No quadro Protagonistas, conhecemos Ana Laura Sivieri, diretora global de Comunicação e Marketing da Braskem. Com mais de 20 anos no setor petroquímico, ela explicou como conecta a empresa a diferentes públicos e traduz temas complexos de forma clara e relevante.
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NotíciasTranscrição
00:00Difíceis.
00:06A protagonista de hoje é Ana Laura Sivieri,
00:10uma mulher que está à frente da comunicação de uma das maiores empresas
00:14do setor químico e petroquímico do mundo, a Braskem,
00:18companhia de origem brasileira que atua em mais de 70 países.
00:23Ela é diretora global de comunicação e marketing da empresa
00:26e tem a missão de conectar a Braskem com diferentes públicos,
00:31traduzindo temas altamente técnicos e estratégicos
00:34para uma linguagem próxima, clara e relevante.
00:38Ana Laura tem quase 30 anos de carreira
00:40e está no mercado petroquímico há mais de 20 anos.
00:44Ana Laura, um prazer receber você aqui no Protagonistas.
00:47Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:50A minha primeira pergunta é a mesma para todas vocês.
00:52Quem é Ana Laura Sivieri?
00:54Obrigada, Cris. Eu que agradeço o convite.
00:56É um prazer enorme estar com você.
00:58Bom, a Ana Laura é uma mineira
00:59e sempre fui apaixonada pelo mundo corporativo.
01:05Eu, quando era criança, em vez de brincar de boneco,
01:07eu brincava de escritório, sabe?
01:08Sempre achei que ia para esse caminho.
01:11E muito cedo eu escolhi trabalhar com marketing.
01:14Sempre quis.
01:15E fiz administração, depois me especializei em marketing
01:18e comecei minha carreira primeiro no Banco Real,
01:22no cartão de crédito do Banco Real.
01:23E me apaixonei...
01:24Isso ainda em Minas Gerais?
01:25Não, já aqui em São Paulo.
01:26Já em São Paulo.
01:26Eu fiz administração lá e emendei com a pós aqui na SPM, em marketing.
01:31E você é do interior de Minas, Uberaba.
01:32Eu sou do interior de Minas, sou de Uberaba, exatamente.
01:35Então, fiz a faculdade lá, vim para cá,
01:37para fazer a pós e mais já, para me especializar,
01:39para entrar no mercado de trabalho.
01:40E aí, já no primeiro ano...
01:41Nunca mais saiu de São Paulo.
01:42Nunca mais.
01:43Tenho 30 anos, eu apaixonei.
01:44Então, eu tenho mais tempo de São Paulo do que de Minas.
01:46O coração continua mineiro, mas já moro aqui em São Paulo há tanto tempo.
01:50E me apaixonei muito pela questão de propósito das marcas.
01:54Quando eu comecei a trabalhar, estava começando essa questão de propósito,
01:56reputação, gestão de reputação.
01:58E, normalmente, as pessoas que fazem marketing vão para o mercado B2C,
02:02para bens de consumo.
02:03E eu tive a oportunidade de migrar para o mercado petroquímico,
02:06já no início da minha carreira.
02:09E me apaixonei, exatamente, pelo B2B ser tão amplo.
02:12Então, assim, a Ana Laura é uma profissional de marketing apaixonada pelo B2B.
02:18Você está à frente de uma empresa global da área de comunicação,
02:22num setor que é majoritariamente masculino.
02:25Quais foram os principais desafios pelos quais você passou?
02:29E eu abri aqui já dizendo que você está nessa área, nesse segmento, há mais de 20 anos.
02:34Eu comecei na petroquímica, eu tinha 24 anos.
02:37E eu lembro das primeiras reuniões, eram só homens, e o homem mais novo tinha uns 40.
02:43Nossa!
02:44Eu comecei a usar óculos para parecer um pouco mais velha, sabe?
02:46Eu precisava usar óculos mesmo, eu coloquei para parecer um pouco mais velha.
