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Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, falou no Real Time sobre a expectativa de vendas de quase R$ 8 bilhões no Dia dos Pais, o impacto do mercado de trabalho e os desafios do tarifaço para o varejo brasileiro.

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Transcrição
00:00O Dia dos Pais deve render ao varejo brasileiro quase 8 bilhões de reais em vendas.
00:05A projeção da Confederação Nacional do Comércio mostra que esse será o melhor desempenho desde 2014.
00:12Para entender o que puxa essa retomada, eu converso agora com o Fábio Bentes, que é economista-chefe da CNC.
00:19Boa tarde para você, Fábio. Seja muito bem-vindo aqui ao Real Time.
00:23Muito boa tarde, obrigado pelo convite.
00:25O Fábio, explica para a gente quais são os fatores que explicam essa expectativa de alta.
00:32Bom, basicamente, o consumo, as vendas do comércio, o consumo de serviços no Brasil,
00:38ele vem crescendo muito em função do dinamismo do mercado de trabalho.
00:43A gente hoje opera no Brasil uma taxa de desemprego no piso histórico.
00:48e não é só a ocupação que está em alta, mas o rendimento médio real tem apresentado avanço
00:55em relação ao mesmo período do ano passado.
00:58A situação poderia ser melhor, não fosse naturalmente a inflação ainda num patamar indesejavelmente elevado.
01:06O juros, justamente para combater essa inflação, também tem subido, tem provocado,
01:10tem freado um pouco o consumo nessa época do ano.
01:13Apesar desse dinamismo um pouco menor, o varejo deve ter um aumento, sim,
01:18de aproximadamente 3,2% no volume de vendas em relação ao dia dos pais passado.
01:25Portanto, o varejo brasileiro tem motivos para estar moderadamente otimista com essa,
01:32que é uma das principais datas comemorativas do varejo brasileiro.
01:36Ela está em que ordem aí de grandeza entre as datas comemorativas?
01:40É, o dia dos pais fica atrás do Natal, do dia das mães, do dia das crianças.
01:46É a quarta data comemorativa mais importante.
01:49Ela inaugura esse calendário de datas comemorativas do varejo no segundo semestre do ano.
01:57É bom lembrar que a gente tem Black Friday ainda pela frente.
02:00E o Natal que fecha o ano do varejo, que muitas vezes faz a diferença entre um ano positivo
02:05ou negativo para determinados segmentos do setor.
02:09A gente acredita que o dia dos pais deve ser positivo.
02:13O dia do Natal e a Black Friday devem ter um desempenho um pouco mais fraco,
02:19um crescimento um pouco menor do que o dia dos pais,
02:22por conta principalmente desse aperto no crédito e também de uma certa desvalorização do real,
02:29que é esperada ainda para esse ano em virtude de tudo que tem ocorrido,
02:34envolvendo o tarifácio imposto pelo governo norte-americano.
02:38Agora há pouco você falou da dificuldade do comércio com essa taxa de juros de 15% ao ano.
02:43Você sente que, por exemplo, as opções de parcelamento estão diminuindo?
02:46Parcelamento sem juros?
02:47Na realidade, o que a gente percebe é um grau de endividamento muito grande do consumidor brasileiro.
02:56Se a gente pegar as famílias com renda mais baixa, até três salários mínimos,
03:0181% dessas famílias se encontram endividadas nesse momento.
03:08O endividamento por si só não é um problema, mas a inadimplência sim.
03:12E a gente tem observado uma tendência de aumento da inadimplência.
03:17Não é um cenário catastrófico, é um cenário até esperado diante de uma taxa selic de 15%
03:23e que, segundo o próprio Copom, vai permanecer nesse patamar ao longo desse ano,
03:28talvez no início do ano que vem.
03:31Então, é um cenário que a gente já vislumbrava para esse ano.
03:34A gente tem, como falei anteriormente, o mercado de trabalho ajudando um pouco a amortecer
03:38o impacto desse juros historicamente elevado.
03:42não só o juro básico, mas o juro na ponta para o consumidor, segundo dados do Banco Central.
03:48A taxa média de juros está no patamar mais alto em mais de dois anos.
03:52Quando a gente fala de dia das mães, eu imagino que aumente muito a venda de cosméticos,
03:57dia das crianças, brinquedo.
03:58E no dia dos pais, o que aumenta mais a venda?
04:01Dia dos pais, sem dúvida alguma, o carrochete é o setor de vestuário.
04:04deve responder por aproximadamente 3 bilhões e 200 milhões de reais
04:09nessa movimentação de quase 8 bilhões de reais prevista para 2025.
