Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Antônio Carlos Morad, especialista em direito tributário e empresarial, analisou ao vivo no Fast Money a maior operação contra o crime organizado do país. Ele detalhou como o esquema de combustíveis funcionava e os próximos passos das investigações envolvendo órgãos como PF, Receita e COAF.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Estou de volta ao vivo com Fast Money e a gente continua a repercutir aquela mega operação
00:05batizada de carbono oculto, que já é considerada a maior contra o crime organizado da história
00:12do país, em termos de cooperação institucional, de amplitude, além da Receita Federal, também
00:17participam dessa mega operação a Polícia Federal, o Grupo de Atuação Especial de
00:22Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo, entre outros ministérios
00:27públicos dos demais estados. Com esses órgãos, todos esses órgãos contam com apoio da Polícia
00:32Militar e da Polícia Civil locais. E a gente vai entender mais dessa operação, como que
00:38ela deve prosseguir daqui em diante. A conversa ao vivo é com o Antônio Carlos Mourade, que
00:43é especialista em Direito Tributário, Empresarial, Corporativo, do Escritório Mourade Advocacia
00:48Empresarial. Tudo bem? Boa tarde, seja muito bem-vindo ao Fast Money.
00:53Muito obrigado. Obrigado a todos.
00:55O Felipe Machado, nosso analista, participa também da conversa, doutor Antônio. Bom,
01:00como eu mencionei aqui, a gente está diante daquela que já vem sendo chamada de a maior
01:03operação contra o crime organizado aqui no Brasil, em termos de amplitude. Agora,
01:09queria te ouvir, do ponto de vista do direito empresarial e tributário, o que mais te chama
01:13atenção, doutor Antônio, na forma como esse esquema foi estruturado?
01:17Veja, há 100 anos existem esses modos operandes que eles estão propondo nesse mega crime.
01:33É interessante que eles fizeram um background em relação aos atos criminosos, mas ao mesmo tempo
01:46esqueceram que empresas fantasmas, interpostas pessoas que são os laranjas, entre aspas, entre
02:00outras formas de atuação, para esquentar o dinheiro, para ocultá-lo, entre outras coisas, inclusive crescer as
02:13empresas, aumentar a quantidade de empresas. Isso é uma coisa do passado. Por que eu digo que é do passado?
02:21Porque a Polícia Federal, a Receita Federal e outros órgãos, eles se aperfeiçoaram. O importante é que eles sabem muito bem
02:32como chegar nesses meandros que eles acabaram fazendo para crescer. É um crescimento exponencial,
02:46mas foi construído em cartas de baralho. Certamente iam ser descobertos.
02:57Felipe, só pergunta para o doutor Antônio agora.
02:59Tudo bem, doutor Antônio. Boa tarde para o senhor.
03:02Tudo bem.
03:02A gente viu que essa operação realmente foi até uma, não digo uma surpresa, mas foi uma coisa inédita, talvez,
03:09a parceria entre tantos órgãos, tantos ministérios, tantas instituições, polícia civil, militar, enfim,
03:18Ministério Público. E teve uma participação muito grande do COAF também.
03:22Eu queria saber, na opinião do senhor, a gente vai ver o COAF cada vez mais de acordo com esse conceito
03:27que o senhor está dizendo, da tecnologia, da inovação, também sendo usado para o mal.
03:31A gente vai ver uma participação cada vez maior do COAF na ajuda para desvendar esse tipo de crime,
03:36na sua opinião?
03:38Sim, o COAF tem sistemas operacionais excelentes.
03:45Foram se aprimorando com o tempo e dificilmente passa desapercebido alguma coisa.
03:54A questão é a seguinte, nesse caso, de certa forma, foi provocado a questão da investimento,
04:06ela foi provocada. Eu acredito que deveria ter um pouco mais de fiscalização antecipatória,
04:19algo que previnisse esse tipo de situação.
04:23Há pouco tempo atrás, três bancos, três bancos fintechs, bancos virtuais,
04:32bancos digitais, desculpe, foram fechados pelo Banco Central por várias situações negativas
04:45e até criminosas, fazendo uso de PIX irregularmente, etc.