02:49Então, hoje mudou muito.
02:51Você teve que se masculinizar naquela época?
02:53Não, eu nunca tive que masculinizar.
02:54E a Braskem tem um trabalho de diversidade muito forte, principalmente nos últimos sete
02:58anos, que abriu muito espaço para as mulheres.
03:01Então, hoje a gente tem ali, ainda tem um desafio, obviamente, né?
03:04Você vê o corpo diretivo ainda na sua grande maioria masculino, mas tem um trabalho grande
03:10e o respeito também.
03:11Eu nunca, eu não posso dizer que na minha carreira eu sofri de forma aberta, assim.
03:15Você tem, obviamente.
03:17Em algumas reuniões eu sentia, isso quando mais nova, quando você falava, não era muito
03:22ouvido, alguém, um homem falava exatamente o que você falou e ele era mais considerado.
03:26Isso já aconteceu algumas vezes.
03:28Mas não, eu nunca sofri na pele uma discriminação tão grande, assim, como eu sei de relatos
03:33de várias pessoas que já sofriam.
03:35Você se sentia incomodada quando você entrava numa reunião e você era a única mulher e,
03:40ainda por cima, a mais nova, longe dos outros?
03:42Eu me sentia acuada, eu me sentia assim, quando eu falava eu tinha que falar uma coisa muito
03:47certa, eu tinha que ter muita certeza do que eu ia falar.
03:50E eu sou uma pessoa espontânea e eu acho que a construção de ideias é feita através
03:54da troca espontânea.
03:56Então, muitas vezes eu me segurava para não falar, com medo de falar alguma coisa que
04:00não fosse aceita ou não ser ouvida.
04:02Com o tempo você vai ganhando maturidade e você vai entendendo que as suas colocações
04:05são tão boas ou melhores do que as outras pessoas são naquela sala.
04:08Então, à medida que você vai ganhando confiança e ser você mesma, ser espontânea...
04:14Autenticidade.
04:14Autenticidade.
04:15Eu acho que uma das grandes características minhas é isso, é ser espontânea, é ter
04:20um olhar amplo sobre as coisas.
04:21Então, me limitar, limitaria a minha vida profissional.
04:24Então, eu não me deixei limitar e isso acho que deu certo, né?
04:27Porque eu estou há tanto tempo.
04:28Com certeza absoluta, deu certo.
04:30Quais foram os seus principais aprendizados ao longo dessa carreira de quase três décadas?
04:35Olha, o principal aprendizado relacionado principalmente ao marketing é assim, para fazer marketing
04:41você tem que amar pessoas.
04:43Porque você tem que entender como que as pessoas se relacionam com as marcas, como elas
04:47se relacionam com os produtos.
04:49E isso mudou muito ao longo dos anos, né?
04:52Tanto a parte de comunicação, a parte de imprensa, piária, as comunicações de conteúdo,
04:58quanto a parte de marketing.
04:59A maneira que você chama atenção não é o que você quer falar, o que a pessoa quer ouvir.
05:04Então, o que as pessoas querem ouvir sobre a sua empresa?
05:08E no mercado B2B você tem todos os stakeholders.
05:11Você tem o mercado financeiro, você tem os clientes, você tem formadores de opinião,
05:15você tem...
05:15E a sociedade ampla que está lá na ponta, que muitas vezes nem sabe exatamente o que
05:19você faz, mas você precisa ter a licença social para operar.
05:23Então, de alguma forma, você tem que comunicar com essa sociedade ampla, mesmo sendo de um
05:30produto, de uma marca que ela não conhece tanto.
05:32Então, os desafios são bem amplos.
05:35São diferentes narrativas para cada um desses stakeholders que você falou?
05:40E como adaptar para cada um deles?
05:42São diferentes.
05:43A gente tem, assim, a base do meu planejamento é um mapa de stakeholders que eu tenho.
