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Durante sessão no Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli chorou ao ser homenageado pelos colegas por seus 16 anos na Corte.

A sessão foi marcada também por uma decisão polêmica, em que a maioria dos ministros votou para flexibilizar as regras contra o nepotismo na administração pública.

A nova interpretação permite a nomeação de parentes para cargos políticos, desde que comprovem qualificação técnica.

A medida deve impactar prefeituras, governos estaduais e até ministérios federais.

Meio-Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00O Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta quinta-feira para permitir a indicação de parentes para cargos de natureza política,
00:10desde que seja comprovada a qualificação técnica.
00:12O julgamento continua nas próximas semanas e ainda podem ser feitas mudanças nesse entendimento.
00:20Os cargos considerados políticos são, por exemplo, o ministro do governo federal ou secretários estaduais e municipais.
00:28Já o nepotismo cruzado ocorre quando autoridades trocam favores, nomeando parentes uma das outras pessoas para cargos públicos.
00:37A tese apresentada pelo relator ministro Luiz Fux é de que a proibição de nomear parentes não se aplica à nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral,
00:50por afinidade até terceiro grau da autoridade nomeante para cargos de natureza política,
00:57desde que preenchidos os requisitos de qualificação técnica e idoneidade moral para o cargo,
01:04na forma da lei vedado o nepotismo cruzado.
01:07Essa sessão também foi marcada por um momento, digamos, sui generis,
01:14quando o ministro Toffoli chorou após ser homenageado pelos seus 16 anos integrando a corte.
01:20Vamos ver.
01:20Sr. Presidente, as suas palavras muito me emocionam.
01:26E eu aprendi na vida que nós não podemos deixar a emoção envelhecer.
01:32Então eu peço a palavra para emocionado
01:35de dizer do meu orgulho
01:40de ser juiz desta corte, como se falou.
01:48De termos a maior colegialidade da história desta corte,
01:54eu não tenho dúvida disso.
01:56E de ter o orgulho de ter a colega e os colegas que nós temos.
02:01E nesse sentido, cumprimento a todos na pessoa da única mulher
02:06que compõe esse colegiado, a ministra Carmen Lúcia.
02:12Que é minha amiga de longa data, como sou de todos.
02:17E dizer, Sr. Presidente, a honra que tenho de hora ser presidido por Vossa Excelência.
02:23Um homem do interior como eu,
02:27um homem que laborou na vida,
02:31pelo estudo e pelo trabalho.
02:34E que Galgão está nessa,
02:37que é a cadeira de presidente
02:39do maior poder judiciário do mundo.
02:43A corte constitucional que mais julga no mundo.
02:47O judiciário mais produtivo de todo o mundo.
02:51E o orgulho, Sr. Presidente,
02:53estar ao lado de colegas
02:55que tem a estatura de serem os maiores e os melhores juristas e magistrados da nação brasileira.
03:05Digo isso com muito orgulho.
03:10Porque só nós, que sentamos nessas cadeiras,
03:16temos a dimensão dela.
03:18E é com muito orgulho que agora também me emociono,
03:22lembrando do meu predecessor,
03:26o ministro Sepúlveda Pertence, querida carne,
03:30que foi amiga de vida dele.
03:31E honrar essa cadeira.
03:36Espero que tenham honrado.
03:39E quero continuar honrando
03:41a justiça e a magistratura e a nação brasileira.
03:45Tenho muito orgulho de ser
03:46um brasileiro.
03:50A nação mais abençoada do mundo.
03:53E ser guarda da Constituição.
03:57Ser guarda da Constituição,
03:58que é a melhor Constituição do mundo.
04:00Aquela que olha para os despossuídos,
04:04para os pobres,
04:06para o social, para o ambiental.
04:08A Constituição mais avançada,
04:11talvez, não tenho dúvida,
04:13talvez não, não tenho dúvida da história da humanidade.
04:16E a função de sermos sacerdotes
04:19da guarda dessa Constituição,
04:22eu espero continuar cumprindo
04:24a serviço da nação brasileira
04:26e do povo brasileiro.
04:28Suas palavras me tocam muito, presidente.
04:30Especialmente, não só por vir da cadeira
04:33do presidente do Poder Judiciário brasileiro,
04:37da minha corte, da nossa corte,
04:40mas por vir, de vossa excelência,
04:42um dileto amigo.
