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O IBGE divulgou o PIB do segundo trimestre de 2025: crescimento de 0,4%, 16º trimestre consecutivo de alta e maior patamar desde 1996. Zeina Latif, consultora econômica e sócia da Gibraltar Consulting, comentou os números e a desaceleração da economia.

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Transcrição
00:00E a gente segue aqui agora falando de Brasil porque o IBGE publicou mais cedo os resultados do produto interno bruto do país referente ao segundo trimestre de 2025 e o Brasil registrou um crescimento de 0,4%.
00:13Com esse resultado, o PIB do país cresceu pelo 16º trimestre consecutivo e atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em 1996.
00:23Mesmo com esse resultado positivo, o crescimento da economia do país está apresentando uma desaceleração.
00:31E a consultora econômica sócia da Gibraltar Consulting, Zeyna Latifi, está aqui ao vivo no Fast Money para ajudar a gente a entender e interpretar esse resultado.
00:40Tudo bem, Zeyna? Boa tarde. Bem-vinda ao Fast Money.
00:43Boa tarde, Natália, Felipe e todos que nos acompanham.
00:46Bem-vinda, viu? E, Zeyna, bom, falei aqui já que o Brasil apresentou um crescimento de 0,4%, então mantém uma sequência de avanços, mas com desaceleração.
00:59Explica para a gente, na prática, do que a gente está falando, porque parece um pouquinho contraditório, né?
01:04Olha, a desaceleração, ela é suave, ninguém está falando de movimentos abruptos que mostram que o país está numa crise eminente, num processo que pode vir a ser recessivo, não é isso.
01:20É uma desaceleração, uma desaceleração cujo ritmo é saudável, vamos dizer assim, porque a gente está falando de uma economia que estava, de fato, muito aquecida,
01:31taxa de desemprego nas mínimas históricas, não é que nós, economistas, não gostamos de uma economia aquecida, é que tem implicações para a inflação e, obviamente, para a taxa de juros.
01:42Então, essa desaceleração, ela é fruto do aperto monetário, das altas de juros que o Banco Central fez, né?
01:50Interrompeu recentemente esse movimento e que é isso, quer dizer, é o remédio funcionando, é importante que funcione.
01:58Até para a gente, lá na frente, poder colher, de fato, uma inflação mais próxima da meta, a meta é 3%, a gente está rodando numa inflação acima da meta,
02:09quase 5%, é abaixo disso, mas são valores ainda elevados e, obviamente, também abrir uma luz para taxas de juros mais baixas, né?
02:18Para o Banco Central poder voltar a cortar juros.
02:20Lembrando que a Selic, no Brasil, taxa básica de juros do Banco Central, está em 15% ao ano.
02:26É um patamar muito alto, há muito tempo a gente não via essa magnitude e, quanto mais rapidamente se criarem condições para corte de juros, melhor.
02:38Felipe, sua pergunta para a Zena.
02:40Zena, tudo bem, boa tarde para você.
02:41Zena, dentro desse PIB, a gente viu que teve um crescimento de serviços, acho que foi 0,6%, a indústria 0,5% e uma queda do agro de 0,1%.
02:52Como é que você faz a leitura desses indicadores divididos por setores?
02:57Importante colocar, quando eu falo nessa desaceleração suave, é quando a gente suaviza, quer dizer, olha, não o dado ali na ponta, no último trimestre, em relação ao trimestre anterior,
03:07mas, já uma média dos trimestres, a gente vê essa acomodação.
03:11É claro que, de um trimestre para outro, as cifras, elas têm outra magnitude.
03:16Então, por exemplo, no primeiro trimestre, teve um crescimento muito puxado pela safra de grãos, que foi recorde.
03:25E agora, uma natural acomodação.
03:27Então, esse recuda do agro, da agropecuária, neste trimestre que passou, no segundo trimestre, em relação ao primeiro,
03:35já era esperado, é isso mesmo, porque aquela alta, ela foi, obviamente, fruto de uma concentração muito forte dessas boas notícias no campo
03:47que acabam pressionando mais o primeiro trimestre.
03:53Mesmo quando a gente faz ali os devidos ajustes da sazonalidade, quando você tem uma safra muito grande,
03:58quer dizer, crescendo mais do que o padrão sazonal, isso puxa o PIB também.
04:02No geral, a gente vê, de fato, essas variações de trimestre a trimestre.
04:07É natural, a indústria continua no campo negativo, mas é isso.
04:12No cômputo geral, é uma desaceleração.
04:14Para o Banco Central, para o tema de Banco Central, o mais importante é olhar o consumo das famílias.
04:21E a gente nota, de fato, essa desaceleração.
04:24Tanto olhando numa tendência mais médio prazo, usando a média de quatro trimestres,
04:32como a variação de um trimestre para outro.
04:34Então, de todos os lados, a gente vê essa desaceleração.
04:37Como eu disse, por incrível que pareça, é importante que isso aconteça.
04:41E de uma forma suave, que é o que a gente tem visto.
