Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, defende diálogo e separação entre política e comércio na crise com os EUA. A tarifa de 50% pode afetar setores-chave como aço, café, suco de laranja e Embraer. O Brasil vem preparando uma reação estratégica com apoio do presidente Lula.
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00:00Hoje um dos principais temas dos jornais pelo mundo, inclusive, são as tarifas que Donald Trump está aplicando aos países.
00:09E essa tarifa de 50% ao Brasil também tem repercutido bastante.
00:13Como a gente está mostrando, o Brasil foi quem recebeu a maior taxação até agora, 50% sobre os produtos brasileiros.
00:22E isso gera uma preocupação não só no macro, não só para a economia do país, para o impacto do nosso comércio como um todo,
00:28mas também para alguns setores específicos.
00:30Falávamos há pouco da Embraer aqui, para alguns setores a preocupação é maior.
00:36Para falar sobre esse cenário, eu vou conversar agora com o Jorge Viana, presidente da Apex Brasil,
00:41a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
00:45Presidente, boa tarde. Muito obrigado pela gentileza da sua participação ao vivo aqui com a gente no Radar.
00:50Antes de mais nada, eu queria lhe perguntar qual foi o impacto, com que impacto a Apex recebeu essa notícia dos 50%
00:57e como é que a agência está se movimentando? O que é que vocês estão fazendo nesse momento frente a esse anúncio?
01:03Então, é claro que é estranho esse posicionamento de uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros,
01:14que poderá entrar em vigor a partir de 1º de agosto, e até a forma, uma carta em rede social,
01:23que eu acho que também é lamentável para usar o mínimo.
01:28Uma coisa são as disputas políticas, as diferenças ideológicas,
01:33mas a outra coisa é prejudicar o país inteiro, uma nação, setores importantes da economia,
01:38com uma medida que vem baseada em elementos que não são verdadeiros.
01:47Os Estados Unidos têm um superávit com o Brasil desde 2009, superávit comercial,
01:53e a carta fala de que tem que fazer um alinhamento para fazer corrigir distorções,
01:58então isso não se encaixa, pelo menos no fluxo de comércio.
02:01Como nós trabalhamos de maneira pragmática na Apex, o nosso propósito é um só,
02:07é fortalecer a presença dos produtos brasileiros no mundo, é atrair mais investimentos,
02:12desde que eu cheguei aqui.
02:13Isso tem funcionado muito bem no governo do presidente Lula.
02:17Mas agora eu acho que teve essa mistura que eu lamento,
02:20de questões políticas, ideológicas, assim que vem, junto na mesma carta,
02:26questionando, por exemplo, decisões do judiciário brasileiro.
02:30Isso é uma interferência no outro país.
02:32Isso não cabe na relação misturar isso com o comércio.
02:36Questionar, por exemplo, decisões de regramento que o parlamento e que até o judiciário brasileiro
02:43fazem para uso de redes sociais que afetam as big techs.
02:47Se nós separarmos essas questões políticas e ideológicas da carta,
02:53fica mais fácil para o Brasil, quem sabe, abrir um diálogo.
02:55Porque aí é só dizendo, olha, os Estados Unidos é um grande parceiro comercial nosso,
03:01o segundo mais importante, e é superavitário.
03:04Então, o comércio Brasil-Estados Unidos é muito bom para os Estados Unidos,
03:08mas é também bom para o Brasil.
03:10Agora, o que é que a Apex está fazendo?
03:12O que é que a Apex pode fazer nesse contexto?
03:15Primeiro, assim, ainda hoje eu tive uma conversa com o presidente Lula e tratei desse tema.
03:20Nós estamos construindo cenários.
03:23Primeiro, apostando de que o diálogo, corrigido aí essas questões ideológicas e políticas
03:30e até que afetam a soberania do Brasil, se isso sair da mesa e ficar só as diferenças de comércio,
03:39eu acredito que é possível ter acordo, ter entendimento.
03:42Agora mesmo, vocês estavam falando da Embraer.
03:44Nós temos mais de 1.500 aviões da Embraer voando lá.