05:48Para cada stakeholder, a gente tem um papel, a relevância que a empresa tem para aquele
05:54público e as respostas que eu quero construir, principalmente as respostas.
05:57Então, a gente tem duas respostas para cada público.
06:00Todas as vezes que eu tiver contato com aquele público, eu tenho que construir aquela percepção
06:04para não me tornar tão difusa.
06:07Então, assim, como que eu quero que o mercado financeiro valie a Braskem?
06:10Como que eu quero que os clientes me reconheçam?
06:12Como que eu quero que a sociedade me reconheça?
06:14Então, isso faz com que a gente não perca o norte.
06:17Todas as vezes, os pontos de contato que eu tiver com aquele público, eu vou construir
06:20essa percepção.
06:21E elas são bem variadas de um público para o outro.
06:24Com quem é mais difícil falar?
06:26Mais difícil é com a sociedade, no nosso caso, né?
06:28Porque a Braskem produz químicos básicos, insumos básicos e plásticos, tesinas semoplásticas.
06:34E hoje a sociedade enxerga o plástico como um grande vilão.
06:37Então, como que eu dialogo com a sociedade e as duas respostas que a gente tenta construir
06:42com a sociedade é o plástico é importante na minha vida e eu tenho uma função fundamental
06:47no ciclo de vida do plástico, que é o consumo consciente e o descarte correto.
06:50Então, é convidar a sociedade a olhar os hábitos de consumo dela e entender que pequenas
06:56mudanças do dia a dia podem ajudar muito na economia circular.
07:00Você não tem como realizar a economia circular da maneira correta, ou seja, produzir corretamente,
07:07entregar o produto para o consumidor, ele descartar correto, a gente fazer ele ser reciclado
07:12e voltar para a cadeia.
07:13Para que isso aconteça, o papel do cidadão é super importante.
07:16E são pequenas atitudes, que é o consumir correto e descartar correto.
07:19Mas você tem que convidar ele a essa mudança de hábito.
07:22E, obviamente, também incentivar o poder público a ter maior coleta seletiva.
07:26A gente no Brasil ainda tem uma defasagem grande de coleta seletiva para você poder
07:30levar para as cooperativas e reciclar o plástico.
07:32E vocês têm um trabalho grande em cima dessa questão da economia circular.
07:36Como o Brasil pode avançar?
07:38Porque, realmente, como você bem colocou aqui, nós temos um trabalho ainda muito atrás,
07:44se a gente comparar com outros países que são muito mais desenvolvidos em relação a essa questão.
07:49A gente tem um problema estrutural no Brasil.
07:52Então, você tem um problema de saneamento básico.
07:54Então, você não tem um saneamento básico que é uma necessidade ainda anterior à questão da coleta seletiva.
08:00Então, a gente tem alguns steps a serem feitos.
08:03Mas isso não pode nos paralisar.
08:05Então, a gente trabalha o tempo todo tentando buscar políticas públicas que aumentem isso
08:10e iniciativas nossas mesmas próprias que possam desenvolver, por exemplo,
08:16aumentar capacitação de tecnologia nas cooperativas, capacitar catadores, incentivar.
08:22A gente tem um laboratório de design for environment que chama Casulo.
08:28Então, a gente convida as marcas a ir lá e repensar suas embalagens.
08:30Então, como que eu faço uma embalagem desde o design dela, ao chegar na reta final, ao ser reciclado,
08:36aumentar a reciclabilidade?
08:38Porque de acordo com o produto que você faz, ou o design, ou a cor que você usa,
08:42ao ser descartado, aquele produto é mais fácil reciclar ou não.
08:46A reciclagem é mais...
08:47Até a cor faz diferença.
08:48A cor faz diferença.
08:49Então, por exemplo, você lembra que o Sprite, a garrafa era verde, mudou para transparente?
08:54Foi por costal.
08:55É, a reciclagem da transparente é mais fácil do que você ter várias cores para reciclar.
