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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou no evento da Fundação FHC sobre globalização, política monetária e impactos externos na economia do Brasil. O ex-presidente do BC Armínio Fraga também participou.

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Transcrição
00:00Agora a gente vai com imagens ao vivo de São Paulo, onde o presidente do Banco Central,
00:04Gabriel Galípolo, está participando de um evento, ele está fazendo uma palestra agora
00:09sobre o novo cenário externo.
00:11Esse evento aí é promovido pela Fundação FHC e vai ter participação também do ex-presidente
00:16do Banco Central, Armínio Fraga.
00:18Vamos ouvir então um trecho desse discurso aí do Galípolo.
00:22Para atender, conversar, debater, trocar ideia, e realmente é um privilégio exorbitante
00:28poder contar com essa amizade do Armínio aqui e essa parceria do Armínio ao longo desse período.
00:35E, Sérgio, eu vou te contar uma coisa que talvez te interesse.
00:39Eu acho que eu tenho um material inédito do presidente Fernando Henrique Cardoso.
00:43Eu sabia, uma entrevista inédita do presidente Fernando Henrique Cardoso.
00:46E eu vou te contar, que ele acha que está numa caixa de sapato de fita cassete gravada ali.
00:50Quando eu devia ter uns 21, 22 anos de idade, o professor José Arthur Gianotti tinha lançado um livro.
00:57e eu, dentro daquela arrogância que só os 21, 22 anos de idade te dão,
01:01estava num jantar e falei assim, ó, o livro claramente tem um conceito equivocado,
01:05que é isso aqui, não é.
01:07Só os 21, 22 anos, você pode falar um negócio desse tipo.
01:11Mas das coisas mais importantes que existem na vida é você ter professores que,
01:15mesmo quando você está com essa idade, com essa arrogância, te escutam.
01:17E dão algum tipo de...
01:19Pô, você tem um ponto aí.
01:21Você tem um ponto.
01:22Nott te disse isso?
01:23Não, não, não foi o Japão.
01:25Foram figuras...
01:26Foram figuras...
01:27Eu conheci o Janotti suficientemente bem pra não entender aquele filme.
01:32Mas o Eduardo Kugel, mas que você também conheceu, que estava no jantar, querido.
01:36Doce de criatura.
01:36Um doce, um doce, querido.
01:38Falou, pô, a gente devia chamar umas conversas.
01:40Vamos chamar ele pra conversar, pra gente debater isso e o quê.
01:43E isso passou a virar uma série de conversas na casa do Beluso,
01:46que estava nesse jantar na época.
01:48E uma das conversas foi com o presidente Flamengo Cardoso.
01:52Se eu não me engano, estava, além do Kugel, mas do Beluso, estava o Schwartz
01:56e acho que o Pércio também estava nessa conversa.
01:59Que foi uma conversa maravilhosa que foi gravada ali.
02:03Preciso ver se eu encontro a transcrição, porque eu que fiz a transcrição deve estar horrorosa,
02:06porque eu que fiz a transcrição.
02:08Mas esse processo de poder ter esse convívio, eu lembro, foi das coisas mais importantes pra mim.
02:15E eu lembro muito do impacto que eu já tinha,
02:19tanto do dependência e desenvolvimento, quanto do empresariado industrial na minha formação ali.
02:24Porque eu cresci naquele momento da discussão sobre se existia ou não uma contradição
02:30entre o que havia sido escrito e o que estava acontecendo.
02:32E pra mim, eu já tinha na cabeça aquela produção como uma superação
02:38daquele debate de contradição entre o nacional e o internacional.
02:43Como uma síntese que propunha uma questão de como é que você vai dizer,
02:48pra pegar os livros que ele mesmo chamou de livros que fundaram o país,
02:52como é que você vai tratar um nacional numa concepção tradicional
02:56de um sistema econômico que surge através da expansão do sistema econômico global.
03:01E aquilo que estava ali presente, pra mim, já era uma premonição
03:05daquilo que a gente veio assistir depois de maneira mais intensa
03:08e a ser categorizado como processo de globalização.
03:14Aliás, acabei participando no Manpox, a convite do Eduardo Kulg,
03:18mas ali na época eu lembro de um texto que era alguma coisa de Celso Furtado e FHC,
03:23justamente colocando esses dois pontos.
