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A Câmara rejeitou o aumento do IOF e o governo busca alternativas para cumprir a meta fiscal. Em entrevista ao Real Time, Alisson Corrêa, analista e cofundador da Dom Investimentos, analisou o impacto político, o risco fiscal e os reflexos no mercado.

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Transcrição
00:00A Câmara dos Deputados aprovou por 346 votos a 97 o regime de urgência para um projeto que derruba o novo decreto do governo sobre o aumento do IOF.
00:10Para falar sobre o tema, eu converso agora com o Alisson Correia, que é analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos.
00:16Bom dia para você, Alisson. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:20Bom dia, Marcelo. Tudo bom? Como que vocês estão? Um ótimo dia para todos os telespectadores.
00:25Tudo bem por aqui. Bom, esse placar tão expressivo mostra que não tem clima político nesse momento para aumentar o IOF, né?
00:34É, na verdade, nunca teve, né?
00:37Acho que o mercado em si, quando a gente teve essa notícia, se eu não me engano, há três ou quatro semanas atrás, reagiu muito mal.
00:45E várias entidades do mercado financeiro vêm sinalizando, eles vêm se posicionando, eles vêm conversando bastante
00:53com membros, tanto do governo como membros da oposição.
01:00A própria FEBRABAN, que é a entidade que representa o setor financeiro, o setor bancário,
01:06explicou de uma forma detalhada o quanto que isso poderia impactar na ponta de linha
01:11para quem precisa de empréstimos, para quem precisa rolar dívidas, enfim.
01:16Então, assim, já era um certo consenso de que, muito dificilmente, isso seria aprovado.
01:23Claro que depois daquela conversa no domingo de cinco horas, né, entre o governo e os líderes da Câmara e do Senado,
01:33se imaginou de que, de repente, poderiam ter alguns meios de substituição que fossem menos honorosos aí
01:41para o bolso da população, mas, pelo visto, não se chegou nesse consenso.
01:47E após essa votação, igual você comentou, né, de 346 contra 97, está claro de que não haverá vida fácil
01:56para aprovação, não nessa linha, não na ponta do IOF, né?
02:01Isso ficou muito claro e o próprio presidente da Câmara, Hugo Mota, acabou colocando isso
02:07nas suas próprias redes sociais.
02:08Agora, Alisson, de alguma maneira, o governo tem que fechar as contas para cumprir a meta do déficit zero.
02:13Você acha que a medida provisória que o governo está propondo é o caminho?
02:18Na verdade, Marcelo, eu acho que ele está jogando com as cartas que tem, né?
02:24Quanto mais ele vai sendo apertado, algumas outras possibilidades podem surgir.
02:29A questão de taxar as LCIs, de taxar as LSAs, de taxar os investimentos em criptoativos,
02:39enfim, de colocar aí, eles estão mexendo naquilo que eles têm na mão.
02:47Eles só não estão mexendo naquilo que todo mundo gostaria, que é em corte de custos,
02:52em corte de despesas, em corte de gastos.
02:55E está muito claro, principalmente por parte dos parlamentares,
03:00de que não vai ser aprovado se não vier um mix de medidas
03:04com uma combinação de corte de gastos.
03:11Isso está muito claro.
03:12É até porque tem um jogo político, né, Marcelo?
03:15A gente tem eleições ano que vem.
03:17E eles querem jogar no seguinte sentido, obviamente,
03:21de que nós somos a favor do corte de gastos.
03:24Eles, que eu digo, são os parlamentares.
03:26Nós que estamos forçando o governo a fazer isso.
03:28Nós não somos a favor, porque isso é pauta de campanha.
03:31Não tenha dúvida disso.
03:33Então, a gente vive num momento muito delicado.
03:35Como você coloca, o governo precisa arrumar aproximadamente 40 bilhões
03:40para fechar essa conta até o final do ano.
03:42E o final do ano está logo aí.
03:43Estamos indo para a metade do semestre, quase.
03:47Vamos encerrar o semestre daqui a menos de 15 dias.
03:50Então, teremos quase seis meses, né?
03:53Ou seja, isso está muito em cima.
03:54O cobertor está curto.
03:56E o governo vai ter que correr aí para tentar arrumar receitas
04:00para poder compor isso.
04:02Não vai ser fácil, não.
04:03Não tem...