03:47Nós temos fábricas de componentes importantíssimos lá na região da Flórida.
03:52Nós geramos empregos com a Embraer lá, mas claro que nós também temos aqui em Gavião Peixoto
03:58a produção de boa parte de componentes de aviões que são exportados para os Estados Unidos
04:04como jatos executivos, ainda mais esse mais moderno que nós temos agora da Embraer.
04:10Mas veja que o suco de laranja, por exemplo, há quase uma dependência dos Estados Unidos
04:18de mais de 70% do suco que vai do Brasil para lá, que sai do sudeste brasileiro, especialmente São Paulo.
04:25Então o aço brasileiro também está muito forte, o próprio café.
04:28Os Estados Unidos não produzem café.
04:30Oito milhões de sacas que a gente manda.
04:32Então essas medidas são muito difíceis de serem implementadas pelo próprio governo dos Estados Unidos
04:37porque vai afetar fortemente cadeias produtivas dentro dos Estados Unidos.
04:42E eu acho que aí a PEC tem que construir cenários alternativos, pensando num cenário pior,
04:49mas trabalhando e apostando num cenário melhor, onde haja uma colaboração também dos Estados,
04:55que compõem os Estados Unidos, dos setores da economia lá, mostrando a importância desse comércio do Brasil com os Estados Unidos,
05:03que é um comércio equilibrado.
05:05Nós estamos falando de quase 90 bilhões de dólares.
05:08O ano passado nós exportamos 40 e importamos 47.
05:12Quando você põe produtos e serviços, nos últimos 15 anos, o saldo para os Estados Unidos foi mais de 400 bilhões.
05:20Então é um negócio bom para eles, diferente do que eles têm com o Canadá, com o México.
05:26E eu não estou falando mal, mas eu estou só constatando que eles têm um déficit muito grande com a China,
05:31com a própria Europa.
05:32Aí fazer correção ainda dá, mas eu acho que o bom para o mundo é um equilíbrio,
05:38uma cooperação no comércio, comércio livre, com os blocos funcionando bem.
05:42Isso que é bom para o mundo e não conflito e não tensionamento.
05:46Agora, ontem, num primeiro momento, o presidente Lula fez ali uma manifestação política
05:51de defesa da nossa soberania, a soberania do Brasil,
05:55indicando ali também uma reação segundo a lei da reciprocidade.
06:00Mas o que a gente vê hoje, segundo as nossas apurações, dos nossos repórteres em Brasília,
06:05é de que o que está sobre a mesa, o que está sendo considerado em termos de reação,
06:09é até de esperar o 1º de agosto para ver se de fato a tarifa vem da forma como foi anunciada mesmo.
06:16É de trabalhar, por exemplo, patentes de alguns produtos norte-americanos.
06:23Enfim, uma reação muito mais calculada, comedida e até estratégica, a gente poderia dizer.
06:29É possível afirmar, o senhor afirmaria aqui com convicção,
06:33de que a retaliação pura e simples devolvendo para o produto americano 50%
06:39está fora de cogitação nesse momento?
06:42Ora, eu acho que pelo menos nós devemos tentar evitar esse cenário pior, né?
06:49Que é de se efetivar isso.
06:51Todos nós sabemos que tem uma ação de setores que perderam as eleições
06:57tentando fazer com que os Estados Unidos adotassem medidas como essa.
07:01Só que eu acho que não mediram a dose do remédio, que virou veneno,
07:06porque uma taxação dessa, que seria a maior do mundo,
07:08é muito prejudicial para a economia brasileira, para os empregos.
07:13A nossa balança de exportação para os Estados Unidos é muito rica,
07:18porque ela exporta muito manufaturas.
07:21Então, você tem produtos da nossa indústria,
07:23que levam muito valor agregado e geram muito emprego.
07:27Mais de 70% daquilo que a gente exporta para os Estados Unidos
07:31sai do sudeste brasileiro.
07:33É São Paulo, Rio de Janeiro, tem Minas também com café.
07:37Veja, e é essa região que vai ser prejudicada muito fortemente.
07:42Isso se eu olhar exclusivamente a parte do comércio.
