O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), confirmou a votação do Projeto de Lei (PL) Antifacção para esta terça-feira (18). A decisão de pautar o texto ocorre mesmo sem um consenso sobre o relatório apresentado por Guilherme Derrite (Progressistas). Reportagem: Victoria Abel.
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NotíciasTranscrição
00:00Eu quero falar um pouquinho de segurança pública agora.
00:02O presidente da Câmara, Hugo Mota, prevê a votação do PL antifacção pra amanhã.
00:06O projeto ainda deve passar por mais modificações.
00:09Derrite, pode apresentar um novo parecer.
00:12Mas eu quero aqui conversar com a Vitória Bel, que tá acompanhando essa história desde o começo,
00:16porque o Planalto prevê que o projeto fortaleça a PEC da segurança.
00:22Mas eu quero saber de você, Vitória, se de fato ele seria votado nessa terça-feira.
00:27Porque, pelo jeito, ainda não tem consenso, né?
00:30Bem-vinda.
00:34Oi, Evandro. Boa tarde pra você e pra todos que nos acompanham.
00:37Pois é, tá longe de acontecer um consenso, mas o presidente da Câmara, Hugo Mota, tá batendo o pé.
00:42Diz que esse projeto deve ser sim votado amanhã, que ele vai manter na pauta, vai ser uma pauta única.
00:49Portanto, Hugo Mota só vai discutir isso com os líderes amanhã.
00:52Possibilidades de mudança.
00:54E vai sair de novo o parecer do relator Guilherme Derrite, que é secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo.
01:01A gente também lembra que entre as questões envolvendo, as polêmicas envolvendo esse projeto antifacção,
01:08estão as resistências do Palácio do Planalto, principalmente.
01:12Guilherme Derrite já fez uma série de concessões.
01:15A gente lembra, a primeira concessão, ele retirou a alteração que fazia na lei antiterrorismo.
01:21Depois, ele devolveu um financiamento da Polícia Federal, que ele tinha retirado no relatório,
01:28no primeiro relatório, que previa que a apreensão de bens de organizações criminosas
01:34poderiam ser direcionadas para as polícias civis e não tratava da Polícia Federal.
01:39Agora, nesse último relatório, ele já direciona esses bens e ativos apreendidos também para fundos da Polícia Federal.
01:47Um outro ponto também que já agradou o Planalto é a definição do que é facção criminosa.
01:53No entanto, dois pontos ainda preocupam o governo.
01:56E é isso que o governo vai tentar alterar até amanhã.
01:59Lembrando que o ideal, o governo quer retomar o texto original.
02:02Mas, pelo menos, dois pontos o governo quer trabalhar.
02:05O primeiro deles é colocar uma tipificação penal mais específica.
02:10Hoje, o tipo penal criado por Guilherme Derrite nesse relatório é o domínio social estruturado,
02:15que o governo avalia como uma definição de crime muito ampla,
02:19que pode abrir perigo para, por exemplo, condenar movimentos sociais de acordo com o governo.
02:26Ele quer que esse tipo penal seja tipificado, como tem a tipificação, perdão,
02:32de integrantes de organizações criminosas apenas por integrarem essas facções já serem considerados criminosos
02:39e, portanto, sob pena alta de quatro a vinte anos.
02:44Esse é o objetivo do governo.
02:46O Guilherme Derrite, portanto, deve fazer uma negociação ainda com os líderes de centro entre hoje e amanhã,
02:52com novas reuniões com essas lideranças de bancada.
02:56Na semana passada, ele se reuniu com as bancadas completas,
02:59mas agora a negociação deve focar nas lideranças partidárias.
03:03O Hugo Mota disse, inclusive, numa rede social,
03:06nas redes sociais, perdão,
03:08que a segurança pública exige, sim, firmeza,
03:11mas também garantias e eficiência institucional.
03:15Por isso, ele inseriu na pauta de amanhã e a Câmara dos Deputados vai votar o marco legal de combate ao crime organizado.
03:25Então, o Hugo Mota dizendo que pretende, sim, votar esse projeto amanhã.
03:28Só queria destacar um outro ponto também que tem sido criticado pelo governo e também por especialistas em segurança,
03:34porque Guilherme Derrite modificou um ponto em que o governo previa uma apreensão imediata de bens de criminosos,
03:42logo que a investigação já estivesse em curso.
03:46Então, por medida cautelar, esses bens e ativos poderiam ser apreendidos.
03:50No projeto do Derrite, ele coloca que um bem só pode ser apreendido de um criminoso
03:56se tiver já o julgamento com trânsito em julgado, portanto, processo finalizado,
04:01ou então via uma ação civil.
