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A crise em torno do aumento do IOF chegou ao STF. A repórter Fernanda Sette explicou no Agora como Alexandre de Moraes deve liderar a mediação entre Executivo e Congresso. Mariana Almeida analisou o impacto político e fiscal da disputa, que já afeta projetos como a isenção do IR. 

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Transcrição
00:00Legal, então vamos saber mais um pouquinho sobre a crise do IOF,
00:03que agora a gente vai pra Brasília com a repórter Fernanda Sete,
00:06que está também chegando aqui no Agora.
00:09Fernanda Sete, muito bom dia pra você.
00:11A bola agora está com o Supremo Tribunal Federal,
00:14como a gente disse ontem aqui, eu disse no Agora,
00:18o recurso do governo ficou mesmo nas mãos de Alexandre de Moraes,
00:23que já estava com uma ação do PSOL em relação à derrubada do decreto de aumento do IOF,
00:28como são temas com os mesmos interesses, então fica com o mesmo relator.
00:33Alexandre de Moraes vai analisar se o tema é ou não inconstitucional,
00:38segundo aí o que pediu o governo federal por meio da Advocacia Geral da União.
00:44E o que se fala por aí, Fernanda Sete?
00:46Porque esse assunto vai dar o que falar, não vai ser tão simples assim, não é mesmo?
00:50Seja bem-vinda ao Agora.
00:53Muito obrigada, Eric Klein.
00:55Bom dia pra você, pra Mari, claro, pra todos que nos assistem.
00:58O ministro Alexandre de Moraes deverá liderar essa negociação entre o Poder Executivo e o Legislativo.
01:06Ele é o relator da ação no STF, que trata da declaração de constitucionalidade do decreto do governo federal,
01:13que elevou as alíquotas do IOF, imposto sobre operações financeiras.
01:18Além disso, a AGU também requer, em caráter, eliminar o reconhecimento da inconstitucionalidade do decreto legislativo,
01:26que sustou os efeitos do IOF.
01:29Essa crise, Clay, entre o Legislativo e o Executivo começou lá atrás,
01:35quando o presidente da Câmara, o presidente da Câmara, Hugo Mota,
01:39publicou em suas redes sociais que iria pautar o PDL, o projeto de decreto legislativo, no dia seguinte.
01:45O presidente Lula classificou o gesto como traição.
01:49Mas lembrando que, na segunda-feira, o presidente da Câmara, Hugo Mota,
01:52publicou um vídeo, desculpa, em suas redes sociais e afirmou que não traiu o Palácio do Planalto
02:00e classificou o discurso do presidente Lula como polarização social,
02:05para o presidente Lula alimentar essa polarização social.
02:09Além disso, apesar de reconhecerem a força da AGU em uma possível vitória do presidente Lula,
02:18os ministros do STF temem, de fato, essa repercussão da política,
02:25essa repercussão dessa disputa política, digamos assim.
02:28No STF, há precedentes que sinalizam um caminho favorável ao governo na tramitação dessa ação.
02:36Isso porque houve decisões lá em 2019, 2020 e também em 2023
02:43que rejeitaram a sustação de decretos por assembleia legislativas contra atos de governo estaduais.
02:52Então, já houve um histórico na Suprema Corte onde houve a vitória do governo.
02:58Então, há uma expectativa positiva com relação ao governo federal.
03:03E lembrando, Clay, também que a partir desta quarta-feira, dia 2 de julho,
03:08parte desse debate será transferido para Portugal.
03:12Isso porque integrantes do governo e também ministros do STF participam do 13º Fórum de Lisboa.
03:21O evento vai contar com a presença de diversas autoridades,
03:25principalmente e vai contar também com a presença do autor da ação,
03:30o advogado-geral da União, Jorge Messias.
03:33E também vai contar com a presença do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.
03:39Vale a gente ressaltar também que Jorge Messias defende que o decreto
03:45que elevou as alíquotas do IOF é constitucional
03:49e não poderia ter sido suspenso pelo Congresso Nacional.
03:55Ontem, na entrevista coletiva que ele concedeu para toda a imprensa,
04:00ele afirmou que essa ação que a AGU entrou no STF
04:04foi comunicada para o presidente da Câmara, Hugo Motto,
04:09e também para o presidente do Senado Federal, Davi Alcolombo.
04:13Então, há uma expectativa positiva com relação ao Poder Executivo,
04:18já que houve, como eu falei, outras ações em anos anteriores,
04:23onde a decisão foi favorável para o governo.
04:27Cláudio, eu volto com você.
04:29Obrigado, Fernanda Sete, pelas informações.
