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O IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil permaneceu em 5,6%, o menor nível desde 2012. Eduardo Velho, sócio e economista-chefe da Equador Investimentos, analisou, ao vivo no Fast Money, o aumento da dívida pública para 78% do PIB e os desafios do governo para controlar os gastos e equilibrar as contas públicas.

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Transcrição
00:00A taxa de desemprego no Brasil se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em setembro,
00:06segundo a PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD Contínua,
00:10divulgada agora há pouco pelo IBGE.
00:12A taxa segue no menor patamar da série histórica, que iniciou lá em 2012.
00:18No trimestre, a população desocupada no país ficou em 6 milhões.
00:22É o menor contingente da série, uma queda de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024.
00:28Na outra ponta, a população inserida no mercado de trabalho foi a 102,4 milhões,
00:36um aumento de 1,4 milhão em um ano.
00:40E a gente vai conversar agora sobre as contas do setor público.
00:45E as coisas não andam muito boas, viu?
00:46A divulgação foi feita pelo Banco Central mais cedo.
00:49E os resultados mostram que, em setembro, a dívida do setor público consolidado subiu 0,6 pontos,
00:55chegando a 9,75 trilhões de reais, o que representa 78,1% do PIB.
01:02E a gente vai entender o que isso representa para a economia do Brasil, se é possível reverter isso.
01:08A conversa aqui ao vivo é com o sócio economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho.
01:13Tudo bem, Eduardo?
01:13Boa tarde e bem-vindo mais uma vez ao Peste Marém.
01:15Boa tarde a todos.
01:18Felipe Machado está aqui, nosso analista vai participar também da conversa.
01:22Eduardo, esse resultado de setembro interrompe uma sequência de pequenas melhoras registradas nos meses anteriores.
01:29O que esse déficit de R$ 17,5 bilhões indica sobre o comportamento recente das contas públicas?
01:37Tem alguma coisa pontual ou é reflexo de uma deterioração mais consistente?
01:43Tem vários pontos.
01:47Pelo ponto que, geralmente, no segundo semestre, tradicionalmente, há uma expansão maior dos gastos.
01:53Ou seja, quando você tem um superávit acumulado até junho,
01:56geralmente você tem uma redução dos superávit primários nos últimos meses do ano
02:01ou um aumento do déficit primário.
02:03Você tem um aumento maior da pressão de gastos no segundo semestre.
02:08Então, isso não é muito surpresa.
02:10O ponto importante é o seguinte, as despesas obrigatórias, as despesas da Previdência, por exemplo,
02:16elas estão crescendo muito, muito acima.
02:18Inclusive, acima até da expectativa até do próprio orçamento que foi feito em 2024 para 2025.
02:25Da mesma maneira que o orçamento de 2026, eu acho que tem muitas receitas também, muito infladas.
02:31Ou seja, a perspectiva de você cumprir o déficit, a meta, por exemplo, de superávit primário no ano que vem,
02:38é um desafio para o governo.
02:40Eu acho que, então, isso não cotiza um prazo, isso está vendado.
02:43O governo está tendo uma pressão maior de gastos, está tentando obter receitas através de decretos de lei, medidas provisórias.
02:51E isso, eu acho que vai ser a tônica dos próximos meses.
02:54Tudo bem, Eduardo, boa tarde.
02:59Eduardo, essa dívida é super preocupante, chegando aí nesse valor, nessa porcentagem do PIB altíssima.
03:06Quanto isso é reflexo do gasto do governo mesmo, dessa questão fiscal que preocupa tanto a gente?
03:14E quanto também é um pouco desses juros altos que a gente tem, que acabam impactando na dívida pública?
03:19Vamos lá.
03:22O resultado primário do governo não entra na parte de juros, nem de receita, nem de despesa.
03:29O resultado primário do governo é um déficit.
03:31Mesmo que seja déficit, mesmo que seja pequeno, déficit, é um déficit que também está tendo muita exclusão da meta.
03:36Então, o déficit, na verdade, da meta, teria que ser maior, na verdade, mas está com muitas exclusões.
03:42Então, a persistência de déficits primários mensais aumenta a dívida pública.
03:48O governo tem que se financiar no mercado, colocar mais títulos no mercado, captar dinheiro,
03:53que, obviamente, aumenta o estoque da dívida pública.
03:56E o problema é que o custo da dívida disso hoje é muito alto.
04:00Você tem hoje uma taxa de juros implícita da dívida pública de 12% ao ano.
04:06Quanto um crescimento aí entre 2% e 2,5% real ao ano, é muita coisa.
04:12Ou seja, é uma coisa insustentável.
04:14Então, a perspectiva disso é aumentar a dívida pública.
04:18Agora, eu concordo que grande parte, aí sim, do déficit nominal, o resultado de um déficit amplo,
04:24ou seja, primário, mais juros, ele é muito provocado pela despesa de juros.