04:43Que Deus continue abençoando
04:45as nossas trajetórias
04:47e o orgulho de pertencer
04:48a essa corte.
04:49muito obrigado, senhor presidente.
04:52Rodolfo Borges,
04:53as lágrimas emocionadas de Toffoli
04:56também te tocaram no coração?
05:00Olha, nada pessoal
05:02contra o ministro Dias Toffoli,
05:03nenhum ministro.
05:04As coisas que a gente fala aqui
05:06não tem nada a ver com a pessoa em si.
05:09Vou falar sobre o cargo
05:10de ministro do STF.
05:11Antes de tudo,
05:14uma sessão,
05:15seja ela feita de casa,
05:17seja onde ele estava,
05:18porque não estava no plenário,
05:19não é lugar para isso.
05:21Ele não está ali para fazer homenagem
05:22para ninguém,
05:23ele não está ali para fazer desagravo,
05:26falar de questões políticas,
05:27ele está aí para votar.
05:29De acordo com a Constituição,
05:30que segundo ele,
05:31é a melhor Constituição da história,
05:32da humanidade e tal.
05:34Então, já é impróprio
05:35que isso ocorra.
05:36A gente falou aqui outro dia
05:38sobre o Barroso,
05:40que hoje já é ministro aposentado,
05:42que fez também uma manifestação,
05:43não estava no STF quando fez,
05:46que estava naquela coisa
05:48de vai ou não vai,
05:49é o final da carreira dele lá,
05:51e a gente falou,
05:52olha, ele não tem que fazer isso,
05:54ele tem que dizer
05:55se vai sair ou se vai ficar,
05:56e não tem que ficar
05:57aparecendo emocionado
06:00ou reclamando politicamente,
06:02eles não têm que fazer isso.
06:03Então, essa é a primeira coisa.
06:04Por mais que o sentimento
06:06do ministro Dias Toff
06:07e que ele tenha, de fato,
06:08esse sentimento aí,
06:10durante uma sessão,
06:11não é lugar para fazer isso.
06:14A gente pode discutir aqui,
06:15também,
06:16se o choro,
06:18a emoção do ministro
06:19se justifica diante daquilo
06:21em nome do qual
06:22ele estaria ali emocionado.
06:24Ele fala,
06:25ah, é muito difícil
06:26estar nessa posição
06:27de ministro do STF.
06:27Olha, para quem está de fora,
06:29é mais difícil
06:29não estar na cadeira
06:31de ministro do STF.
06:33Inclusive,
06:34pior ainda,
06:35estar contra aquilo
06:36que o ministro do STF decide.
06:38Então,
06:38quem está olhando isso aí
06:39e já não gosta
06:40dos ministros do STF,
06:41olha e fala,
06:42gosta ainda menos.
06:44Isso é uma questão
06:45que eu podia passar o dia inteiro
06:46falando sobre isso aqui.
06:48Mas eu queria falar
06:48especificamente
06:49da questão do nepotismo.
06:51Essa semana,
06:52o ministro da Educação,
06:54Camilo Santana,
06:56tentou justificar
06:57na entrevista
06:57a indicação
06:58da mulher dele
07:00como conselheira
07:01do Tribunal de Contas do Ceará.
07:02e aí ele fez
07:04aquilo exatamente
07:04que os ministros do STF
07:05disseram aí.
07:07Desde que tenha qualificação,
07:09não tem problema.
07:10E aí o ministro Camilo Santana
07:11disse, olha,
07:12ela tem mestrado,
07:12ela tem estudo,
07:14ela tem...
07:15Sim, mas ela só está ali
07:16e essa é a questão
07:17e para estar ali
07:19é preciso ter
07:19indicação política,
07:21é preciso ter...
07:22É preciso que alguém trabalhe
07:24para que ela
07:24chegue naquele posto.
07:26Ela tem que ter
07:27uma relevância política.
07:28E qual é a relevância
07:28política dela hoje?
07:29é ser casada
07:32com um ministro
07:34do governo Lula.
07:36Então, não dá, assim,
07:37para tratar nesses termos
07:39a questão
07:40porque não é exatamente
07:41isso que está em questão.
07:43O espírito
07:44dessa legislação
07:45é impedir
07:47ou prevenir
07:48que pessoas
07:49que não têm
07:49e eu vou falar aqui
07:51qualificação exatamente
07:53para o cargo
07:53não ocupem esses cargos.