07:46Mas é óbvio que tem umas situações que são inaceitáveis,
07:51que ferem a soberania do país.
07:52Eu acho que tem que separar isso,
07:54tem que ter um posicionamento muito firme no Brasil,
07:57em defesa de sua soberania, como o presidente Lula tem colocado,
08:00e separar a parte comercial.
08:02Porque se separar, aí o diálogo, eu acho que pode prosperar,
08:06porque o comércio Brasil-Estados Unidos é muito bom para os Estados Unidos.
08:11Volto a repetir, o presidente Lula tem dito,
08:14ele trabalhou com o presidente Pio Clinton,
08:16trabalhou com o presidente Bush,
08:18trabalhou com o presidente Obama,
08:19e foi muito boa a relação.
08:22A gente tem uma relação pragmática, eu diria.
08:24Negócios à parte, e eu acho que isso deveria ser mantido.
08:27O que não houve agora nessa carta foi pragmatismo.
08:31Misturou-se política, carga ideológica,
08:34questões de que o Supremo está decidindo julgar o ex-presidente,
08:38aí misturou-se o interesse das big techs,
08:41sobre um falso argumento de liberdade e de expressão,
08:46não é nada disso.
08:47Eu tenho filhas, tenho neto,
08:48todos nós queremos algum controle naquilo que,
08:53nesse mundo das redes sociais,
08:54porque se não tiver, nós vamos ter gravíssimos problemas
08:57para as crianças, para os adolescentes de crime.
09:00Então, não é uma censura,
09:01é um regramento, como a gente faz quando tem filhos,
09:04quando está formando alguém,
09:06e eu acho que é um direito de cada país ter suas regras.
09:09Mas o comércio em si, sinceramente,
09:13eu acho que, se pensarmos na tentativa de efetivar essas medidas,
09:19vai ser muito complicado para o próprio governo americano implementá-las lá.
09:23E eu prefiro acreditar que a gente pode ter,
09:26nesse espaço, até 1º de agosto,
09:29ainda hoje eu conversava com o presidente,
09:31a expectativa é que se tenha um diálogo separado,
09:37a carta pode ser dividida em duas partes,
09:39uma parte que trata de carga ideológica,
09:42de questões mais políticas e tal,
09:46que eu acho que está misturando,
09:48e a outra que trata de comércio.
09:50Só que a que trata de comércio
09:51também vem com fundamentação falsa.
09:54Não estou dizendo que falsas são os argumentos usados,
09:58que fala de déficit dos Estados Unidos,
10:01então isso não acontece.
10:03E eu posso afirmar,
10:04o nosso fluxo de comércio com os Estados Unidos é bom para o Brasil,
10:09mas é ótimo para os Estados Unidos,
10:11mesmo que se fosse mantido nas condições atuais.
10:14Dessa conversa sua com o presidente Lula,
10:17ficou claro que o presidente também está convencido
10:20a não aplicar a lei da reciprocidade na sua íntegra nesse momento,
10:24ou isso ainda, de alguma forma, está sobre a mesa?
10:27Não, veja, aí nós temos que elogiar o Congresso Brasileiro,
10:31que tão logo o presidente Trump começou a anunciar
10:33a primeira rodada de sanções,
10:36inclusive passando de 100% com a China,
10:39e a China fazendo reciprocidade,
10:41depois volta atrás com o Canadá, com o México, com a Europa,
10:45com a Ásia inteira praticamente, até com a África.
10:48Mas o Congresso Brasileiro aprovou,
10:50e aí merece elogio,
10:51uma medida que o Brasil,
10:55o Estado brasileiro pode aplicar de reciprocidade.
10:58Aprovou em 48 horas.
10:59Eu acho que o parlamento cumpriu o seu papel
11:01nesse momento de tensionamento.
11:06E essa medida, quando adotada,
11:08ela é aí um confronto.
11:10Eu acho que ela tem que ser já o último passo.
11:13Quando nada funcionar,
11:14aí tem a OMS, a Organização Mundial do Comércio,
11:17e tem também a reciprocidade
11:19que agora o governo tem como um instrumento
11:23de defesa do emprego no Brasil,
11:26das empresas do Brasil.
