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O índice Merval subiu 5,59% após resultados das eleições legislativas favoráveis ao presidente Javier Milei, enquanto o peso perdeu 5,79% frente ao dólar. O fundador da RPS Capital, Paolo Di Sora, analisou o impacto da política macroeconômica e do setor energético, destacando oportunidades de crescimento e investimentos no país.

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Transcrição
00:00Nosso assunto agora é o mercado financeiro lá na Argentina.
00:03Embora bem inferior ao resultado de ontem, o índice Merval teve mais um dia de alta,
00:09ainda repercutindo os resultados das eleições legislativas no país,
00:14que foram favoráveis ao presidente Javier Milley.
00:17A bolsa de Buenos Aires subiu 5,59%.
00:21Já o peso não conseguiu sustentar a valorização em relação à moeda americana.
00:27O dólar subiu 5,79% nessa terça-feira em comparação com o peso.
00:35Sobre o atual panorama da economia argentina, eu vou conversar agora com o Paolo Orissora,
00:40ele é fundador da RPS Capital.
00:43Paolo, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:47Bom, a gente viu o peso se desvalorizando em relação ao dólar.
00:50A moeda argentina chegou no limite?
00:52A moeda argentina está perto do teto da banda estabelecida pelo governo lá
01:01e, portanto, ela só vai romper essa banda se houver uma mudança no programa cambial do país
01:07que o Javier Milley não disse que até agora vai fazer.
01:11Então, é provável que se ela testar o teto da banda,
01:14o governo volte a intervir para defender a moeda.
01:18Mas o cenário é muito mais positivo para a Argentina depois das eleições desse final de semana.
01:26Se a gente olhar para a bolsa do país, uma alta super forte ontem, uma alta expressiva hoje.
01:33Ainda tem fôlego para mais dias de alta?
01:37Eu sigo otimista.
01:39Eu acho que a Argentina está passando por uma transformação secular.
01:43A sociedade argentina, pela segunda vez, votou,
01:49primeira na eleição do Milley e agora nessa eleição legislativa,
01:54votou pelo programa macroeconômico de mudança do país.
01:58Então, são duas votações que sustentam o programa econômico que o Milley está implementando liberal no país.
02:06É um programa que já trouxe ganho de queda da inflação, uma melhora do superávit primário.
02:12A Argentina já tem contas equilibradas.
02:14É um país que nem é tão endividado.
02:16A Argentina tem uma relação de dívida PIB de 40% contra, por exemplo, 80% que tem o Brasil.
02:23O problema da Argentina são os dólares.
02:25É um país que não acumulou dólares nos últimos anos.
02:27E agora, com essa ajuda dos Estados Unidos, quase que dando um seguro para a Argentina passar pelos próximos dois anos
02:36até a nova eleição presidencial de 2027,
02:39eu acho que se cria uma condição estrutural de valorização dos ativos argentinos
02:44e de recuperação da economia argentina.
02:47Eu tenho traçado um paralelo entre o que está acontecendo com a Argentina hoje
02:51e o que aconteceu com o Brasil na década de 90, quando a gente implementou o Plano Real.
02:57Explica para a gente melhor esse paralelo.
03:01Onde você acha que a Argentina vai chegar?
03:04A Bolsa Brasileira, nos 13 anos que se sucederam, o início do Plano Real,
03:10a Bolsa Brasileira multiplicou por 10 vezes.
03:13E a Bolsa Argentina, desde que o Millet assumiu, subiu uma vez, 100%.
03:20Multiplicou por 2.
03:21Então, se a trajetória for a mesma do Brasil, ainda teria múltiplas vezes para se valorizar.
03:26E eu acho que o fundamento da Argentina é muito sólido.
03:30Como eu disse, um equilíbrio nas contas públicas.
03:34Um país que tem muitas atratividades.
03:38É um país plano, é um país que tem a melhor agricultura do mundo.
03:42É um país que é virado para o leste e para o oeste.
03:44A distância entre o centro produtor de grãos na Argentina e a costa são 300 quilômetros.
03:49No Brasil são mais de mil quilômetros.
03:52É um país que precisa passar por uma onda de investimentos significativo.
03:58Ficou para trás quase 50 anos sem investir.
04:02E com a política macroeconômica correta, com o povo aceitando o sacrifício como está
04:08para fazer essa transição das reformas estruturais que já começaram a ser implantadas na Argentina
04:14e que devem acelerar agora nessa segunda parte do mandato com esse apoio popular
04:20que deu para ele uma sustentação significativa no parlamento,
04:26eu acho que a Argentina tem tudo para ser realmente um país em outro patamar nos próximos anos.
04:33Os Estados Unidos apoiando nesse jogo geopolítico, claramente fazendo um movimento muito heterodoxo
04:41de ajudar a Argentina, acho que aqui para se posicionar de uma forma mais contundente na América Latina
04:47que nos últimos décadas claramente se distanciou dos Estados Unidos e se aproximou muito mais da China.