04:15Mas a gente tem observado também, no dia dos pais, um avanço do setor de cosméticos.
04:20Hoje é o segundo setor que mais movimenta vendas,
04:24ou pelo menos para 2025,
04:26é o setor que deve abocanhar a segunda maior fatia
04:30do faturamento total do varejo brasileiro.
04:33Obviamente, o setor de cosméticos e farmácias se modernizou,
04:37diversificou o mix de produtos
04:39e tem conseguido operar preços ou reajustar preços
04:43num ritmo menos intenso do que outros setores do varejo.
04:47E está colhendo os frutos nesse dia dos pais
04:49e, certamente, no Natal desse ano também deve haver algum destaque
04:53para esse segmento de perfumaria e cosméticos.
04:57Os representados pela CNC estão sentindo muito impacto do tarifácio
05:02ou isso não chega muito ao setor do comércio?
05:06Não, ainda não, porque o Brasil ainda não adotou uma política de reciprocidade.
05:12Se isso vier a ser adotado, parece fora do radar nesse momento,
05:16isso sim internalizaria um problema muito grande para o varejo brasileiro.
05:21Aliás, não só para o varejo, mas para a propriedilação, de um modo geral,
05:24na medida em que a gente importa dos Estados Unidos,
05:28desde consumo, cuja demanda é bastante inelástica,
05:31ou seja, ela não responde tanto, ela não varia tanto apesar do aumento de preço.
05:36Estou falando de combustíveis, estou falando de itens de saúde,
05:42de medicamentos, de um modo geral,
05:45e isso ainda não ocorreu.
05:46Então, os efeitos que a gente começa a sentir nesse momento
05:49ainda são efeitos ligados às expectativas do tarifácio
05:54sobre a capacidade de consumo da população.
05:58Ou seja, a gente deve ter aí uma taxa de câmbio um pouco mais elevada
06:03e se confirmar dessa expectativa de taxa de câmbio mais elevada,
06:07isso vai acabar respingando na inflação.
06:09E aí, isso começa, começaria a criar um problema mais crítico para o varejo.
06:16O mais importante nesse momento é evitar a retaliação
06:19para não internalizar, não internalizarmos esse problema,
06:24que é um problema que, de certa forma, até já avançou.
06:26A gente tem uma listagem de 700 produtos isentos,
06:29hoje aproximadamente 36% da nossa pauta exportadora para os Estados Unidos
06:35está sujeita ao tarifácio.
06:36Portanto, um avanço em relação àquele susto inicial
06:39de todos os produtos que estavam sujeitos a uma alíquota de 50%.
06:44Agora, a gente viu o dólar num patamar bastante confortável nessa semana
06:48comparado com o que a gente tinha no começo do ano.
06:50E também tem alguns analistas acreditando que o dólar pode se desvalorizar
06:55ainda mais até como estratégia americana para atrair investimentos ali
06:59para conseguir fazer uma produção com um custo um pouco mais baixo.
07:03Você não acha que pode ir um pouco por esse caminho também?
07:04É, pode, mas a tendência predominante, pelo menos na nossa visão,
07:10é de que o cenário que a gente tem hoje não é um cenário ideal,
07:15um cenário menos favorável do que aquele que a gente tinha antes de maio
07:20quando não se falava em tarifácio para o Brasil.
07:23Por que a gente acredita nesse impacto negativo,
07:28o impacto desfavorável para a inflação?
07:32Porque com as nossas exportações mais caras,
07:36e em alguma medida elas vão ficar mais caras,
07:40o fluxo de divisas para o Brasil diminui.
07:43E diminuindo o fluxo de divisas,
07:45a tendência é que o dólar acabe se valorizando um pouco daqui para o final do ano.
07:50De fato, a gente está com uma taxa de câmbio abaixo de R$ 5,50,
07:54muito por conta desse juros estratosféricos praticado aqui no Brasil,
07:58mas a tendência daqui para frente é de alguma desvalorização do real.
08:03Fala-se num dólar no final do ano entre R$ 5,60 e R$ 5,70.
08:08Diante do susto inicial que a gente tomou por conta do tarifácio,
08:11eu diria até que mesmo esse avanço do dólar,
08:13esse encarecimento do dólar,
08:15ou da desvalorização do real é algo que já está relativamente precificado
08:19e não deve provocar grandes estragos, pelo menos no curto prazo.
08:24Tá certo.
08:25Fábio Bentes, economista-chefe da CNC,
08:28muito obrigado por participar com a gente dessa edição do Real Time.
08:31Boa tarde para você.
08:33Eu que agradeço.
08:34Boa tarde a todos.
08:35Até uma próxima oportunidade.
08:36Boa tarde a todos.
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