04:51Se percebeu que abrir uma fintech é um grande negócio para o crime, mas tem que ser fiscalizado.
05:05Mas essa fiscalização tem que ser antecipatória, tem que ser preventiva.
05:11Se fizerem isso, vai, sinceramente, vai acabar com toda essa situação que pode vir a ocorrer novamente.
05:23Veja, pode vir a ocorrer novamente. Por quê?
05:27Porque ainda se compram postos de gasolina, por exemplo, com contratos leoninos,
05:35eles preparam contratos de tal forma que, no meio do caminho, o contrato deixa de ser pago.
05:45E quando o antigo proprietário vai exigir o dinheiro ou exigir o posto de volta,
05:52porque pagaram o valor mínimo e entraram no negócio,
05:57eles não conseguem, porque o contrato é medíocre
06:01e eles não têm base legal para poder ingressar.
06:04Fora a situação de serem ameaçados de morte, caso exijam os postos de volta.
06:12Isso está acontecendo muito, muito.
06:15Existem grupos ainda que não foram investigados pela Polícia Federal
06:21e isso deve acontecer no curto espaço de tempo, porque eles sabem disso.
06:27Então, e aí, pegando, então, embalo nessa resposta, doutor,
06:32o que deve vir a partir desse ponto agora em diante, assim,
06:35qual que é a sua expectativa de desdobramentos?
06:39Bem, em termos de desdobramento, eu vejo, em primeiro lugar,
06:44que nós temos que ter vigilância total em relação a essa questão.
06:51Isso é uma situação bastante sensível.
06:57Essa área empresarial também é muito sensível,
07:03porque é o abastecimento de combustíveis para o Brasil inteiro.
07:10A Polícia Federal tem que ampliar ainda mais a sua fiscalização.
07:14Então, veja, essa fiscalização tem que alcançar as importações,
07:24as importações, porque as importações também são viciadas.
07:32O combustível chega já para o Brasil pronto, adulterado, de fora,
07:38de países de primeiro mundo, entre aspas,
07:43e esse combustível entra no Brasil completamente sem nota, frio,
07:51e é distribuído pelas transportadoras já preparadas por eles
07:55para as distribuidoras.
07:59Isso é muito importante, isso é muito importante.
08:02A Polícia Federal tem que tomar muita cautela com isso.
08:06Existe um lobby.
08:07Vocês sabem disso.
08:10O governo norte-americano não quer que o Brasil faça negócios com a Rússia,
08:16enquanto eles podem fazer.
08:19O que é mais importante em termos desses negócios com a Rússia?
08:24Diesel.
08:25O Brasil está comprando muito diesel porque o Brasil
08:27não consegue produzir totalmente o seu diesel.
08:32Ora, por que isso?
08:35Porque isso está atrapalhando a compra do diesel dos Estados Unidos,
08:42que é onde vem para nós um diesel completamente frio.
08:50e esperamos que isso não aconteça com a Rússia,
08:54apesar que eu acho que isso não vai acontecer porque vai ser muito difícil lidar com os russos.
08:58Então, tem que ter uma ampliação, gente.
09:04Uma ampliação das investigações, porque tem muita coisa ainda em jogo,
09:11de cunho criminal, que vai aparecer ainda mais.
09:16E valores ainda mais altos do que esses 59 bilhões de reais que eles já ganharam até agora.
09:28E um outro ponto muito importante.
09:31Compras de usinas.
09:33Olha só, compras de usinas de álcool por instituições criminosas, grupos criminosos.
09:45Essas usinas, a meu ver, têm que ser estatizadas imediatamente.
09:51Para nós não perdermos empregos e para continuar produzindo.
09:57Eu vejo dessa forma.
09:59Tá certo.
10:00Pontos interessantes, importantes, né?
10:02Não muito.
10:02Doutor Antônio, então, vamos assim, entendendo um pouquinho, então.
