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Na COP30, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a redução de 10% em tarifas de produtos brasileiros nos EUA, incluindo castanha do Pará e suco de laranja. Apesar do alívio, o analista Eduardo Gayer e Arthur Pimentel, presidente do conselho de administração do AEB, alertam que a negociação por um acordo amplo segue desafiadora, e setores estratégicos ainda enfrentam desvantagens competitivas.

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Transcrição
00:00Em Belém, para participar da segunda semana da Conferência do Clima, a COP30,
00:05o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que está confiante em mais reduções das tarifas dos Estados Unidos
00:11sobre exportações brasileiras e que a região norte do país já foi beneficiada pela retirada dos 10% sobre alguns produtos.
00:21Acabou de ser publicada uma ordem executiva do presidente Trump
00:27que reduziu em 10% as chamadas tarifas recíprocas.
00:33A região norte, onde nós estamos, ela foi contemplada.
00:38A região norte, antes dessa ordem executiva, 45% da sua exportação era 50%.
00:4810 mais 40. Reduziu para 28%.
00:53Então, reduziu 10%.
00:56Carne, suco de fruta, pimenta seca, castanha do Pará, palmito, geleias de frutas, doces, reduziu, cacau, reduziu 10%.
01:10E no caso da castanha do Pará, com casca, foi para zero.
01:16Não tem imposto.
01:18Dois casos, castanha do Pará, com casca e suco de laranja, zerou.
01:26E é claro que nós queremos avançar mais.
01:29Já também foi desonerado celulose, foi desonerado ferroníquel, tudo passou para zero.
01:36E também madeira macia e cerrada, que estava com 50%, passou para 10% na chamada seção 232.
01:47E nós estamos trabalhando para avançar mais, porque dos 10 produtos que os Estados Unidos exportam para nós,
01:548 não pagam imposto.
01:56É zero, zero, zero alíquota.
01:59Então, não tem sentido você ter uma tarifa, em muitos casos, 10 mais 40.
02:04E os Estados Unidos têm superávit na balança comercial com o Brasil.
02:09No G20, só três países, Reino Unido, Austrália e Brasil.
02:14Então, estamos confiantes de que vamos avançar mais para corrigir essas distorções
02:21e a gente poder ter um comércio exterior, respeitando o multilateralismo e livre comércio.
02:28A decisão dos Estados Unidos, na última sexta, de reduzir tarifas para commodities de todo mundo,
02:36incluindo brasileiras, não muda a estratégia do governo Lula.
02:40O Itamaraty vai manter as negociações para tentar reverter o tarifaço da sua totalidade.
02:46Quem tem mais informações é o nosso analista de política, Eduardo Gayer.
02:50Gayer, boa noite para você.
02:52Bom, o governo brasileiro, então, ele está de olho, claro, em reduzir essa tarifa de 40%,
02:59que ainda é elevada.
03:03É isso, Cris.
03:04Boa noite para você.
03:05Boa noite a todos que nos acompanham.
03:06O governo brasileiro entende que não há como mudar a estratégia neste momento
03:12na negociação com os Estados Unidos, porque o alívio tarifário visto na última sexta-feira
03:17foi uma medida geral, que beneficiou todos os países e não apenas o Brasil.
03:23Então, o que o Itamaraty busca é manter a negociação por um acordo comercial amplo
03:30entre Brasil e Estados Unidos.
03:33O governo brasileiro ainda espera uma manifestação do secretário de Estado americano,
03:38Marco Rubio, até o final desta semana, porque na semana passada ele recebeu lá em Washington
03:42o nosso chanceler Mauro Vieira e ficou acertado que os Estados Unidos dariam uma resposta
03:48à proposta de acordo feita pelo Brasil até o final desta semana.
03:52Expectativa do governo brasileiro ainda é, portanto, por um acordo comercial provisório
03:56até o final deste mês.
03:58Aí sim, um acordo entre duas partes, se não algo voltado a produtos, como foi o alívio
04:04tarifário visto na última sexta-feira.
04:06Agora, corta para a realidade, Cris.
04:09Aqui dentro do Palácio do Planalto, todo mundo já acha que o acordo comercial ficou
04:13mais difícil para o Brasil, apesar de ser o foco do Ministério das Relações Exteriores.
04:19Isso porque Donald Trump, que estava muito pressionado a fazer alguma coisa frente à alta
04:24dos preços do café e da carne lá nos Estados Unidos, já ofereceu uma resposta ao seu eleitor
04:30fazendo esse alívio geral e amplo e restrito, vamos dizer assim, para todos os países.
04:35Então, sai um pouco dessa pressão, diminui a pressão sobre Donald Trump para fechar algum
04:42acordo comercial com o Brasil.
04:44Isso porque aquela sobretaxa de 40% que foi colocada pelos Estados Unidos foi algo político,
04:50foi por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
04:53E o Brasil não recuou um milímetro na sua política interna.
04:56Portanto, Donald Trump está sem rota de fuga.
04:59Na avaliação dos auxiliares políticos do presidente Lula, ele não tem como recuar neste momento
05:05ou daria uma demonstração de que cedeu para o Brasil.
05:09Então, foi essa a saída que ele encontrou, fazer um alívio geral para todos os países
05:15e seria uma forma, então, de não fazer uma demonstração de concessão para o Brasil.
