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Paulo Feldmann, professor da FIA Business School, analisou o impasse entre governo e Congresso sobre o aumento do IOF, a atuação do STF e os riscos fiscais envolvidos. Ele defende equilíbrio nas negociações e aponta caminhos para o ajuste das contas públicas.

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Transcrição
00:00Nosso assunto agora é a polêmica em torno do aumento do IAF.
00:03O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse acreditar numa saída negociada no Supremo Tribunal Federal
00:09entre o governo e o Congresso para essa questão.
00:12Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes teve sabedoria, dizendo,
00:18olha, é claro que questão jurídica o Supremo interpreta a Constituição
00:24e nós entendemos que temos o bom direito.
00:27O decreto é uma atribuição do Executivo e ele não tem nenhuma inconstitucionalidade,
00:35aliás, isso até já ocorreu, mas sempre o caminho do diálogo é um bom caminho.
00:42Vamos aguardar o dia 15, nós estamos muito otimistas.
00:47É que tem dois ansiosos na vida, os políticos e os jornalistas.
00:54Bom trabalho.
00:54Obrigada.
00:55Obrigada.
00:56Um dos temas mais discutidos nesta semana foi o projeto que derrubou o aumento do IOF,
01:02o Imposto sobre Operações Financeiras.
01:04O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes
01:08suspendeu todos os projetos, o do governo, que prevê a elevação do imposto,
01:13e o do Congresso, que suspende esse aumento.
01:16Moraes designou, então, uma audiência de conciliação para o próximo dia 15,
01:20essa data que o vice-presidente Geraldo Alckmin mencionou agora, e com as presidências da República, do Senado, da Câmara,
01:27além da Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União, a AGU e partes envolvidas.
01:33Sobre essa queda de braço entre o governo e o Congresso, nós vamos falar agora com o Paulo Feldman,
01:38professor da FIA Business School.
01:40Tudo bem, Paulo? Boa noite, seja muito bem-vindo ao Jornal Times Brasil.
01:44Boa noite, Natália. Obrigado pelo convite.
01:47A gente que agradece a sua disponibilidade.
01:50Bom, essa decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender todos os decretos do IOF
01:55tem a intenção, a motivação de aliviar as tensões entre Congresso e governador,
02:00como se diz, e governo, botar a bola no chão.
02:03De fato, a senhora acredita que isso vai apaziguar os ânimos no confronto entre os poderes?
02:09Tem espaço para uma conciliação?
02:12Sim. Eu acredito que sim.
02:14Agora, veja, numa negociação entre duas partes, não pode só uma ceder.
02:25E aí, não é um jogo ganha-ganha.
02:28Os dois, as duas partes, terão que ceder.
02:31O Congresso tem espaço para ceder e o governo federal também tem.
02:37O ministro Alexandre de Moraes será bem-sucedido na medida em que o governo realmente reduza seus gastos,
02:50há espaço para redução de gastos,
02:52e que o poder legislativo, o Congresso, também haja de forma a diminuir as emendas parlamentares.
03:03Eram chamadas de emendas secretas porque elas, as emendas, na verdade, o que pouca gente sabe,
03:10é que elas acabam entrando no orçamento do governo federal.
03:13Não, é o governo federal que paga as emendas dos parlamentares.
03:18Portanto, se as emendas parlamentares crescem muito em quantidade, em volume,
03:24sobra menos dinheiro para o governo federal.
03:28E o governo federal tem somente, ao seu dispor, algo chamado de despesas prisionárias.
03:36É uma parte muito pequena dos gastos do governo federal,
03:40porque quase 80% de tudo que o governo federal gasta não tem como mexer muito,
03:47porque são gastos de aposentadoria, de funcionários, de despesas de ministérios.
03:54É muito difícil mexer aí, só se for mexer nessa parte de funcionária.
03:59Mas nessa parte, hoje, 30% dela é gasto com as emendas parlamentares.
04:05Isso atrapalha muito o governo.
04:06Então, o governo tem que ceder, tem que cortar alguns gastos.
04:12Eu acredito que haja algum espaço para o governo federal, não há muito.
04:16Mas veja, hoje, por exemplo, o Brasil tem cerca de 2 milhões de servidores públicos.