10:06Quer dizer, o crime organizado comprava tanto as fazendas, as usinas,
10:10a distribuição do combustível, o combustível mesmo adulterado, e caminhões para fazer essa distribuição,
10:19enfim, todo esse ecossistema na área de combustíveis.
10:22Mas é claro que o crime organizado também não atua apenas na área de combustíveis, né?
10:27Eles devem ter outras ramificações e tudo mais.
10:30Qual que a senhora acha que outros setores que também estariam expostos, por exemplo, a essa influência?
10:36Não apenas nesse ramo aí dos combustíveis, mas algum outro setor,
10:40alguma coisa que pode aparecer nas investigações a partir dessa operação inicial?
10:47Bem, a linha do tempo em relação a essa operação criminosa,
10:59essa situação que foi formada, né?
11:06Eu acho, eu penso da seguinte forma, existem indústrias, como nós já falamos,
11:13existem as distribuidoras, existem as transportadoras, existem as formuladoras,
11:22então, são formuladoras até que podem ser clandestinas.
11:25Tudo isso tem que ser investigado.
11:27Mas, o mais importante de tudo, de tudo, é a questão financeira.
11:35Os bancos.
11:37Nós temos que prestar atenção aonde o dinheiro é colocado.
11:43Porque hoje em dia, não é mais como antigamente,
11:47que você pegava malas de dinheiro e guardava na parede.
11:52Não, hoje o dinheiro tem que estar dentro de uma instituição financeira.
11:57Essas têm que ser fiscalizadas pelo Banco Central.
12:01A Caixa Econômica Federal detém um setor, não só de compliance,
12:08mas também de fiscalização,
12:13e está, inclusive, apoiando a Polícia Federal em relação a isso,
12:19e verificando nas suas contas correntes o que tem de situações estranhas,
12:31situações diferentes, como, por exemplo, uma conta corrente de um laranja,
12:37de uma pessoa sem capacidade financeira,
12:39laranja, entre aspas, essa é uma palavra ruim, é interposta persona.
12:43E essa pessoa tinha um poder financeiro,
12:49um poder de movimentar mil reais,
12:54e de repente tem 500 bilhões de reais.
12:58Tudo isso tem que ser verificado.
13:00Lógico, isso não é do dia para a noite.
13:02Isso vai sendo feito a passos lentos,
13:06pelos criminosos,
13:08para não chamar a atenção do Banco Central, etc.
13:16E os bancos, os bancos privados,
13:19têm um sistema de segurança muito bom.
13:22Agora nós temos, inclusive os bancos estatais, lógico,
13:26agora nós temos que ver os bancos digitais.
13:30Isso é muito importante.
13:31Os bancos digitais estão sendo abertos a torto e direito.
13:37Então isso tem que ser verificado também.
13:40É, e no fim das contas, o senhor acredita que essa investigação
13:42também é um teste para a regulação financeira?
13:47Muito interessante.
13:48Claro, é um grande teste.
13:51É um grande teste porque não é só esse crime
13:54que nós estamos tratando agora,
13:59que é uma coisa brutal, gigantesca,
14:03deve ter milhares de pessoas envolvidas.
14:07Não é só isso, tem outras formas,
14:11outros modelos de crimes
14:13que estão sendo feitos,
14:16estão acontecendo,
14:19e passam pelos bancos.
14:22Por quê?
14:22Porque tudo se resume em dinheiro, não é?
14:26É.
14:28Que coisa.
14:29Bom, quero agradecer a participação,
14:31a entrevista super esclarecedora aqui
14:33de Antônio Carlos Mourad,
14:34especialista em direito tributário,
14:36empresarial, corporativo,
14:38do Escritório Mourad de Advocacia Empresarial.
14:41Muito obrigada, doutor Antônio.
14:42Boa tarde, viu?
14:44Obrigado.
14:44Bom trabalho aí.
14:45Tchau, tchau.
14:45Obrigado.
14:46Tchau, tchau.
14:47Tchau.
14:48Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado

0:26