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O diretor-geral do Conselho de Exportadores de Café do Brasil, Marcos Matos, destaca a importância do café na economia americana e explica por que o setor defende que o produto entre na lista de exceções ao tarifaço de 50%. Ele comenta o impacto nas cafeterias e pequenos negócios dos EUA e os possíveis destinos alternativos para o café brasileiro.

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Transcrição
00:00E ainda sobre a missão empresarial para negociar uma redução no tarifácio, eu converso agora com Marcos Matos,
00:08diretor-geral do Conselho de Exportadores de Café do Brasil, que participou da viagem de empresários brasileiros aos Estados Unidos nesta semana.
00:17Marcos, muito obrigado pela participação, acho que o seu depoimento aqui vai ser crucial.
00:22Queria começar com a pergunta mais óbvia para nós, espectadores aqui, que estamos torcendo para que a nossa relação comercial com os Estados Unidos volte aos períodos pré-tarifácio.
00:36Qual que é a sua avaliação? Você acredita que tenha sido um esforço positivo?
00:41Vocês voltaram aí com uma certa esperança de que possa ser reaberta as portas para esse comércio Brasil-Estados Unidos?
00:53Olá Marcelo, olá a todos. Sem dúvida nenhuma, é muito importante, ainda estou em Washington, ainda tenho uma série de atividades por aqui.
01:02Nós do café representamos o café brasileiro, defendemos a nossa sustentabilidade e a importância do café para o consumidor americano.
01:10Lembrando que os Estados Unidos é o maior consumidor do mundo e o Brasil é aquele que mais abastece o mercado norte-americano.
01:16E foi interessante, o café foi o produto, tivemos alguns outros casos, mas um único caso, mas o café foi aquele caso em que nós e a nossa contraparte National Coop Association
01:27estiveram 100% harmonizados nas palavras. Eu estava no painel 1, ao lado da SUEMI e do embaixador Azevedo,
01:36e o Bill Murray, presidente da National Coop Association, no painel 4. E fizemos uma defesa muito na mesma linha do café brasileiro.
01:44E o Bill Murray foi questionado sobre os critérios de sustentabilidade da cafeicultura. E lá ele fez um relato, a pedido do C-Café,
01:51eu estive no Brasil, visitei regiões produtoras, produtor por produtor, e eu vi com meus próprios olhos,
01:57a sustentabilidade e inclusive a agricultura familiar que atinge o mundo inteiro, graças a esses parâmetros de sustentabilidade.
02:04Então o café foi um caso à parte. O café é uma situação muito especial, porque não concorre e não compete em nada com os Estados Unidos.
02:13A cada um dólar que os Estados Unidos importam de café, ele agrega 43 na economia.
02:17Por isso que nós temos que, de forma conjunta, defender o Brasil nessa investigação e as tarifas a uma série de questionamentos na justiça.
02:26Se abrir uma porta, ter uma oportunidade, a gente quer o café na lista de exceção.
02:30Marcos, é impossível desassociar a figura do americano médio a um copo de café.
02:37Basta a gente puxar da memória os filmes, os seriados.
02:41Quem já esteve em qualquer grande cidade americana, eu morei em Nova York,
02:45você não anda um quarteirão se você não acha uma cafeteria.
02:50Seja de grandes redes, que eu não preciso nem dizer o nome, todo mundo tem no imaginário,
02:54até de comércios familiares.
02:58E aí que eu quero chegar.
03:00Vocês têm essa carta na manga, obviamente.
03:02Isso foi um assunto que vocês levaram como uma contraproposta
03:08ou um argumento para a derrubada da sobretarifação no café?
03:12Onde que eu quero chegar?
03:13É claro que existem as grandes redes de venda de café, principalmente nas grandes cidades americanas.
03:20Eles têm capacidade de estocagem, talvez tenham feito aí uma compra antecipada para se resguardar.
03:29Mas 99,9%, parece inventado esse número, mas não é.
03:3499,9% dos, o que nós chamaremos aqui de CNPJs nos Estados Unidos,
03:39são de pequenos e médios empresários.
03:42Ou seja, os Estados Unidos são feitos de pequenas empresas.
03:46E dentro dessas pequenas empresas tem muitas dessas cafeterias, os diners, familiares.
03:53E esses serão, imagino eu, muito atingidos pela sobretarifação no café,
03:58porque ele não consegue ter um grande estoque.
04:00Ou seja, ele vai pagar 50% mais caro do grão.
04:05Isso foi trazido ali para tentar sensibilizar o governo americano
04:09a colocar o café na lista de exceções, o quanto isso vai ferir todas as camadas
04:16da economia americana, seja do consumidor final mais pobre,
04:21daquele que mora numa cidade menor, até das grandes redes em metrópoles americanas?
04:28Com certeza.
04:29E esse é o grande argumento, a nossa carta e a nossa razão óbvia
04:34que o café tem que estar numa lista de exceção.
04:3676% da população americana toma café, café é símbolo cultural.
