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O Banco do Brasil apresentou resultados abaixo das expectativas pelo segundo trimestre seguido, com queda de 60% no lucro e aumento da inadimplência acima de 4%. Rodrigo Loureiro analisa por que o banco estatal sofre mais do que seus concorrentes privados, como Itaú, Bradesco, Santander e BTG, e explica o impacto da forte dependência do agronegócio.

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Transcrição
00:00Nesta sexta-feira, ao comentar o balanço com queda de 60% no lucro líquido no segundo trimestre,
00:08a presidente do Banco do Brasil, a Tarsiana Medeiros, disse que melhores resultados só deverão ser observados a partir do último trimestre do ano.
00:20A CEO do banco explicou que o lucro foi afetado principalmente pelo aumento das provisões para perdas com inadimplência,
00:28especialmente no agronegócio. O segmento agrícola responde por cerca de 30% da carteira total de crédito da instituição.
00:38Vamos conferir um trecho da coletiva onde a presidente aponta os efeitos dos juros sobre a inadimplência do agro e das micro, pequenas e médias empresas.
00:50Em 2023, 2024, a safra não acontece da forma que estava prevista nos anos anteriores e aí começa o desafio.
01:01Olha lá o que acontece na curva de Selic. A gente tem uma Selic de R$ 11,75, mas já o preço da commodity caindo em torno de R$ 146.
01:10Quando a gente olha dezembro de 2024 para junho de 2025, a nossa carteira cresce, em linha com o que a gente esperava que ela crescesse,
01:19mas já num cenário deteriorado em relação à previsão do que seria realizado.
01:26A gente pode observar ali que a gente já tem uma inadimplência no final de 2024 de 2,45.
01:33Essa inadimplência acima do projetado para o ano era uma inadimplência que a gente já via como inadimplência descolada.
01:40A gente esperava, a nossa expectativa ali em dezembro de 2024 era uma inadimplência em torno de R$ 1,90.
01:45A gente tinha conversado sobre isso com vocês e a gente vê o que acontece a partir da alta da Selic.
01:52A gente tem uma Selic de R$ 12,25 no final de dezembro de 2024 e que chega a R$ 15,00 em junho de 2025,
01:59mas que na linha de projeção dela a gente teria projetado uma Selic bem mais baixa para esse período de junho de 2025,
02:10que era a previsão do plano safra quando ele foi pensado e foi colocado na rua lá no primeiro semestre do ano anterior.
02:20Então, nós temos hoje, em junho de 2025, uma carteira de R$ 12,73 bilhões de inadimplência até 90 dias do agro.
02:30A gente sai de dezembro de 2024 de uma inadimplência descolada, fora das nossas expectativas já,
02:38mas somando aí uma carteira de R$ 8,77, sem expectativas de crescimento dessa inadimplência.
02:43E isso é importante frisar, a gente está no nível de maior inadimplência já vista no agro na história do Banco do Brasil.
02:51Nós nunca tivemos um percentual de inadimplência deste tamanho.
02:56Nós temos sim um agravamento das provisões e vamos continuar fazendo as provisões necessárias
03:02na medida em que nós tenhamos conhecimento e tenhamos a avaliação do que tem ocorrido.
03:07Então, em 2025, eu diria para vocês que, nesse terceiro trimestre, nós ainda teremos um terceiro trimestre de resultado mais estressado.
03:14Por quê?
03:15Julho, agosto e setembro são meses em que ainda temos os vencimentos dessas operações que estão na nossa carteira,
03:24que estão a vencer, e temos clientes ainda com essa característica que nós identificamos nesses 90 dias.
03:30Então, para este período do terceiro trimestre, acredito que nós ainda teremos sim um resultado mais estressado
03:38e observando a melhora do resultado a partir do quarto trimestre, já impulsionado pelo nosso crescimento da margem financeira bruta.
03:46Quando a gente fala de pequena e média empresa, o ciclo da Selic afeta bastante a capacidade de manutenção
03:54da possibilidade de pagamento dessas empresas.
03:57Então, quando a gente olha a micro e pequena empresa, em dezembro de 2024, e é de novo o ciclo da Selic,
04:06a gente tinha uma previsão de Selic para dezembro de 9,25.
04:11Ela se efetivou em 12,25.
04:14E essa previsão futura era de 10% e ela aparece como crescente.
04:20E ela aparece como detrator aqui do nosso resultado, porque a gente precisa fazer provisão para ela.
04:24Mas o que é importante mostrar para vocês?
04:27Que da safra nova de micro e pequenas empresas, da safra nova de crédito, se a gente exclui a carteira renegociada,
04:34a nossa inade ficaria em torno de 6,10.
04:37É importante tratar que dessa carteira, das micro e pequenas empresas, nós temos 25% dela garantida por fundos garantidores,
04:49com mitigação de risco por fundos garantidores.
04:51E nós temos 18% com garantias, garantias de imóveis, garantias reais, garantias de investimento e recebíveis.
04:59Só um Banco do Brasil, do tamanho do Banco do Brasil, tem condição de suportar o que a gente vem suportando,
05:04de inadimplência do agro e da MPME, dadas as condições macroeconômicas e microeconômicas que nós observamos no ano de 2025.
05:14Eu trago aqui para vocês o guidance revisado.
05:17Da carteira de crédito, a gente revisa para o intervalo entre 3 e 6.
