
01:44Entre elas, sobre desmatamento, também sobre o etanol, mas a gente sabe que lá eles querem impedir a entrada do nosso etanol,
01:52porque eles também produzem esse tipo de combustível aí, que é mais natural.
01:58Também sobre o comércio digital, e aí entram aquelas empresas grandes que estão por aqui, né?
02:04Como a Amazon, e elas podem cair naquela lei das big techs e ser responsabilizadas por anúncios ilegais de terceiros.
02:12E também estão investigando o nosso PIX.
02:15Especialistas por aqui dizem que não tem nada de errado na nossa relação com eles,
02:19nenhuma deslealdade atrapalhando o comércio, a indústria americana, mas eles estão investigando.
02:24E também tem um outro tipo de reunião aí em plenária, ou seja, todos vão ser recebidos por empresários e por parlamentares americanos
02:32para também, tomara, tentar encurtar esse caminho da nossa comunicação até a Casa Branca.
02:37E o que a CNI está levando? Qual é o tipo de discurso, né, Turci?
02:40É bem alinhado ao governo, viu?
02:42Que é defender aquilo que a gente tem discutido muito por aqui, né?
02:46De que o Brasil não pratica uma concorrência desleal,
02:49de que as tarifas impostas não têm uma base legal
02:52e o básico de que o comércio entre os dois países é, na realidade, o Brasil que fica num déficit.
03:00E a gente está com muita gente aí indo das principais áreas da nossa indústria,
03:05inclusive com algumas associações levando muita gente para lá junta,
03:09como a Ccafé, que como o próprio nome fala, né, é do café brasileiro,
03:14que está taxado de 50%, é até quase que inacreditável pelo tanto que eles tomam de café por lá.
03:19Estarem pagando essa taxa aí, tomara que, enfim, entendam.
03:22Também tem a ABMAC, que é dos maquinários, e também a ANFACER, que é da indústria ceramista.
03:29Turci?
03:30Obrigado, Pablo, pelas suas informações.
03:33Pois é, a CNI, ela está acompanhada de, como o Pablo explicou, vários representantes setoriais.
03:38A gente tem, por exemplo, lá a ABMAC, né, Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos Representada,
03:43um setor crítico, né, que produz um tipo de bem que é muito customizado para o cliente, né,
03:48segundo as necessidades, segundo o processo de produção em que vai se encaixar,
03:54é um tipo de produto com muita dificuldade para buscar um mercado alternativo, ainda mais no curto prazo.
03:59Então, a ABMAC vai estar lá representada.
04:02A Abrin, que é fabricante de brinquedos, a Balde, alumínio, né, o setor de alumínio,
04:06vem sofrendo com a taxação desde antes de abril, né,
04:10desde antes das chamadas tarifas recíprocas, né,
04:13porque antes daquilo, Trump anunciou a taxação sobre aço e alumínio.
04:16O Brasil já passou a sofrer a partir daquele momento.
04:20A BIEC, representante de carnes também, né,
04:22um setor que tinha a expectativa de entrar na lista de exceções à tarifa de 50%,
04:28não entrou, está sendo taxado em 50% também esse setor.
04:33Setor de madeiras, café, como o Pablo Valer explicou aí,
04:36um outro produto também que, aos olhos dos produtores brasileiros,
04:41havia uma chance grande de entrar na lista de exceções.
04:44Os Estados Unidos têm uma dependência grande do café brasileiro,
04:47não entrou, até esse momento está pagando 50% de tarifa de importação também.
04:53Setor de ferramentas, setor de cerâmica aqui do Brasil,
04:56de rochas também, de couro.
04:59E algumas empresas que estão com representantes integrando essa missão da CNI
05:04são Tupi, Embraer, Stefanini, Novelis e Simens Energy.
05:10E também alguns representantes das federações estaduais da indústria, né,
05:15FIEG de Goiás, FIEG de Minas Gerais,
05:18Paraíba também presente, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
05:22Santa Catarina e São Paulo.
05:23Uma comitiva grande com cerca de 130 empresários e representantes setoriais
05:29para tentar fazer essa conversa avançar.
05:32E um ponto que também vai ser tratado durante a visita desses empresários a Washington
05:38é esse processo aberto no USTR, que é o representante do comércio americano,
05:45o setor que cuida do comércio americano,
05:46que abriu um processo para investigar supostas práticas desleais do Brasil na área comercial.
05:52A CNI, inclusive, enviou algumas semanas atrás uma resposta ponto a ponto a esse órgão do governo americano
05:59e vai aproveitar essa visita aos Estados Unidos para tentar tratar também desse processo aberto com o Brasil,
06:06que é uma entre todas essas frentes de pressão da Casa Branca contra o Brasil.
06:12Para falar mais agora sobre essa missão, os objetivos dessa missão, como ela está estruturada,
06:19o que é que a gente pode esperar, eu converso com o Arno Gleisner,
06:23diretor de comércio exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil, a CISBRA.
06:29Arno, boa noite agora para você.
06:31Muito obrigado pela gentileza da sua participação.
06:35Arno, pelo que você vem acompanhando, existem setores da economia brasileira,
06:39entre esses que estão afetados pelo tarifácio, que estão com uma negociação mais facilitada,
06:45estão com um caminho mais avançado para chegar numa negociação?
06:50Eu entendo que o caminho mais fácil será para os produtos,
06:57para empresas que tenham produtos e que a cadeia produtiva americana seja maior.
07:02Ou seja, um produto que tenha mais manufatura ou mais componentes americanos
07:14sendo agregados na cadeia produtiva, eles terem mais chances de serem aprovados com mais facilidade.