04:262 milhões.
04:271 milhão desses 12 foram cargos comissionados.
04:33Não há necessidade do Brasil ter 1 milhão de cargos comissionados.
04:38Em outros países, cargos comissionados são muito poucos.
04:42A França tem, no máximo, 20 cargos.
04:45A Alemanha tem, no máximo, 15.
04:49Então, o Brasil tem 1 milhão.
04:52Dá para reduzir os cargos comissionados.
04:56Invertir essa fórmula de escolher pessoas de confiança do governante
05:02envolve não só o governo federal, mas também prefeitos, governadores estaduais.
05:08Todos gostam de indicar pessoas com cargos de confiança.
05:13Mas isso é necessário.
05:15O que é importante é que se escolha pessoas dentro da máquina pública.
05:20Olha para os servidores públicos.
05:22Não, olha se está trazendo pessoas de flora para acolharem os cargos de confiança.
05:27Mas, claro, vai.
05:28Essa é uma sugestão de que pode ser feita.
05:32É, só daí, né, já viria uma boa economia.
05:34Agora, professor Paulo, o governo contava com uma arrecadação de 10 bilhões de reais, né, com o IOF.
05:40E, de fato, não esperava, né?
05:42Se mostrou surpreso com a reação do Congresso, que acabou derrubando essa cobrança.
05:46E as contas públicas, então?
05:47Como é que ficam sem esse reforço de caixa que estava tomado ali como certo, né?
05:52E o senhor acredita que o arcabouço fiscal esteja em cheque?
05:54Essa é uma boa pergunta, na verdade.
05:58Justamente, se o governo não der ao seu discurso esse valor do IOF, é um valor difícil de saber exatamente qual é.
06:08As estimativas variam muito.
06:10Há estimativas que dizem que o IOF traria 60 bilhões a mais para o governo federal.
06:17Bom, mas o governo federal tem a fama de não cortar despesas e de aumentar impostos.
06:23Então, o governo federal precisa mudar isso, inverter isso.
06:28Se o governo federal não tiver mais o IOF, mas os parlamentares reduzirem as emendas parlamentares,
06:40fica elas por elas.
06:42Veja, 60 bilhões é o máximo que vai se arrecadar com o IOF.
06:48Mas 60 bilhões é também o que hoje o Brasil está pagando de emendas parlamentares.
06:54Então, são mais ou menos tamanhos equivalentes.
06:59Portanto, se se corta o IOF, mas se cortam também as emendas parlamentares,
07:04tem um caminho importante que talvez esse ano não consiga se resolver,
07:08mas no próximo ano, sim.
07:11Porque as emendas parlamentares têm um problema importantíssimo.
07:15Hoje, elas estão em torno dos 60 bilhões,
07:17mas se prever que no ano que vem, por cima, o ano eleitoral,
07:23vão cobrar, chegar a 120 bilhões de reais.
07:28Veja, isso vai significar que o governo federal não vai ter nada.
07:33Porque as tais das despesas excepcionárias no ano que vem
07:36são estimadas em 150 bilhões.
07:40E só as emendas parlamentares, como 120,
07:43não vai sobrar nada para o governo federal gastar.
07:45Então, veja, eu acho que o IOF talvez tenha que realmente ser descontinuado,
07:53esse aumento do IOF tenha que ser descontinuado,
07:56porque essa é uma exigência.
07:57O Congresso é uma exigência de mudar essa pecha de que o governo gasta muito.
08:02O governo é caro no Brasil.
08:04Isso tem que ser modificado.
08:06Mas, justamente, as partes, como eu disse, as duas partes têm que ceder.
08:11Se o governo federal abre mão do IOF,
08:13os deputados e senadores também precisam abrir mão dos lançamentos parlamentares.
08:19Aí, sim, é um jogo que ganha o governo.
08:22Mas aí é difícil a gente acreditar que alguém vai ceder nesse ponto, né, professor?
08:29Agora, esse clima, bom, no caso, essa batalha está judicializada, né?
08:33Mas o impacto dessa indecisão, né, dessa indefinição entre governo e Congresso,
08:41tem risco de descontaminar próximas votações dos parlamentares
08:45e acabar criando um efeito dominó em outras pautas importantes para a economia, por exemplo?