04:45Uma variável que a gente precisa olhar com carinho é o que os economistas chamam,
04:51tecnicamente, da formação bruta de capital fixo.
04:53Ou seja, é o investimento.
04:54É a construção civil, é a aquisição de máquinas, equipamentos,
04:59que foi para o campo negativo neste trimestre, em relação ao trimestre anterior.
05:04Já tirado essas tendências, essas correções sazonais, típicas de segundo trimestre,
05:11mas, enfim, teve uma queda.
05:13Mas porque o primeiro trimestre teve fatores muito específicos ligados à plataforma de petróleo,
05:18enfim, que acabou também inflando um pouco.
05:21Mas é isso, a gente vê a desaceleração.
05:24Eu não acho que a gente está na iminência de qualquer razão ali
05:28para a gente ter um quadro recessivo, enfim.
05:30Tem um fator que a gente vai ter que monitorar, nós, economistas,
05:34é que essa crise com os Estados Unidos tem gerado uma piora da confiança do consumidor,
05:40da confiança do empresário.
05:42As pessoas estão um pouco assustadas, achando que, olha,
05:44o que está vindo dos Estados Unidos pode ser muito sério e machucar a economia.
05:49Talvez isso pegue no terceiro trimestre.
05:52Mas, por hora, não dá para a gente dizer que isso está se materializando no PIB.
05:56Boa.
05:57E, Zeyna, eu assisti a ouvir também sobre o setor de serviços.
06:00É importante a gente falar dele, né?
06:01Ele tem um peso muitíssimo relevante dentro do PIB.
06:05E apresentou agora uma expansão modesta, né?
06:08Puxada ali por tecnologia, comunicação e finanças.
06:11Como que essas áreas estão ajudando a sustentar a economia
06:14nesse contexto de juros altos e de inflação?
06:17Olha, veja, quando a gente fala o segmento de serviços, tem, como você falou, tem de tudo ali.
06:25Vão ter as despesas das famílias, com turismo, com restaurante, com hotel,
06:31quer dizer, enfim, todos os serviços que a gente consome.
06:34Tem os serviços associados às empresas, por exemplo, como serviços de tecnologia, transporte.
06:41Então, tem de tudo ali, né?
06:43É um balaião de gato ali, tem de tudo tendências diferentes.
06:46Claro que boas notícias vindas do setor de serviços associado às empresas
06:52é um fator positivo.
06:54Quer dizer, você fala, olha, você tem uma alta de juros
06:56que desacelera a economia, faz as famílias ficarem um pouco mais contidas,
07:03mas tem aqui ainda um vigor em setores que são importantes no setor de serviços.
07:10Quer dizer, as empresas, elas estão, elas desaceleram,
07:14mas não que vai para um quadro mais preocupante.
07:17E isso, de certa forma, essa dinâmica do setor de serviços
07:21é um fator que tem ajudado a manter a resiliência no mercado de trabalho,
07:25porque o setor de serviços, ele usa muita mão de obra, né?
07:29O termo que os economistas usam é intensivo em mão de obra, intensivo em trabalho.
07:34Então, quando o setor de serviços está resiliente, está, enfim, desacelera, mas está bem,
07:41isso, obviamente, tem repercussões no mercado de trabalho e dá essa resiliência.
07:45A gente está falando de mesmo com juros elevados e há um bocado de tempo já,
07:50a gente vê um ritmo ainda favorável de geração de vagas de trabalho.
07:55Então, é uma economia que, vamos dizer assim, os sinais vitais da nossa economia,
08:01eles não estão maus.
08:02É claro que a grande discussão nossa é menos essas questões de curto prazo,
08:07que fazem parte aí do ajuste em função da alta dos juros,
08:11mas, de fato, a gente ter uma perspectiva de crescimento de longo prazo mais robusta.
08:16Aí, sim, a gente ter, de fato, uma economia que ganha produtividade,
08:20que tem uma mão de obra qualificada, um país que consegue ganhar produtividade,
08:27eficiência, investimentos em novas tecnologias, enfim,
08:31para a gente ter um fôlego de crescimento de longo prazo maior.
08:34Isso, com certeza.
08:35Esse ritmo de 2 pontos, 2 pontos alguma coisa, ou seja, 2% de crescimento,
08:412, 2,5, que é o que se espera para este ano, é, assim, claro, não seja ruim,
08:47mas o Brasil deveria ter taxas muito mais elevadas,
08:51considerando, né, as necessidades da sociedade, os déficits todos que a gente tem.
08:57A gente precisa de medidas estruturantes para o país crescer mais.
09:02Perfeito.
09:03Zena Latif, consultora econômica, sócia da Gibraltar Consulting.
09:07Muitíssimo obrigada pela entrevista aqui, né, muito didática,
09:11incluindo todo mundo na conversa e trazendo também a profundidade
09:14que a gente precisa para interpretar os dados.
09:16Boa tarde para você, volte sempre.
09:19Boa tarde, é um prazer.
09:20Tchau, tchau.
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