08:59Então, tem vários conceitos e aí você convida toda a cadeia a repensar a sua embalagem
09:05para que ao consumir menos produto, ao ser fabricada, e ao ser descartada, ela ser reciclada
09:11mais fácil.
09:12A gente produz uma recina feita de plástico reciclado.
09:15E uma das barreiras é ter acesso ao lixo de qualidade.
09:19Porque o lixo, como ele não é coletado da forma correta, ele chega contaminado, ele
09:23chega muito misturado.
09:24Então, quanto mais lixo correto tiver, mais eu vou poder reciclar, mais produto reciclado
09:29a gente vai ter.
09:30Então, é todo um sistema que precisa ser trabalhado.
09:32E quando a gente vai conseguir chegar no ideal?
09:35Olha, Cris, isso é uma pergunta difícil.
09:37Está muito longe.
09:39Eu sou bastante otimista, né?
09:40Eu acho que tem passos muito importantes para serem dados e eu acho que a responsabilidade
09:45é de todo mundo.
09:45É da iniciativa privada de cada vez produzir produtos mais sustentáveis, com um olhar com
09:50menor pegada e também com aumento da reciclabilidade, o consumidor enxergar a responsabilidade.
09:56Eu falo, quando você compra um potinho de iogurte, você não compra só o iogurte, você
09:59compra o iogurte e o potinho.
10:00O potinho é a sua responsabilidade.
10:02Então, você descartar correto ele é a atitude que você precisa para que essa cadeia
10:06continue.
10:07E, obviamente, dialogar muito com o poder público para aumentar as políticas de coleta
10:11seletiva e direcionamento.
10:13Na sua opinião, houve um retrocesso em relação à agenda ESG, estou falando aí de meio ambiente,
10:20do social e da governança?
10:22Olha, nessa questão específica do plástico e de reciclagem, eu não vejo retrocesso, tá?
10:29Eu vejo, na verdade, as pessoas cada vez mais engajadas.
10:34Existe uma questão da sobrevivência das pessoas, né?
10:38Como é que eu vou falar de consumo consciente ou descarte correto para uma pessoa que não
10:42consegue nem consumir ainda?
10:44Então, a gente também tem muito bom senso com quem você vai desenvolvendo isso.
10:48Mas, a partir do momento que você coloca mais iniciativas em contato com a população,
10:53isso aumenta o olhar.
10:54Por exemplo, nós apoiamos o Parque do Ibirapuera.
10:58O Parque do Ibirapuera tem o objetivo de ser um dos parques mais sustentáveis da América
11:01Latina.
11:01E eles tinham como objetivo ser aterro zero até no final de 2025.
11:05Nós estabelecemos uma parceria com eles há três anos, temos ali um local para fazer
11:11a triagem de todo o resíduo do parque, dos cocos, dos galhos, dos resíduos secos e
11:18tal, para a destinação correta desses resíduos.
11:20Eles anteciparem um ano e meio a meta deles, eles já são aterro zero.
11:23E aí, os frequentadores do parque vêm ali as lixeiras adequadas, não vêm lixo
11:27em lugar errado, sabe?
11:29A central de reciclagem lá é aberta para as pessoas visitarem.
11:33Então, você, aos poucos, vai tendo contato e vai desenvolvendo nas pessoas.
11:37Não é uma mudança de hábito do dia para a noite.
11:39A nova geração já chega muito mais preparada.
11:42Hoje, a nova geração não aceita descartar o lixo de forma não adequada.
11:47Então, a gente tem que trazer isso para todas as gerações.
11:50Não esperar que essa nova geração esteja atuando.
11:54Você tem que trazer esse conhecimento para todo mundo.
11:56Eu moro muito perto do Parque Ibirapuera, frequento muito e é impressionante, de fato,
12:01como há uma preocupação.
12:03Claro, o trabalho de vocês é maravilhoso porque tem lá os lugares para reciclagem
12:07e a ideia é ampliar isso, levar isso para outros parques também?