07:56E aí se é um parente
07:57é óbvio
07:57que todo mundo
07:58sempre vai desconfiar.
08:00Por que que esse parente,
08:01por mais qualificação
08:02que ele tenha,
08:04por como que ele chegou ali.
08:05E aí não tem como você
08:06desconsiderar
08:08o parentesco dele.
08:10Wilson Lima.
08:13Olha, o Rodolfo
08:14foi cirúrgico.
08:15Eu só vou acrescentar
08:16um detalhe
08:17que eu acho que é importante
08:18nessa fala do Toffoli.
08:20Quando ele fala
08:20que o Supremo
08:21julga muito
08:22não necessariamente
08:23significa que ele julga
08:25bem.
08:25e essa questão
08:27do nepotismo
08:28é um caso
08:29clássico
08:30daquelas decisões
08:33controversas
08:34do Supremo
08:34Tribunal Federal.
08:36Não há justificativa
08:37alguma
08:38para você
08:39fazer um ajuste
08:41de legislação
08:42ajuste na súmula
08:44vinculante
08:44do Supremo
08:45Tribunal Federal
08:45autorizando parentes
08:47a assumir
08:49qualquer tipo
08:49de cargo público.
08:50Isso não faz sentido.
08:51Ah, é indicação política?
08:52É.
08:54Ah, mas...
08:56É...
08:57Aí tem
08:57aquele outro argumento.
08:58Não, mas...
09:00O parente de político
09:01não pode ser
09:02cargo público
09:03porque o gestor...
09:05Porque é parente
09:06de um gestor?
09:07Gente, aí
09:08infelizmente
09:09faz parte do...
09:11Faz parte da situação.
09:12Faz parte do jogo.
09:14Faz parte do ônus.
09:15Acontece na empresa
09:16privada.
09:16Isso é aquilo que...
09:17O que deveria acontecer
09:18na esfera pública
09:20é o que acontece
09:20na empresa privada.
09:22Sabe?
09:22É...
09:23Aqui, por exemplo,
09:24o antagonista.
09:25Se eu fosse...
09:26Sugerir
09:28a minha esposa
09:29para assumir
09:29um cargo aqui
09:30e ter uma função aqui
09:31obviamente que seria questionado.
09:33O melhor...
09:34Maior capacidade técnica
09:35que ela tenha.
09:36Então, assim...
09:36Então, eu acho que
09:37falta um pouco de...
09:40Dessa sensibilidade
09:41para os ministros.
09:41Aí depois não adianta chorar,
09:43se emocionar,
09:44dizer que está sendo...
09:45Que o peso da cadeira
09:46é um...
09:47Um fardo enorme.
09:49É...
09:50O Supremo precisa
09:51de fato
09:52olhar para a Constituição.
09:53E se olhasse um pouco...
09:55Com um pouco mais de carinho
09:56para a Constituição,
09:59provavelmente a gente não teria
10:00ministro se emocionando
10:02à toa
10:02a cada sessão.
10:04Ricardo?
10:04Sabe, Inácio, é...
10:08Enquanto o Wilson e o Rodolfo falavam,
10:10eu estou aqui refletindo
10:11como é bacana, sabe?
10:13Fazer parte de um programa
10:14nesse formato
10:16com âncora
10:16e três analistas.
10:18E analistas qualificados,
10:20obviamente.
10:21Porque se você tivesse
10:22me chamado primeiro,
10:24depois de assistir esse vídeo
10:25que eu considero patético,
10:27eu estava...
10:29Eu iria fazer um comentário jocoso.
10:32Eu iria fazer um pouco de graça,
10:33dizer que eu estava emocionado também,
10:35com o nó na garganta.
10:36E depois de ouvir o Rodolfo
10:37e o Wilson falarem,
10:39com a devida
10:40e com a correta gravidade
10:42do caso,
10:43não é para brincadeira, não.
10:44Não era para ironia, não.
10:45Eu estaria comentando de forma,
10:48no mínimo,
10:50não diria leviana,
10:52mas eu estaria relativizando
10:53uma coisa que realmente
10:55é muito séria.
10:55E o Rodolfo e o Wilson
10:57já falaram muito bem.