04:31Você está aí já no evento Brasil 2030,
04:35o Caminhos para o Desenvolvimento,
04:37que é promovido pelo Times Brasil Licenciado Exclusivo, CNBC.
04:40Aí o evento vai discutir pautas, inclusive, para a COP30.
04:44Então, daqui a pouco você volta e nos conta as novidades
04:47que está sendo discutido aí no evento.
04:48Combinado, Fê?
04:51Combinado, Cláudio.
04:53Até já, então. Obrigado.
04:55Maria Almeida, essa crise no IOF,
04:57que virou uma crise institucional entre poderes,
04:59Executivo e Legislativo.
05:01Ontem, o ministro Haddad, a gente mostrou aqui,
05:03deu uma arrefecida nesse embate.
05:06E depois, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
05:08também prefirou colocar panos quentes
05:11do governo ter acionado o STF,
05:14disse que o governo tinha direito de judicializar esta questão,
05:19mas o embrólio ainda é grande,
05:20porque, assim, não tem muita saída.
05:23Se aumentar o Congresso, se voltar o decreto,
05:26o Congresso pode retalhar o governo.
05:28Exato. E aí vamos ver essa retaliação até onde vai,
05:31porque um dos principais projetos é o projeto também
05:34de isenção do imposto de renda,
05:35que é um projeto bastante popular,
05:37porque muita gente se beneficia
05:39dessa isenção até 5 mil reais
05:41que o governo mandou como proposta.
05:43E aí precisa entender como que o Congresso vai,
05:45o que vai pesar mais na conta do Congresso, né?
05:47Como é que ele vai se posicionar em relação à sua base,
05:49que provavelmente inclui gente que ficaria isenta,
05:52ou se a briga com o governo,
05:53o posicionamento ali contrário,
05:55em termos de instituição,
05:56vai pesar mais forte, vai falar mais alto
05:58e vai acabar levando o Congresso
05:59a também querer ser duro com esse projeto.
06:02Mas, assim, acho que volta uma coisa
06:03que a gente vem comentando aí
06:04ao longo dessa semana,
06:06que é o quê?
06:07Tem uma parte que é uma briga,
06:08uma camada política de quem é que vai fazer o quê,
06:11como é que vai ficar a narrativa.
06:13E tem outra que é o mérito, né?
06:15Qual o mérito?
06:16Como fechar as contas deste ano,
06:18se não for por aqui, por onde é, né?
06:20E aí, por último, no fundo,
06:22também a questão de quem pode ou não pode aumentar
06:24a questão do IOF,
06:25se está dentro da lei ou não está dentro da lei,
06:27das normas,
06:28esse tipo de movimento que foi feito,
06:30seja pelo Poder Executivo,
06:31seja pelo Legislativo,
06:32que a dúvida é qual é a interpretação.
06:34Mas, fora a interpretação técnica,
06:36volta o mérito.
06:37E é isso.
06:37Afinal de contas,
06:38como é que a gente vai fechar a conta
06:39que é o que mais pode impactar, de fato,
06:41a economia como um todo no médio prazo?
06:43Porque a percepção é o seguinte,
06:45a discussão econômica,
06:46na verdade, virou discussão política.
06:48A economia foi deixada em segundo plano.
06:51E aí eu digo para você,
06:52bem-vinda às eleições presidenciais 2026,
06:55Marialmente.
06:55É que nesse país a gente até brincou,
06:56ou você está nas eleições
06:57ou você está no ano pré-eleitoral.
06:59Não existe ano sem ser marcado por eleições.
07:01Ou a gente está votando,
07:03ou a gente está se organizando para votar.
07:04Porque tem eleição a cada dois anos,
07:06então acaba sendo muito forte.
07:08E aí não tem como separar a economia de política.
07:11A questão é o que é que está ganhando
07:12mais contornos no debate público.
07:14E nesse caso,
07:15ele começa com um contorno bem econômico,
07:17porque tem uma discussão sobre,
07:19primeiro, questão fiscal e contas públicas.
07:21Depois, sobre,
07:22em se tendo um problema fiscal,
07:24quais são as ferramentas disponíveis,
07:26qual é a questão,
07:27onde incide o IOF,
07:28quem paga mais o IOF,
07:29sobre que parte da economia
07:31isso pode gerar mais ou menos benefício,
07:33esse é um debate.
07:34Mas aí,
07:35a gente deixou esse debate no cantinho,
07:37parou de discutir quem paga o IOF,
07:38quem não paga,
07:39qual que é o patamar de tarifa aceitável,
07:41qual que não é.
07:41Virou embate político.
07:43E aí,
07:43quem perde é o Brasil.
07:44É.
07:45É.
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