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Após reunião entre Lula e Trump, o setor de cafés especiais vê esperança na redução de tarifas. Luiz Roberto Saldanha, vice-presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais, comentou no Fast Money sobre impactos das taxas de até 50% e expectativas do setor.

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Transcrição
00:00O encontro entre os presidentes Lula e Trump trouxe perspectivas positivas em relação à possibilidade de revogação de tarifas.
00:06E o setor de cafés especiais, um dos mais afetados pelas taxas, está finalmente vendo uma luz no fim do túnel após essa reunião.
00:15Os Estados Unidos são o principal mercado importador dos cafés especiais do Brasil, adquirindo aproximadamente 2 milhões de sacas, 2 milhões, né, desse produto ao ano.
00:25E o vice-presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais, Luiz Roberto Saldanha, já está aqui, conectado com a gente no Fast Money, para falar mais, né, dessa expectativa de retirada das tarifas dos cafés especiais.
00:38Tudo bem, Luiz? Boa tarde, seja bem-vindo.
00:41Boa tarde, Natália. Graças a Deus, tudo bem?
00:45Então, tá joia. E, Luiz, a associação divulgou até uma nota, né, celebrando esse encontro entre Lula e Trump
00:52e destacando os impactos das tarifas de 50% para o setor de cafés.
00:56Conta pra gente, né, o que a gente já sabe?
00:59Há alguma evolução na negociação específica setorial sobre o café avançando?
01:05Quais são as expectativas por aí?
01:09Exatamente.
01:10Eu acho que o ponto principal, você já colocou quando você abriu a entrevista.
01:16Os Estados Unidos são o nosso principal mercado.
01:20Então, de cafés especiais, como você pontuou, ao redor de 2 milhões de sacas.
01:24Mas se nós colocarmos o montante café, nós estamos falando aí de quase 8 milhões de sacas importadas do Brasil.
01:33Isso representa aproximadamente 16% de todas as exportações de cafés do Brasil.
01:38E o Brasil é um excelente parceiro porque corresponde por 30% do café adquirido pelos Estados Unidos.
01:47A grande complementariedade que existe entre ambos os países neste caso
01:53é que os estudos da NCA, da Associação Norte-Americana de Café,
01:59ela mostra que existe uma agregação de valor de 43 dólares
02:02para cada 1 dólar de café importado do Brasil nos Estados Unidos
02:07dentro da cadeia de valor norte-americano.
02:09Ou seja, o café é um produto diferenciado nessa questão das tarifas
02:14porque ele é bastante superavitário para os Estados Unidos nesse caso.
02:19Com relação à sua pergunta, após a reunião acontecida em Kuala Lumpur,
02:25já foi feita uma primeira reunião de trabalho técnica,
02:29já foi traçada algumas agendas,
02:33inclusive essa possibilidade de uma reunião já na próxima semana em Washington.
02:38Então, assim, o setor comemora demais e nós da BSA.
02:43Por quê? Porque a gente passa um novo capítulo, uma nova etapa.
02:47Ou seja, agora nós já estamos numa fase de diálogos,
02:50já muda completamente o estágio e a gente passa para discussões
02:53já bastante técnicas sobre o assunto no altíssimo nível de discussão.
02:58E essa conversa traz, e esse avanço que o senhor mencionou agora,
03:03uma expectativa de retirada ou de redução do tarifácio?
03:08Do que a gente está falando?
03:09E vou aproveitar e emendar mais uma.
03:11Explica para a nossa audiência, que não necessariamente é envolvida
03:15e faz parte dessa cadeia, o que são os cafés especiais exatamente, Luiz?
03:22Exatamente. Bom, primeiro, vamos começar pela segunda.
03:25O café especial, ele é um produto que ele tem uma origem reconhecida.
03:30Então, você sabe, o produtor, você tem rastreadibilidade,
03:33sabe como ele foi produzido, estamos falando de boas práticas,
03:37rastreadibilidade e, além disso, nós estamos falando de características sensoriais de chica.