12:12É, e a gente fala, a gente não vai, a Brasquei não tem como abraçar todos os parques
12:16e ficar o tempo todo com eles.
12:18Então, a gente tem iniciativas, a gente participa durante um tempo e depois a gente sai
12:22e aquela iniciativa continua, seja no parque.
12:25A gente mapeou três ambientes onde as pessoas estão abertas a estabelecer seus novos hábitos,
12:32que são ambientes de lazer, que são parques, praias e eventos musicais.
12:36Então, a gente já atuou também nos últimos anos no Rock in Rio, no Detal e no Lollapalooza.
12:40A parceria da Brasquei com o Rock in Rio já entrou para a história.
12:47Milhares de pessoas trocaram seus resíduos plásticos por brindes.
12:51Incentivando as pessoas a descartar corretamente os resíduos plásticos, os copos, as embalagens
12:58e receber como incentivo brindes feitos de plástico.
13:03Então, ao descartar corretamente o plástico, ele volta para mim como um benefício.
13:07E quando o copo é retornável, a gente incentiva que as pessoas fiquem mais tempo com o copo.
13:11A gente atrela o CPF ao número do copo da pessoa.
13:14Quanto mais tempo ela ficar, a cada uma hora ela pode voltar no estande, girar uma roleta e ganhar brindes também.
13:19Ou seja, se eu cuido do meu plástico, se eu cuido do meu resíduo, eu recebo benefício em volta.
13:25É esse hábito que a gente quer desenvolver com as pessoas.
13:27O que te move como líder? O que para você é inegociável?
13:32Para mim, inegociável é a relação de confiança.
13:35A relação de confiança é fundamental.
13:38Então, se eu tenho uma equipe muito madura e eu estou há bastante tempo na Braskem,
13:42então eu tenho uma relação, tem várias pessoas que estão há muitos anos comigo.
13:46E você consegue realmente que o time vá com você, que estabeleça.
13:50A gente tem vários desafios.
13:52A Braskem já passou por momentos muito desafiadores.
13:55E você vê a equipe engajada quando ela confia, quando ela vê a verdade,
13:59sabe que a gente está fazendo o que é melhor.
14:01Então, a relação de confiança para mim é inegociável.
14:03Quando você pensa na Ana Laura, lá de Uberaba, a última filha de cinco, a caçula temporona,
14:12você imaginava lá atrás que você conseguiria chegar onde você está?
14:16Não, Cris.
14:17Eu sempre soube o que eu queria.
14:20Mas eu sou o resultado, eu não sou a expectativa que tinham de mim.
14:25Então, na minha família, o mais normal, o mais comum, no ambiente que eu vivia,
14:31era estabelecer lá, sim, trabalhar, mas um trabalho não tão desafiador como eu tenho,
14:36casar e ter filhos, né?
14:38E eu vim para São Paulo, bem mais nova, sem estar casada.
14:42E aí, depois me casei em São Paulo e tal, mas eu não tive filhos.
14:45Então, e direcionei muito a minha vida para carreira profissional, né?
14:49Para desenvolvimento da minha carreira profissional.
14:52Então, não sou o resultado da expectativa que tinham de quando eu nasci,
14:55mas sou, obviamente, um motivo de orgulho para a família.
14:58E eu tenho muito orgulho dessa trajetória e sou muito realizada.
15:02Eu realmente encontrei a trilha, o caminho do que me alimenta, do que me faz feliz.
15:07Foi uma opção não ter filhos?
15:08Foi uma opção.
15:09A minha também.
15:10Eu também não tenho.
15:12Como conciliar uma função global com a sua vida pessoal?
15:16É difícil você dar conta, aquele velho clichê, como equilibrar todos os pratos?
15:23Mesmo não tendo tido filho, porque eu sei, eu também não tive.
15:26E eu sei que a gente tem que dar conta e não é fácil.