04:03Só que o que o governo diz é que uma ação civil pode demorar muito.
04:07Então, todo esse processo poderia beneficiar, na visão do governo,
04:10as organizações criminosas que não teriam esses bens apreendidos.
04:15A gente destaca essa visão também do Planalto de que o projeto antifacção,
04:20apesar de ainda não estar do jeito que o governo quer,
04:22deve fortalecer a PEC da Segurança,
04:25que é outra proposta de suma importância para o governo,
04:28principalmente olhando também para a campanha à reeleição do presidente Lula.
04:32PEC da Segurança que prevê constitucionalizar o Sistema Único de Segurança
04:37para tentar integrar as investigações e bancos de dados de todas as polícias do país
04:42e também da Polícia Federal,
04:44e também dividir as responsabilidades entre investigações estaduais e a Polícia Federal.
04:50Só que esse projeto só deve ser votado no dia...
04:53Essa proposta, perdão, só deve ser votada no dia 13 de dezembro.
04:56A gente conversou com o relator da PEC da Segurança,
04:59Mendonça Filho, do União Brasil,
05:01também com o presidente da Comissão Especial que analisa essa proposta,
05:04a Luísio Mendes, e eles estão prevendo que o relatório será apresentado no dia 4 de dezembro,
05:10mas a votação é só no dia 13 de dezembro,
05:13muito além da data que o governo queria.
05:15Evandro.
05:16Muito obrigado pelas informações.
05:17Vitória Bel, um abraço para você.
05:19Daqui a pouco a gente vai trazer mais informações também desse PL antifacção.
05:22Mas é, Maria Trindade, eu quero te ouvir sobre essa falta de consenso
05:26e mesmo assim uma, digamos, promessa do presidente da Câmara
05:30de que esse projeto será pautado e votado nesta terça-feira,
05:35com a possibilidade de uma nova versão.
05:38Fala aí, Salzé.
05:40Pois é, o responsável para fazer essa união,
05:43como diz, amarrar as pontas,
05:46sempre é do relator.
05:48O relator é que tem esta responsabilidade e deve correr atrás disso.
05:52e o capitão De Ritch, Guilherme De Ritch,
05:57o deputado Guilherme De Ritch,
05:58chegou, apresentou um projeto forte,
06:01assustou, né?
06:02Mas em seguida ele...
06:03Perdemos ali a comunicação com Zé Maria Trindade.
06:06Daqui a pouco nós vamos retomar a conversa com ele
06:08assim que ajustarmos o sinal.
06:09Então eu quero te ouvir, Alan Gani,
06:11sobre essa falta de consenso.
06:12Diga aí.
06:13Pois é, é um tema bastante difícil.
06:15É um tema que, embora muito antigo no Brasil,
06:19este problema, ele veio à tona agora.
06:21Parece que agora a sociedade resolveu se mobilizar,
06:25dado a gravidade do que aconteceu ali no Rio de Janeiro,
06:29os bandidos ali com arsenal de guerra enfrentando a polícia.
06:34Agora, eu vejo que, apesar de muitos atritos,
06:40ele está na quarta versão ali,
06:42o Guilherme De Ritch, do seu relatório,
06:45eu vejo que, de alguma maneira, isso vai passar.
06:49E por quê?
06:50Porque isso, no final das contas,
06:53é um tema de interesse nacional,
06:55mas também tem um componente político muito importante, Evandro.
06:58Por quê?
06:58Porque quem bancou isso é o Hugo Mota,
07:01é o Centrão, ou seja,
07:02é também o grupo do Tarcísio.
07:05Então, a derrota de Guilherme De Ritch seria uma derrota do Centrão
07:09e uma derrota também do grupo de Tarcísio.
07:12Agora, tem uma questão interessante, Fábio Piperno,
07:15que é a posição de Guilherme De Ritch nessa história toda,
07:17porque com os recuos que ele teve de fazer e as concessões,
07:21obviamente, isso faz parte do trabalho de relator,
07:23ele deixou de agradar uma das partes da oposição,
07:28que queria um projeto mais voltado para a questão do terrorismo,
07:32e que trazia, inclusive, aquela primeira parcela relacionada à Polícia Federal,
07:38que depois foi retirada após a negociação,
07:40e deixa de agradar também os governistas que enviaram e criaram esse projeto
07:46e que viram essas modificações e alterações passarem por tantas impressões,
07:52digamos assim, que agora ninguém quer mais nada.
