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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou ao FMI e ao Congresso as estratégias para enfrentar a inflação acima da meta e recompor o orçamento de 2026. Entre medidas, estão recuperação de trechos da MP 1303, taxação de super-ricos e controle de gastos. Economia desacelera, mas setor de serviços mantém crescimento.

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Transcrição
00:00Estamos de volta ao vivo e o ministro da Fazenda reconheceu que a inflação no Brasil está acima da meta
00:05e que isso tem mantido a política monetária em patamar contracionista.
00:10Em carta enviada ao Fundo Monetário Internacional, o ministro também defendeu o fim das medidas econômicas unilaterais.
00:17Vamos voltar à Brasília com a repórter Marina Demori.
00:21Marina, bem-vinda de volta. Por que Haddad enviou essa carta ao FMI e o que mais disse o ministro?
00:26Oi, Nath. Olha, é uma tradição que o ministro da Fazenda faça o envio dessa carta para os encontros que acontecem ao longo do ano
00:37na comunidade internacional, do FMI, melhor dizendo.
00:42Nessa semana está acontecendo esse encontro lá em Washington.
00:46Haddad estava previsto de participar, mas acabou cancelando a sua ida aos Estados Unidos por conta das discussões sobre as alternativas
00:56para fechar o orçamento de 2026, depois de todo o revés envolvendo a medida provisória 1303,
01:03que acabou sendo rejeitada na semana passada pela Câmara dos Deputados.
01:07Então, o documento que Haddad enviou mostra o posicionamento do Brasil.
01:13Ele propõe uma taxação dos super ricos e expressa a posição oficial do país no Comitê Monetário e Financeiro Internacional.
01:22A gente separou alguns trechos importantes desse documento.
01:25No primeiro destaque que a gente traz, Haddad fala sobre a inflação, reconhece que a inflação no Brasil está acima da meta.
01:31Ele diz o seguinte, a inflação subjacente permanece relativamente elevada, porém, indicando pressões persistentes,
01:39enquanto as expectativas para a inflação geral estão acima da meta.
01:44Assim, a política monetária segue em território contracionista, reforçando o compromisso do Banco Central do Brasil
01:50em cumprir a meta e reancorar expectativas.
01:54Num segundo trecho que a gente separou, ele diz que a atividade econômica está hoje próxima do potencial
02:01após vários anos superando expectativas, enquanto a inflação converte lentamente para a meta
02:09e segue tratando sobre ajuste fiscal.
02:13Então, Haddad diz que o ajuste fiscal dos últimos anos baseou-se não apenas em medidas de aumento de receita de alta qualidade,
02:20mas também na racionalização de gastos e que seguiremos utilizando a política fiscal como instrumento
02:28para promover justiça social e bem-estar considerando o ciclo econômico.
02:33O ministro também fez uma espécie de cobrança ao Fundo Monetário Internacional,
02:38dizendo que o fundo deve apoiar a comunidade internacional na defesa dos objetivos de desenvolvimento sustentável
02:47e destacar os impactos das restrições comerciais e cortes na ajuda ao desenvolvimento,
02:53especialmente para países de baixa renda e regiões afetadas por insegurança alimentar.
02:59Ele completa dizendo que, por essa razão, conclamamos o FMI a usar o seu poder de articulação
03:05em prol de soluções multilaterais e baseadas em regras para desequilíbrios globais.
03:12O ministro também defendeu no documento o fim das restrições comerciais unilaterais
03:18para preservar o crescimento global e disse que a economia global navega por águas desconhecidas,
03:25marcadas por tensões comerciais resultantes dessas medidas unilaterais que alimentam a incerteza.
03:33A gente lembra que esse comentário do ministro Fernando Haddad,
03:37essas declarações vêm também em meio às tarifas impostas pelos Estados Unidos a diversos países, Nath.
03:45Então, a carta foi enviada como uma forma de mostrar a posição do Brasil ao Fundo Monetário Internacional.
03:54Eu volto com você.