03:26Esse tema da globalização, que eu acho que a gente está lidando com essas contradições de novo
03:33sobre o que é o nacional e o internacional em diversas dimensões agora,
03:38eu acho que tem dimensões que repetem problemas do passado, já conhecidos,
03:44mas numa dimensão de complexidade superior,
03:46e problemas que estão colocando esta questão de você ter um sistema econômico
03:52que foi muito exitoso em se globalizar,
03:55muito exitoso em se globalizar,
03:58porém que você ainda tem regimes jurídicos e de organizações sociais
04:02que se dão dentro de espaços nacionais.
04:04Esse conflito está bastante claro, acho, hoje,
04:09tanto no ponto de discussões de jurisdição,
04:12quanto de questões de política econômica.
04:14Se a gente pegar, e eu vou começar daí,
04:18da questão internacional, antes de chegar na apresentação falando da questão local,
04:23eu acho que, separando das críticas que podem ser feitas ali,
04:27de maneira mais acalorada no debate que tem, às vezes, nas redes sociais,
04:33eu acho que o que está por trás de uma estratégia hoje,
04:35quando a gente enxerga o que é a política econômica do governo norte-americano,
04:38do governo Trump especificamente,
04:40é uma tentativa de equacionar um problema que é conhecido para países
04:45que têm a sua moeda como uma moeda reserva internacional,
04:48que geralmente convivem junto com déficit em transações correntes elevados.
04:52Países que detêm a sua moeda como moeda internacional
04:55costumam ter déficit em transações correntes.
04:56Isso foi um problema, por exemplo, que a Inglaterra passa
04:59durante o começo do século passado.
05:06E ali, naquele momento,
05:08inclusive o Churchill é criticado
05:10por ter tentando valorizar de novo a Libra ali,
05:13o que era o economista mais proeminente da época,
05:17ao tentar valorizar e recolocar a condição da Libra
05:19de moeda internacional através da sua apreciação
05:23e como aquilo tem um impacto
05:24na questão de competitividade da economia
05:28e da indústria inglesa naquele momento.
05:31Agora, eu acho que tem uma intenção
05:34de você tentar reduzir esta questão
05:38do déficit em transações correntes,
05:40mas sem perder a posição do dólar
05:43enquanto moeda internacional,
05:46mas num patamar mais complexo,
05:48porque naquele momento talvez era mais óbvia
05:51a coincidência de interesses nacionais e econômicos.
05:55Ou seja, os interesses econômicos dos países
05:59que estavam ali disputando espaço no mercado global,
06:02muitas vezes você associava aos interesses das empresas
06:06ou de quem era responsável pela questão econômica naquele país
06:12e aquilo se entendia com os interesses do país especificamente.
06:15Eu acho que agora o desafio é mais complexo
06:19ao endereçar essa questão,
06:20porque quando começa o processo,
06:22para pegar um marco aqui bastante representativo,
06:26que é a entrada da China no AMC,
06:29quando acontece isso,
06:30muito do discurso era
06:31os Estados Unidos vão passar a ter acesso
06:33a um dos maiores mercados consumidores potenciais do mundo.
06:36E eu acho que a partir daí a gente passou a assistir
06:38uma fragmentação, vamos dizer assim,
06:40do ponto de vista do ciclo da demanda efetiva,
06:43que era um pouco mais localizado regionalmente,
06:46de maneira mais ampliada,
06:47onde você distribuiu ali,
06:49a manufatura se concentrou geograficamente mais no local,
06:52consumo de matéria-prima mais em algum outro lugar,
06:55o consumo permanece ali nos Estados Unidos e na Europa Ocidental,
07:00em grande medida.
07:01O déficit em transações correntes que os Estados Unidos têm
07:05é uma forma de um subsídio de consumo
07:07ou para o consumo das famílias norte-americanas.
07:11Então, ele é mais complexo, esse processo, me parece,
07:15porque você está num arranjo
07:16onde as relações econômicas
07:20não se dão mais num espaço nacional
07:23ou no mesmo espaço que se organiza a sociedade,
07:26a democracia e as leis, vamos dizer assim.
07:29Isso gera uma complexidade, para mim, acho mais ampla.