04:29Mas por que que é isso?
04:30O mercado, ele paga um prêmio, ele cobra um custo maior para financiar o governo,
04:36que está gastando muito de forma discricionária.
04:38E o importante, os gastos discricionários mais que dobraram em setembro.
04:42Eu acho que isso que é um ponto importante.
04:43O governo não está fazendo tanto a sua parte.
04:46E eu ia te perguntar exatamente sobre isso.
04:48Na prática, onde que o governo pode ou deveria agir para conter essa escalada
04:52sem comprometer programas que são prioritários, Eduardo?
04:58Bem, vamos agora fazer a ótica da gestão mesmo, o cenário mais provável.
05:04O governo não tem muito escapatório agora, no final do ano.
05:07Ele está tentando aí, com algumas cortes de espelho que ainda vão ser anunciados,
05:12alguma tentativa de aumento de receitas de Bete, de Fintech, talvez para o ano que vem.
05:18Quer dizer, isso aí é uma coisa meio paliativa, uma coisa temporária.
05:21Mas não resolve um grande problema, que é uma despesa obrigatória do governo.
05:27Por exemplo, a despesa pessoal, a despesa com a Previdência,
05:31que a perspectiva é crescente.
05:34Então, o governo vai ter que fazer em algum momento,
05:36na minha avaliação mais provável, a partir de 2027,
05:39o governo que entrar, ou a manutenção do próprio governo,
05:44vai ter que fazer uma reforma da Previdência, alguma reforma administrativa,
05:47porque exatamente a trajetória da dívida pública cada vez está caminhando aí
05:53para uma faixa mais próxima de 90% do PIB no final de 2026,
05:58do que o nível atual, que já está próximo de 80%.
06:02Então, a perspectiva é você ter ainda uns juros no Brasil,
06:07ainda um pouco elevado ao longo do ano de 2026,
06:10porque o mercado está comprando o risco do governo ter dificuldades fiscais na frente.
06:15Eduardo, é uma questão que a gente fica super preocupado olhando por aqui.
06:21Agora, no ano que vem, Eduardo, vamos lembrar uma coisa, tem eleição.
06:24Difícil o governo cortar gasto em ano de eleição.
06:27Você acha que se a gente conseguir ter uma redução na inflação
06:30e, por consequência, ter uma queda nos juros,
06:34você acha que o governo brasileiro vai conseguir segurar,
06:36equilibrar um pouquinho essa fome, essa avidez por gastos no ano de eleição
06:42e em relação com a dívida, quer dizer, ou a tendência é aumentar mesmo
06:45e a gente chegar em números, como você falou, perto dos 90% do PIB?
06:49Bem, vamos lá. Vamos fazer um pouco o meu cenário.
06:55Nós já tivemos aqui na Equadona Investimentos
06:57um trabalho sobre a perspectiva do resultado fiscal em anos eleitorais.
07:02Pegamos todo o resultado, todas as eleições presidenciais
07:05e toda vez no ano anterior à eleição presidencial,
07:09até outubro do ano seguinte, ou seja, o ano da eleição,
07:12o déficit primário só aumenta ou o gasto só aumenta
07:17ou o superávit primário cria menor.
07:20Então, a tendência é essa, não há muito jeito.
07:23O governo vai ter que encontrar outras maneiras de fazer isso,
07:26tentar reverter uma coisa que é histórica, é tradicional,
07:30uma piora fiscal ao longo do próximo ano.
07:33Agora, como é que o governo vai tentar fazer isso?
07:35A princípio, o espaço para crescer receita estava limitado,
07:38porque a economia vai desacelerar.
07:41Então, você vai ter menos receitas de contribuições das empresas,
07:45menos imposto de renda à pessoa jurídica,
07:47menos contribuição da receita do PIB por fins.
07:50Então, o governo vai ter que cortar a despesa.
07:52Então, eu vejo que isso é uma coisa muito difícil de fazer
07:55e a dívida pública, na nossa estimativa aqui,
07:58vai chegar na faixa 83% a 85%,
08:02ou seja, a dívida bruta, no segundo trimestre.
08:05Então, na minha avaliação, a situação não vai melhorar muito.
08:09Vai apenas ser uma coisa, talvez, algum paliativo,
08:12uma coisa temporária, algum ajuste fiscal,
08:15mas muito pouco ainda,
08:16sem ter uma reforma estrutural realmente, de fato.
08:20E, Eduardo, estava vendo que o Fundo Monetário Internacional,
08:24ele colocou a dívida brasileira no mesmo patamar médio ali da zona do euro.
08:28Essa comparação, do seu ponto de vista,
08:31ela é justa ou ela mascara diferenças estruturais,
08:35qualidade do gasto, perspectiva de crescimento?
08:38Como é que você vê essa comparação?