07:56Bom, primeiro que o relator faz um péssimo trabalho,
08:00e isso já foi bastante criticado por diferentes setores da sociedade nos últimos dias.
08:06Eu até trouxe aqui na última sexta-feira o editorial do jornal Estado de São Paulo,
08:12que está bem longe, monarrando as luzes de seu veículo propriamente governista.
08:17Não é o caso.
08:18Então, ele foi mexer justamente daquilo que não precisava,
08:23que foi a Polícia Federal,
08:24e mesmo em relação à Polícia Federal,
08:26ele já apresentou uma série de versões.
08:29Para quem não está muito afeito ao tema, por exemplo,
08:32se passasse esse projeto dele,
08:35a Polícia Federal não poderia fazer,
08:37como fez, uma operação como acabou no culto,
08:40a não ser que ela tivesse consultado e pedisse permissão
08:44para as autoridades locais.
08:48E fora uma série de outras questões,
08:50como, por exemplo, tirar da Polícia Federal
08:52alguns fundos que abastecem a corporação hoje.
08:56Mas ele errou muito.
08:57No caso, por exemplo,
08:59dessa história dos bens,
09:01que está no projeto original,
09:04também há uma discussão muito grande,
09:07porque você imagina o seguinte,
09:09você tem uma operação como a do Rio de Janeiro,
09:12que aconteceu agora.
09:14Aí a polícia vai lá na casa de um traficante
09:17ou numa propriedade dele,
09:19acha dinheiro,
09:20acha uma série de bens e tal.
09:22Então, a polícia não poderia passar isso
09:27para a União ou para a Polícia Federal
09:31porque não foi transitado e julgado.
09:34Ora, mas aquilo é nítido e notório
09:37que está a serviço do crime,
09:39está financiando o crime.
09:41Mas se passasse esse projeto,
09:43também poderia haver contestação em relação a isso.
09:46Então, o projeto vai ter que ser muito,
09:48mas muito melhorado.
09:50Fala, Bruno Mousa.
09:51Para você também,
09:52esse projeto precisa de uma extrema melhoria
09:55para poder valer?
09:58Bom, vamos lá.
09:59Acredito que sim.
09:59Eu realmente, desde o primeiro momento,
10:01na semana passada,
10:02nós comentamos aqui,
10:03eu particularmente não entendi
10:05esse recuo do The Hit
10:07ao dizer que não colocaria mais
10:09as facções criminosas
10:10como ações terroristas.
10:12Eu repito o que eu venho falando.
10:13Se compararmos as ações
10:15que essas facções fazem,
10:17barricadas,
10:18não permitir a entrada do Estado
10:19em determinados territórios,
10:2146 milhões de brasileiros
10:23vivem em territórios dominados
10:24pelo crime organizado,
10:28portanto,
10:29são extorquidos diariamente
10:30nos seus negócios,
10:32na luz,
10:33no gás.
10:33São ações muito parecidas,
10:35ameaçando a população,
10:37retirando eles das suas próprias casas,
10:39como nós vimos que aconteceu,
10:40por exemplo,
10:40em Fortaleza,
10:42há 15 dias um vídeo
10:43que está no YouTube
10:43para todo mundo ver.
10:45Ou seja,
10:45tudo isso são ações
10:46muito parecidas
10:47com aquelas ações
10:48que organizações terroristas,
10:50de fato,
10:51fazem em outros países.
10:53Portanto,
10:53eu não consegui entender
10:55o recuo do The Hit.
10:56Eu vejo duas possibilidades.
10:57Uma,
10:58ele vem sofrendo pressão.
10:59Me parece estranho,
11:00afinal de contas,
11:01o The Hit me parece
11:02alguém preparado,
11:03afinal de contas,
11:04fez parte de operações policiais
11:06para aguentar pressão.
11:08O segundo ponto seria,
11:09de repente,
11:09uma estratégia de negociação.
11:10joga tudo lá para frente,
11:12um contexto maior,
11:14sabia que não passaria,
11:16imaginaria,
11:17e aí tentaria aumentar as penas.
11:18Já começamos a ouvir,
11:19por exemplo,
11:20ler matérias
11:21a respeito de prisão perpétua,
11:23não mais permitir
11:24a regressão da pena
11:25em crimes graves.
11:27Enfim,
11:27eu acho que tudo isso
11:28não deve ser um tema político,
11:30deve ser um tema
11:31para melhorar a vida do brasileiro.
11:33A situação nas grandes capitais
11:34está se tornando
11:35insuportável
11:36e insustentável.
11:37no nível que nós,
11:38aqui em São Paulo,
11:39não podemos tirar o celular da mão.
