- há 5 semanas
FUTURANDO 20250825
Nesta edição: Astrônomos alertam que satélites aumentam a poluição luminosa e prejudicam estudos científicos sobre o universo.
E ainda: o que parecia solução para o lixo espacial agora ameaça a camada de ozônio.
Nesta edição: Astrônomos alertam que satélites aumentam a poluição luminosa e prejudicam estudos científicos sobre o universo.
E ainda: o que parecia solução para o lixo espacial agora ameaça a camada de ozônio.
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AprendizadoTranscrição
00:00Do que é feito o universo? Como o cosmos evoluiu?
00:07O telescópio espacial Euclides busca por respostas ao observar 10 bilhões de anos de história cósmica.
00:16Quanto mais distante está uma estrela, mais tempo leva para a luz dela chegar até nós.
00:22Assim, os cientistas acompanham as mudanças do universo ao longo do tempo.
00:30Isso e muito mais no Futurando.
00:40Até agora, apenas um vislumbre, mas que já revela muito 11 milhões de galáxias.
00:48Com o zoom de 16 vezes, fica assim.
00:53E de 70 vezes, assim.
00:57Cada ponto branco é uma galáxia.
01:00O telescópio espacial Euclides mapeia o lado escuro do universo, com detalhes bem impressionantes.
01:08Com a divulgação desses novos dados, demonstramos que os instrumentos terrestres utilizados pelos cientistas para analisar os dados estão funcionando.
01:18O Euclides está se tornando uma máquina de descobertas.
01:24Até agora, compreendemos apenas cerca de 5% do universo.
01:29O restante, a matéria escura e energia escura, ainda é um mistério.
01:34Sabemos que a energia escura faz o universo se expandir mais rapidamente.
01:38Enquanto a matéria escura mantém as galáxias unidas, como uma cola cósmica.
01:43Uma forma de estudarmos a matéria escura é através da lente gravitacional.
01:49E é exatamente isso que o Euclides faz.
01:52Isso significa que a luz é desviada quando passa perto da matéria.
01:56Ao mapear esse desvio em detalhes, nós podemos descobrir a quantidade de matéria escura
02:04e, o mais importante, como ela é espalhada pelo universo.
02:11O telescópio revelou uma imagem bem rara.
02:16Um anel de Einstein, que é um círculo de luz formado pela gravidade que distorce a luz
02:21ao redor de um objeto massivo, como uma galáxia.
02:25Esses anéis ajudam os cientistas a rastrear a matéria escura que não podemos ver diretamente.
02:31É como uma máquina do tempo.
02:34Vamos voltar 10 bilhões de anos na história cósmica.
02:38Porque não estamos apenas produzindo essas imagens incríveis,
02:41mas também temos um espectrógrafo a bordo.
02:45Podemos realmente medir a posição de objetos, a velocidade com que se movem.
02:48E isso nos dá um mapa dinâmico em 3D do universo.
02:54O telescópio Euclides também capturou imagens fantásticas,
02:58com uma nitidez nunca alcançada antes,
03:01do aglomerado de galáxias Perseus
03:03e da icônica nebulosa Cabeça de Cavalo na constelação de Órion.
03:11Essa é apenas uma pequena parte das observações que o Euclides vai fazer.
03:16Essa primeira visão já é muito promissora.
03:18Os pesquisadores criaram um catálogo com mais de 380 mil galáxias,
03:27classificadas por características como braços espirais,
03:31barras centrais e caudas de maré, que sugerem fusões de galáxias.
03:36Uma inteligência artificial treinada por voluntários ajudou a filtrar esse material.
03:40São necessários milhões de exemplos para treinar um bom modelo de IA a partir do zero,
03:48mas já temos milhões de outros telescópios.
03:51Portanto, para o Euclides foi apenas cerca de um mês de trabalho voluntário.
03:55Agradecemos a cerca de 9 mil pessoas que se juntaram a nós.
03:58A divulgação dos dados ofereceu uma nova visão sobre o universo.
04:06E isso representa apenas 0,4% das galáxias que o Euclides deve catalogar.
04:12A jornada dele está apenas começando.
04:24Agora seguimos para uma jornada que começou em 2003.
04:28Vamos para o cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
04:32Naquela época, a maior parte dos telefones tinha teclas.
04:35A maioria dos carros era a gasolina e não se passava a noite nas redes sociais.
04:45Foi também nessa época que começou uma missão a Marte, a Mars Express.
04:49E ela continua forte até hoje.
04:54A missão Mars Express foi lançada há mais de 20 anos.