11:27O setor de carne brasileiro,
11:29o setor de suco, o setor de café,
11:31para falar do agronegócio, estão afetados.
11:33Então, quem foi trabalhar isso lá,
11:36tentando fazer com que uma medida dessa viesse,
11:38extemporânea, contra o Brasil,
11:40trabalhou contra o Brasil.
11:42Aí você vai pegar a parte de aço.
11:44Imagina, hoje nós temos muito orgulho
11:46o produto que mais a PECS trabalha,
11:49aqui na minha mesa, tem vários modelos.
11:51São os aviões da Embraer.
11:53O KC 390, a Família 1, E2.
11:57Isso, onde nós vamos,
11:58nas missões múltiplas,
12:00foram 16 com o presidente,
12:02a Embraer tem fala específica,
12:03porque ela leva o orgulho brasileiro,
12:06a inovação do Brasil,
12:07ela remunera os empregos do Brasil.
12:09Quem foi trabalhar a favor dessas medidas
12:12do governo Trump,
12:13trabalhou contra tudo isso.
12:15Então, eu acho que agora é hora
12:17de unir o Brasil inteiro,
12:18em defesa do interesse nacional,
12:20em defesa do emprego no Brasil,
12:23em defesa das empresas do Brasil,
12:25porque é assim que a gente vai superar
12:26esse momento de tensão e crise.
12:29Desculpa, vou insistir na pergunta,
12:30mas o presidente Lula também considera
12:32que a reciprocidade é o último recurso?
12:35Óbvio, ele considera as duas coisas
12:38como a última etapa.
12:40Recorrer à OMS,
12:41e ao mesmo tempo trabalhar a reciprocidade
12:45caso nada funcione,
12:47porque não tem outro caminho.
12:48E aí, obviamente, que nós da PEC,
12:50junto com outros setores do governo,
12:52os ministérios,
12:53vamos estar juntos, de mão dadas,
12:56trabalhando a construção,
12:58se for necessário,
12:59até de mercados alternativos
13:00para esses produtos que o Brasil tem.
13:03A China teve que fazer isso.
13:05Ela imediatamente foi,
13:06recorreu a abrir novos mercados
13:08e pôr seus produtos em outras regiões do mundo.
13:12Mas cabe a nós aqui também,
13:16nesse momento,
13:18dialogar, inclusive, com os setores,
13:20os estados americanos,
13:22que vão ter um baque muito grande econômico
13:25caso os produtos brasileiros não cheguem.
13:27Para vocês terem uma ideia,
13:29a carne brasileira,
13:30nós exportamos, salvo engano,
13:33perto de 60 mil toneladas.
13:34É a parte mais magra
13:36que a gente exporta
13:38do corte bovino.
13:40Por quê?
13:41Porque a carne dos Estados Unidos
13:43é muito gorda,
13:45pelo clima,
13:46pelo tipo de gado criado.
13:48E a metade do consumo de carne
13:50nos Estados Unidos
13:51é feita com carne moída,
13:52para fazer hambúrguer.
13:54E um hambúrguer não é feito
13:55só com carne gorda.
13:57Precisa da carne brasileira
13:59e de outras regiões,
14:00ou carne mais magra,
14:01para se somar
14:02e aí você ter um produto
14:04de melhor qualidade.
14:04Você veja que tem
14:05uma interdependência hoje
14:07nas cadeias produtivas do comércio
14:09que não dá para quebrar.
14:10Um país,
14:11mesmo que seja a maior economia do mundo,
14:12dificilmente consegue quebrar.
14:15Agora,
14:16há um outro ponto também
14:17na carta
14:18que o presidente Trump
14:20enviou para o presidente Lula
14:21que trata sobre barreiras tarifárias
14:23e não tarifárias
14:24aqui no Brasil.
14:25E não foi a primeira vez
14:26dentro desse processo de tarifaço
14:28que o governo americano
14:29levantou essa questão.
