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A gestão Trump completa seis meses com impacto direto no comércio internacional e pressão sobre países como o Brasil. O ex-embaixador Rubens Barbosa analisa os efeitos da nova política externa e as estratégias para lidar com as tarifas de até 50% anunciadas pelos EUA.

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Transcrição
00:00A gestão de Donald Trump completa seis meses, marcada por políticas rigorosas contra imigrantes,
00:07abalos na relação com aliados históricos e uma ofensiva comercial que mexe com o mundo,
00:13com tarifas que afetam a economia global.
00:16Para analisar o resultado desse meio ano de Trump II e o que esperar daqui para frente,
00:22eu converso agora com o ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa.
00:27Embaixador, boa noite. Muito obrigado pela gentileza da sua participação.
00:31Embaixador, como é que Trump impactou a diplomacia nesses seis meses do seu segundo governo?
00:39Boa noite. Obrigado pelo convite.
00:41Eu acho que a gestão do presidente Trump nos Estados Unidos impactou não apenas o cenário internacional,
00:50mas a política interna americana.
00:52Houve muito problema, muita confusão dentro do governo americano, dentro da sociedade americana,
01:00inclusive o pacote econômico que ele lançou tem implicações internas e externas.
01:07E do ponto de vista internacional, tanto na área econômica como na área política internacional,
01:13a ordem internacional, houve impactos que nós não notamos nos últimos 80 anos.
01:23Quer dizer, o tarifarço contra todo mundo e a reversão de alianças na Europa,
01:29a aproximação com a Rússia, a oposição com a União Europeia,
01:34são grandes novidades no cenário internacional.
01:37Embaixador, o senhor que representou o Brasil nos Estados Unidos,
01:42acredita que o país hoje, os americanos hoje, vejam o Brasil de uma forma diferente?
01:50Ou isso está situado apenas no núcleo mais próximo da Casa Branca e naqueles apoiadores mais ideológicos?
01:56Não, eu acho que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos vai continuar normalmente.
02:03Aqui no Brasil a gente tende a minimizar o que está acontecendo lá em termos ideológicos,
02:10em termos de influência da personalidade do presidente Trump.
02:16Isso está acontecendo com todo mundo.
02:19Você imagina a Europa.
02:20Nós aqui estamos com esse problema agora das tarifas, dessa coisa política.
02:25E a Europa, que era o maior parceiro dos Estados Unidos, que está sendo punido, está sendo marginalizada.
02:32Então, isso não tem que ver com o Brasil apenas, tem que ver com o mundo inteiro.
02:38E o mundo inteiro não está confrontando o Trump.
02:42Eu gosto de citar que na questão do tarifarço, apenas dois, três países conseguiram negociar com os Estados Unidos.
02:52O Reino Unido, a Indonésia e o Vietnam, que é um país comunista, entendeu?
02:59Então, porque mandou lá para Washington autoridades e altos funcionários.
03:04A Europa está negociando todo dia com gente lá em Washington.
03:08Então, o que está acontecendo não é uma questão só contra o Brasil.
03:14É uma questão que está acontecendo com o mundo inteiro e todo mundo está se ajustando à maneira do Trump negociar.
03:24E a gente, eu acho que não pode fazer diferente, entendeu?
03:28Todo mundo está sendo afetado, todo mundo está reagindo, como a gente reagiu na questão da soberania, da interferência.
03:36Você imagine o que aconteceu com o Canadá, com o México, com a Groenlândia.
03:42Isso tudo é invasão da soberania, ingerência em assuntos internos.
03:49Então, o que aconteceu com o Brasil não é um ato isolado.
03:53Isso aconteceu com vários outros países.
03:55E todo mundo está sabendo atuar dentro desse novo mundo e dentro dessa relação tremendamente diferente
04:04com a personalidade do presidente Trump, o ego dele, a vontade dele.
04:10Outro dia, uma repórter perguntou a ele por que ele tinha colocado 50% de tarifas no Brasil.
04:17Ele virou para ela e disse, porque eu posso.
04:20Quer dizer, é uma coisa que não existe.
04:23Isso nas relações internacionais.
04:25E dentro desse cenário, embaixador, como é que o senhor vem avaliando a posição do governo brasileiro?
04:33As etapas que o governo brasileiro vem adotando, essa interlocução com o setor produtivo
04:39e os discursos também, a comunicação do governo brasileiro?
04:44Olha, eu acho que nós estamos numa escalada.
04:46Eu acho que a gente teria que separar o aspecto político da negociação econômica comercial.
04:53Quer dizer, em muitos casos está sendo confundido, entendeu?
04:58Nesses últimos, depois da carta dos 50% de tarifa, não houve uma reação do governo brasileiro a essa carta.
05:09A carta foi recusada e eu acho que foi bem respondida pelo governo ao chamar o encarregado de negócio da Embaixada dos Estados Unidos
05:19e protestar contra a ingerência em assuntos internos, contra a soberania brasileira.
05:25Eu acho que está correto.
05:27Agora, nós tínhamos que separar as duas coisas.
05:30Uma coisa é a área política que foi respondida adequadamente.
05:34A outra coisa é a negociação comercial com as big techs e com a tarifa.
05:40E aí, eu acho que não houve ainda uma reação em relação ao governo americano.
05:47Houve ontem, não é?