04:58Nosso objetivo era mapear Marte e fotografar quase todas as características da superfície.
05:06Já orbitamos o planeta 25.500 vezes e cobrimos quase toda a sua extensão.
05:12O orbitador foi construído para durar um ano marciano, menos de dois anos terrestres.
05:18E aqui estamos, mais de 10 anos marcianos depois.
05:22A missão revelou que grandes quantidades de água líquida já existiram na superfície por longos períodos.
05:31Essa é uma das suas principais descobertas.
05:35Marte já esteve moldado por vastos canais de água, assim como a Terra.
05:39E é no canal Grande de Veneza que os principais pesquisadores do tema se reuniram
05:44para refletir sobre duas décadas de descobertas.
05:48Daniela Tirce lidera a equipe de pesquisa.
05:50Ela supervisiona as fotos tiradas pela câmera estéreo de alta resolução do Mars Express.
05:57Em um palácio histórico, ela e sua equipe examinaram as imagens mais recentes,
06:02geradas a partir de dados enviados à Terra.
06:06Conhecida carinhosamente como a marciana, Daniela decide onde e o que a câmera irá registrar.
06:12A câmera é o olho da nossa missão.
06:18Ela captura imagens coloridas e em 3D.
06:21Não é uma câmera comum, é um scanner.
06:23E nos permite medir elevações, profundidades e cores em Marte com precisão.
06:30O diretor científico Colin Wilson supervisiona uma equipe espalhada por cinco países europeus.
06:36Centenas de pesquisadores trabalham com os dados da missão.
06:42Marte parece seco, como um deserto, mas há gelo sob a superfície, nos polos.
06:49Nos últimos anos, vimos sinais de possível água líquida sob as calotas polares.
06:53São dados inéditos, e ainda estamos tentando entendê-los.
07:03Gelo de água também foi encontrado no topo de vulcões marcianos, como na cratera Korolev.
07:10As imagens do Mars Express e da nossa câmera mostram o quanto a superfície foi moldada pela água.
07:17Há vales pluviais onde a água fluía, tanto em pequenos riachos quanto em grandes inundações.
07:24Com o tempo, à medida que as temperaturas caíam, esses rios se transformavam em geleiras.
07:32O Mars Express foi crucial para nos ajudar a entender que Marte já foi habitável.
07:37Habitável no sentido de que possuía água líquida, essencial para a vida como a conhecemos.
07:42O Monte Olimpo, com 22 quilômetros de altura, é a montanha mais alta do Sistema Solar.
07:50O Mars Express forneceu novas visões sobre este imponente vulcão.
07:57Nosso orbitador não é heliossíncrono, então podemos capturar imagens a qualquer hora.
08:04Isso nos ajudou recentemente a avistar gelo de água, ou geada, na montanha mais alta de Marte.
08:12Nas estações mais frias, a geada se forma nos picos mais altos de Marte.
08:17É gelo de água, não o usual gelo de dióxido de carbono.
08:21Essa foi uma nova descoberta.
08:24E onde há água, nuvens podem se formar, mesmo na fina atmosfera de Marte.
08:34Tem menos de 1% da densidade da Terra.
08:36Daniela criou um atlas que mostra onde nuvens de água ou gelo de dióxido de carbono aparecem e como se movem.
08:46Nossa resolução é melhor do que a de muitos instrumentos projetados para monitorar o clima de Marte.
08:52Nossos dados são especiais porque podemos identificar tipos de nuvens, estruturas e até compará-las com as da Terra.
08:59Uma nuvem específica é a favorita dela.
09:04É uma formação rara sobre um grande vulcão, o Arsia Mons.
09:10Ela se forma pela manhã, desprende-se do vulcão por volta do meio-dia e então se desloca para o oeste e desaparece na atmosfera.
09:18O Mars Express revelou um planeta com paisagens dramáticas, muitas vezes semelhantes às da Terra, com montanhas imponentes e enormes vales.
09:30Mas muitos mistérios permanecem.
09:32O que aconteceu há 4 bilhões de anos, quando Marte perdeu seu campo magnético e boa parte da água?
09:38Conhecemos Marte bem o suficiente para identificar as regiões mais promissoras na busca por água.
09:45Agora procuramos lugares onde a vida possa ter existido.
09:49O Mars Express tornou isso possível.
09:55A missão também forneceu dados importantes para o pouso do rover Perseverance, da NASA, na cratera de Jezero.
10:08Ainda temos grandes questões. Vamos colaborar com outras missões, como um projeto japonês que vai explorar uma das luas de Marte.
