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Nelson Rocha, diretor da CISBRA, analisa o recuo de Donald Trump sobre a sobretaxa de 40% a produtos brasileiros, os impactos para setores como carne, café, calçados e pescado e o que esperar das novas negociações. Ele explica pressões inflacionárias nos EUA, riscos jurídicos e efeitos políticos.

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Transcrição
00:00O governo brasileiro avalia que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não vai afetar as negociações tarifárias com os Estados Unidos.
00:08O presidente norte-americano, Donald Trump, retirou na quinta-feira a sobretaxa de 40% de mais de 200 itens brasileiros.
00:16Entre eles, carne bovina, café e suco de laranja.
00:20Mas 22% dos produtos ainda seguem com tarifa extra.
00:24Vamos entender as expectativas e próximos passos com o Nelson Rocha, ele que é diretor da CISBRA, Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil.
00:35Muito boa noite, seja bem-vindo aqui ao jornal Times Exclusivo CNBC. Tudo bem com o senhor?
00:41Boa noite, Eric. Prazer estar falando de novo com vocês da Times CNBC.
00:45E, enfim, aqui pronto pra trocar um pouco de ideias aí sobre essas idas e vindas do presidente Trump.
00:56Acho que houve um alívio, né, pra maior parte dos exportadores brasileiros,
01:02mas ainda a gente tem aqueles 22% de produtos que são afetados ainda por essa sobretaxa do tarifácio de Donald Trump.
01:10Existe a expectativa de que também esses setores que continuam com essas tarifas, eles sejam beneficiados?
01:17Que as negociações continuem para que pelo menos minimize essas alíquotas?
01:23Sim, é natural que isso ocorra, né?
01:26Eu, aliás, tinha dado uma entrevista aqui pra vocês logo quando saiu o tarifácio e tinha dito já sobre isso.
01:34Era uma questão de tempo pra que nós pudéssemos ter os ajustes a serem feitos.
01:41E o que ocorreria, né, nos Estados Unidos, sobretudo, por conta da pressão sobre o governo americano,
01:47por conta da inflação que subiria nos Estados Unidos, como ele fez pra vários países, né,
01:54e no caso brasileiro, por exemplo, só pra citar, o café que foi retirado agora, 30% do consumo vem do Brasil.
02:01Então, obviamente que isso ocorreria.
02:06Agora, a expectativa é que nós tenhamos mais à frente a negociação para os demais produtos também.
02:13E até alguns produtos, Eric, que chegaram a ter uma redução da sobretaxa, né,
02:23que é o caso das aeronaves, por exemplo, que acabou reduzindo pra 10%,
02:29e enquanto agora café, carne e outros, acabaram sendo zeradas essa sobretaxa.
02:35Então, a nossa expectativa é que nos próximos dias, nos próximos meses,
02:41nós tenhamos aí a renegociação também dos outros 22%, né, como você citou aqui.
02:48Eu acho que um dos setores que acabaram ficando, o que mais é impactado no Brasil
02:56é a questão do calçado, né, porque tem um grande nível de exportação para os Estados Unidos.
03:02E eu acho que também do pescado, né, o pescado foi um dos setores mais afetados, né, Nelson?
03:08Inclusive pedindo...
03:09E o pescado também, é verdade.
03:10O pescado também, né, que o pescado, inclusive, está pedindo aí uma negociação mais rápida possível.
03:15O setor chegou a pedir um crédito emergencial de 900 milhões de reais ao governo,
03:20porque também tinha um mercado fechado na Europa, enfim.
03:22É um setor que é um pouco mais diminuto em relação à carne bovina, né, até o de café,
03:28e estava com muita dificuldade de alcançar outros players.
03:32Mas, Nelson, eu vou passar agora a pergunta para a nossa analista, Mariana Almeida,
03:37que também participa deste nosso bate-papo. Por favor, Mariana.
03:42Olá, Nelson. Obrigada pela tua participação aqui com a gente.
03:44Queria exatamente puxar um pouco esse fio dos diferentes segmentos
03:48e aí um pouco as técnicas de negociação em relação aos diferentes segmentos.
03:52Por quê?
03:53Porque, do ponto de vista econômico, lá no começo do tarifaço,
03:56ele não fazia nenhum sentido em geral,
03:58porque tem, enfim, parcerias econômicas estabelecidas,
04:01importadores que conhecem os exportadores aqui de relação de longa data.
04:06Veio por uma questão política, portanto, a parte dessa lógica.
04:10E agora ela vai saindo, mas vai saindo aos poucos.
04:13E a negociação muito motivada pela pressão interna também lá nos Estados Unidos.
04:18E aí a parte da inflação e dos produtos que eram mais sem sentido para os Estados Unidos
04:24veio primeiro, né?
04:25Então é isso, o café não faz nenhum sentido, o Brasil participa muito fortemente lá,
04:29sobe o preço.
04:30A carne, ela compõe de maneira importante também.
04:33Mas e os outros setores que ainda não entraram?
04:35Será que se eles não tiverem tanta pressão do ponto de vista interno,
04:38com possibilidade de substituição maior,
04:41que esses dois setores que vocês comentaram, tem isso, né?