14:30Houve um relatório
14:32produzido
14:33pelas autoridades
14:34do comércio americano
14:35alguns meses atrás,
14:36já dentro desse processo
14:38de tarifaço,
14:39que também falava
14:40sobre barreiras tarifárias
14:41e não tarifárias,
14:42mencionava especificamente
14:43até a questão do etanol.
14:45O governo brasileiro
14:46está disposto
14:47a negociar essas barreiras também?
14:49Olha,
14:50eu posso te afirmar
14:52que o problema
14:53de barreiras tarifárias
14:54é mínimo.
14:56Se você pegar 10 produtos,
14:58a gente pode ter problema
14:59em dois,
15:00oito facilitação total.
15:03Mas quando se trata,
15:04por exemplo,
15:04de questões como etanol,
15:06o maior produtor
15:07do mundo de etanol
15:08são os Estados Unidos.
15:09Eles produzem
15:09mais de 60 bilhões
15:10de litros de etanol
15:11e de milho.
15:13O Brasil é um concorrente.
15:16Nós agora estamos
15:16entrando fortemente
15:17no etanol de milho
15:18e trabalhamos o etanol
15:19da cana-de-açúcar
15:20já há muito tempo.
15:21Óbvio que aí
15:22tem uma discussão
15:23que é normal
15:24de ver como é
15:25que trabalham
15:26os dois gigantes
15:27do etanol
15:28esses produtos
15:29que é a base
15:31do agronegócio
15:33dos Estados Unidos
15:34que eles têm
15:34uma produção
15:35de milho
15:35de mais de
15:36380 milhões
15:38de toneladas.
15:39O agronegócio brasileiro
15:40tem hoje,
15:42deve chegar
15:42a 330 milhões,
15:44somando tudo,
15:45soja,
15:45milho
15:45e outros grãos.
15:46Só de milho
15:47os Estados Unidos
15:48produzem 380 milhões
15:49de toneladas.
15:50e aí boa parte
15:52disso também
15:52produz etanol,
15:53por isso que eles
15:54são um gigante
15:55nessa área.
15:56É óbvio que tem
15:57interesses aí
15:57que precisam ser
15:58melhor trabalhados,
15:59mas isso dentro
16:00de normalidade,
16:01sem necessidade
16:02de você ter medidas
16:03extremas.
16:04Os 10% já encarece,
16:06a Embraer paga
16:07dezenas de milhões
16:09de dólares
16:11a mais
16:12para poder
16:14entrar com seus
16:15componentes
16:16e seus produtos
16:17nos Estados Unidos
16:17só com 10% a mais.
16:19mas quem vai pagar
16:21isso?
16:21É quem está comprando.
16:23É bom que se diga.
16:24O comprador
16:25é que paga
16:26o preço elevado.
16:28Quem é que vai pagar
16:29mais caro?
16:29O comprador
16:30dos Estados Unidos.
16:31A gente pensa só
16:32que o Brasil vai perder
16:33porque num tensionamento
16:35desse
16:35de confronto
16:36de uma espécie
16:37de guerra
16:37de tarifas,
16:39todo mundo perde.
16:40Pode um se beneficiar
16:41um pouquinho ali
16:42e outra coisa.
16:43Então o mundo
16:43precisa ser distensionado,
16:45senão a gente afeta
16:46o crescimento econômico,
16:48aí vai mexer
16:48com taxa de juros,
16:50aí vai aumentar
16:50desemprego.
16:51Então o bom mesmo,
16:52o Brasil que não tem
16:53crise com ninguém,
16:55é ter um mundo
16:55mais de paz,
16:56mais harmônico
16:57no sentido do comércio
16:58que aí o Brasil
16:59vai seguir
17:00ocupando um espaço
17:02cada vez maior
17:03no comércio internacional
17:03como nós estamos fazendo.
17:05O Brasil está muito forte
17:06na Ásia agora,
17:07está fazendo um acordo
17:08do Mercosul-União Europeia
17:09que agora,
17:11inclusive com as tarifas,
17:12pode ganhar um acelerador.
17:13e a gente entende
17:16que os Estados Unidos
17:17depois da China
17:18é muito importante,
17:20porque os Estados Unidos
17:20também é o país
17:22que mais tem investimentos.