07:34E aí é curioso, inclusive nos debates
07:37com altas autoridades que a gente vê do governo americano,
07:42ser colocado o fato deles serem deficitários
07:46como um ponto de vantagem na negociação,
07:48ou seja, se eu já sou deficitário,
07:50quando eu inaugurar uma negociação,
07:52eu tenho menos a perder ao colocar novas regras.
07:54Essa é a visão que é defendida por parte dessas autoridades
07:59que estão olhando sobre a questão do saldo comercial.
08:02Mas também é colocado como uma desvantagem
08:05o receio de pressões, vamos chamar assim,
08:07populares ou democráticas,
08:09porque a partir do momento que você passar
08:10a fazer algum tipo de tarifação,
08:12provavelmente essas famílias que gozaram
08:14nas últimas décadas de poder consumir barato
08:16com a exportação de desinflação que vem da China,
08:19da periferia, da Ásia ali,
08:21também vai gerar um custo social e político
08:24e isso tende a ter uma questão mais delicada
08:28para ser enfrentada.
08:30E aí me parece ter uma estratégia por trás disso.
08:32A estratégia parece ser,
08:33eu prefiro confinar o debate
08:35para a questão comercial,
08:38porque lá tenho muito a ganhar e pouco a perder,
08:41e quero fazer esse debate sempre de maneira bilateral,
08:43porque no bilateral é onde eu consigo ter,
08:46talvez, maior poder de negociação,
08:48porque a distância de um para um ali se faz maior de poder.
08:54Se a gente analisar,
08:55tem números aqui que eu sempre remeto aqui
08:58ao diretor de política e monetária que eu gosto de lembrar,
09:00o Newton,
09:01você está olhando para os Estados Unidos,
09:04que é mais ou menos 20%, 25% do PIB global,
09:08mas é 10% do comércio global,
09:10e se eu olhar para ativos financeiros,
09:12estou falando de coisa próxima a 50% dos ativos financeiros do globo,
09:15e se eu olhar para moedas conversíveis,
09:18eu vou para lá de 70%.
09:19Então,
09:20aí é uma posição bastante difícil de você enxergar algum tipo de ameaça.
09:28Se eu olhar para o caso de mercado de equities,
09:31de ações, por exemplo,
09:33a gente já vem assistindo um processo de centralização
09:36deste mercado nos Estados Unidos há alguns anos.
09:40O pessoal fala,
09:40a gente não vê mais IPO no Brasil,
09:42a gente não vê mais IPO em vários países emergentes,
09:45isso caiu muito,
09:46porque hoje em dia está mais interessante
09:47você comprar uma empresa no país emergente
09:49e fazer abertura de capital nos Estados Unidos muitas vezes,
09:52não que não tenham condições idiosincráticas do Brasil,
09:55mas tem acontecido uma centralização,
09:58dado o múltiplo que você consegue ali,
10:00bastante grande naquele mercado de equities.
10:04E para mercado de títulos,
10:06como você teve uma unificação monetária na Europa,
10:09mas você não teve uma unificação fiscal,
10:11ainda você não tem,
10:12os títulos são títulos dos países,
10:13então o volume que você tem para o mercado de dívida
10:16é muito inferior ao que você poderia comparar
10:19com o mercado de dívida norte-americano.
10:21Então as alternativas para você parquear esse recurso
10:25são bastante limitadas, vamos dizer assim.
10:27Mas ainda com tudo isso,
10:30a gente enxergou um movimento que eu acho que é importante de a gente destacar
10:35e eu vou começar pelo movimento externo para depois entrar no movimento interno,
10:39usando aqui essa questão de que não há uma contradição entre o interno e o externo,
10:42e sim os dois,
10:43o interno está dentro do externo e o externo está dentro do interno,
10:46para usar aqui a inspiração.
10:48Eu acho que o que acontece,
10:52pegando o ciclo mais,
10:55eu vou pegar o ciclo mais longo,
10:56depois o mais recente,
10:57no mais longo,
10:58esta posição,
11:00conversa e dialoga com várias questões
11:02que alguns dos nossos vizinhos ainda estão lidando.
11:06Vou dar um exemplo,
11:08é super comum que programas de estabilização monetária na América Latina
11:12tenham usado de alguma maneira
11:13um processo de âncora com dólar
11:16ou alguma questão nesse sentido.