07:24Isso eu vou lhe dar um exemplo.
07:25O café, por exemplo, o café em grãos, que é exportado pelo Brasil,
07:31ele passa por uma torrefação, a embalagem, marketing, transporte.
07:38Então, é um conjunto de etapas que...
07:43Onde entra muito, muita participação da empresa americana.
07:50Isso se representaria o seguinte, no preço final do café, por exemplo,
07:54nós estimamos que o custo do café em grãos, mesmo com a tarifa de 50%,
08:02não é tão significativo.
08:04Muito mais significativo é o caso de calçados, por exemplo.
08:07O calçado, ele já vai pronto, ele é importado, o importador, distribuidor vai e leva para a loja
08:16e daí para o consumidor.
08:18Então, esse tipo de cadeia produtiva é que teria uma influência maior
08:26nas chances de... nas possibilidades de uma redução da tarifa.
08:33Mas isso não significa que não se deva, nessa missão da CNI,
08:39tratar de todos os produtos, porque é também do interesse do mercado americano,
08:45do consumidor americano, que as tarifas não sejam tão elevadas.
08:51Há ainda outros argumentos favoráveis às importações brasileiras,
08:55incluindo o fato de que há uma superávit americana e não brasileira no fluxo comercial.
09:07E, Arno, eu lembrei aqui há pouco dessa expectativa que já havia desde o começo desse tarifaço
09:14em relação a carnes e café, no sentido de que seriam produtos que provavelmente estariam
09:22numa lista de exceções e não estiveram nessa lista e não estão até agora.
09:27Como é que você vê o caminho para esses dois setores especificamente?
09:31Dessas conversas, desse nível de conversa entre empresários, parlamentares, embaixadores,
09:38a gente consegue alguma coisa?
09:40Porque temos visto que esse tarifaço contra o Brasil, ele passa muito pela figura
09:45do próprio presidente Donald Trump.
09:47O que dá para esperar dessas negociações e olhando mais detidamente para café e carnes?
09:54Pois é, café é como já mencionamos antes, um produto em que a participação americana
10:04na cadeia produtiva é muito grande e também não há produção nos Estados Unidos.
10:10Já a carne é um pouco diferente.
10:12A produção americana existe e o processamento não é tão grande.
10:20A carne brasileira, por outro lado, ela é importante para o hambúrguer americano,
10:27pelo seu sabor, pela sua qualidade.
10:30E aí sim, há um processamento interno americano que também vai ser importante da argumentação.
10:38Eu queria também mencionar que essa missão da CNI vai ser certamente acompanhada pelos
10:48importadores americanos e eles têm esse grande interesse.
10:52Imaginem um importador que tem uma marca de café nos Estados Unidos.
10:57Ele não tem como substituir o produto brasileiro rapidamente e na mesma qualidade.
11:05Já no caso da carne, é um pouco diferente.
11:11A carne argentina e carne uruguaia, por exemplo, que poderia substituir em parte a carne brasileira.
11:24Então, são situações diferentes, mas esperamos que todas elas sejam discutidas
11:31e que se consiga uma redução das tarifas americanas para o Brasil nesses dois itens, café e carnes também.
11:42Agora, invertendo a pergunta, para algum setor você vê uma dificuldade maior para avançar?
11:48Desculpe.
11:49Para algum setor ou para alguns setores, você vê alguma dificuldade maior para avançar a negociação?
11:54Sim, sempre que há produção americana concorrente, a situação é mais difícil.
12:05E é claro, porque isso acontece em todo mundo, acontece no Brasil também.
12:11A indústria local, ela busca proteção, ela busca uma proteção contra importações,
12:19mesmo que seja justificado o preço, a competitividade maior, como ocorre no caso do Brasil com a carne.
12:28É uma competitividade maior porque há todo um trabalho feito nos campos brasileiros,
12:34a pecuária brasileira, que levou a não só uma qualidade,
12:37mas também uma competitividade maior do que há de outros países.
12:42Mas sempre que há, então, produção americana,
12:48ela vai ser um obstáculo maior para uma redução das tarifas.
12:54A CNI também informou que vai aproveitar essa missão para tratar dessa investigação aberta no USTR
13:01sobre supostas práticas comerciais desleais praticadas pelo Brasil.
13:06Pela sua experiência, pelo que você observa, existiria fundamento se os Estados Unidos apontassem práticas desleais?
13:16Nós temos práticas aqui que poderiam ser enquadradas como desleais?
13:20Tudo bem que a gente precisa dar um desconto aí, porque a vontade é grande de achar pelo em ovo,
13:26e talvez haja uma subjetividade muito grande, além da politização, no julgamento do que pode ser uma atividade desleal.
13:36É, nós da CISBRA entendemos que não há uma atividade desleal nas exportações brasileiras.
13:47O Brasil não tem altos subsídios, nem na área agrícola, nem na área industrial.
13:55Pode haver, em alguns casos, alguma situação que pode ser negociada, sim,
14:02mas não é a regra geral.
14:05Em outros países, subsídios e favorecimentos à produção e exportação são muito maiores do Brasil.
14:15O Brasil tem, pelo contrário, tem até alguns obstáculos que são internos,
14:20por exemplo, a logística, a questão tributária,
14:24tributária e outros obstáculos que são, que chamamos de custo Brasil,
14:29são significativos e bem mais importantes do que uma eventual competição desleal.
14:38Arno Gleisner, diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil, a CISBRA.
14:44Arno, muito obrigado pela gentileza da sua entrevista. Uma boa semana.
14:49Igualmente, ficamos à disposição. Muito obrigado.
14:51Obrigado.
14:51Obrigado.
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