03:42Então, você tem atributos que o fazem receber um grande sobrepreço no mercado,
03:47atributos distintos, que pode ser o sabor, sabor residual, corpo, acidez, aroma, fragrância.
03:53Então, estou falando de um produto que tem características excepcionais,
03:57ele tem todo o protocolo de produção e ele tem uma rastreadibilidade,
04:01você sabe de onde ele veio.
04:03Com relação às tarifas, o que está sendo discutido é essa primeira possibilidade
04:10desse acordo bilateral.
04:11Se houver essa abertura para um acordo bilateral,
04:15você já teria essa opção de trazer o café nessa lista de exclusão.
04:19Ou seja, a gente já estaria retirando esses 40% de sobretaxa.
04:24Então, essa é uma primeira grande expectativa.
04:27Lógico que estamos ainda no campo das expectativas.
04:30Ou seja, a gente sabe que tem uma demora,
04:32existe toda uma diplomacia para ser trabalhada, toda uma estratégia.
04:36Mas, de qualquer forma, de novo, como agora estamos na mesa de negociação,
04:41a gente acredita ser um cenário bastante positivo
04:44para que a gente consiga, dentro do mais rápido possível, como dito,
04:48tanto pelo presidente Lula quanto pelo presidente Trump,
04:51de chegar em uma equalização de um acordo que seja bom para ambas as partes.
04:55Imagino que o setor tenha pressa para isso,
04:58porque a manutenção das tarifas ameaça não só exportações,
05:02mas empregos ao longo dessa cadeia.
05:05Se esse acordo avançar, qual que é o impacto imediato
05:08para produtores, para cooperativas e para os exportadores brasileiros, Luiz?
05:13Então, vamos voltar ao seu ponto da pressa.
05:15Então, volto no início da minha fala.
05:18Os Estados Unidos são o nosso principal parceiro comercial.
05:21No caso, tanto de café como de cafés especiais,
05:25é muito difícil você abrir mercado.
05:28Então, é um trabalho árduo de muitos anos,
05:30de toda uma cadeia de valor que foi desenvolvida no Brasil
05:33com muito profissionalismo entre produtores, cooperativas, exportadores,
05:39para você desenvolver esses parceiros nos Estados Unidos.
05:43Então, não é algo que você consiga retirar rapidamente.
05:46Só para te dar uma ideia desse impacto que nós já estamos sofrendo.
05:50O tarifácio, ele começou, ele entrou em vigor a partir de agosto.
05:55As exportações de cafés especiais para os Estados Unidos em agosto,
05:59elas caíram quase 80%, são 79% de redução.
06:03E no mês de setembro, a redução é de 55%.
06:07Essa é uma redução que já ocorreu.
06:10Qual é o grande e enorme problema?
06:12É que as torrefações, elas não trabalham com essas compras da mão para a boca.
06:18Então, a maioria já está planejando o seu 2026.
06:22Então, qual é o grande risco?
06:23O risco é que essa cadeia de valor que foi desenvolvida ao longo dos anos
06:27pelos produtores brasileiros conquistando esse belíssimo market share nos Estados Unidos,
06:32a gente pode ver a substituição do nosso produto a médio e longo prazo.
06:37Claro, o nosso produto tem algumas características peculiares,
06:40principalmente de corpo, de doçura, de aroma e sabor.
06:45Porém, com as tarifas, o nosso café ficou absolutamente inviável
06:50para ser adquirido pelos Estados Unidos.
06:52E aí a gente corre esse risco de que haja uma mudança na cultura de consumo de cafés
06:57americanos, substituindo o café brasileiro por outras origens.
07:01E aí estamos dizendo, sim, de perda de emprego, de perda de divisa,
07:05de perda de desenvolvimento.
07:06Lembrando que o café é uma cultura que gera muito emprego.
07:10A maior parte da cadeia é feita de pequenos e médios produtores.
07:14E aí é uma cultura que gera muito emprego e distribui muito valor no campo.