10:16Ainda temos muita ciência pela frente.
10:21Essa missão para a lua marciana Phobos tem lançamento previsto para 2026.
10:28Em todo o mundo, startups de tecnologia investem em novas tecnologias espaciais.
10:34Desde a remoção de lixo espacial até o transporte de cargas para a Estação Espacial Internacional.
10:41Tudo isso faz parte da indústria New Space.
10:44A comercialização do espaço por empresas privadas e investidores que apostam em grandes lucros.
10:51Ideias não faltam.
10:57A startup alemã Isara Aerospace quer lançar o primeiro foguete espacial a partir do continente europeu.
11:04Temos condições de nos tornarmos uma potência espacial.
11:12Temos as capacidades cognitivas, tecnológicas.
11:15Só precisamos aproveitá-las e implementá-las.
11:19Na Escócia, há uma outra plataforma de lançamento.
11:22É onde a Rocket Factory Augsburg realiza seus testes.
11:26A Agência Espacial Europeia está investindo 44 milhões de euros em empresas privadas.
11:30Mas a Europa ainda está muito atrás dos Estados Unidos.
11:36Precisamos garantir a nossa soberania estratégica no espaço.
11:40Trata-se de termos a capacidade de nos defendermos, de nos comunicar,
11:44de continuar com a vida cotidiana e, acima de tudo, de sobreviver em tempos de crise ou pior.
11:49Os satélites europeus ainda são muito dependentes do Ariane 6,
11:56mas ele é mais caro do que um lançamento com a SpaceX.
12:00E a parceria espacial transatlântica já não é mais a melhor das parcerias.
12:05A Alemanha nunca foi vista como uma potência espacial,
12:08mas aqui, em Berlim-Atleshof, a indústria nesse setor está crescendo.
12:13Um destaque é a Astrofeinwerks Technik, especializada em componentes para satélites.
12:23O setor espacial evolui rapidamente.
12:26Precisamos ter os nossos próprios sistemas de monitoramento e comunicação.
12:30Temos que projetá-los, construí-los.
12:33Estão surgindo modelos de negócios totalmente novos.
12:36O ponto forte da empresa são as rodas de reação,
12:42que são usadas para orientar os satélites em órbita.
12:46Temos muita tecnologia no país.
12:48No entanto, também precisamos trabalhar em conjunto com outros parceiros
12:52e não repetir esforços,
12:54e assim colocar o máximo possível nos foguetes
12:56e chegar ao espaço de forma independente.
13:00O lançador Ariane 6 já é um passo à frente,
13:03mas a Europa ainda tem um longo caminho a percorrer.
13:06E o Iris 2, que é o rival europeu do americano Starlink,
13:10não vai estar pronto antes de 2030.
13:15Mas nem todos comemoram o crescimento do número de satélites.
13:19Astrônomos de vários países alertam que eles atrapalham as pesquisas,
13:24bloqueiam telescópios e dificultam observações.
13:28Muitos fenômenos celestes só podem ser estudados sob um céu escuro.
13:33E a presença constante desses satélites está, pouco a pouco,
13:37dificultando esse trabalho.
13:43Diversas luzes em movimento cruzam o céu noturno.
13:47A maioria são satélites de comunicação,
13:50parte da rede Starlink.
13:52O registro feito com uma técnica fotográfica especial
13:55parece uma exibição de fogos de artifício cósmicos.
13:58O presidente da União Astronômica Internacional
14:04afirma que o grande número de satélites
14:06já tem atrapalhado a pesquisa astronômica.
14:08Se você estiver observando algo no céu,
14:17com um telescópio e um satélite cruzar seu campo de visão,
14:20ele vai deixar um rastro brilhante na imagem.
14:25Isso é incrivelmente perturbador e dificulta muito as medições.
14:28Novos satélites são lançados o tempo todo.
14:37E muitos outros estão nos planos de empresas e governos.
14:40Os números falam por si.
14:43Em 2000, havia cerca de 750 satélites ativos.
14:48Em 2024, esse número disparou para 10 mil.
14:51E projeções sugerem cerca de 60 mil satélites até 2030.
14:58E até 2050, dependendo da estimativa,
15:01algo entre 200 mil e 500 mil.
15:06Esse crescimento rápido representa uma séria ameaça à astronomia.
15:10Nós, astrônomos, nos interessamos pelas origens do Universo,
15:18sua expansão, a possibilidade de vida no espaço
15:21e pelos exoplanetas.
