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A reforma tributária brasileira vai extinguir gradualmente o ICMS e implementar o IBS federal. Para São Paulo, Presidente da Febrafite Rodrigo Spada explica que o estado deve ganhar 3,78% de arrecadação em 10 anos, impulsionando consumo e competitividade, enquanto empresas precisam se adaptar ao período de transição de 2026 a 2033.

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Transcrição
00:005 horas, 11 minutos, a reforma tributária brasileira vai ter a extinção gradual dos ICMS estaduais
00:07e que serão substituídos pelo novo Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS Federal.
00:14A mudança prevê um período de transição e a simplificação da tributação.
00:18Para a gente entender os impactos dessa mudança, especificamente para o Estado de São Paulo,
00:23eu vou conversar agora com o Rodrigo Espada,
00:25presidente da Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais, a FEBRAFIT.
00:31Tudo bem? Boa tarde para você, Rodrigo. Obrigado pela sua presença aqui.
00:34Boa tarde, Fábio. É um prazer estar aqui com vocês.
00:36Muito obrigado.
00:37Rodrigo, qual deve ser o impacto para o Estado de São Paulo com essa transição do ICMS para o IBS?
00:44Alguma coisa, algum reflexo, por exemplo, na competitividade do Estado?
00:48Sim, a gente acredita que sim, porque a reforma tributária traz uma simplificação dos tributos,
00:52mas também uma proibição de benefícios fiscais dado pelos Estados,
00:57que acaba atraindo empresas para outros Estados.
01:01É a regra, o Estado líder, o Estado mais produtivo, ele sempre perde com a guerra fiscal,
01:06porque todos os outros atacam tentando tirar empresas de lá,
01:09e ele tem poucas armas para poder se defender.
01:13Haja vista que os benefícios têm que ser dados, generalizados,
01:16e ele tem várias empresas no mesmo setor.
01:18O fim da guerra fiscal deve fazer retornar às empresas os investimentos
01:24para o Estado, que tem o maior mercado consumidor,
01:27melhor infraestrutura, melhor logística, mão de obra qualificada,
01:32e, nesses quesitos, São Paulo é realmente um dos melhores Estados do país.
01:38Agora, acaba sendo mais caro também, pensando em custo de vida,
01:42enfim, outras variáveis econômicas que entram também nesses cálculos.
01:46Sim, São Paulo tem um custo de vida mais elevado, claro que sim,
01:49os salários também são dados num valor maior do que de muitos Estados,
01:54mas isso também é bom para arrecadação,
01:57porque a arrecadação do IBS vai se dar com base no consumo.
02:00Diferente do ICMS hoje, que a gente tributa a produção,
02:04tributa onde que estão as empresas é para onde vai o imposto.
02:08Com o IBS, é uma tributação sobre o consumo.
02:11Quanto maior o consumo, maior a arrecadação da cliente.
02:14Então, São Paulo não tem só o maior número de habitantes,
02:1820% da população, mas o ticket médio nosso é maior,
02:22porque os salários são maiores.
02:24Então, tende a trazer uma maior arrecadação também para São Paulo.
02:28E aí, já trazendo o número para você, Fábio,
02:30São Paulo, pelos nossos cálculos,
02:32deve ganhar com a reforma tributária 3,78% de arrecadação em 10 anos.
02:39Por que isso?
02:39Porque a economia deve crescer.
02:42A reforma tributária, segundo os economistas,
02:44gera um crescimento do PIB da ordem de 12% em 15 anos.
02:49E, além disso, ainda vai privilegiar o mercado consumidor,
02:53o que São Paulo tem um grande potencial aqui,
02:57por conta da população.
02:59Quer dizer, para São Paulo,
03:01essa reforma representa muito mais uma oportunidade do que um problema.
03:04Quem tem que se preocupar são os estados
03:05que deixam de ter o mecanismo da guerra fiscal
03:07para tentar atrair investimento.
03:09Exatamente.
03:09Tanto que a reforma tributária cria fundos de desenvolvimento regional.
03:14R$ 40 bilhões é destinado para esse fundo,
03:17o que eu acredito que vai ser insuficiente,
03:18porque a quantidade de benefícios fiscais
03:21que é dado no Brasil inteiro por conta do ICMS,
03:24para você ter uma ideia,
03:25em São Paulo, só São Paulo,
03:27segundo a lei orçamentária anual,
03:30está em R$ 80 bilhões.
03:31E todos os outros 26 estados,
03:34dá um valor muito maior que isso.
03:36Então, outros estados vão ter dificuldade
03:39em atrair investimentos,
03:41como eles fazem hoje,
03:42abrindo mão de arrecadação.
03:44Com essa mudança de tributo,
03:45vai haver mudança também na nota fiscal?
03:48Sim.
03:48A gente acredita que vai ter uma simplificação.
03:50Vai ser uma nota fiscal única.
03:52Hoje tem nota fiscal de serviços,
03:54nota fiscal de produtos,
03:56nota fiscal ao consumidor.