17:23Os americanos
17:24são os que mais
17:25têm investimentos
17:25diretos no Brasil.
17:26São mais de 280 bilhões
17:28de dólares
17:30de investimentos
17:30acumulados
17:31dos Estados Unidos
17:32no Brasil.
17:33Tudo isso
17:33é parte
17:34que eu falo,
17:35negócios à parte.
17:37Porque se não,
17:38se o presidente Lula
17:38ficasse o tempo inteiro
17:40cobrando,
17:41tentando demarcar
17:42terreno
17:43do ponto de vista
17:44político e ideológico,
17:45estaríamos errados.
17:46Mas ele não tem feito isso.
17:48Ele cumprimentou
17:49o presidente Trump,
17:50não soltou nota nenhuma,
17:52fez a reunião
17:53dos BRICS aqui,
17:54mas não teve
17:54nenhuma ação direta.
17:56E aí eu acho
17:57que essa medida
17:57é totalmente desmedida
17:59para o comércio
18:01dos Estados Unidos
18:01e do Brasil,
18:02que é uma coisa
18:02de 201 anos,
18:04que flui muito bem.
18:05O povo brasileiro
18:06tem uma boa relação
18:07com o povo dos Estados Unidos
18:09e eu espero
18:10que realmente
18:11o governo Trump
18:11volte atrás
18:12nessa medida
18:13e possamos ter
18:15um ar de normalidade
18:16no comércio Brasil
18:18e Estados Unidos.
18:19Um pouco mais cedo,
18:20o vice-presidente
18:21Geraldo Alckmin
18:22falou,
18:22a gente mostrou ao vivo,
18:23inclusive nessa edição
18:24do Radar,
18:25que o presidente Lula
18:26nessa tarde
18:27criou um comitê
18:28para lidar
18:29com essa nova etapa
18:30do tarifaço.
18:32O senhor está a par
18:32de quem faz parte
18:33desse comitê?
18:34Se a Apex faz parte
18:35também?
18:37Quais são os objetivos?
18:37Eu conversei muito com ele
18:38e nós vamos participar
18:39de muitas etapas,
18:41nós estamos fazendo
18:41um detalhamento
18:42de estudos
18:43de cenários,
18:45mas o comitê
18:46está formado
18:46por alguns ministérios,
18:48não é comitê de crise,
18:50é uma espécie
18:50de um comitê estratégico.
18:52eu, como dou aula
18:55sobre planejamento estratégico,
18:57sobre gestão e liderança
18:58no IDP,
19:00teoricamente,
19:01isso é você montar
19:04uma sala de situação,
19:06que a gente chama.
19:07Quando acontece
19:08alguma questão
19:09muito densa,
19:11muito complexa,
19:12você monta
19:12uma sala de situação
19:13que se reúne
19:14permanentemente,
19:15que analisa cenários
19:16e dali tira encaminhamentos.
19:18O presidente
19:18está pessoalmente
19:19trabalhando isso,
19:20apostando no diálogo,
19:23mas separando
19:23muito bem
19:24o joio do trigo.
19:26Uma coisa
19:26é um posicionamento
19:27numa carta
19:28de um presidente
19:29de outro país
19:30querendo interferir
19:31no judiciário brasileiro.
19:32Isso não pode,
19:34isso aí é soberania
19:35do país
19:35que está em jogo.
19:37Isso não tem
19:37diálogo nisso.
19:40É defesa do país,
19:41é defesa nacional.
19:42A mesma coisa também
19:43com as decisões,
19:46seja do Congresso
19:47ou seja
19:48do judiciário brasileiro.
19:50isso tem que ser respeitado.
19:52Separando isso,
19:53aí sim,
19:54a gente tem
19:55todo um espaço
19:56para diálogo,
19:57entendimento,
19:59desentendimento,
20:01acerto comercial,
20:02desacerto comercial
20:03na área do comércio.
20:06E isso é muito salutário.
20:08E isso já vem acontecendo
20:10há 200 anos.