15:22São todos objetos escuros que exigem telescópios muito grandes.
15:30Se o céu não estiver escuro o suficiente,
15:32não há nada que possamos fazer.
15:34Essa ciência será perdida.
15:36A radioastronomia tem seus próprios desafios.
15:42Antenas gigantes captam ondas de rádio cósmicas fracas,
15:47sinais que são facilmente sobrecarregados.
15:50Suzane diz que os satélites são como alto-falantes,
15:54que abafam o sussurro do espaço.
15:57Na radioastronomia, detectamos sinais muito fracos,
16:01portanto, nossos telescópios precisam ser ultrassensíveis.
16:06Os sinais artificiais podem ser milhões de vezes mais fortes
16:09do que os que estudamos.
16:11E, como os satélites sobrevooam nossos instrumentos repetidamente,
16:15eles causam grandes interrupções.
16:19O Observatório Europeu do Sul
16:22opera no Chile alguns dos telescópios mais poderosos do mundo.
16:27Mas a visão está ameaçada por satélites
16:31e pela crescente poluição luminosa.
16:33Um complexo industrial planejado nas proximidades
16:39pode afetar seriamente o trabalho dos observatórios.
16:45Temos casas, instalações industriais e iluminação pública à noite.
16:52Tudo isso significa que o céu noturno
16:55não é nem de longe tão escuro quanto antes.
16:58É por isso que é tão importante para a astronomia
17:02operarmos observatórios em locais onde o céu ainda é realmente escuro.
17:09Quase como nos tempos antigos,
17:11antes de toda a tecnologia da civilização moderna.
17:13Os pesquisadores concordam que é necessário ter normas para proteger o céu noturno.
17:22Dessa forma, a observação espacial e a civilização poderiam coexistir sem interferências.
17:30Muitos satélites se incineram durante a reentrada na atmosfera,
17:35liberando partículas que podem abrir um novo buraco na camada de ozônio.
17:39Esse já foi um grande temor nos anos 1980,
17:43quando produtos como geladeiras e latas de spray usavam CFCs.
17:47Em 1989, o mundo concordou em eliminá-los gradualmente
17:52e, desde então, a camada de ozônio vem se recuperando.
17:56Agora, porém, uma nova ameaça começa a surgir.
18:01Este edifício de aparência simples abriga tecnologia de vigilância de ponta.
18:06No interior dele, um avançado sistema de radar rastreia objetos em órbita,
18:12tanto satélites quanto detritos espaciais.
18:15Ele monitora a órbita terrestre baixa entre 300 e 3 mil quilômetros acima do solo,
18:22onde a maioria dos satélites opera atualmente.
18:26Os dados do radar são enviados para um centro de monitoramento espacial no noroeste da Alemanha,
18:32onde a Agência Espacial Alemã e o Comando Espacial Militar
18:36rastreiam potenciais ameaças vindas do espaço.
18:39E as ameaças estão crescendo.
18:41A órbita terrestre baixa está lotada.
18:44Milhares de satélites já orbitam o nosso planeta.
18:48E centenas de milhares de fragmentos de detritos flutuam no espaço,
18:52cerca de 8 mil toneladas.
18:54Sem contar os milhares de outros satélites que serão lançados nos próximos anos.
18:58Mas o que acontece quando eles não têm mais utilidade?
19:05Para a órbita terrestre, a queima na atmosfera é atualmente o método de descarte preferido.
19:11O objetivo é manter a órbita terrestre limpa.
19:16Mas alguns cientistas questionam o método
19:19e alegam que queimar lixo espacial cria um tipo diferente de poluição.
19:23Definitivamente há um risco a longo prazo
19:29quando introduzimos na atmosfera
19:31materiais que não estariam ali naturalmente.
19:35Por exemplo, alumínio e lítio.
19:41Cláudia se preocupa especialmente com o óxido de alumínio
19:45formado quando satélites e partes de foguetes queimam na reentrada.
19:49Essas partículas podem ameaçar a camada de ozônio.
19:57A atmosfera superior é especialmente vulnerável por dois motivos.
20:03Primeiro, é muito mais rarefeita do que a baixa atmosfera.
20:06Então, a mesma quantidade de material tem um efeito muito maior.
20:10Segundo, não há nuvens na atmosfera superior.
20:17Portanto, ao contrário da baixa atmosfera,
20:20as partículas não podem simplesmente ser, digamos, lavadas pela chuva.
20:26Satélites antigos e peças de foguetes queimam na atmosfera com frequência.