11:19O processo de entrada costuma ser um processo que dá benefícios rápidos,
11:23o processo de saída,
11:25o Armínio pode falar o quão doloroso pode ser
11:28a gente fazer um processo de saída de algum tipo de processo de âncora cambial,
11:32mas o Brasil teve muito sucesso graças ao Armínio
11:34para rapidamente migrar para um sistema de metro de inflação.
11:38Não é simples e a gente vê alguns ainda passando por isso.
11:42que muitas vezes na literatura,
11:45quando você dialoga com essas correlações
11:48da política monetária norte-americana com a política monetária doméstica,
11:52se conversa um pouquinho sobre o que fica chamado de fear of floating,
11:55o medo da oscilação da moeda ali,
12:00que primeiro, é preciso dizer,
12:02o câmbio flutuante é das principais linhas de defesa
12:05que existe para a economia brasileira,
12:07é uma conquista muito importante,
12:09é aquilo que fez as aulas de economia brasileira serem menos enfadonhas,
12:14porque antigamente as aulas de economia brasileira eram assim,
12:16o Brasil ia lá, tomava uma dívida externa,
12:17tinha uma crise cambial, uma crise de bancos pagamentos,
12:19você tinha uma crise, repete isso 5, 10 vezes,
12:22você tinha uma aula de curso de economia brasileira,
12:24mais ou menos do século XX.
12:26O câmbio flutuante é um amortecedor muito importante,
12:29é uma linha de defesa muito importante para a gente,
12:32mas para além do fear of floating,
12:34que é você ter algum tipo de descasamento de passivo e ativo,
12:37você ter algum tipo de passivo em dólar sem ter um ativo em dólar,
12:40que não me parece ser um problema grande aqui,
12:44para o nosso caso aqui,
12:46mas o problema é do spillover,
12:49que é quanto que essa política monetária pode gerar repercussões
12:53na sua política monetária,
12:54esse é um tema que ainda é tratado,
12:57talvez de maneira um pouco acanhada na literatura,
12:59mas o Sebastião Edwards trata isso com algum carinho ali,
13:02tem uma discussão que é interessante sobre isso.
13:05Quando a gente chega para o que aconteceu mais recentemente,
13:09se a gente lembrar,
13:112024,
13:13começa o ano com uma perspectiva,
13:16tinha alguns bancos internacionais que imaginavam
13:18que você teria seis cortes de juros por parte do FED.
13:22Esses cortes de juros foram emagrecendo gradativamente,
13:25até chegar em nenhum corte de juros no ano de 2024.
13:32O ano 2024 é um ano que você poderia contar uma narrativa global,
13:39que é, a partir da vitória do Trump,
13:42o que se imagina é que você vai ter um governo pró-mercado,
13:46que vai reduzir tributação de empresas,
13:49que vai liberalizar do ponto de vista de regulamentação,
13:52vai reduzir a regulamentação,
13:53isso vai ser pró-mercado,
13:54isso vai ser bom para o mercado,
13:56e aí tinha uma expectativa,
13:58a partir daí,
13:59bullish em torno do governo Trump.
14:02E aí você poderia,
14:03a partir desse cenário internacional,
14:05tirar duas dimensões de acordo com a idiosincrasia de cada país.
14:08Se você pegasse o caso do México, por exemplo,
14:10o México foi um país que,
14:12neste processo de globalização que a gente comentou,
14:15talvez tenha conseguido se acoplar
14:18ou se integrar de maneira mais exitosa
14:20com a cadeia produtiva norte-americana.
14:24Especialmente a partir do Trump 1,
14:26quando as tarifas começam contra a China,
14:31e naquele momento se começa muito
14:32essa discussão de regionalização versus globalização.
14:36Quando você vai olhar o caminho que está sendo feito ali,
14:39me parece menos um tema de contraposição
14:41de regionalização e globalização,
14:42e mais de se construir novos caminhos
14:46para chegar ao mesmo mercado.
14:48É interessante você analisar
14:49como os países que tiveram um aumento
14:52das exportações para os Estados Unidos
14:54também sofreram um aumento das importações
14:56de países asiáticos.
14:58Então você meio que criou um caminho novo
15:00para tentar chegar aos Estados Unidos.