05:49A reunião hoje cedo, uma reunião do vice-presidente com as big techs,
05:54houve a reunião com os empresários aqui no Brasil sobre as tarifas,
05:58mas eu não sei de nenhuma resposta para essa questão dos 50%.
06:04Houve uma resposta em relação aos 10% na carta de 16 de maio.
06:11Mas agora, para os 50%, não houve nenhuma reação do governo brasileiro.
06:18E hoje, o secretário do Comércio Americano, o Departamento de Comércio,
06:25disse que no dia 1º as tarifas vão ser impostas,
06:29mas o governo americano está pronto a negociar as tarifas que foram impostas no dia 1º de agosto.
06:38Eu acho que nós temos que fazer isso.
06:41Depois do anúncio, 1º de janeiro, nós temos que negociar em vez de retaliar,
06:48em vez de criar mais uma escalada nessa negociação política e comercial com os Estados Unidos.
06:59E na sua leitura, embaixador, como conduzir uma negociação com o governo americano,
07:06com uma figura como o Donald Trump?
07:09Como todo mundo está fazendo.
07:11Isso não é o caso do Brasil apenas.
07:13Todo mundo está encontrando meios de comunicação diretamente com ele,
07:18com o vice-presidente, com os ministros.
07:21E nós temos que fazer a mesma coisa.
07:23Isso não é contra o Brasil apenas, isso é contra o mundo inteiro.
07:29Nós estamos vendo, eu gosto de citar o caso da União Europeia.
07:32A União Europeia está dizendo que está programando uma retaliação,
07:38mas diz que não vai colocar nenhuma retaliação sobre os Estados Unidos
07:44sem antes esgotar todos os canais de comunicação na negociação comercial e política com os Estados Unidos.
07:53Nós temos que fazer a mesma coisa.
07:56Embaixador, essa postura dos Estados Unidos, reconhecidamente,
08:00vem empurrando os países para outros aliados,
08:03para a busca de relações alternativas comerciais, inclusive.
08:06Agora, claramente, Trump também está de olho nisso e já nos repreendeu,
08:11já repreendeu, por exemplo, ao Brasil e ao bloco do BRICS,
08:16por essas transações, por falarem em transações, por exemplo,
08:19que não utilizem o dólar como a moeda de pagamento nessas relações.
08:26Qual é o espaço que temos hoje em dia para fortalecer relações com outros países
08:30sem que a gente consiga mais indisposição ainda com os Estados Unidos?
08:34Essa questão do dólar, só o presidente Lula é que está falando.
08:40Depois da reunião do BRICS, o governo da Rússia, o governo da China e o governo da Indonésia
08:47emitiram notas dizendo que isso não está em discussão.
08:51Eu não estou preocupado com isso, porque realmente não está em discussão.
08:54É uma retórica política nossa de politizar essa questão.
09:00Eu não estou preocupado com isso, também não estou preocupado com aquela ameaça
09:05de compra de produtos da Rússia por causa da guerra.
09:10Foi citado o Brasil, a Índia, a China, porque também está a União Europeia,
09:16está a Turquia, está outros países que também estão comprando da Rússia.
09:21Eu acho que é muito difícil eles colocarem, os Estados Unidos,
09:25colocar punição de 100% de tarifa sobre a União Europeia, sobre o Japão,
09:31sobre a Turquia que estão comprando produtos americanos.
09:37Eu acho que isso, o Trump fala muito, fala muita coisa, mas é apenas uma ameaça, entendeu?
09:45Nós não temos que levar o pé da letra a tudo que ele está dizendo.
09:47Nós temos que cuidar dos nossos interesses.
09:50O que a gente quer? A gente quer a deterioração da relação com os Estados Unidos
09:54para fins internos aqui no Brasil, ou a gente quer negociar com os Estados Unidos
10:00para evitar um impacto muito forte sobre o setor privado, no agro e na indústria?
10:06A gente tem que resolver isso.
10:08Eu acho que não há opção.
10:10Nós não podemos acirrar essa negociação por questões de política interna
10:14sem levar em conta a negociação com os Estados Unidos
10:20para minimizar o prejuízo que o setor privado, agro e indústria vão ter
10:25com uma tarifa de 50%.
10:27A partir do dia 1º, nós temos que negociar com o governo americano
10:35para reduzir a tarifa, se ela for colocada em 50% a partir de 1º de agosto.
10:43Eu, pessoalmente, acho que como não há negociação sobre a redução dessa tarifa,
10:48vai haver a imposição, mas com exceções, porque os Estados Unidos vão tirar
10:54alguns produtos que interessam a eles.
10:58Na área agrícola, talvez a carne, que tem efeito sobre a inflação americana.
11:09E outros produtos industriais, talvez o aço, colocar cotas aí, porque prejudica a indústria americana.
11:18Então, eu acho que a gente, no dia 1º, qualquer que seja a decisão,
11:23nós temos que negociar e não retaliar o governo americano, como todo mundo está fazendo.
11:30Todos eles estão negociando e vão negociar sem impor retaliação imediata
11:37depois do dia 1º de agosto.
11:41Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos,
11:45muito obrigado pela gentileza da sua análise aqui.
11:47Uma boa semana para o senhor.
11:49Muito obrigado pelo convite de vocês.
11:51Boa noite a todos.
11:52Boa noite. Obrigado.
11:53Boa noite.
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