20:31Em fevereiro de 2025, foram observados restos de um foguete Falcon 9 da SpaceX.
20:37Não é um caso isolado.
20:40Só em janeiro de 2025, mais de 120 satélites da Starlink
20:44reentraram na atmosfera da Terra.
20:47A Agência Espacial Europeia diz que cerca de 200 toneladas de partículas metálicas
20:52entraram na atmosfera em 2022.
20:55Em 2024, foram 800 toneladas.
20:58Na atmosfera superior, o impacto é muito mais forte.
21:04Uma tonelada de material na atmosfera superior
21:07equivale aproximadamente, em impacto, a 100 mil toneladas aqui, na baixa atmosfera.
21:14Até 2040, deve haver mais de 60 mil novos satélites em órbita.
21:20Quando queimarem na reentrada, poderão liberar até 10 mil toneladas de óxido de alumínio por ano.
21:28Isso pode aquecer a atmosfera superior em 1,5 graus Celsius e comprometer a camada de ozônio.
21:36Atualmente, cerca de 10% das partículas de ácido sulfúrico na estratosfera
21:41já contém alumínio proveniente de satélites e foguetes.
21:44Alguns cientistas temem uma repetição da crise dos CFCs da década de 1980.
21:53Perguntamos a um pesquisador de aerossóis o que esse alumínio poderia significar para a camada de ozônio.
22:02O cloro proveniente do CFC ainda está na atmosfera.
22:06Mas para destruir o ozônio, ele precisa ser ativado, geralmente em cristais de gelo ou outras partículas.
22:14O alumínio dos satélites cria exatamente esse tipo de superfície.
22:21Isso poderia repetir o processo de destruição.
22:25Partículas metálicas sempre caíram em nossa atmosfera vindas de poeira espacial e micrometeoritos,
22:31desencadeando as mesmas reações.
22:33Esse processo existe há séculos, portanto o sistema está em equilíbrio.
22:38Isso significa que, se adicionarmos mais partículas ou cloro, o equilíbrio químico se rompe.
22:49Pode não prejudicar o planeta em si, mas pode nos prejudicar,
22:53permitindo que mais radiação UV atinja a superfície.
22:59Pode levar cerca de 30 anos até que as partículas atinjam a camada de ozônio
23:03e que a combustão tenha um efeito mensurável.
23:06Mas então será tarde demais. Por que não previmos isso?
23:12Provavelmente poderíamos ter previsto, mas ninguém pensou muito nisso.
23:18Isso está começando a mudar.
23:20Mas qual é a gravidade da ameaça?
23:23Cientistas do Instituto Leibniz de Física Atmosférica estão usando o chamado LIDAR,
23:28pulsos de laser disparados em direção ao céu
23:32para medir a densidade e a dispersão dessas partículas.
23:39Mas a pesquisa está no início e muitas perguntas ainda estão em aberto.
23:48Isso poderia levar à destruição da camada de ozônio.
23:52Só não sabemos ainda quais outros efeitos poderiam existir.
23:56O que sabemos é que esses materiais agora estão entrando na atmosfera.
24:02Eles estão lá e não estavam lá antes.
24:09O que falta agora são alternativas.
24:11Outros materiais poderiam ser usados em satélites,
24:14mas são mais pesados do que o alumínio, o que aumentaria os custos.
24:18Pesquisadores estão preocupados porque, mesmo décadas após a proibição dos CFCs,
24:25a camada de ozônio ainda não se recuperou completamente.
24:34O buraco na camada de ozônio atingiu seu pico no ano 2000,
24:39muito depois da proibição dos CFCs.
24:41Portanto, demorou muito para a atmosfera se recuperar.
24:45E mesmo agora, em 2025, ainda não retornamos aos níveis pré-CFCs.
24:51E como o Centro Alemão de Monitoramento Espacial encara essa nova preocupação?
24:56O óxido de alumínio é uma preocupação relativamente nova.
25:04Ainda é pouco pesquisado, mas a conscientização está crescendo.
25:09Cientistas que estudam detritos espaciais agora o veem como um problema sério.
25:16O que antes parecia a melhor solução está levantando grandes questões.
25:20Será que novamente agiremos tarde demais?
25:28Especialistas alertam que a camada de ozônio pode não se recuperar totalmente até 2075.
25:35E isso se conseguir se recuperar.
25:37Já que a cada ano, mais e mais óxido de alumínio entra em nossa atmosfera.
25:46Esta foi mais uma edição do Futurando.
25:49Esperamos por você na semana que vem.
25:51Até lá!
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