04:42Na época da independência, o chá foi banido e o café foi abraçado
04:47como símbolo da cultura, do orgulho e da independência.
04:51Então, na verdade, 1,2% do PIB norte-americano se deve a esse café,
04:55a todas essas empresas que você sabiamente contextualizou.
05:00É a realidade, um país continental, como os Estados Unidos,
05:0376% da população tomando café e uma economia de 343 bilhões de dólares.
05:10Por isso que, no caso do café, além da gente estar como setor privado brasileiro,
05:16nós temos um trabalho muito particular a se fazer e é isso que estamos aqui
05:20conversando com assessorias, advócracia, de relações institucionais,
05:26governamentais, para a gente poder consolidar essas informações.
05:30A National Coffee Society faz um grande trabalho e a gente está aqui agora
05:34como secafé buscando os caminhos, abrindo os caminhos.
05:38O lado político tem nos atrapalhado e o nosso foco é separar o político do econômico.
05:43E existindo o ambiente, com certeza o café entra numa lista de exceção
05:47e é para isso que nós estamos aqui, estamos trabalhando,
05:50não só para uma visita, mas uma agenda permanente,
05:53uma agenda de ser vivo junto às entidades e os oficiais em Washington.
05:58Marcos, para a gente encerrar nossa conversa, é uma pena que a gente tem mais um minutinho de papo aqui.
06:03Não que eu queira ser o pessimista aqui da conversa,
06:06mas pragmaticamente, vocês já pensam numa alternativa?
06:11Claro, está todo mundo torcendo para que o café entre na lista de exceção
06:14e o tarifácio vire fumaça, para todo mundo.
06:17Mas caso isso não aconteça, o café brasileiro pode ter um outro destino?
06:23Porque a gente tem grandes parcerias com a China, mas culturalmente o café não é tão apreciado no Oriente
06:30quanto é no Ocidente, aumentou-se as nossas exportações, como a gente mostrou ao longo do jornal.
06:36Para o México, para a Argentina, estes podem ser novos mercados
06:40ou então abrir novas portas no Oriente, que não é tão costumeiramente de tomar café?
06:48Olha, isso é um assunto muito interessante, ele é permanente nas nossas ações de promoção da imagem,
06:55nós exportamos para cerca de 120 países por ano, nos últimos cinco anos foram 150 países
07:00e a gente cresce em todos os mercados, Marcelo, todos.
07:03A União Europeia com as leis ambientais, a lei de desmatamento, a gente cresceu 42,8% o ano passado
07:10por conta da necessidade de informações para o cumprimento socioambiental,
07:14para comprovar que o café era ligado ao zero desmatamento e isso persiste
07:20porque a lei foi postergada, mas o nosso importador ele segurou ali, se preparou para tal.
07:24Então veja, nós temos os mercados tradicionais, nós temos os novos mercados.
07:28A China vem crescendo, é um destaque, não tem compras regulares ainda,
07:32mas obviamente a China é cinco vezes menor que Estados Unidos em termos de consumo de café,
07:38vem crescendo, é uma ótima notícia.
07:39Então nós temos os países árabes, oceania, países asiáticos e que nós estamos vendo café
07:44ganhando espaço em relação ao chá e isso é uma ótima notícia, novas culturas, novos hábitos,
07:49novas formas de se beber, com inovação tecnológica nas formas de se servir o café.
07:57Vimos em agosto uma redução de 47% em relação ao júri para os Estados Unidos,
08:03porque ainda tínhamos as cargas a caminho, a logística tem até dia 5 de outubro para chegar
08:07e um aumento de 55% para a Alemanha.
08:10Então obviamente os estoques de café estão baixos,
08:13existe um café arábica mais baixo ainda que é 80% que a gente exporta para a Alemanha,
08:18desculpa, que a gente exporta para os Estados Unidos.
08:20Resultado, a Bolsa de Nova York estava 2,84 dólares por libra-peso, foi para 3,80,
08:26um aumento de 35%.
08:28Se a gente colocar 50% da taxa do Brasil, vai para 5,70, ou seja, o Brasil ficou fora do mercado.
08:34Por isso que a nossa prioridade número um é vencer essa questão das tarifas o mais rápido possível.
08:40Mas obviamente esse trabalho dos 120 países, talvez 150 países, ele é permanente na nossa agenda.
08:46Marcos, eu como um apaixonado por café, digo que espero a nossa próxima conversa,
08:53que seja para comemorarmos que vencemos aí o tarifácio e que os nossos grãos,
08:59que é um cartão de visita, o cafezinho brasileiro, continue aí adoçando o paladar dos americanos.
09:06Marcos Matos, diretor-geral do Conselho de Exportadores de Café do Brasil,
09:11muito obrigado pelas informações, até uma próxima oportunidade.
09:15Vou fazer a minha parte aqui, dedos cruzados, para que voltemos a conversar com uma boa notícia, Marcos.
09:20Obrigado, até a próxima.
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