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O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, alertou para o risco de prejuízo bilionário com a tarifa de 50% anunciada pelos EUA. Manga, açaí e uva representam 90% das frutas exportadas e podem acabar estragando no campo. Impacto direto no emprego e no mercado.

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Transcrição
00:00Estamos de volta. A gente segue falando sobre os impactos da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump.
00:06Agora sobre a exportação de frutas. Vamos ver uma arte com alguns dados.
00:11No ano passado, o Brasil exportou quase 37 mil toneladas de manga para os Estados Unidos.
00:19De frutas processadas, como o açaí, foram quase 20 mil toneladas.
00:24E de uva, foram quase 14 mil toneladas.
00:28Na segunda tela, essa próxima, a gente vê que esses três itens juntos foram responsáveis por 90% das exportações de frutas do Brasil para os Estados Unidos em 2024,
00:41chegando a um valor de quase 135 milhões de dólares.
00:46E para falar sobre os produtores, como eles estão se preparando para a entrada em vigor desses 50%,
00:52eu converso agora com o Guilherme Coelho, ele é presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, Abra Frutas.
01:01Guilherme, boa noite para você. Obrigada por...
01:04Opa, estamos aí. Vamos ver se dá tudo certo. Acho que ele voltou.
01:09Guilherme, boa noite para você. Agora sim, estou vendo bem a sua imagem.
01:13Espero que você esteja me ouvindo bem.
01:14Esses números dão a ideia do tamanho desse mercado e do possível prejuízo.
01:20Há risco de parte dessa produção ser perdida?
01:25Olha, com certeza. Nós estamos muito preocupados, muito preocupados, porque nós temos a safra da manga.
01:33A safra da manga começa na primeira semana de agosto e vai até meados de outubro, final de outubro.
01:40É uma safra que está planejada para os Estados Unidos há muito tempo.
01:45Tem que se organizar toda a caixaria, embalagem, tem que muitas vezes contratar mais pessoas.
01:52Nós temos também que reservar nos navios os locais para serem embarcados, os containers.
01:59São 2.500 containers num período de praticamente 90 dias.
02:04E lá, toda a logística está feita de chegar nos portos americanos, de serem distribuídos para os centros de distribuição, supermercados.
02:13Então, uma tarifa dessa torna-se inviável, é inviável exportar essa manga para os Estados Unidos.
02:21Desses três tipos de frutas que eu citei, estou falando da manga, do açaí e da uva.
02:27Qual é a situação mais preocupante? Os produtores estão retardando a colheita?
02:31Olha, não dá para retardar. Não tem condição de retardar.
02:36Porque a manga chega em um período que fica madura.
02:39A uva também tem que ser colhida.
02:41Até agora, nós não colhemos nada em relação à manga.
02:43O maior pesadelo nosso é a manga.
02:46É a manga porque é um período curto e nós temos que embarcar 2.500 containers.
02:52E tem uma preocupação maior.
02:53Porque esta manga que nós mandamos para os Estados Unidos é uma variedade chamada Tommy Atkins, que é muito apreciada nos Estados Unidos.
03:02Não dá para a gente pegar esse volume de 2.500 containers e dizer que vai mandar para os Estados Unidos, ou, desculpa, para a Europa.
03:10A Europa quer outra variedade de manga, é outra embalagem, outra logística, do qual não nos programamos para tal.
03:18Se colocarmos no mercado interno, esse aí vai desabar o preço.
03:22Então, a conta que a gente faz hoje é se para exportar para os Estados Unidos é prejuízo.
03:29Europa não tem condição.
03:31E o Brasil, a manga vai não valer nada.
03:34Com isso, o produtor vai fazer a conta.
03:37Mandar para os Estados Unidos, prejuízo.
03:39Se mandar aqui para o Brasil, o custo de vender a manga, o custo de produção é maior.
03:45Então, vai terminar deixando manga estragar, manga no pé, entendeu?