05:23Nós tínhamos um anterior entre 5,5 e 9,5.
05:27Essa revisão já reflete as nossas ações e o nosso apetite para o crescimento das carteiras,
05:35empresas e agronegócios para o ano de 2025.
05:40Para empresas, a gente faz a revisão ali para o guidance de 0 a 3 de crescimento,
05:45era antes de 4 a 8.
05:47Quando a gente olha a pessoa física, nossa revisão de 7 e 10,
05:51e aqui a gente entende que é um avenido de crescimento,
05:53a gente vai continuar crescendo com spreads interessantes nesse segmento.
05:58E quando a gente olha para o agronegócio, a gente tinha pautado ali um crescimento entre 5 e 9
06:02e colocamos o intervalo revisado entre 3 e 6.
06:07E aí, um lucro líquido ajustado com previsão de intervalo entre 21 e 25 bilhões para 2025.
06:15Esse é o nosso guidance dentro das nossas melhores expectativas para o ano 2025.
06:22E para comentar os resultados dos cinco maiores bancos no segundo trimestre,
06:28nós vamos falar com o nosso analista de economia e mercado, o Rodrigo Loureiro,
06:33a quem eu começo agradecendo a presença aqui.
06:35Boa noite, Rodrigo.
06:37A gente já tinha visto o Banco do Brasil ter um desempenho abaixo dos chamados bancões,
06:43em comparação com os outros, Bradesco, Itaú, Santander, no primeiro trimestre.
06:48Dá para dizer que isso aconteceu novamente?
06:52Ou seja, era algo esperado?
06:54Era aí uma tragédia de erros que já era previsto?
06:59Boa noite, Favali.
07:01Boa noite a quem nos acompanha no Jornal Times Brasil.
07:04Favali, dá para dizer que sim.
07:07Dá para dizer que era esperado e dá para dizer que é um resultado ruim,
07:12perto do que a gente está vendo dos outros bancos.
07:16Deixa eu só...
07:17Eu estou tendo um pouco de eco aqui, Favali.
07:19Deixa eu só ver se eu consigo tirar esse eco aqui,
07:22que eu estou escutando a minha voz de volta.
07:24Acho que foi.
07:25Vamos lá.
07:26Então, a gente está vendo o Banco do Brasil, pelo segundo trimestre consecutivo,
07:31ter resultados que ficaram abaixo da expectativa do mercado.
07:36Esses resultados, a gente viu, por exemplo, uma queda de 60% no lucro.
07:40E aí, compara com o Itaú.
07:42O Itaú teve um trimestre fantástico, um trimestre com lucro recorde.
07:48O Bradesco também teve um crescimento muito exponencial no lucro.
07:53Santander teve um resultado positivo, o BTG.
07:56O Banco do Brasil, não.
07:58O Banco do Brasil sofreu bastante.
08:00A gente viu a entrevista da CEO falando sobre o agronegócio,
08:03falando sobre a carteira de crédito do agronegócio,
08:06que acabou sendo muito impactada pela inadimplência.
08:09A inadimplência no Banco do Brasil está muito alta.
08:12A gente viu a inadimplência saltar dois pontos percentuais no intervalo de um ano,
08:16passar ali dos 4%.
08:18É uma inadimplência extremamente alta para um banco do tamanho do Banco do Brasil.
08:24E o Banco do Brasil sofre muito, Favale, porque é muito refém do agronegócio.
08:30A gente viu a entrevista da CEO da Tarsiana,
08:32ela falando sobre essa carteira do agro.
08:34A carteira de agro do Banco do Brasil representa mais de 33% da carteira total.
08:40Ou seja, ela representa mais de um terço da carteira total.
08:44Quando o agro vai mal, o Banco do Brasil sofre.
08:47Agora, por que os outros bancos não sofrem juntos?
08:51Porque eles dependem muito menos do agro do que o Banco do Brasil.
08:55A carteira de crédito do Itaú, do Santander, do Bradesco, para o agro,
09:00ela é muito menor.
09:01Então, por mais que o agro tenha algum problema,
09:04esses bancos acabam sofrendo um pouquinho menos.
09:08E aí, quando você sofre, quando você tem um lucro menor, o que acontece?
09:12Você precisa separar uma parte do que sobrou ali para provisões,
09:18porque você está vendo a inadimplência ficar muito alta.
09:21Então, você precisa fazer uma reserva.
09:23Olha, para quem eu estou emprestando dinheiro, não está me devolvendo.
09:27Eu tenho risco de tomar calote.
09:29Então, eu preciso separar uma parte desse lucro.
09:32E o Banco do Brasil, além de ver o lucro ficar menor,
09:36ele aumentou as suas provisões.
09:38Ou seja, daquele bolo que você tinha, você tirou uma fatia ainda maior
09:43e é um bolo menor.
09:44Então, você tem um bolo menorzinho e você tirou uma fatia maior
09:47para deixar de lado, para deixar de reserva.
09:51É um resultado ruim, mas o Banco do Brasil não tem o que fazer.
09:54Ele depende muito do agro.
09:55Se o agro se recuperar, aí sim o Banco do Brasil vai voltar a ter números positivos.
10:00Mas, por enquanto, está um cenário bastante nebuloso.
10:03Favalli.
10:04Queria agradecer os esclarecimentos, Rodrigo Loureiro, nosso analista de economia.
10:11Obrigado, Loureiro.
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