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Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, analisou o impacto da primeira conversa entre Lula e Trump sobre tarifas e sanções. O mercado segue atento, avaliando possíveis ajustes de até 50% nas tarifas e os efeitos para exportadoras e setores estratégicos como data centers e minerais críticos.

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Transcrição
00:00Agora eu vou conversar com o Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
00:04Alex, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite, sempre bom ter você aqui com a gente.
00:09Eu quero começar te ouvindo sobre a conversa entre Lula e Trump, que é a grande novidade aí desse começo de semana.
00:15Por que que não animou o mercado, Alex?
00:19Boa noite, Cris, bom também estar contigo.
00:22Olha, não animou porque não tem ainda uma condição determinada de que, de fato, esse bate-papo vai se transformar em mudanças de regras do tarifarço.
00:36Ou seja, será que essa conversa é o início de um namoro para demover a postura de Donald Trump?
00:43Ou isso é apenas uma conversa de baixo-papo ali para mostrar que, olha, o cenário, por enquanto, vai ficar só nas relações internacionais e não vamos entrar na área comercial.
00:59Talvez essa primeira conversa foi um ensaio do que pode vir.
01:05Até porque, Cris, primeiro, Donald Trump só está conversando com o Brasil
01:10justamente porque ele está sofrendo uma pressão, desde o início do tarifarço,
01:15de parte da atividade produtiva que apoiou Donald Trump
01:19e, principalmente, o agronegócio, que está sofrendo muito.
01:23Aliás, Donald Trump anunciou uma ajuda de 10 bilhões de dólares, né?
01:28Então, o que parece é que o tiro está saindo pela quadra
01:30e aí, naturalmente, ele vai sentar para conversar
01:33porque o Brasil é um país estratégico para os Estados Unidos.
01:37Então, o mercado não gostou, primeiro, não tem nada crível, né?
01:41Mas, talvez, uma segunda conversa, e já foi autorizado o Rubio,
01:45o Marco Rubio com o Alckmin, conversarem e darem continuidade nas tratativas.
01:51Agora, para os próximos dias, em relação a essa mesma questão,
01:54o que o mercado espera?
01:56Há expectativa de uma melhora nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos?
02:01Olha, quando a gente coloca duas pessoas que vão falar estrategicamente
02:06sobre a economia e a relação comercial, que, de um lado, é o Marco Rubio
02:09e, do outro lado, o Alckmin, vice-presidente,
02:13que, aliás, tem sido um grande estrategista na parte, de fato, de negociação,
02:19se espera que sim.
02:20O mercado financeiro acredita que aí, sim, poderá ter algo mais positivo,
02:24no sentido de retirar boa parte, se não tudo, mas boa parte das tarifas
02:30que foram impostas.
02:32É claro que eu acho que não 100% das tarifas, e talvez também aquelas que vão ser ajustadas,
02:39talvez sairão de 50% para 10%.
02:41Não voltará o que era antes numa tarifa média de 2,5%.
02:45Muito provavelmente não.
02:47Mas, sem dúvida alguma, vai ter algum avanço.
02:50A dúvida que fica, Cris, e aí eu não sei se isso será precificado ou não,
02:55é uma demanda por parte do presidente Lula, que foi o pedido de retirar sanções
03:00de autoridades brasileiras.
03:02Eu acho que isso não deve entrar na pauta agora, pelo menos não nesse primeiro momento.
03:07Talvez no segundo momento, sim, quando essa questão comercial for já um pouco mais resolvida.
03:14Eu vou passar para a pergunta dos nossos analistas.
03:16Vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
03:18Alex, boa noite.
03:20Vou fazer a pergunta que eu faço para quase todo mundo envolvido nesse assunto
03:24e que pode dar uma sugestão.
03:26A negociação começou simplesmente com uma exposição de queixas ou pedidos do Brasil.
03:33Fim do tarifas excepcional e talvez fim das sanções contra autoridades brasileiras.
03:40Agora, se o Trump não levar nada, por que ele concederia,
03:45depois de ter feito esse movimento surpreendente e agressivo,
03:47por que ele concederia o fim do tarifaço com o Brasil?
03:51E mesmo que tenha uma negociação que envolva o fim do tarifaço,
03:54o que ele vai querer em troca?
03:56O que ele pode ganhar que seja significativo para ele?
03:59Você tem alguma pista?
04:00Olha, é claro que a gente já vê que continua há algum tempo, né, Vinícius?
04:05A questão dos minerais críticos, que isso pode ajudar muito a indústria norte-americana.
04:13Isso é uma situação estratégica importante para eles.
04:16Também tem a questão dos data centers, que é muito relacionado às big techs.