05:20Para finalizar, Cris, estratégia não muda.
05:23O governo brasileiro vai continuar buscando um acordo tarifário.
05:26Comercialmente, foi melhor que nada, mas politicamente, um eventual acordo com os Estados Unidos
05:33está um pouco mais caro agora para o nosso país.
05:36Volto com você.
05:37É isso aí.
05:37Obrigada, viu, Gair?
05:39Sobre esse assunto, eu converso com o Arthur Pimentel.
05:41Ele é presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Comércio Exterior.
05:47Arthur, boa noite.
05:48Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
05:50Arthur, como é que vocês receberam a sua notícia da redução de 10% das tarifas na última sexta-feira?
05:56Na sua opinião, há mesmo espaço para negociação com o governo americano dos 40% restantes?
06:05Boa noite, Cristiano.
06:06A gente tem que analisar com um olhar bastante abrangente, bem na horizontal.
06:20A gente crê que a redução das tarifas de importação de aproximadamente 200 produtos brasileiros
06:28que ainda não agradou boa parte dos exportadores.
06:33E a verdade é essa.
06:35E eu diria da própria indústria.
06:38Porque já que considero que o Brasil continua em desvantagem,
06:46essa é um ponto crucial.
06:50Não está vendo aí, não estão percebendo o equilíbrio.
06:56E mesmo com essa redução de 10%,
07:01fica aquela sensação e aquela constatação
07:06que há uma desvantagem competitiva para a gente.
07:09porque essa decisão americana
07:15envolveu apenas tarifas
07:21e relativa àqueles 10% em cima de uma decisão anterior
07:28com aplicação de tarifas de 40%, 50%.
07:33Então, não é uma notícia alviçareira.
07:44Alguns setores, para alguns setores,
07:47laranja e tal, foi uma medida boa, porque conseguiu zerar e tal.
07:52Mas não é abrangente.
07:56Não é abrangente.
07:57Os números estão aí.
07:58Tem uma...
08:04Importante, essa redução,
08:08mais de um bilhão de dólares
08:11dos exportadores brasileiros.
08:13Como é o caso, por exemplo, do café.
08:16Arthur, quais são os setores que têm sentido mais o tarifácio
08:21até esse momento?
08:22Já dá para a gente ter uma ideia melhor do cenário.
08:26Quem está se prejudicando mais?
08:28Então, olha, os principais aí que a gente percebeu
08:34não estão colhendo um bom resultado.
08:42Esses 10% de retirada, para alguns,
08:47praticamente não houve uma constatação sensível.
08:55Eu acho que, não, mais de 80% de produtos agrícolas
09:03beneficiados pela redução, apenas o suco de laranja
09:08e alguns outros aí, é que realmente houve uma redução.
09:16Os outros baixaram de 50% para 40%, por exemplo, da carne
09:20e outros produtos.
09:23Continua com 40%.
09:24Isso...
09:26Por isso que a gente diz que é importante,
09:29é de suma importância,
09:31importância continuar, insistir na negociação.
09:35Coisa que a gente não está...
09:37Parece que está vendo assim uma certa...
09:39um certo imbróglio aí,
09:42quando se senta para conversar, principalmente o governo.
09:46A iniciativa privada, ela cumpre com o dever dela,
09:52ela cumpre com o dever de casa, eu diria assim.
09:57Então, o que se constata é que não está havendo um avanço.
10:04Pode ser mensurado?
10:08Pode.
10:08Mas não é um avanço importante para a indústria.
10:12Não é um avanço importante para os exportadores brasileiros.
10:17Então, a gente tem que...
10:20A gente luta para realmente dar condições de competitividade
10:26para o produto.
10:28Nesse cenário internacional, a gente lida, Cristiane,
10:32com dois pilares.
10:37Um externo, que é o tarifácio,
10:41e outro interno, que é o custo Brasil.
10:44O custo Brasil não nos deixa ter competitividade
10:50nas nossas vendas externas.
10:52Isso é uma doença que já se faz crônica no Brasil.
10:57E eu acho que as autoridades estão aí lutando,
11:02agora mesmo, dia 12 e 13 passado,
11:06realizamos a 43ª edição do ENAEX,
11:12Encontro Nacional de Comércio Exterior.
11:14Lá, a gente discutiu uma série de temas
11:18que a gente considera muito importante
11:23para a manutenção dessa competitividade brasileira.
11:27A gente precisa discutir esses temas como...
11:34A gente colocou um grande painel,
11:37reindustrializar para gerar produtividade na indústria
11:41e competitividade no comércio exterior.
11:43Então, o que a gente fez?
11:45A gente discutiu, aferiu,
11:51verificou com autoridades assuntos como a reforma tributária,
11:56tão importante nessa hora.
11:58A gente tem um elefante pisando nas nossas costas,
12:03que é o tarifácio.
12:04Mas tem, talvez, dois ou dez elefantes internos
12:09nos esmagando, esmagando o esforço, o suor
12:13do exportador brasileiro.
12:15Então, a gente precisa muito cuidar do dever de casa,
12:19reforma tributária, impactos da geopolítica mundial,
12:22nova ordem econômica e vários outros assuntos importantes.
12:25Arthur, muito obrigada.
12:26Te agradeço pela entrevista.
12:28Boa noite, boa semana para você.
12:30Igualmente, Richard.
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