15:29Para quem tem filho, eu sei que é mais desafiador.
15:30É mais difícil, deve ser mais desafiador.
15:32É mais desafiador, eu não tenho dúvida.
15:33Mas eu consigo.
15:35E assim, isso é uma característica.
15:36As pessoas que me conhecem falam assim,
15:37como você consegue equilibrar tanto a vida profissional?
15:40Então, eu tenho uma vida social bastante ativa.
15:42Eu gosto muito de viajar, tenho muitos amigos, faço muitas coisas.
15:45Meu dia, ele é esticado.
15:47Eu encaixo muita coisa bem de manhã cedo e à noite,
15:50exatamente para achar que uma vida completa não é só uma vida profissional.
15:54Eu tenho uma história que eu conto e uma pessoa da minha equipe,
15:57quando foi entrar, e era uma gerente, um cargo alto,
16:00ela ligou para um outro colega de trabalho que era da minha equipe,
16:02que ela já conhecia, e ela não quis perguntar de mim.
16:05Ela falou, eu vou fazer uma entrevista aí com a Ana Laura,
16:07eu quero saber o seguinte, ela tem final de semana?
16:09Ela tem vida social?
16:10E ele falou assim, é a pessoa que tem a maior vida social que eu conheço.
16:14Ela falou, então eu vou trabalhar com ela.
16:16Estou me identificando muito com você,
16:18porque eu também tenho trabalho loucamente,
16:21mas eu também tenho uma vida social muito intensa,
16:23viajo muito, tenho muitos amigos, não tenho filhos.
16:26A gente consegue equilibrar.
16:28E isso não faz o seu trabalho ser mais legal?
16:29Com certeza absoluta.
16:30Para mim, assim, a minha felicidade no trabalho
16:32está intrinsecamente ligada à minha felicidade na minha vida pessoal.
16:36Então, eu sou realmente, eu tenho bastante energia,
16:38eu gosto, e isso me dá mais energia para trabalhar.
16:41Se eu ficar só trabalhando, o outro lado não estaria atendido.
16:44Então, isso para mim é muito importante,
16:46eu equilibro muito, muito bem.
16:48É, eu concordo com você.
16:49Tem alguma mulher que te inspire ou que já te inspirou muito?
16:53Nossa, tem várias, né? Várias.
16:55Uma que sempre me vem à mente é a Michelle Obama.
16:58Eu acho assim, a postura dela, a maneira com que ela lidou
17:02enquanto estava no poder, as causas que ela coloca,
17:05o que ela representa, para mim, é uma das maiores inspirações.
17:08É, se você pudesse deixar uma mensagem para as próximas comunicadoras,
17:14para as mulheres que estão aqui nos assistindo, que são comunicadoras
17:19ou querem se tornar boas comunicadoras, o que você diria para elas?
17:23É um pouco do que eu falei, assim, goste de gente,
17:26entenda como as pessoas se relacionam.
17:29Para você se comunicar, você tem que estabelecer o canal de comunicação
17:33de acordo com o que a pessoa vai entender.
17:35Então, às vezes, quando você é muito técnico, né?
17:37Eu vejo alguns profissionais muito técnicos,
17:40mas que não têm ouvidos para perceber como chegar,
17:44como acessar as outras pessoas.
17:46E eu acho que o caminho para facilitar o seu trabalho,
17:50para você ter sucesso, é gostar de gente,
17:52é ouvir, é entender o olhar da outra pessoa,
17:55mesmo que você não concorde,
17:56mas para você conseguir passar a sua mensagem
17:59de forma que ela entenda de fato
18:01e não que ela estabeleça uma barreira.
18:04O que te atraiu nesse universo petroquímico?
18:08É que é curioso, você é uma mulher, como você disse lá atrás,
18:11você entrava nas salas, era a única mulher, era mais jovem
18:15e sempre gostou.
18:17O que te atraiu de fato?