10:59Porque,
11:00a despeito, né,
11:02de ser legítimo,
11:03até de ser sincero,
11:04aquelas lágrimas
11:06que não saiam mais
11:06a emoção do ministro,
11:08não há motivo nenhum ali,
11:10pelo menos aos olhos
11:11da opinião pública,
11:12pelo menos aos olhos
11:13da população,
11:14da sociedade,
11:15para emoção alguma.
11:17Porque a Suprema Corte
11:18está longe,
11:19está há anos luz,
11:21longe de ser aquilo
11:21que ele falou.
11:22A maior Suprema Corte
11:24do mundo.
11:25sob critério de quem?
11:26Dele mesmo.
11:27Os melhores
11:29juristas,
11:30ou magistrados,
11:31eu não me recordo agora
11:31exatamente o termo
11:32que o Toffoli usou
11:33para falar sobre si mesmo
11:34e seus colegas.
11:36Sob o critério de quem?
11:37Sob a ótica de quem?
11:41O julgamento,
11:42propriamente dito,
11:43essa decisão
11:44de permitir
11:46esse nepotismo
11:47para cargos
11:48de natureza política,
11:49é legal que eles
11:49sempre inventam
11:50uma maneira
11:52de dourar a pílula
11:53e principalmente
11:54os termos
11:55que é necessária
11:56qualificação técnica.
11:59Eu vou fazer uma pergunta
12:00para o próprio,
12:01meramente retórica,
12:02óbvio,
12:02mas para o próprio Toffoli,
12:03emocionado,
12:05emocionado Toffoli.
12:07O Toffoli,
12:08ele nunca foi magistrado
12:09antes de
12:10se sentar
12:11como ministro do Supremo.
12:13Ele tentou duas vezes
12:14concursos para juiz
12:15de primeira instância
12:16e não conseguiu passar.
12:17quem o considerou
12:19qualificado
12:20tecnicamente
12:21para poder ocupar
12:22o cargo de ministro?
12:23Foi quem o nomeou,
12:24o presidente da república
12:25e o nomeou
12:25e os senadores
12:26que aprovaram
12:27a sua nomeação.
12:29Mas se você perguntar
12:30para muitos juristas
12:31se ele tem
12:32qualificação técnica,
12:33muitos provavelmente
12:34vão dizer que não.
12:35Então é tão subjetivo
12:36esse termo,
12:38não,
12:38eu admito
12:39o nepotismo
12:40desde que tenha
12:41qualificação técnica,
12:42mas sob critério
12:43de quem?
12:44Sob a ótica de quem?
12:45Aí vem com a história
12:46da idoneidade moral.
12:48É a mesma coisa.
12:50O presidente Lula
12:50foi condenado
12:51por corrupção
12:52e lavagem de dinheiro
12:53em primeira instância,
12:54em segunda instância,
12:56depois no STJ
12:57e aí por uma questão jurídica,
12:59por uma tecnicidade jurídica.
13:01Os seus processos
13:02foram anulados,
13:04as suas condenações
13:05foram anuladas
13:06na Suprema Corte.
13:07Mas em momento algum
13:09ele foi inocentado,
13:11como ele gosta de dizer.
13:12Em momento algum
13:13tem uma decisão transitada
13:15em julgado dizendo
13:16o presidente Lula
13:17é inocente.
13:19Mas ainda assim,
13:20mais da metade
13:21dos eleitores brasileiros
13:23e a própria justiça eleitoral
13:25consideram o presidente Lula
13:27idôneo,
13:28moralmente idôneo,
13:30esse é o termo,
13:31para poder ocupar a presidência.
13:33É muito subjetivo, Inácio.
13:35São avaliações
13:36que obedecem
13:37critérios subjetivos.
13:39E quando essa subjetividade
13:40está a cargo
13:41de um parente,
13:42de um cônjuge,
13:44de um pai,
13:44de um filho,
13:45isso é óbvio
13:46que não é legítimo,
13:48é óbvio que não é correto.
13:49E não é à toa,
13:50como lembrou o Rodolfo,
13:51a gente tinha tantas esposas,
13:54na última contagem,
13:55eu me lembro,
13:55eram cinco.
13:56Cinco esposas
13:57de ministros
13:58desse governo
13:58ocupam cargos
14:00nos tribunais de contas
14:01dos seus estados.
14:02E ainda que sejam qualificadas,
14:04será que não existem
14:05outras pessoas
14:06qualificadas para isso?
14:07Legenda por Sônia Ruberti
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