08:48Sim, esse é o perigo maior.
08:53Veja, esse é o problema do Brasil.
08:56Porque no Brasil a gente tem sem presidência líquida.
09:02O poder legislativo é um poder muito grande no Brasil.
09:06E quando o país elege um presidente que tem uma linha política
09:11e um Congresso que a maioria é da outra linha,
09:17nós vamos ter muitos impasses e muitas divergências.
09:22Por isso é um problema difícil.
09:24Mas o que você pergunta, Natália, faz todo sentido.
09:29Pode acontecer que não se chegar a um acordo agora...
09:34Eu acho que não se chegar a um acordo...
09:36O ministro Alexandre Moraes é muito...
09:38Gente, ele não propôs isso para que dê errado.
09:44Porque o que der errado vai apresentar a própria imagem do Antônio Supremo
09:48e do ministro, o Alexandre Moraes.
09:51Então, eu acho que vai dar certo.
09:53Mas se der errado, se a negociação não frutificar,
09:58isso será um problema muito sério para o país.
10:01Vai ter um impasse.
10:02O que der errado no impasse gera uma perspectiva futura,
10:08muito negativa para o país.
10:10A primeira coisa que vai acontecer diante do impasse
10:13é que o dólar começasse a querer proteger o dólar.
10:18O dólar vai disparar.
10:19O dólar disparando, nós vamos ter problemas sérios com as importações.
10:24O Brasil tem muito de importações.
10:27O Brasil tem muito de importações.
10:28especializados, tem que estar muito mais caros.
10:31Ou, antes que nós temos uma crise política séria no Brasil,
10:36isso reflete a desvalorização do real,
10:40aumento da taxa do dólar,
10:42e uma redução da dificuldade econômica,
10:46com a inflação.
10:47Porque quando o real se desvaloriza,
10:50a gente acaba tendo a inflação.
10:51Então, seria realmente o pior dos mundos para o Brasil
10:55se essa negociação fracassar.
11:00Por isso, temos todos que conseguem rezar para que ela dê certo.
11:05Muito importante.
11:07Foi em boa hora que o ministro Alexandre Moraes tomou essa decisão,
11:11porque ele percebeu que nós estávamos caminhando
11:15para uma situação muito fácil,
11:18uma situação muito ruim.
11:20Você vê a troca de palavras entre o ministro Haddad,
11:26o povo presidente da República e os deputados,
11:30estava num crescente muito ruim para o país.
11:34Quer dizer, a gente estava chegando num clima de estresse muito alto,
11:39os dois lados muito estressados,
11:42os dois lados falando que não abriram mão de nada,
11:45e ainda bem que agora temos essa negociação.
11:50Nenhum dos dois estava muito dificil a negociar.
11:53Então, por isso que a iniciativa do ministro Alexandre Moraes
11:57foi perfeita.
11:59Perfeita.
12:00Foi muito boa mesmo.
12:02E é capaz que nós consigamos evitar esse impasse.
12:07Esse impasse que você perguntou agora,
12:10se não der certo, é muito ruim para nós.
12:14É muito ruim.
12:15Porque na economia,
12:16as coisas são muito também...
12:21A questão emocional é muito importante,
12:24principalmente as expectativas futuras.
12:26Se todo mundo começa a achar que o futuro será muito ruim,
12:31porque justamente o impasse,
12:34cresce, não consegue negociar,
12:37todo mundo começa a achar que o futuro vai ser ruim,
12:40ele acaba sendo o mesmo.
12:41Então, tomara que dê certo,
12:46porque, pelo visto,
12:48ambas as partes têm sido declarações
12:52muito favoráveis à iniciativa do ministro Alexandre Moraes.
12:56Está certo.
12:56Quero agradecer, então,
12:58o professor Paulo Feldman,
12:59da FIA Business School,
13:01pela participação nessa noite aqui no Jornal Times Brasil.
13:04Muito obrigada.
13:04Ótima noite para o senhor.
13:06Eu que agradeço.
13:07É um prazer imenso poder falar com vocês da Times Brasil
13:11e com todos o público,
13:13telespectadores e ouvintes.
13:15Obrigada.
13:15Obrigada.
13:15Até a próxima.
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