18:18Sabe o que me atraiu?
18:19Foi a diversidade de atuação.
18:22Então, assim, não existe monotonia,
18:24porque como a química e o plástico estão presentes
18:26na automobilística, na construção civil,
18:29nas embalagens, na saúde, no agro, muito forte.
18:34Então, eu estudo e tenho que atuar em todos esses mercados.
18:37Então, fazer o supermercado, para mim, é uma diversão,
18:40porque tem mil embalagens com tecnologias diferentes.
18:42Isso, eu sou diferente de você.
18:43Eu adoro, eu adoro.
18:44Não é a menor graça.
18:45Quando eu viajo, eu vou nos outros países,
18:47eu vou no supermercado, nas farmácias e fico olhando as embalagens.
18:49Mas aí é legal.
18:49É legal, as farmácias principalmente.
18:51Principalmente.
18:52Mas eu gosto de ver as embalagens.
18:55Então, fazenda, eu vou numa fazenda,
18:56você vê lá o silo bolsa,
18:57você vê aquelas telas protetoras,
19:00mangueiras de gotejamento.
19:02Então, automobilística,
19:03hoje um carro popular tem mais de 50 quilos de plástico,
19:06ele é mais, consome menos gasolina porque é mais leve.
19:09Quando tem um acidente, absorve impacto, não projeta.
19:12Então, você começa a ver os benefícios em todos os setores.
19:15Então, eu não tenho um produto, um segmento que eu olho.
19:18A gente pode estar em todos.
19:19Então, isso te dá uma amplitude e um desafio também,
19:22uma responsabilidade de atuação,
19:24de entender de todos os setores,
19:26de poder estabelecer.
19:28E aí a gente pode estabelecer ações, patrocínios,
19:30iniciativas das mais diversas formas.
19:33Então, é isso que me atrai.
19:34A Braskem está em mais de 70 países.
19:36A gente exporta para mais de 70.
19:38Exporta para mais de 70.
19:39Você é responsável pela área de comunicação global.
19:43São diferentes narrativas também?
19:45Como lidar com tanta diversidade de culturas?
19:49Esse próprio mapa que a gente faz de stakeholders,
19:52ele varia de país para país.
19:54Porque assim, nós temos 29 fábricas.
19:55Porque a gente tem 29 fábricas no Brasil,
19:584 no México, 5 nos Estados Unidos e 2 na Alemanha.
20:01E escritórios também na Ásia e em outros locais.
20:03Então, a maneira que você...
20:05Primeiro, o tipo de produto que você fabrica em cada região.
20:09Como você é percebida naquela região?
20:11Qual é o foco?
20:12Então, por exemplo, nós temos o plástico verde,
20:14que é o plástico feito de cana-de-açúcar.
20:15Ele é muito forte na Europa e na Ásia.
20:18Mais forte do que nos Estados Unidos, por exemplo,
20:20o consumo dele.
20:20A gente está desenvolvido nos outros países,
20:22mas ele é mais forte, naturalmente mais forte.
20:24Então, lá a gente vai falar e vai se posicionar mais
20:28com o plástico verde,
20:29porque ele tem uma absorção natural do mercado,
20:32o interesse natural do mercado.
20:34No Brasil, a gente é muito relevante.
20:3629 fábricas, então, é o core aqui.
20:39A Brascaia é mais reconhecida.
20:40No México, a gente tem uma relação com a sociedade também.
20:43Então, cada lugar, você tem níveis de percepção
20:47e de posicionamento da empresa diferente.
20:49E o grande desafio é que é a mesma empresa em todos os lugares.
20:53Então, como que você mantém...
20:54Teoricamente, você tem que passar mesmo a mensagem
20:56de formas diferentes.
20:57É, eu falo que a gente não pode parecer esquizofrênico,
20:58cada um jeito de um lugar, né?