20:12E nesses últimos 15,
20:14foi muito favorável
20:15para os Estados Unidos.
20:16Daí,
20:16eu reafirmar
20:17que acho muito bom
20:19o saldo da balança comercial,
20:21porque eles compram
20:22manufaturas,
20:23é a Argentina em primeiro lugar
20:24que mais compra manufaturas,
20:25ou seja,
20:26produtos industrializados,
20:27apesar de ter caído muito
20:28o comércio.
20:29E o outro é
20:30que os Estados Unidos
20:31compra
20:3440 bilhões de dólares,
20:38mas compra muita manufatura
20:40e ajuda muito,
20:42especialmente
20:42aqui no
20:44Sudeste Brasileiro,
20:46porque
20:46é a região
20:47que mais
20:47se beneficia
20:49desse fluxo
20:51de comércio
20:51com os Estados Unidos,
20:52especialmente
20:52nas exportações.
20:53É esse comitê
20:54que vai definir
20:55a resposta
20:56que o Brasil vai dar?
20:58Não,
20:58o presidente
20:59tem trabalhado
21:01pessoalmente
21:02nisso,
21:02como eu falo,
21:02junto com o Itamaraty,
21:04junto com o vice-presidente
21:05que é ministro da indústria,
21:05com o ministro Fávaro,
21:06mas eu diria
21:08que uma sala
21:10de situação,
21:11esse comitê,
21:12ele é muito necessário
21:13para que
21:14se construa
21:16um ambiente
21:17e nós,
21:17da Apex,
21:18vamos participar
21:19de muitas reuniões,
21:20o presidente falava
21:21isso hoje,
21:22estamos organizando
21:23os números,
21:23os dados,
21:24de onde é que sai
21:26cada produto
21:27que o Brasil exporta,
21:28para onde é que vai
21:29nos Estados Unidos,
21:31que sucessão
21:33que nós podemos,
21:34que diversificação
21:35de cadeia
21:35de comércio
21:36a gente pode ter,
21:38nós temos que trabalhar
21:38com todos os cenários,
21:40mas focado
21:42em que
21:42o melhor aconteça,
21:45que é
21:45da gente ver,
21:46porque a própria
21:47carta,
21:48ela é um pouco
21:49confusa,
21:50porque no final
21:51diz, não,
21:51se tiver um acerto
21:52comercial,
21:53a gente resolve tudo,
21:55mas se eles
21:56têm superávites
21:57conosco,
21:58então fica mais fácil
22:00ter o acerto comercial.
22:01O governo já tem
22:02uma data
22:03para anunciar
22:03essa resposta?
22:05Não, eu acho
22:06que tem um processo
22:07aí de possibilidade
22:08de diálogo
22:09e, obviamente,
22:10isso tem posicionamentos
22:11políticos de parte
22:12a parte,
22:13mas a data fatídica
22:14era dia 9 ontem,
22:16que tinha sido
22:17anunciada,
22:18e dia 1º de agosto,
22:19mas o presidente
22:23dos Estados Unidos
22:24adiou várias medidas
22:27que iam entrar em vigor
22:28já no passado
22:29e ele prorrogou
22:30os prazos.
22:31Quem sabe
22:32a gente consegue
22:32ter também mais tempo
22:33para ter um melhor
22:35diálogo na área comercial
22:36e deixar explícito
22:38que a balança comercial
22:41Brasil e Estados Unidos
22:42é muito favorável
22:43para os Estados Unidos.
22:44mas só para ficar
22:46claro,
22:46o governo brasileiro
22:47vai anunciar
22:48uma resposta
22:49antes do dia 1º de agosto
22:51ou não?
22:53Vai esperar o dia 1º de agosto
22:54para depois fazer alguma coisa?
22:56Não,
22:57o presidente fez ontem
22:58uma resposta
22:59e usou o mesmo
23:01uma resposta política
23:01e eu digo providências práticas.
23:02O recurso na OMC,
23:04por exemplo.
23:05Mas foi uma carta
23:06que eu acho
23:07que mostra a diferença.