03:55Muito obrigada, Marina Demori, pelas informações.
03:57E sobre esse assunto, eu volto a conversar com o nosso analista de política, Eduardo Geyer, direto de Brasília.
04:03E, Geyer, de certa forma, o ministro da Fazenda justificou, então, para o FMI o porquê da Selic estar tão alta aqui no Brasil.
04:10Um discurso bastante diferente do adotado pelo governo para o público, em geral, o público brasileiro.
04:19É um discurso totalmente diferente, Nath.
04:21Olha, para o FMI, ele disse, de fato, que o Banco Central está fazendo isso porque o núcleo da inflação está alto.
04:28É óbvio que o Banco Central deixa o juro alto para conter inflação.
04:32Isso seria até uma não notícia, não fossem os comentários reiterados de agentes do governo por aqui,
04:39para o público interno brasileiro, de que o Banco Central está com um juro exorbitante,
04:43que a economia brasileira não justifica esse nível de Selic.
04:47Um outro ponto interessante é que Haddad falou sobre o núcleo da inflação, não apenas sobre inflação.
04:54Ou seja, Haddad reconhece que é aquele componente da inflação que exclui os itens voláteis,
05:01como alimentos, como energia, que esse componente está muito alto e que precisa do remédio dos juros.
05:08Então, ele reconhece que o problema é até estrutural dos preços.
05:12É uma conjuntura, mas é um problema que vai além de questões sazonais, como questões de safra,
05:18tudo aquilo que envolve para além do núcleo da inflação.
05:21Então, em outras palavras, Natália, o ministro reconhece que os preços precisam ser contidos pelos juros,
05:27porque não são problemas sazonais, são questões da economia brasileira e o remédio amargo de uma Selic elevada,
05:34embora de fato ruim para digerir, é necessário nesse momento, Natália.
05:38Uma observação em relação à não notícia, Gaia, observando agora o contexto. Obrigada.
05:46E Vinícius, mais uma vez aqui com a gente, em meio à desaceleração gradual da economia brasileira,
05:51o setor de serviços continua registrando resultados positivos, né?
05:55É verdade, Nat. Hoje a gente teve a divulgação da pesquisa mensal de comércio do IBGE.
06:01É uma estatística do IBGE para mostrar como é que anda o setor.
06:07E essa pesquisa de hoje fechou as três pesquisas que dão uma geral na economia brasileira.
06:12A da indústria, a de serviços que saiu ontem e de comércio de hoje.
06:15O que a gente vê lá?
06:17Teve crescimento no comércio depois de algumas quedas, mas as vendas do comércio estão desacelerando.
06:25Estão caindo a menos da metade do ritmo que se verificou no ano passado, quando você pega o período de 12 meses.
06:30A mesma coisa está acontecendo com a indústria, que tem uma desaceleração ainda mais forte,
06:36do crescimento de 3,1% no ano passado para cerca de 1,5% agora.
06:42Agora, o setor de serviços está quase no mesmo ritmo nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses do ano passado.
06:48Está crescendo quase a mesma coisa, especialmente por causa dos transportes,
06:53que foi muito afetado, beneficiado pela safra recorde do Brasil
06:56e pela recuperação, talvez, do setor de extração, da indústria extrativa,
07:01e por causa de serviços de tecnologia da informação.
07:05Serviços para a família está diminuindo, porque isso tem a ver com renda,
07:08que não está crescendo tão mais forte,
07:10mas serviços de tecnologia de informação, que está mudando a economia brasileira
07:13de modo que talvez a gente não perceba, continua crescendo forte.
07:16Esse é um problema, por outro lado, porque o setor de serviços andando mais rápido
07:22influencia a inflação, porque é o maior setor da economia brasileira.
07:26Mas, no geral, o que a gente viu em agosto?
07:29Foi um pouquinho melhor do que se esperava, mas a desaceleração está vindo
07:33e tem bancão até prevendo que o PIB, no terceiro trimestre, cresce zero
07:38e os outros, no máximo, dizem que cresce 0,2, 0,3,
07:43que é bem baixinho em relação aos últimos resultados que a gente tem visto desde 2024.