04:03O cobertor é curto.
04:05Agora, essa disputa entre o Congresso e o governo
04:07afeta de alguma maneira a confiança dos investidores?
04:11Ah, com certeza.
04:12Com certeza.
04:13Agora, na verdade, eu acho que o governo vai ter uma oportunidade, né?
04:18Se ele olhar com a mesma ótica aí que a oposição e os parlamentares estão olhando,
04:25ele vai ter uma oportunidade, de repente, para sinalizar para a população
04:28que ele também consegue fazer ajustes necessários, né?
04:32Quando a gente fala de contenção de gastos.
04:34Eu acho que é uma baita oportunidade para o governo conseguir fazer isso
04:37e a popularidade e a aceitação não ser tão negativa, né?
04:43Como vem sendo.
04:45Então, agora, tudo se remete ao que pode acontecer na eleição de 2026.
04:50Então, ele poderia aproveitar isso, de repente, ceder aí em relação aos custos,
04:55aos gastos, às despesas e, ao mesmo tempo, trazer ideias.
04:59Como, por exemplo, a taxação das bets, taxação das criptos.
05:02Existem cartas que dá para utilizar, né?
05:04Só que não dá para, simplesmente, você empurrar a taxação em cima de taxação.
05:08Você vai piorar a inflação, você vai ter um contexto de endividamento muito maior
05:12e, do lado do governo, você não tem um corte de nada, né?
05:16Então, realmente, é esse jogo, vamos colocar assim, que todo mundo está esperando.
05:22Bom, tudo que a gente está vendo agora é um esforço para chegar ao fim de 2026
05:26com as contas mais ou menos equilibradas.
05:28A partir daí, que tipo de medida estruturante você acha que deveria ser adotada
05:33no próximo mandato, seja quem for o presidente?
05:37Eu acho que, se a gente conseguir ter uma medida concisa de repasses, né?
05:44De arrecadação de receita junto com cortes,
05:47eu acho que a gente consegue já nascer um novo governo muito melhor estruturado
05:51com uma previsibilidade de contas muito maior,
05:54que é algo que hoje a gente não tem.
05:56O que a gente tem hoje é o rombo.
05:57Todo mundo sabe quanto que vai ser o rombo.
06:00Todo mundo sabe quanto que a gente vai precisar arrecadar.
06:02Ok, beleza.
06:03O que ninguém sabe é de onde que o dinheiro vai vir.
06:05Então, o governo demorou demais para sinalizar de onde poderia vir.
06:10E o que aconteceu?
06:11Foi efeito surpresa.
06:12Então, surpresa, atrás de surpresa, é algo que desagrada todo mundo.
06:15Desagrada a população, desagrada os investidores,
06:18enfim, desagrada as entidades internacionais que estão olhando para o nosso fiscal.
06:23Olha aí a nossa nota de risco, por exemplo,
06:25a própria Mudes, que tinha sinalizado uma perspectiva positiva,
06:29teve que voltar atrás, muito por conta disso.
06:32Então, a gente fica realmente sendo olhando de lado,
06:36todo mundo olhando de lado para o Brasil,
06:38até a hora que a gente não tem essa clareza.
06:39Então, acho que se a gente conseguir chegar até o final de 2026
06:45com as receitas cobertas e com uma estrutura de arrecadação coerente
06:52junto com, principalmente, um pacote de corte de despesas,
06:56cara, eu acredito que temos tudo para ter aí,
06:59para quem assumir, ou seja, o governo atual, se ele for ficar,
07:04ou para um outro governo que for chegar,
07:07ter aí um cenário muito melhor aí para os próximos anos.
07:11Até agora você está vendo algum efeito sério
07:14do conflito entre Israel e Irã na Bolsa aqui no Brasil?
07:17Olha, Marcelo, isso é uma pergunta que me fazem
07:20e estão me fazendo bastante,
07:23e a resposta é não.
07:25Pelo contrário, cara, é muito...
07:27É muito...
07:28É muito diferente, né?
07:32Porque as pessoas imaginam o seguinte,
07:34pô, está tendo uma guerra, né?
07:36Está tendo aí uns ataques sem precedentes
07:38ali nos Emirados Árabes,
07:40você tem aí o Irã,
07:41um dos grandes produtores e exportadores de petróleo do mundo,
07:44você tem aí um conflito histórico.