04:22Então, a regulamentação das big techs é algo que interessa aos Estados Unidos.
04:26A questão dos data centers em países como o Brasil, que tem energia limpa,
04:30que tem subsídio fiscal, isso também pode gerar ganhos competitivos para as empresas norte-americanas.
04:38Então, acho que isso vai ter que ser colocado à mesa para, naturalmente,
04:43o governo norte-americano sentir ali alguma vantagem de negociar com o Brasil.
04:47Por isso que eu acho que só depois dessa parte econômica um pouco mais equacionada,
04:53que talvez eles vão tentar negociar algo sobre retirada de sanções na parte de autoridades.
05:00Vamos passar para o Eduardo Geyer, lá em Brasília.
05:02Geyer.
05:02Alex, boa noite.
05:07No início do tarifaço, até quando não havia interlocução entre o Brasil e os Estados Unidos,
05:12parte do mercado financeiro tinha avaliação de que o presidente Lula estaria errando na condução da crise,
05:18na medida em que não buscava um contato direto com o Donald Trump,
05:22não pegava o telefone para ligar para ele.
05:23Era uma crítica compartilhada por parte do mercado financeiro,
05:26mas também por alguns especialistas, é importante dizer.
05:30Minha pergunta para você agora é a seguinte.
05:31com essa reconstrução em andamento das pontes entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump,
05:38o mercado já mudou a sua análise?
05:41Entende que Lula talvez tenha agido corretamente ao segurar a pressão,
05:46estancar essa pressão e defender a soberania brasileira?
05:48Ou não?
05:49O que acontece agora é uma correção de rumos ou até uma contenção dos danos
05:55que já vieram desde o início do tarifaço?
05:58Oi, Galo, boa noite.
06:01Olha só, primeiro a gente tem que separar que o mercado é muito objetivo em relação aos fatos.
06:06Então, lá atrás, o que o mercado estava avaliando era qual era o impacto do tarifaço
06:11na atividade econômica brasileira.
06:13Porque isso a gente sabe, afeta ali o dinamismo do mercado financeiro,
06:17a questão de moeda, a questão das ações,
06:20e isso impacta a vida do cidadão brasileiro também,
06:22porque afeta a expectativa de taxa de juros, entre outros fatores objetivos.
06:28É difícil agora a gente falar de forma até subjetiva se Lula tinha razão ou não.
06:34O fato é que o mercado financeiro, ele olha e vê o seguinte,
06:37retomou o curso num caminho certo de sentar e negociar.
06:41Agora não é nenhuma questão de saber se ele estava certo ou não.
06:44retomar o caminho para que haja o menor prejuízo possível para setores da economia brasileira,
06:52que, aliás, eu acho que de alguma medida foi até positivo o que aconteceu,
06:56porque tirou o governo brasileiro da zona de conforto,
06:58com a realização daquele Plano Brasil Soberano,
07:01estimulando as empresas exportadoras, abrindo novos mercados, linhas de crédito.
07:06Eu acho que isso foi uma ajuda positiva.
07:09Mas, de fato, agora, o que retoma e o que o mercado financeiro olha é,
07:12de fatos concretos e objetivos, qual o impacto na economia.
07:16Quem tem razão, no final das contas, vai ser algo que vai ficar para outra discussão.
07:22Alex, nosso tempo está acabando, mas eu não quero deixar de te ouvir
07:25sobre algo que me chamou a atenção e de muita gente, claro,
07:29sobre a política fiscal do Brasil,
07:30que o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, chamou de suicida.
07:34Queria ouvir a sua opinião.
07:35Olha, se nós compararmos o histórico brasileiro com relação à atual gestão fiscal,
07:44ela é suicida no sentido de que pode levar o Brasil à banca rota,
07:47como vamos lembrar o que aconteceu em 2014, 15 e 16,
07:51que a economia brasileira foi desacelerando,
07:53e 15 e 16, 2015 e 2016, foram dois anos seguidos
07:58que a economia brasileira teve uma queda do PIB,
08:00e isso só aconteceu na década de 30, 1931, 1932,
08:05depois da quebra da Bolsa de Nova York,
08:06então nós estamos falando aí de quase,
08:08mais de 80 anos, 90 anos,
08:10depois a gente está passando por um novo problema muito parecido.
08:14Então a história se repete na economia brasileira.
08:17Não sei se suicida, mas sem dúvida alguma,
08:20uma situação bastante crítica,
08:22e que eu não vejo a condução do jeito que está
08:24para uma mudança positiva nos próximos anos.
08:28Alex, muito obrigada, como eu falei,
08:30é sempre bom ter você aqui com a gente.
08:32Então, boa semana e até a próxima.
08:34Até mais.
08:35Obrigada.
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