07:20Luiz, enquanto isso, enquanto a gente não tem essa definição concretamente,
07:27como é que estão as coisas?
07:28Estou com inveja de você tomando um cafezinho, aposto que é um cafezinho que tem aí.
07:31Mas como é que as coisas se acomodaram ou não se acomodaram?
07:36Então, você mencionou a queda nas exportações do Brasil para os Estados Unidos,
07:40mencionou também a dificuldade de abrir, assim, de um dia para o outro, novos mercados.
07:46Esse café que sobrou está guardado, foi destinado a consumo interno
07:51e alguém ocupou esse do nosso lugar de exportador para os Estados Unidos enquanto isso?
07:57Como é que estão as coisas hoje?
07:59Sim, são dois pontos distintos.
08:01Bom, primeiro, sim, é café, que é café especial, excelente café.
08:06O primeiro ponto é, nós estamos passando um momento que nos últimos cinco anos,
08:13principalmente em função de problemas climáticos,
08:16a sequência de ciclos de El Ninho e Laninhas causaram grandes perdas do lado da produção.
08:24Isso quer dizer que nós estamos com déficit de produção com relação ao consumo.
08:27O consumo mundial de café continua crescendo
08:30e a produção não tem crescido na mesma velocidade.
08:34Ou seja, isso trouxe a um cenário de preços históricos para o café,
08:40tanto o café canéfaro, o café robusta, quanto o café arábica.
08:44Então, a gente já tem um cenário de preços bastante altos pela escassez do produto.
08:49Por que eu estou colocando este ponto?
08:50Porque o fato de não estarmos conseguindo fazer as vendas ou as exportações para os Estados Unidos,
08:56num momento de escassez de produto e com preços bastante elevados,
09:01pode dar essa falsa impressão de que você está exportando isso e você está, sim,
09:06abrindo outros mercados.
09:08Mas lembrando, os Estados Unidos é o nosso principal mercado.
09:11Então, a sua segunda pergunta é no outro sentido.
09:15Alguém está tomando o nosso lugar?
09:17E aí, esse é o grande risco.
09:19Sim, está tomando o nosso lugar.
09:21Então, hoje existe uma estratégia que a gente chama de triangulação,
09:26mas países que têm as tarifas de exportação mais baixas,
09:30eles estão comprando cafés brasileiros e reexportando para os Estados Unidos.
09:35Alguns casos, por exemplo, em Colômbia ou próprio México.
09:38O segundo risco é, os Estados Unidos estão buscando outras origens produtoras,
09:43como o Peru, como toda a América Central,
09:47e o risco também de aumentar, de mudar o padrão de consumo norte-americano,
09:51que é um padrão mais voltado para a arábica,
09:54e ele possa mudar para esse consumo mais de robustos.
09:59E aí, a gente teria a Vietnã, a gente teria a própria Indonésia como fornecedores,
10:04ou seja, origens nos substituindo.
10:06Então, esse é o grande problema.
10:08Num primeiro momento, em preços recordes históricos,
10:12você ainda acha mercado, por quê?
10:14Porque existe grande escassez no produto.
10:16Agora, a partir do momento que voltarmos para um cenário de equalização
10:21entre oferta e demanda,
10:23a gente corre esse risco de ter perdido o nosso principal mercado consumidor,
10:27de termos sido substituídos por outras origens,
10:30e aí a gente vai acabar com seríssimos problemas
10:32de perda de distribuição de renda para a cafeicultura brasileira.
10:36Tomara que tudo isso se resolva antes que o consumidor americano,
10:41o paladar dele se acostume a outros tipos de café que não o nosso.
10:46Quero agradecer Luiz Roberto Saldanha,
10:48vice-presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais,
10:52pela participação ao vivo com a gente aqui no Fast Money.
10:54Ótima tarde e volte logo com boas notícias para a gente.
10:58Muito obrigado, Natália.
11:00Um grande abraço, Deus abençoe.
11:01Boa semana a todos.
11:02Para nós. Tchau, tchau.
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