03:58A gente vai ter uma única nota fiscal,
04:00porque a gente está simplificando,
04:01está extinguindo ISS e ICMS,
04:04um tributo estadual e um municipal,
04:06o PIS e COFINS e o IPI está indo para alíquota zero.
04:10E vamos criar um imposto grande do tipo IVA
04:13no sistema dual que a gente fala,
04:16o CBS para a União e o IBS para estados e municípios.
04:20Então, podendo simplificar a legislação
04:22e também as obrigações do contribuinte
04:25com uma única nota fiscal.
04:27Esse imposto vai vir desmembrado
04:28do custo daquele produto,
04:30daquele serviço na nota?
04:31Sim, a tendência é essa.
04:33Você está bem informado.
04:34A gente faz a tributação por fora.
04:36A tendência é que no Brasil
04:38se aproxime o que é nos Estados Unidos
04:40ou na Europa,
04:41que você vai consumir alguma coisa.
04:42Num restaurante, por exemplo,
04:44tem o preço lá da mercadoria
04:46que você está consumindo,
04:47o café, 5 euros.
04:49Aí você vai pagar com uma nota de 5 euros,
04:50eles não aceitam,
04:51porque é o 5 mais impostos.
04:53A gente vai ter um ganho significativo de cidadania,
04:58um outro nível civilizatório de controle social,
05:02porque cada um agora vai saber
05:04quanto paga de imposto embutido
05:06no preço de tudo que a gente compra,
05:08que hoje é opaco.
05:10Agora, por outro lado,
05:11isso vai demandar um ajuste cultural também,
05:13porque quando a gente está nos Estados Unidos,
05:15vai comprar um produto e ele custa 10 dólares,
05:17você sabe que na hora de pagar vai ser 10 é alguma coisa,
05:1911, porque vai entrar o imposto.
05:21Aqui no Brasil, a gente vai começar a ver preço de produto
05:23e na hora de comprar,
05:25a pessoa do caixa vai cobrar um a mais.
05:26Quer dizer, tem uma questão cultural
05:28para ser afinada também.
05:29Tem sim.
05:30E até aproveitando que aqui
05:31tem muitos empresários assistindo.
05:33A gente tem que se atentar,
05:34especialmente no tempo de transição,
05:36que começa em 2026,
05:37a reforma tributária,
05:39e termina em 2033.
05:41Nesse período, todo ano,
05:43vai mudar a carga tributária
05:45em todos os produtos e serviços.
05:47Então, tem que ficar muito atento
05:48para a precificação dos seus mercadorias,
05:51dos seus serviços,
05:53para não correr o risco de vender
05:54abaixo do custo
05:55ou mesmo ter um produto mais caro
05:58do que o mercado está praticando.
06:00Porque a reforma tributária,
06:03a cada ano,
06:04vai mudar a carga tributária
06:05em todos os produtos e serviços.
06:07Uma dica que eu dou é essa.
06:08Quem tiver que fazer contratos de longo prazo,
06:10faz do valor líquido da mercadoria,
06:13mais impostos,
06:14porque a cada ano
06:15vai ser recalculado esses impostos.
06:16Isso vai representar algum desafio
06:18também para os negócios,
06:19porque o ICMS vai progressivamente
06:22saindo de cena
06:23e o IBS vai progressivamente entrando.
06:26E aí, configura essa situação
06:27que você falou.
06:28Cada ano,
06:28essa composição vai ser diferente.
06:30Vai fazendo esse movimento aqui.
06:32O processamento disso
06:34requer um baita de um planejamento.
06:37Sim.
06:37Uma outra questão,
06:38as empresas devem montar
06:39comitês de transição
06:40com funcionários do departamento fiscal,
06:42departamento contábil,
06:43departamento de comercial,
06:45planejamento,
06:47para que veja os impactos
06:48todo ano
06:49em vários setores da empresa.
06:51E os funcionários conversando
06:53com especialistas,
06:55assessores contábeis,
06:56para ver esses impactos,
06:57porque realmente é significativo.
06:59A reforma tributária
07:00vai trazer, por exemplo,
07:01descontinuidade
07:02de alguns produtos
07:03que vão deixar
07:04de ter a sua competitividade,
07:06que era dada por benefício fiscal.
07:08Porque proíbe-se benefício fiscal.
07:11Então, tem produtos
07:12que só se justificam
07:13a sua lucratividade
07:14por conta de benefício fiscal.
07:16Então, já se prevê
07:17que alguns produtos
07:18vão ser extintos
07:19e outros vão ter que vir no lugar.
07:21Então, realmente,
07:22é uma adequação
07:23de todos os negócios.
07:25Rodrigo Espada,
07:26presidente da Associação Nacional
07:28de Fiscais de Tributos Estaduais,
07:29a FEBRAFIT.
07:31Obrigadíssimo, Rodrigo,
07:31pela sua explicação aqui.
07:32Boa semana.
07:33Muito obrigado, Fábio.
07:34Eu estou à disposição de vocês.
07:35Muito obrigado.
07:36Valeu.
07:36Boa tarde.
07:36Obrigado.
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