07:47O resultado geral é economia em desaceleração, setor de serviços aguentando,
07:53especialmente o que é uma novidade, por causa de serviços de TI,
07:58tecnologia da informação no Brasil.
08:01Obrigada, Vini.
08:02E seguimos por aqui falando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
08:05porque há pouco ele se reuniu com o presidente Lula.
08:09Esse encontro acontece depois de Haddad ter se reunido com o presidente do Senado,
08:13Davi Alcolumbre, para debater o buraco no orçamento de 2026,
08:17entre as principais alternativas no radar da Fazenda está a recuperação de trechos
08:23da medida provisória que venceu na semana passada, depois de sair da pauta da Câmara.
08:28A repórter Marina Demori tem mais detalhes desse encontro
08:31e das possibilidades também das necessidades do governo, né, Marina?
08:35Tem alguma sinalização positiva do ministro sobre uma solução aí no radar para o rombo fiscal?
08:41Olha, Nath, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem conversado com lideranças,
08:48conversou com Davi Alcolumbre e hoje à tarde, agora há pouco, saiu do Palácio da Alvorada,
08:53onde estava reunido com o presidente Lula justamente para apresentar as opções
08:57que estão sendo trabalhadas pela equipe econômica diante da derrubada da MP 1303 na semana passada,
09:04da MP que previa um acréscimo de 17 bilhões de reais no orçamento da União
09:10e que acabou sendo derrubada pelos deputados e o que gerou nessa necessidade do Ministério da Fazenda,
09:19da equipe econômica do presidente Lula, pensar em outras alternativas para recompor
09:24esse rombo, né, que deve ficar no orçamento se não for encontrada uma solução para isso.
09:33Então, o ministro Fernando Haddad, mais cedo, disse para o presidente do Senado Federal, né,
09:41Davi Alcolumbre, que existem essas alternativas.
09:46Ele disse que quis ter a oportunidade de mostrar para Alcolumbre os cenários do que ainda está em andamento
09:50para não haver dificuldades de executar o orçamento de 2026.
09:55Explicou que o foco do governo é garantir coerência entre as normas que tratam do orçamento,
10:01da LDO, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que inclusive tinha uma votação,
10:05tinha uma apreciação, né, uma sessão da comissão mista para discutir a LDO essa semana,
10:11que também acabou sendo adiada para a semana que vem,
10:14justamente para que o governo tenha mais tempo de negociar com os congressistas,
10:18além também da questão envolvendo essas compensações,
10:25essas medidas que podem garantir, portanto, que o orçamento vai ser cumprido em 2026.
10:33Então, a Fazenda está tentando costurar com o Congresso um conjunto de decisões
10:36para manter esse equilíbrio entre o controle de gastos,
10:40a execução das emendas parlamentares, que também é um ponto muito importante
10:44e que está sendo levado como argumento por Fernando Haddad para o Parlamento.
10:49Então, a avaliação é de que, olhando por esse lado, né,
10:53os parlamentares, de fato, acabem cedendo em alguns pontos.
10:58Haddad, inclusive, quer recuperar alguns pontos da MP que foi rejeitada na semana passada
11:02e enviar novamente para o Congresso Nacional em um outro formato
11:06para garantir a sua aprovação.
11:08Nath, agora, depois dessa reunião com o presidente Lula hoje à noite,
11:11pode ser que amanhã a gente tenha alguma novidade sobre as decisões do ministro Fernando Haddad.
11:16Ele ainda vai conversar com algumas lideranças antes de tomar qualquer decisão
11:21ou de anunciar qualquer decisão do governo.
11:24Obrigada, Marina.
11:26E essa articulação do ministro da Fazenda também é assunto para o nosso analista, Eduardo Geyer.
11:31E, Geyer, o ministro Fernando Haddad falou hoje em retomar,
11:35a Marina reforçou essa informação, né, dessa ideia de retomar trechos da MP
11:39que sejam consensuais ali no Congresso, mas isso seria suficiente para fechar as contas?