15:02Me parece que o México, por exemplo,
15:05é o caso de um país onde o seu destino econômico
15:07ficou mais óbvio,
15:09linkado ali com os Estados Unidos.
15:11No caso do Brasil,
15:13o Brasil é um país que não teve tanto êxito,
15:16vamos chamar assim,
15:17em se integrar nessa cadeia que vem produzindo
15:20essa exuberância da economia norte-americana
15:22nos últimos anos.
15:23E aí você passa a ver uma diferenciação
15:25por parte dos investidores a partir da vitória do Trump
15:28do que é o destino, vamos dizer assim,
15:31da economia mexicana para a economia brasileira.
15:36Vou voltar depois para as idiosincrasias específicas
15:39do que aconteceu naquele momento,
15:40mas essa é uma questão que precisa jogar a luz.
15:46A ponto de que o real é das moedas
15:49que tem uma das piores performances
15:50ao longo do ano de 2024,
15:52dos quase 25% de valor que ele perde no ano de 2024,
15:5615% aproximadamente ele perde no último trimestre.
16:00No último trimestre ele tem de perda de valor.
16:02Nesse último trimestre você está com o carry do real
16:05abaixo da Colômbia ou abaixo do México, por exemplo.
16:08O carrego ali para o real.
16:12A partir do começo do ano de 2025,
16:16com a questão de um tarifácio mais claro e mais evidente,
16:19isso começa a mudar e aí se começa a ter uma percepção
16:22de que se o tarifácio efetivamente vier,
16:24aquelas economias que estão mais dependentes
16:26da economia norte-americana devem sofrer mais.
16:29Inverte a lógica.
16:31Se eu dependo mais, vai ter tarifa,
16:33eu vou acabar sofrendo mais.
16:34E aí aquilo que parecia ser desvantagem
16:38vira vantagem.
16:39Ou seja, como eu sou menos integrado com os Estados Unidos,
16:42eu sou menos dependente das exportações,
16:44minha pauta está mais diversificada,
16:46eu tenho uma dinâmica mais explicada pela demanda doméstica,
16:50e isso passa a ser visto como um alívio.
16:54Mas especialmente a partir do Liberation Day,
16:56ali passa a ocorrer uma coisa que chama bastante atenção
17:02de diversos analistas, que é a gente ter uma correlação clássica
17:08entre momentos de aumento da aversão a risco e redução,
17:13aumento do apetite a risco,
17:15onde você tem um comportamento para moedas de países emergentes
17:20e moedas para países desenvolvidos.
17:22E essa correlação, ela fica um pouco bagunçada
17:25a partir da Liberation Day,
17:27durante um momento ali.
17:28Você percebe que você tem momentos de ampliação
17:30da aversão a risco,
17:33e aí era normal você correr para o porto seguro,
17:35e você começa a perceber uma desvalorização do dólar
17:41em momentos de aumento da percepção ou da aversão a risco.
17:45Num primeiro momento você podia dizer,
17:47bom, é óbvio, o caso do Liberation Day,
17:50o risco está, o epicentro do risco está nos Estados Unidos,
17:53me parece meio óbvio que isso possa acontecer,
17:55mas depois volta a acontecer um fenômeno interessante,
17:58que é quando os conflitos no Oriente Médio
17:59voltam a se intensificar,
18:01você assiste de novo um movimento
18:03de ampliação da aversão a risco
18:05com uma desvalorização do dólar
18:07e, curiosamente, com uma valorização de moedas emergentes
18:10naquele momento.
18:11A explicação que está, por enquanto, consagrada
18:16entre os analistas, o que explica isto
18:20é de um movimento que não é exatamente
18:24uma saída de ativos da economia norte-americana.
18:27Se a gente analisar, as pessoas continuam querendo,
18:31os investidores continuam querendo se beneficiar
18:33dos ganhos que as ações das empresas americanas
18:36estão proporcionando,
18:37especialmente com as expectativas que existem
18:39em função de inteligência artificial
18:41e do Mark 7 e tudo o que está acontecendo ali,
18:45e também se beneficiar ou ainda ter
18:47os títulos do Tesouro Americano
18:48como esse ativo de última instância.
18:50Porém, querem se proteger
18:52de uma eventual desvalorização do dólar,
18:54o que aumentou a posição de hedge, de seguro.
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