07:46Aí quando você olha, por exemplo,
07:48ontem o nosso dólar rompeu a barreira dos 5,50,
07:50foi para 5,48,
07:52a nossa Bolsa chegou a subir 2%,
07:54as Bolsas Americanas, Europeias, Asiáticas,
07:56tudo em forte alta no dia de ontem.
07:58Então as pessoas falam,
07:59ué, será que o mercado está deixando de lado isso?
08:02É que, na verdade,
08:03a gente tem um conflito que ele é muito pontual.
08:05O que poderia ser mais prejudicial ali,
08:08olhando, obviamente,
08:09somente a ótica de preços de mercado,
08:11não levando à questão social, enfim,
08:15seria o petróleo.
08:17Então qual que era o grande receio,
08:19continua sendo o grande receio,
08:21é que o Estreito de Hormuz ali,
08:23onde você tem a maior circulação,
08:25que sai ali da Arábia Saudita,
08:27do Iraque, do Irã,
08:28quando você tem a maior circulação ali,
08:32de containers e de navios que trafegam petróleo,
08:35que aquilo seja fechado,
08:37que aquilo seja realmente impactado
08:39por conta desses ataques.
08:41Essa é a maior preocupação do mercado como um todo
08:44e isso tenderia a levar os preços do barril
08:48muito para cima.
08:50Fora isso, por enquanto,
08:52os mercados estão, cara, super tranquilos.
08:55Neste momento, Marcelão,
08:56para te atualizar,
08:57a Bolsa já abriu,
08:57fazem cinco minutos, né?
08:59O nosso mercado à vista.
09:00Está subindo 0,16% mais uma vez.
09:03Está em alta, 0,20%, 0,10%.
09:07O nosso dólar, neste momento,
09:09trabalha de novo na casa dos 5,48%.
09:11Neste momento exato,
09:12que a gente fala 10 e 5 da manhã,
09:13está na mínima.
09:14Então, assim, realmente,
09:16isso não está fazendo o preço, tá?
09:19E a gente tem um componente aqui,
09:20só que eu queria compartilhar com vocês,
09:22até o título de curiosidade.
09:23Toda vez que a gente tem um final de semestre,
09:26você tem uma janela
09:27que é super importante para os gestores, tá?
09:30O que acontece?
09:30Quando você tem fechamento de semestre,
09:33geralmente você tem uma entrega de rentabilidade
09:36para cotistas
09:38que acabam pagando os gestores.
09:40Ou seja,
09:41o pagamento em cima de performance semestrais
09:44fecha agora no final do mês.
09:46E o que isso tem a ver, Alisson?
09:48Se eu não tenho nem algo,
09:51nenhuma catástrofe no sentido de pandemia,
09:54numa crise financeira,
09:55numa crise sistêmica,
09:57porque o que a gente está vendo ali
09:58são ataques nos Emirados Árabes,
09:59mas não vem a ser sistêmico,
10:01geralmente,
10:02isso não é uma regra,
10:03mas geralmente a Bolsa tende a subir no mês,
10:05porque essas pessoas se beneficiam
10:07da falta de notícias ruins,
10:11vamos colocar assim,
10:12para os preços,
10:12acabam forçando os ativos para cima,
10:15porque eles acabam recebendo
10:16uma performance maior
10:17em cima da rentabilidade,
10:19entregam, obviamente,
10:20resultados melhores para os seus cotistas.
10:22Isso é algo que é bem conhecido
10:23no mercado financeiro,
10:24só queria compartilhar,
10:26talvez tenhamos muitos telespectadores
10:28aí que investem,
10:29ou que seja título de curiosidade também,
10:31porque junho é um mês um pouquinho
10:33atípico nesse sentido.
10:35Então, se nós não tivermos
10:36nada mais agravante,
10:38a tendência para junho
10:40vai continuar sendo essa,
10:41a Bolsa para cima
10:42e o dólar para baixo.
10:44Está certo.
10:44Alisson Correia,
10:45analista de investimentos
10:46e cofundador da Dom Investimentos.
10:48Muito obrigado pela sua participação
10:50hoje aqui no Real Time.
10:51Bom dia.
10:52Bom dia, Marcelo.
10:53Bom dia para vocês.
10:54Valeu.
10:54E aí
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