03:50E, com isso, na hora que não tem colheta, existem as demissões.
03:55Tem que demitir as pessoas porque elas não vão colher, não vão embalar.
03:58Na hora que não tem colheta, as empresas vão se apertar financeiramente.
04:03Então, é uma situação muito grave.
04:05Eu tenho feito e alertado e levantado uma bandeira para que nessas negociações sejam retirados alimentos.
04:15Alimento não pode estragar.
04:17Tem tantas pessoas no mundo com fome que têm insegurança alimentar.
04:22Nos Estados Unidos tem, tem menos, mas tem.
04:24No Brasil tem, na África tem.
04:26Então, não é correto, não é humano, não é sensível ao próximo.
04:31Nós, com o próximo, a gente, uma hora dessa, ter essa tarifa de 50% de uma hora para outra e perdermos essa fruta no campo.
04:40Eu vou passar para a pergunta do Alberto Azental, nosso analista.
04:43Alberto, fica à vontade.
04:44Guilherme, essa manga é vendida para o consumidor norte-americano lá no supermercado a quantos dólares a fruta ou o quilo dela,
04:56ou quanto era no ano passado?
04:58E com essa alíquota de 50%, o preço passaria para quanto?
05:02E desses 2.500 containers que você comentou de exportação, a quebra seria de quantos containers?
05:10100% ou não?
05:11Seria um número menor, um porcentual disso deixaria de ser enviado.
05:17Veja só, geralmente, esse valor lá, a gente vende manga em caixas de 4,2 quilos.
05:26Geralmente, lá nos Estados Unidos, o preço de venda varia entre 5 a 7 dólares.
05:31Com isso, ela vai ter que ir praticamente para 11 dólares.
05:36E aí, não vai dar certo isso, porque você também não retira os custos, que são muito caros.
05:43E com isso também, o que é que eu estou ouvindo dos exportadores, Guilherme?
05:48Não compensa, não compensa.
05:51O importador lá também está dizendo, olha, nesse preço eu não consigo vender.
05:56Então, o problema é muito grave, é muito grave.
05:59Porque a gente não está sabendo onde vai mandar.
06:03Mas eu quero também dizer que diz que o jogo só acaba quando termina.
06:10Eu acho que esses governantes e os governos vão se entender.
06:17É preciso ter o bom senso.
06:19É preciso usar agora o equilíbrio.
06:21É preciso agora ter que negociar, ter que saber que não pode ser, muitas vezes, nessa taxação.
06:30Isso devia ter sido completamente ao contrário.
06:33Dizer que precisava aumentar, vamos conversar, vamos sentar, vamos organizar.
06:38Não.
06:39A taxação vem primeiro.
06:40Então, está invertido esse processo.
06:42Então, eu apelo para o bom senso dos governantes.
06:45Eu apelo para o equilíbrio, para a flexibilidade, para a gente não ter comida sendo...
06:52Quando eu digo comida, é porque manga se come, lógico.
06:54Jogada, estragada.
06:56Estragada e demissões.
06:58O americano, ele não janta.
07:00O americano costuma comer, geralmente, um hambúrguer na hora do almoço.
07:04A carne vai aumentar.
07:05Ele toma o suco de laranja.
07:07O suco de laranja vai aumentar.
07:09Ele toma o café.
07:10O café vai aumentar.
07:12São dependências fortes do Brasil, como a manga também.
07:15E aqui, o que é que vai ter?
07:16Aqui vai ter desemprego, vai ter estragar a fruta.
07:20Enfim, é uma coisa que vai mexer.
07:23Eu estou falando de fruta, fora tudo que vai acontecer.
07:26É uma taxação muito alta, inadequada, sem conversa, sem diálogo.
07:32Guilherme, muito obrigada.
07:33A gente espera de verdade que essa situação se resolva da melhor maneira possível e mais brevemente possível.
07:39Obrigada mesmo por aceitar nosso convite.
07:43Muito obrigado.
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