11:41Isso é uma pequena coisa.
11:42Estamos falando de 46 milhões
11:43de brasileiros que vivem
11:45em áreas dominadas
11:46pelo tráfico.
11:47Então,
11:48isso é extremamente complicado.
11:50Na minha opinião,
11:51tem muito para melhorar
11:52e deveria, sim,
11:53ser uma linha dura.
11:54Colocar essas facções
11:55como terroristas,
11:56como, de fato,
11:57fazem com a vida
11:58do brasileiro médio
11:59no dia a dia.
12:00Bom,
12:00entre colocar ou classificar
12:01como terrorista,
12:02havia um temor do governo
12:03de que isso acontecesse
12:04exatamente porque
12:05isso poderia facilitar
12:06a interferência
12:07ou a intervenção
12:08de outros países,
12:10principalmente dos Estados Unidos.
12:12E, diante do diálogo,
12:14da dificuldade
12:14que essa parte
12:15da proposta enfrentaria,
12:17houve uma negociação
12:19que fez com que,
12:20inclusive,
12:21o relator Guilherme De Ritch
12:22recuasse.
12:24Agora,
12:244h29,
12:25quem nos acompanha pela rádio
12:26um rápido intervalo,
12:27daqui a pouco espero vocês,
12:28nas outras plataformas
12:29seguimos.
12:30Gani,
12:30você concorda
12:31com esse recuo
12:32de De Ritch
12:32em relação
12:33à classificação
12:34como, digamos,
12:36organizações terroristas,
12:37no caso das facções?
12:39Eu vejo que esse recuo
12:40foi muito mais
12:41para tentar avançar
12:42o projeto mesmo,
12:44agradar a todos.
12:45É uma negociação
12:46muito difícil.
12:48Eu não vejo
12:49que o fato de você
12:50colocar essas facções
12:51como terroristas,
12:54isso permitiria
12:56que os Estados Unidos,
12:57fizessem uma operação
12:59militar aqui no Brasil.
13:01Primeiro,
13:01porque o Brasil
13:01é um país muito grande,
13:02de interesses muito grandes.
13:04Estados Unidos
13:05não fariam isso
13:07com o Brasil.
13:07E segundo,
13:08também,
13:08quando eles querem fazer,
13:09eles arrumam o pretexto,
13:11como foi na Venezuela
13:12ou como foi no Iraque.
13:15Pretexto se arruma.
13:16Então,
13:16não é isso
13:16que vai impedir.
13:18E eu concordo muito
13:19com a análise aí
13:20que o Musa trouxe,
13:21que é o seguinte,
13:21o que te define
13:22como terrorista,
13:23no final das contas?
13:24é simplesmente
13:26a sua motivação
13:27ou aquilo
13:28que você faz
13:29na prática?
13:30O que que te define
13:31como um assassino?
13:32É a vontade de matar
13:34ou de fato
13:35cometer um assassinato?
13:36Então,
13:37claramente,
13:38essas organizações
13:39cometem, sim,
13:40atos que se assemelham
13:41muito a grupos terroristas.
13:43Fala,
13:43Piperno.
13:45Eu acho que
13:46o fundamental do projeto
13:47e o projeto enviado
13:48pelo governo
13:49tem esse mérito,
13:50é o endurecimento
13:51de penas,
13:52aumentar o rigor
13:53no combate
13:54a essas organizações.
13:56Carimbar de terroristas
13:57essas organizações
13:59é muito jogar
14:00pra torcida,
14:00de um público
14:01que tá sedento aí
14:02de atitudes mais duras
14:04e tal,
14:05só que é óbvio
14:06que você abre também
14:07um flanco
14:07pra outras possibilidades
14:09aventureiras.
14:10Existe uma parte
14:11do público,
14:12ideologicamente
14:13é muito fácil
14:14de,
14:15enfim,
14:15de definir isso,
14:16parece que tem um fetiche
14:18em relação
14:19a essa questão
14:19do terrorismo.
14:20Tem uma questão também
14:21que foi trazida
14:21pelo relator Guilherme
14:22de Ritchie,
14:23o Bruno Musa,
14:23que é o fato
14:24de que a intenção
14:25principal era
14:26o endurecimento
14:27das penas
14:28e garantir que
14:29os integrantes
14:30de facções criminosas
14:31que foram presos
14:32não tivessem
14:34a soltura decretada
14:35semanas ou meses
14:36depois e principalmente
14:37não tivessem acesso
14:39também à progressão
14:40de pena da maneira
14:41como ou muitas vezes
14:43acontece com pessoas
14:45que atualmente
14:46são presas
14:47aqui no país
14:48e que o fator
14:50de classificação
14:51terrorista
14:51veio num segundo
14:53momento após
14:54certa pressão
14:55de uma ala política
14:56e também de parte
14:57da sociedade.