08:41Olha, o governo, uma coisa é você ter uma dívida pública
08:45se aproximando, por exemplo, de 90%, 100% do PIB,
08:50do PIB, do PIB, do PIB, do PIB,
08:50do PIB, do PIB, do PIB,
08:51num país desenvolvido, num país onde você tem uma moeda forte,
08:56onde você tem um prazo maior da dívida pública de pagamento,
09:00que não é o nosso caso.
09:01Para você ter uma ideia,
09:02nós temos praticamente aí um trilhão e meio de reais
09:05que está sendo financiado via operações compromissadas.
09:09Há uma pressão da dívida também no curto prazo.
09:12Então, outra coisa,
09:14a nossa moeda não é que nem a moeda do dólar,
09:16que é altamente conversível,
09:18muito pelo contrário.
09:19Ou seja, a dificuldade de financiamento,
09:22quanto maior o tamanho da dívida,
09:24torna-se mais refiador.
09:26Hoje você teria que ter, por exemplo,
09:27superávit primário na faixa de 4% a 4,5% do PIB,
09:32por exemplo,
09:33para estabilizar a dívida pública na faixa de 80%.
09:36E, com certeza, isso não vai acontecer.
09:39Então, obviamente,
09:40esse 80% vai ser superado em algum momento
09:43ao longo de 2026.
09:46Então, esse é o grande ponto.
09:48Nós não somos um país rico.
09:50Tem alguns países da OCDE,
09:52por exemplo, a própria Japão,
09:53que tem uma dívida pública acima de 120%,
09:56a dívida do PIB,
09:58a Itália,
10:00a França,
10:01alemão.
10:01Então, países portugais,
10:02tem vários países,
10:03tem dívidas 90%,
10:05mas o prado da dívida dela é muito maior.
10:08E a moeda é mais forte.
10:09Então, acho que a comparação,
10:11na minha avaliação,
10:12é diferente.
10:13Eu acho que tem que ser diferente.
10:14Eduardo, aproveitando a sua presença aqui,
10:17queria repercutir a divulgação de hoje pela OCDE
10:21daquele ranking de países
10:22que mais receberam investimentos estrangeiros
10:25e direto.
10:26E o Brasil ocupando ali
10:27a segunda posição mundial
10:29no primeiro semestre de 2025,
10:31atrás apenas dos Estados Unidos.
10:34Foram 38 bilhões de dólares
10:36de fluxos para a economia brasileira.
10:38Qual que é a importância, então,
10:39desse tipo de investimento
10:40que entra na economia do Brasil, Eduardo?
10:42Ótima questão.
10:47É muito importante
10:49você ter entrado
10:50no investimento externo direto
10:51nesse momento atual,
10:53desequilíbrio ainda
10:54das contas públicas.
10:56Você está com um crescimento maior
10:58do déficit externo,
10:59chamado déficit de relações correntes,
11:01até na faixa de 3,5%,
11:033,6% do PIB.
11:05Então, praticamente,
11:06isso está sendo financiado
11:08com entrada de dinheiro externo.
11:10Então, praticamente, hoje,
11:11um pouco mais de 90%
11:14desse déficit
11:15é financiado
11:16com a entrada
11:17de investimento externo.
11:18Ou seja, isso é bom,
11:19porque você tira a pressão
11:21de alta do dólar
11:22no curto prazo.
11:23Então, ou seja,
11:24realmente,
11:24para o Brasil,
11:25o impacto do tarifácio
11:27foi muito limitado.
11:28Inclusive,
11:28nós tínhamos até comentado isso,
11:30já até comentamos
11:32em uma entrevista
11:32recente
11:33na CNBC Times,
11:34com o Felipe,
11:35com a equipe toda,
11:36que estavam fazendo
11:38muito pessimismo
11:39desse impacto
11:40sobre o dólar.
11:40Eu acho que, no curto prazo,
11:42você ainda tem um problema
11:43muito mais sério
11:44que a questão fiscal.
11:46A posição líquido
11:47do Banco Central hoje
11:48está acima de 250 bilhões
11:51de dólares
11:51para intervir
11:52na venda de dólar.
11:54Então,
11:54o Brasil não tem um problema,
11:56realmente,
11:56muito grande
11:57na questão externa.
11:58É um problema
11:58que vai ser resolvido,
12:00que as importações
12:00vão se acelerar,
12:02o déficit
12:02vai se acelerar um pouco,
12:04e o investimento externo
12:05realmente está
12:06surpreendendo positivamente,
12:07realmente,
12:08e está financiando
12:09a maior parte
12:09dessas ideias.
12:11Boa.
12:11Quero agradecer
12:12Eduardo Velho,
12:13sócio-economista-chefe
12:14da Equador Investimentos,
12:16pela participação ao vivo
12:17com a gente
12:17no Fast Money.
12:19Ótimo fim de semana,
12:20muito obrigada,
12:21viu, Eduardo?
12:23Ótimo final de semana
12:23a todos.
12:25Tchau, tchau.
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