11:46Acredito que não, né? Como é que fica o orçamento do ano que vem?
11:51Pois é, a imprensa tem esse papel de ser a chata na história, né, Natália?
11:54Mas vamos aos fatos, porque o ministro falou em pauta consensual com o Congresso.
11:59Eu perguntei para o líder do governo no Congresso, Randolfo Rodrigues,
12:02o que seria essa pauta consensual?
12:04E ele disse, o que ele tem até reiterado nos últimos dias,
12:07a parte da MP que falava sobre corte de gastos era consensual.
12:12O problema é que a parte da MP sobre corte de gastos,
12:15que revia, por exemplo, gastos com o programa Pé de Meia,
12:18gastos com o Seguro Defeso, que é um benefício pago a pescadores,
12:22isso dá 10 bilhões de reais.
12:24Muito aquém do que o governo precisa para recompor o orçamento de 2026 na íntegra.
12:29Precisaria de mais 20 bilhões.
12:31Então, numa conta de padaria, é simples, não fecha a conta.
12:35Para fechar a conta, o ministro Fernando Haddad vai ter dois caminhos.
12:39Ou ir para além dessa pauta consensual e adotar uma pauta não consensual,
12:44o que vai demandar aprovação no Congresso,
12:46que é sempre um risco nesse Congresso tão hostil
12:49e que reiteradamente tem descumprido os acordos que faz com o governo,
12:54ou ir pelo caminho mais fácil, que é um ato discricionário do Executivo,
12:58por exemplo, um decreto elevando o IOF, um decreto elevando o IPI,
13:01o que pode ser mais fácil do ponto de vista político,
13:04mas com certeza será muito mais traumático com o mercado financeiro,
13:08o dólar tende a subir nesses casos, a bolsa tende a cair.
13:11Então, é uma escolha de Sofia complicada e num cronograma cada vez mais apertado,
13:15porque o governo sequer aprovou o PLDO, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias.
13:21O orçamento, então, está muito longe de ser feito.
13:24Então, é preciso encontrar um caminho para além dessa pauta consensual,
13:27porque só com a pauta consensual as contas não fecham.
13:30Essa notícia é ruim para o governo.
13:32A notícia boa foi divulgada há pouco pelo Tribunal de Contas da União.
13:36A Corte suspendeu uma decisão dela mesma a respeito da meta fiscal.
13:40Vamos primeiro equalizar o conhecimento.
13:42A meta fiscal tem uma tolerância de 0,25 ponto porcentual para mais ou para menos.
13:48Então, nesse ano a meta é zero,
13:50O governo pode ou fazer superávit de 0,25% do PIB ou um déficit de 0,25% do PIB.
13:56E usa isso para fazer o seu contingenciamento.
13:59Então, ah, não vai atingir a meta fiscal?
14:01A gente faz um contingenciamento de despesas.
14:04Mas o governo estava utilizando o piso da meta,
14:07essa banda inferior para fazer esse cálculo.
14:09O TCU foi lá e disse, não, precisa mirar o centro da meta.
14:13Isso faria com que o governo tivesse que contingenciar muito mais dinheiro,
14:16inclusive cortando dinheiro de saúde, de educação.
14:20O que o TCU fez hoje foi rever essa história.
14:22O governo entrou com recurso, o TCU cancelou e o governo pode voltar a mirar ali a base da meta fiscal,
14:29a banda inferior.
14:30É uma notícia boa para o governo, mas nem tão boa para o mercado financeiro,
14:34que tem cobrado um rigor fiscal maior por parte das autoridades.
14:38E houve hoje esse alívio, vamos dizer assim, por parte do TCU,
14:42que permitiu ao governo olhar só ali a banda inferior da meta,
14:46ou seja, para esse ano ainda fazer um déficit de 0,25% do PIB, Natália.
14:52Muito obrigada, Eduardo Gaia.
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