04:43Eles conseguem importar de outros países com maior facilidade.
04:48Isso pode atrasar?
04:49Como é que vocês estão enxergando o ritmo e a motivação para a continuidade das negociações?
04:55É, primeiro entender o que motivou, né, essa mudança.
05:02Claro que tem parte, a própria negociação, o Brasil foi muito paciente, muito hábil até na negociação.
05:09Então, obviamente que isso tem um aspecto importante na revisão dessa supertaxa,
05:17dessa sobretaxa para o Brasil.
05:19Mas tem alguns aspectos internos, como você citou, Mariana,
05:22que eu acho que foram fundamentais, né?
05:25Primeiro, é a questão da pressão inflacionária,
05:28especialmente para esses produtos que têm um peso maior na economia americana.
05:34Mas tem outros aspectos, né?
05:35Tem um aspecto, por exemplo, no próprio judiciário americano,
05:40que está sendo constitucionado na Suprema Corte,
05:43a questão do tarifácio segundo a alegação de que seria uma emergência econômica, né?
05:51O que não se justifica, haja vista que o Brasil tem um déficit comercial com os americanos.
06:00Então, não se sustenta isso.
06:03Então, existe uma possibilidade muito grande do governo americano, né?
06:11Do presidente Trump, de perder na Suprema Corte.
06:15Isso é a primeira coisa.
06:16A segunda é como isso, e aí, obviamente, está relacionada à questão dos preços nos Estados Unidos, né?
06:24Mas uma recente derrota americana dos republicanos, né?
06:30Em New Jersey, por exemplo, na Califórnia, e também a eleição do ano que vem.
06:36Então, como é que vai ser enfrentado se continua essa pressão inflacionária?
06:42É claro que produtos que afetam menos podem ter menos problemas.
06:46Mas, obviamente, também essa questão do judiciário podem ter sido determinantes
06:51para uma revisão de posicionamento, né?
06:53Eu não acredito, e tive a oportunidade já de dizer isso aqui para vocês numa outra entrevista,
06:59de que tenha sido motivações políticas, né?
07:03O presidente Trump, ele sempre utiliza de mecanismos, né?
07:08Para fazer negociação, tipo assim, deixa eu botar um bode na sala para negociar, né?
07:13Então, essa questão, e até o governo hoje brasileiro se manifestou com relação a isso,
07:19acha que não vai atrapalhar.
07:20Eu acho que foi só um instrumento que ele usou,
07:23haja vista que tinha problema da política interna brasileira,
07:27e aproveitou para colocar isso na mesa de negociações para ver se conseguiria pressionar.
07:33Eu acho o presidente Trump um jogador, né?
07:36Ele tem estratégias, mas é um jogador e sempre se utiliza dos melhores recursos
07:42para poder obter um resultado melhor.
07:45O que ele, eu não sei porquê, não perceberam,
07:49é que, obviamente, que isso teria impacto na inflação americana,
07:53com consequências políticas.
07:55Ô Nelson, esse recuo de Donald Trump em relação às tarifas aos produtos brasileiros,
08:01coloca um selo, nem que ele seja pequeno,
08:04na relação de que ele poderia estar assumindo
08:09que a política tarifária não caminhou como ele gostaria,
08:14porque os efeitos foram piores internamente do que globalmente?
08:20Sim, é claro que isso é nítido,
08:23isso está sendo percebido pela sociedade americana, sem sombra de dúvida.
08:29Daí, ao presidente Trump reconhecer isso,
08:32é que é, a meu juízo, impossível,
08:34porque ele não tem esse perfil, né?
08:36Ele vai e volta, mas nunca reconhece que teve um erro.
08:41O que ele tentou passar nessa carta que ele encaminhou,
08:45dizendo que acabou acontecendo negociações,
08:49as negociações avançaram,
08:52dá uma percepção de que ele conseguiu atingir o objetivo
08:59e negociar alguma coisa, né?
09:01A gente também tem que ver o que está por trás disso tudo,
09:03que não é simplesmente a questão da tarifa, né?
09:07Os americanos têm um interesse muito grande nas terras raras, né?
09:12O Brasil é o segundo produtor mundial,
09:14então, obviamente que...
09:17O produtor, não, desculpe, com reservas, né?
09:20Então, obviamente que tem alguma negociação também
09:25que ele deve estar pensando por trás,
09:27e, obviamente, que essas negociações não vêm à tona,
09:29não vêm a público, mas alguma estratégia eles devem estar pensando
09:34para poder negociar dessa forma.
09:37Reconhecimento da parte dele, eu não acredito,
09:39mas, obviamente, que o reflexo sobre a inflação americana
09:45e sobre a pressão dos preços,
09:47ela é nítida, né?
09:48E bem percebida pela população americana.
09:52Nelson Rocha, queria muito agradecer a sua participação
09:56aqui no jornal Times Brasil Exclusivo, CNBC.
09:59Um grande abraço para você,
10:00uma ótima noite, bom final de semana.
10:03Boa noite para vocês também.
10:05Muito obrigado e até a próxima.
10:06Até, tchau, tchau.
10:07Tchau, tchau.
10:08Tchau, tchau.
10:09Tchau, tchau.
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