14:58Você entende então
14:59que o relator
15:00Guilherme de Ritchie
15:01atingiria
15:02o seu objetivo
15:03ao garantir
15:04apenas
15:05o endurecimento
15:06das penas?
15:07Boa pergunta, viu?
15:10Bom, vamos lá.
15:11Eu acredito
15:12num primeiro ponto.
15:13A sociedade muda
15:14quando a mentalidade
15:15começa a mudar,
15:15Evandro.
15:16E quando a mentalidade
15:17começa a mudar
15:17infelizmente
15:18no ser humano
15:20é quando passa
15:21pela dor
15:21ou seja,
15:22quando ele
15:22começa a vivenciar
15:23a dor daquela situação
15:24e com informação
15:26que é basicamente
15:27o que está acontecendo.
15:28Há anos
15:28a gente vê a escalada
15:29do crime organizado
15:30no Brasil
15:31sufocando o dia a dia
15:32do brasileiro médio.
15:34A informação descentralizada
15:35e aí fez com que
15:36essas pessoas começassem
15:37a dar uma força maior
15:38a isso.
15:39E sempre tem algum tipo
15:40de estopim.
15:41Pode ter sido a operação
15:42no Rio de Janeiro
15:43com aquele amplo apoio
15:44de mais de 80%
15:45das pessoas
15:46que são moradores
15:47de favela
15:48e acho que mais de 60%
15:49daqueles brasileiros
15:50como um todo, né?
15:51Moradores de favela
15:52ou não apoiando
15:53a posição policial.
15:55Então significa que
15:56é como se tivesse
15:57dado um basta
15:58e as pessoas passassem
15:59a enxergar,
16:00tirassem o véu
16:00dos nossos olhos
16:01e falassem
16:02temos que falar isso,
16:03temos que endereçar
16:03esse problema
16:04e é o tema
16:05da próxima eleição
16:07que se avizinha
16:07cada vez mais
16:09aqui no Brasil.
16:09Então eu digo isso
16:11porque você me perguntou
16:11o Derrick atingiria
16:12o objetivo
16:13ao endurecer
16:14essas penas?
16:15No meu entender
16:16eu diria que não.
16:17É um passo
16:18mas eu acho
16:19que não é
16:19o ponto
16:21da resolução
16:22do problema
16:23como um todo,
16:24Evandro.
16:24Por quê?
16:25Porque no Brasil
16:25a gente vê
16:26que o crime compensa
16:28para aqueles que são
16:29imorais e antiéticos.
16:30A gente faz um cálculo
16:31em todas as ações
16:32na nossa vida.
16:33Qual é a consequência
16:34frente ao meu ato?
16:36Se a resposta,
16:37o benefício que eu terei
16:38do meu ato
16:38é maior do que a pena,
16:40faz sentido você arriscar.
16:42E no Brasil,
16:42se você rouba
16:43um pequeno celular,
16:44você está solto
16:45em poucas horas
16:45e você pode ter
16:47o prêmio
16:47daquele celular roubado
16:49que é maior
16:49do que a probabilidade
16:51de você ser preso
16:51uma vez que os policiais
16:53sabem que você será preso
16:54solto pelo judiciário
16:55em poucas horas.
16:56É uma questão
16:57de risco e retorno
16:58que você mede
16:59e você vai escalando
17:00dentro da vida do crime
17:01até que aquele que chega
17:02no máximo
17:03tem uma pena
17:04de 30 anos.
17:05E aí,
17:05se tem bom comportamento,
17:07se lê um livro,
17:07se trabalha,
17:08ele acaba sendo solto.
17:09Também,
17:10muitas vezes,
17:10a gente vê o judiciário
17:11anulando as penas,
17:12mesmo com delação,
17:13mesmo assumindo um crime,
17:14mesmo devolvendo
17:15o prêmio daquele roubo,
17:16daquela corrupção.
17:17Então,
17:17no Brasil está tudo invertido.
17:19É um passo importante
17:20endurecer a pena?
17:21Claro que é.
17:22Mas eu acho que a gente
17:23precisa ir muito mais a fundo.
17:24Senão,
17:25o judiciário continuará
17:26colocando na rua
17:27pessoas que fazem do crime
17:30um meio de vida
17:31por anos e anos.
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