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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou intenção de aumentar tarifas sobre semicondutores, movimentando a indústria de tecnologia global. Junior Borneli, CEO da StartSe, explica como essa medida afeta preços, reindustrialização americana e o mercado brasileiro.

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Transcrição
00:004h29, a gente fala agora de tarifaço.
00:03O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
00:06disse que tem a intenção de aumentar as tarifas de importação de semicondutores.
00:11Estabelecer uma tarifa considerável foi a expressão que ele usou.
00:17Vamos entender o que significaria uma medida como essa,
00:20tanto para o mundo quanto para o Brasil,
00:22conversando agora com um especialista em tecnologia.
00:25É o CEO da Starts, o Junior Bornelli.
00:28Junior, boa tarde para você.
00:30Obrigado pela disponibilidade aqui em conversar com a gente.
00:33Ô Junior, a gente está acompanhando aí que no contexto desse tarifaço,
00:36semicondutores não são apenas mais um produto.
00:39Quer dizer, trata-se de algo muito estratégico e objeto central
00:44de uma disputa pela supremacia no campo tecnológico entre Estados Unidos e China, especialmente.
00:50O que representaria, estamos falando aqui na hipótese ainda e sem saber números,
00:54mas o que é que representaria uma tarifa considerável sobre semicondutores no mercado americano?
01:01Olá, Fábio. Boa tarde.
01:03Bom, acho que você tem razão de dizer que isso é um elemento super importante e relevante no mundo de hoje
01:08para essa hegemonia da inteligência artificial.
01:11Nós estamos vivendo uma guerra free e a brincando aqui com o trocadilho das letras
01:16dentre Estados Unidos e China e essa tarifa que pode ser imposta sobre a importação de semicondutores,
01:23de chips, é mais uma camada de proteção que os americanos colocam
01:26para a reindustrialização da indústria de chips americanos.
01:30A gente sabe que os chips da NVIDIA, por exemplo, que são os mais avançados hoje de inteligência artificial,
01:36eles são desenhados nos Estados Unidos, mas produzidos quase que na sua totalidade em Taiwan,
01:42que tem ali uma disputa territorial não resolvida ainda também com a China.
01:46Então o controle de tudo isso faz parte deste jogo, desse tabuleiro de xadrez no mundo da IA,
01:52e é por isso que os americanos estão tentando colocar ainda mais camadas de proteção
01:57para voltar a ser relevantes na produção desses equipamentos dentro de casa.
02:01Tem havido alguns movimentos erráticos até nessa direção, né, Júnior?
02:05Isso até começou no governo Biden, que restringiu a exportação de um chip mais avançado da NVIDIA
02:12para o mercado chinês, então a NVIDIA só podia mandar um chip ali de segunda linha,
02:17se é que se pode dizer assim, não poderia mandar o topo de linha para a China, né?
02:21Quer dizer, nesse sentido, até os dois governos se assemelham muito, né, Biden e o de Donald Trump.
02:27Agora, e mesmo agora, nesse contexto de tarifácio também,
02:30Trump tem adotado algumas medidas, depois para conseguir fechar a trégua com a China,
02:34as medidas são revogadas.
02:35O mercado americano, ele mais ganha com isso,
02:38ou essa instabilidade também não é boa para quem está desenvolvendo tecnologia lá?
02:43Isso não é bom para ninguém, porque, afinal de contas,
02:47toda vez que se coloca uma tarifa, seja para um lado ou para o outro,
02:50quem acaba pagando essa conta é o consumidor.
02:53Dado que os chips hoje são produzidos em Taiwan, lá na Ásia,
02:57e a grande maioria, quase 90% dos chips são produzidos lá,
03:00significa que trazê-los de volta para os Estados Unidos a um preço mais caro
03:04por conta das tarifas, pode significar que computadores, smartphones,
03:09equipamentos que os americanos consomem também fiquem mais caros por conta disso.