04:54Eu acho que com todos esses ingredientes, eu acho que a gente pode sim traçar um cenário
04:59onde a Argentina volta a ser um país interessante para se investir.
05:04E eu até ouso dizer que se a Argentina conseguir atrair os dólares nos próximos anos
05:10e tem uma variável muito importante e nova que está acontecendo na Argentina
05:14que não aconteceu, por exemplo, no último governo reformista que aconteceu na Argentina
05:19que foi o governo Macri há 10 anos atrás, que é exatamente o setor de petróleo.
05:25A Argentina desenvolveu nos últimos 5, 6 anos o seu setor de petróleo
05:29através de uma província muito prolífera de energia que chama Vaca Morta
05:33e a Argentina que era um importador de energia nos últimos anos passou a ser um exportador
05:38e com os projetos já implementados em execução na Argentina
05:42talvez a Argentina se transforme nos países mais importantes de exportação de energia.
05:48Isso tudo cria ingredientes interessantíssimos para a Argentina passar a ser
05:54um lugar muito interessante para se investir.
05:57Eu acho que é só o começo de uma trajetória que pode ser muito lucrativa para o povo argentino
06:04e para os investidores que investirem por lá.
06:08Vou passar para a pergunta do nosso analista Vinícius Torres Freire.
06:12Vinícius.
06:12A Argentina tem um problema imediato, além de outros problemas de política macroeconômica
06:20e de falta de meios de fazer um programa de estabilização econômica
06:24como o fato de não ter banco central, não ter política monetária, não ter mercado de vida pública
06:30e todos esses requisitos básicos de política econômica
06:33mas ela tem um problema imediato agora que é um câmbio supervalorizado
06:39e uma estabilização ancorada em um regime de câmbio administrado
06:42como uma banda que está fazendo com que o câmbio se valorize ainda mais.
06:47Isso impede que a Argentina tenha saldo comercial suficiente
06:51e cria o temor de que possa haver uma desvalorização maior
06:56o que dificulta a entrada de capital.
06:59Como você acha que a Argentina vai resolver esse problema mais imediato que ela tem
07:03que é a estabilização ancorada em banda cambial
07:05que até o Besson, até o secretário do Tesouro dos Estados Unidos está dizendo que eles têm que mudar?
07:13A trajetória, ela começou com uma desvalorização importante
07:18que aconteceu no câmbio argentino agora em abril
07:21de mais de 50%.
07:23Ele precisava ancorar num primeiro momento a desvalorização
07:27para ela se acomodar dentro de um patamar
07:31até porque a Argentina estava atacando a inflação
07:34e com o câmbio descontrolado você não consegue combater a inflação
07:39então já houve um realinhamento de preços importantes do câmbio
07:42desde lá a moeda argentina já se desvalorizou mais
07:47num ambiente onde o dólar americano está se desvalorizando contra todas as moedas
07:52se você olhar hoje o câmbio argentino nesse patamar de 1.470, 1.500
07:58ele já é um câmbio relativamente competitivo
08:01na nossa conta
08:02para a paridade de preços
08:06o câmbio argentino para ficar realmente em linha com o histórico dos últimos 15 anos
08:10deveria ser um câmbio na faixa de 1.600
08:13ou seja, nós estamos falando aqui de uma desvalorização
08:15de talvez mais 5%
08:17que não é dramática
08:19então é um caminho, é uma trajetória
08:22esse modelo de bandas cambiais
08:25foi implementado no Chile, foi implementado no México
08:27foi implementado no Brasil
08:29inclusive quando a gente saiu do ambiente de hiperinflação
08:34então é natural que você tenha um período de transição
08:37acho que a Argentina vai para um câmbio totalmente flutuante
08:40em algum momento aí nos próximos meses e talvez trimestres
08:44o que aconteceu recentemente foi que houve um ataque especulativo
08:48violento do povo argentino e dos bancos argentinos contra a moeda do país
08:54o Banco Central argentino foi inteligente na hora que ele enxugou a liquidez dos bancos
09:00porque em outros momentos de turbulência política e macroeconômica
09:04os bancos desestabilizaram o sistema financeiro argentino
09:09tanto é verdade que com a vitória do Millet houve uma apreciação de quase 9% do câmbio
09:15na segunda-feira, ou seja, existia muita posição short
09:19peso esperando exatamente essa desvalorização que o governo não fez nesse primeiro momento
09:24mas eu acho que é um processo ancorado num ajuste macroeconômico crível
09:30é o único país hoje que tem superávit consistente nas contas públicas
09:36uma alavancagem que não é alta, que nem eu falei, 40% do PIB de alavancagem
09:40é um dos países menos alavancados do mundo
09:42e com a trajetória de fluxo de dólar que pode voltar com a confiança
09:46redobrada agora nessa segunda metade do governo Millet
09:49eu acho que a Argentina tem grandes chances de conseguir finalmente sair
09:54dessas constantes crises que ela viveu nesses últimos 30 anos
10:01Paulo, muito obrigada pela sua entrevista, uma boa noite para você
10:04Ok, muito obrigado
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