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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (Progressistas), deve ser o relator do PL Antifacção, sendo um nome defendido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado Lindbergh Farias (PT) criticou a possível escolha, afirmando que o relator "precisa ter perfil e dialogar com o governo".

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Transcrição
00:00Eu quero também discutir com vocês um outro tema que nós trouxemos aqui no nosso 3 em 1,
00:04que é o fato de Derrit, que deve ser o relator do PL antifacção.
00:08Inclusive, Dema, prepara pra mim novamente aí a fala do Lindbergh Farias
00:12pra gente rodar aqui pro pessoal acompanhar, como faz um tempinho já que nós discutimos.
00:16Eu quero repetir essa fala, que é uma crítica que Lindbergh Farias,
00:19que é líder do PT ali no Congresso, faz diante dessa possível indicação
00:24de Derrit, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo,
00:28que seria afastado do cargo pra tocar essa demanda ali no Congresso Nacional,
00:31já que ele também é parlamentar, afastado.
00:34Porque isso significaria, nas palavras de Lindbergh, um desequilíbrio.
00:39E a relatoria tem que ser algo moderado. Acompanhe.
00:43Podem aventar isso, é uma provocação. Imagina o Derrit.
00:46O Derrit e essa turma tem uma posição radicalmente contrária ao governo.
00:52É você querer politizar um debate que tem de ser feito aqui de forma mais isenta.
00:58A gente tem um relator, no PL de facção, um relator equilibrado,
01:02que tem diálogo com o governo.
01:04Já tem o nome, né?
01:05Não, não precisa ter o nome, mas tem um perfil.
01:07Alguém que dialoga com o governo, porque esse é um projeto feito,
01:11foi mandado pra cá em regime de urgência, é prioridade do presidente Lula.
01:15Lindbergh diz, não tem um nome ainda, mas existe um perfil.
01:18E o perfil da relatoria precisa ser moderado, que na visão dele Derrit não é.
01:21Derrit está numa campanha forte pra encabeçar isso,
01:24desde o momento em que o assunto começou a discutir,
01:27exatamente porque é um tema que ele domina, a segurança pública,
01:32e para o qual ele gostaria de fazer uma pressão.
01:33Então, a ponto de um secretário de segurança pública do Estado de São Paulo
01:37se afastar do cargo pra dominar esse debate ali na Câmara e no Congresso Nacional,
01:44é porque seria algo muito relevante, não só pra ele, mas pra bancada que ele representa.
01:50Como é que você avalia esse movimento, o Fábio Piperno?
01:53Será que ele faria esse movimento se ele não fosse candidato a senador?
01:57Essa é a primeira dúvida que eu tenho.
02:00Segundo, como eu disse ontem e na semana passada também,
02:04eu imagino que os outros fardados que têm mandato parlamentar
02:12se sintam, pelo menos alguns deles, um pouco, digamos, enciumados,
02:16porque, puxa vida, é necessário que o secretário da Segurança Pública de São Paulo
02:22deixe o seu cargo porque não tem mais ninguém competente lá pra relatar esse projeto.
02:27Por exemplo, o Zucco é candidato a governador do Rio Grande do Sul, também é um profissional
02:33da Segurança Pública.
02:35Será que ele não teria, enfim, condição, né, ou, enfim, expertise pra isso?
02:41E tantos outros, já disse.
02:43O Congresso tem delegado coronel, capitão, até generais.
02:48Então, eu acho, sim, que há um excesso de personalismo envolvendo essa questão.
02:53Claro que, óbvio que o Lindbergh, ele não gostaria de ver alguém tão frontalmente opositor
03:05ao governo comandando essa comissão, mas vale lembrar também que a PEC da Segurança,
03:11que é outro assunto extremamente relevante, é relatado por um deputado, um moderado de direita,
03:18e que tá lá fazendo o trabalho dele sem ser tão espalhafatoso.
03:23Eu acho que seria mais interessante e desejável alguém com esse perfil.
03:28O que você acha, Zé?
03:30Olha, eu acho que o relator, ele tem que ser mesmo uma pessoa que dialoga com todos, né?
03:37O relator, ele pode reformatar o texto, né?
03:42Acrescentar, tirar, mas ele tem que ter votos.
03:45E esses votos se conseguem conversando com vários setores e chegando a um ponto comum.
03:51Realmente, os trabalhos dos relatores, eles vão da seguinte forma, pegam o que há um consenso.
03:58Então, ali é a base do texto.
04:01E a partir daí, onde há os dissensos, se negocia um artigo acrescentando e tal.
04:07Então, assim, o relator tem poder?
04:09Tem, mas não tem esse poder todo para mudar um texto totalmente, não.
04:15Mas um relator que negocia, que conversa, é, sim, muito importante.
04:19Então, quando alguém nomeia um relator como o Derrite,
04:25quer entregar um projeto a uma maioria e tratorar, né?
04:30Se o Derrite montar uma maioria para tratorar, muito bem, eu confio nele.
04:35Ele tem agora uma experiência de polícia, né?
04:40Que foi a vida dele toda e policial do dia a dia, não é?
04:44Policial na área burocrática, não.
04:46Policial de patrulha e de enfrentamento mesmo, armado e tal.
04:50Essa experiência.
04:51Chegou aqui, teve experiência no Congresso Nacional, experiência muito boa, foi muito ativo.
04:56E agora tem experiência burocrática de secretário xerife do Estado de São Paulo,
05:03lidando com a burocracia da polícia militar, polícia civil, bombeiros, enfim.
05:08É uma grande experiência.
05:10Experiência ele tem.
05:11O que é preciso para um relator impor o seu texto é a maioria.
05:16É, e secretário de Segurança Pública no Estado que é berço de uma das facções também mais, digamos, presentes no país,
05:22que é o PCC.
05:23Fala, Langane.
05:24Olha só, Evandro, é claro que ele tem as competências necessárias para ser o relator.
05:31Então, é claro que também é uma desculpa do Lindenberg Farias, porque Lindenberg Farias,
05:37na hora que eu falei eu já lembrei o seu olhar.
05:38Você já pensou, você já viu o meu olhar, né?
05:40Já viu o seu olhar.
05:41Lindenberg Farias.
05:43Agora, Evandro, ele tem essas competências necessárias.
05:47O Lindenberg Farias, ele está preocupado, é claro, com a visibilidade que o Derrite vai ter, o protagonismo que o Derrite vai ter.
05:55E aí, é claro que, com toda essa visibilidade, com uma boa relatoria, com endurecimento penal,
06:02ele tem uma avenida para conquistar o Senado, dor de cabeça para o PT.
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