03:14Existe esse medo da reindustrialização americana,
03:17também colocar mais preço nos produtos,
03:19uma vez que espera-se que a indústria americana não seja de imediato
03:23tão eficiente quanto é a indústria da Ásia,
03:26especialmente Taiwan, China, Coreia, para a produção dos semicondutores.
03:31O que a gente está vendo, como você bem colocou,
03:33é uma disputa que vai muito além das questões comerciais,
03:36uma questão de hegemonia política.
03:37A NVIDIA, no último balanço divulgado agora,
03:41em relação ao trimestre, segundo trimestre desse ano,
03:44colocou lá que não espera vender chips mais avançados para a China nesse ano.
03:49Vale lembrar que o governo americano está fazendo um plano
03:51mais ou menos de estatização da indústria de chips dos Estados Unidos.
03:56Ele comprou um pedaço da Intel,
03:59ou seja, o governo americano é dono de 10% da Intel,
04:02e tem um acordo com a NVIDIA e com a AMD
04:04de que todos os chips vendidos para a China
04:07devem ter 15% do seu lucro repassado para o governo.
04:11Então, é um movimento muito interessante e intenso dos Estados Unidos
04:16nessa questão de chips, criando camadas de proteção
04:19e quase que criando uma estatização das companhias de chips.
04:23Pois é, Júnior, e tem aquele velho enunciado econômico
04:26de que uma indústria protegida demais,
04:29ela, em alguma medida, para no tempo.
04:31Já vimos essa história se aplicar daqui ao Brasil, por exemplo.
04:35Para os Estados Unidos, essa máxima valeria também?
04:37Eu acho que sim, porque nas próprias palavras do Tim Cook,
04:43que é o CEO da Apple, que poderia ser uma das afetadas
04:47por conta dessas tarifas dos chips, por conta dos iPhones, dos computadores,
04:52ele diz que o povo americano perdeu essa cultura fabril,
04:58que durante décadas foi delegada aos orientais, aos chineses,
05:01depois aos indianos, enfim.
05:02Então, passou-se muito tempo sem ter essa cultura de fabricação.
05:07Trazer isso de volta, colocar isso de novo no centro da cultura americana,
05:12é um desafio para lá de relevante.
05:15Ainda mais com essas camadas de proteção muito intensas.
05:19Os chineses já mostraram que, mesmo não tendo os chips mais avançados,
05:23conseguiram criar, você lembra bem, do Gypsych,
05:26que colocou aquela pressão na OpenAI, no chat GPT lá atrás.
05:29Ou seja, a inovação acontece, ainda que em ambientes não muito propícios para isso.
05:35E quem fica protegido demais, acaba ficando numa zona de conforto,
05:40onde tudo é estável, tudo é previsível, e se desconecta da realidade do mundo.
05:44Ou seja, acaba vivendo numa bolha, num oceano azul protegido dos inimigos que vêm de fora,
05:52e não enxerga a realidade da competição que acontece globalmente.
05:55Júnior, só para a gente encerrar, essa disputa afeta o Brasil de alguma forma?
06:00Sem dúvida.
06:03O Brasil não é produtor de semicondutores, nós somos totalmente dependentes disso.
06:09A gente também importa a maioria desses equipamentos eletrônicos.
06:13Os smartphones são importados, os iPhones, enfim,
06:16toda essa camada de equipamentos que vem potencializada com o IA é muito importada por nós.
06:22Então, toda vez que fica mais caro produzir isso, seja por conta das tarifas,
06:26seja por conta de uma reindustrialização que ainda pode não ser tão madura,
06:31vai fazer com que o que chega aqui para nós, vindo desses lugares, chegue mais caro.
06:36Então, além da gente ficar mais dependente no semicondutor em si,
06:39o produto final também tem que chegar mais caro para nós.
06:42Júnior Borneres, CEO da Starts.
06:44Obrigado, Júnior, pela sua análise aqui. Boa semana.
06:48Você também, obrigado.
06:49Obrigado.
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