23:09Não estou aqui
23:10fazendo acusação
23:11ao governo dos Estados Unidos,
23:12mas a carta
23:13que veio
23:13ela é confusa
23:14e usa argumentos
23:18que não são verdadeiros.
23:19O presidente Lula
23:20fez uma carta
23:21de estadista.
23:23Não comprou briga,
23:26defendeu o interesse nacional,
23:27a soberania nacional
23:28e apontou o caminho,
23:30mais adequado
23:31para ter entendimento.
23:33Agora,
23:33é claro que
23:34nesse meio termo,
23:36nesse meio tempo
23:37até 1º de agosto,
23:38nós temos que ver
23:39se as coisas evoluem.
23:41O próprio ministro Haddad
23:42da Fazenda
23:42deixou muito claro
23:43que estamos abertos
23:45a isso
23:45e eu acredito
23:47que também
23:49vai haver
23:50uma manifestação
23:51de dentro
23:52dos Estados Unidos.
23:53Setores
23:54e organizações
23:55que dependem
23:57da cadeia produtiva
23:58dos produtos
24:00que saem
24:01do Brasil
24:01para suas cadeias
24:02produtivas
24:03vão também
24:03fazer movimentos
24:05junto ao governo
24:06para que essa medida
24:07não entre em vigor
24:07dia 1º de agosto.
24:10Eu acredito muito nisso.
24:11Essa interdependência
24:12de cadeias produtivas
24:13tem produtos
24:14que entre o México
24:15e os Estados Unidos
24:15passou oito vezes
24:16na fronteira.
24:17Não dá para romper mais
24:19e viver assim.
24:20Então,
24:20o que você compra,
24:21suco de laranja
24:21vai vir de onde
24:22se o Brasil
24:22é o maior produtor
24:23de suco de laranja
24:24do mundo?
24:25Então,
24:25você vai parar
24:25de tomar suco de laranja
24:26nos Estados Unidos?
24:28Isso tem um custo.
24:30Paralisar todas as cadeias
24:31produtivas vinculadas a isso?
24:33Oito milhões de sacas
24:34de cafés que vão?
24:35O aço brasileiro
24:36que é 30%
24:37mais ou menos
24:38do que os Estados Unidos
24:39precisa de aço
24:40sai do Brasil.
24:42Então,
24:43vai ter reação interna
24:44certamente lá.
24:46E se nós soubermos trabalhar
24:47e tivermos uma linha
24:48como o presidente Lula
24:49tem apontado,
24:50quem sabe,
24:51primeiro,
24:52a gente pode pensar
24:53em adiar a entrada
24:54em vigor disso
24:54para que se possa avançar
24:56nas medidas necessárias.
24:58Mas,
24:59também do lado brasileiro
25:00tem uma parte
25:01que trabalha
25:02uma carga ideológica
25:03e política
25:03muito grande nisso,
25:05querendo,
25:05sabe,
25:06criaram esse ambiente
25:07para que tivesse
25:08essas medidas
25:09e eu tomara
25:11que não tenha colocado
25:12uma espécie de bode
25:13na sala.
25:15Você põe ali,
25:1650 para depois,
25:17tem um salvador da pátria,
25:19o mesmo que botou o bode,
25:20dizer que ele
25:21que vai tirar o bode.
25:22Então,
25:23eu estou falando
25:23do ex-presidente
25:24que está aí
25:25em vias de ser
25:26condenado
25:27pelo Supremo Tribunal Federal.
25:31Tomara que não faça
25:32uma medida dessa
25:32porque aí é brincar
25:33com o brasileiro,
25:35é brincar
25:35com o nosso país
25:37e eu acho que
25:38aquela história
25:40de cadê
25:41o Brasil em primeiro lugar,
25:42o Brasil acima de tudo.
25:45Jorge Viana,
25:46presidente da Apex Brasil,
25:47agência brasileira
25:48de promoção
25:49de exportações
25:50e investimentos.
25:51Muito obrigado
25:51pela gentileza
25:52da sua entrevista
25:53e um bom restinho
25:54de semana.
25:55Obrigado a você,
25:56Fábio.
25:57Obrigado.
25:57e aí
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