21:00Como que eu mantenho essa essência da marca,
21:04o posicionamento da marca essência,
21:06e os pilares com que a gente sustenta essa marca,
21:09inembaláveis, em qualquer lugar,
21:11mas atendendo a demanda e o sentido daquela região
21:17na relação com a marca.
21:18Como que eles percebem a marca naquela região
21:20sendo a mesma empresa.
21:22E mesmo dentro do Brasil, essa percepção muda.
21:25Porque a gente tem os polos petroquímicos no Brasil.
21:29Então, por exemplo, eu vejo o material que vem da Bahia,
21:31ele é muito diferente do material que vem do Sul.
21:33O jeito de falar, a valorização da cultura local,
21:38as cores que você usa mais, o tom de voz que você usa.
21:42Então, e a gente é assim, um ser humano.
21:45Você é a mesma pessoa em qualquer lugar,
21:47mas quando você vai numa festa,
21:48você vai diferente do que você vai na praia.
21:50E você vai diferente do que você vai numa reunião de trabalho.
21:52E a marca é a mesma coisa.
21:53Você não deixa de ser ela,
21:55mas ela se adequa de acordo com o diálogo
21:58e com as pessoas que ela vai...
21:59Aí, mais uma vez, a gente está falando de gostar de pessoas
22:02para poder entender as pessoas
22:04e até personalizar o tipo de narrativa?
22:06É isso aí.
22:07É assim, por isso que eu falo,
22:08a essência da comunicação é gente.
22:11Eu concordo 100% com você.
22:12Totalmente, porque assim,
22:13como que você, você como jornalista,
22:15para você passar uma mensagem,
22:17para você passar a credibilidade de uma matéria
22:19ou prestar atenção da pessoa,
22:21você tem que entender como ela vai receber essa mensagem.
22:24E, às vezes, as pessoas acham que no B2B
22:26isso não é tão importante porque eu não vou vender.
22:28Me perguntam muitas vezes.
22:29Gente, mas empresa é feita de gente.
22:31Eu sempre falo isso.
22:32Ah, B2B, empresa para empresa.
22:34Ok, empresa é feita de quê?
22:35De gente.
22:35É de gente para gente.
22:36Claro, é de gente.
22:37Dois lados não tem gente.
22:37Do final, às vezes, é gente para gente.
22:38Não é um prédio, né?
22:39São pessoas.
22:40E a relação que você tem que ter
22:43entre estabelecer esses diálogos,
22:46você tem que saber quem está do outro lado, né?
22:49Como é que ela se comporta?
22:50Como é que eu levo essa madrinha?
22:51Não é a B2B uma empresa fechada
22:55que não se dialoga.
22:56Exatamente.
22:57São pessoas dos dois lados.
22:59Nosso tempo acabou, infelizmente.
23:01Passa voando.
23:02Eu sempre acabo com a mesma pergunta também.
23:04O que significa para você
23:05ser protagonista da sua própria vida?
23:09É você fazer as escolhas
23:11de acordo com a sua essência
23:12e não as escolhas
23:14que são pré-determinadas para você.
23:17Então, acreditar realmente,
23:19do fundo, assim,
23:20do que você sente que você é boa, né?
23:23Que ele ia acreditar.
23:24E nós somos boas.
23:25Não sofrer, né,
23:27de uma síndrome de achar que
23:28ah, será que eu consigo?
23:29Eu, por exemplo, vim do interior.
23:30Pô, mas eu estudei numa faculdade
23:31do interior.
23:32Como é que eu vou competir?
23:33Com pessoas que estão
23:34em faculdades mais renomadas.
23:36É acreditar em você,
23:38estabelecer e começar
23:39a sua jornada
23:41que as oportunidades aparecem.
23:43Ana Laura, muito obrigada.
23:45Prazer te receber aqui.
23:47Uma delícia.
23:48Obrigada mesmo.
23:48Muito obrigada.
23:49Obrigada.
23:50Obrigada.
23:51Muito obrigada.
23:53MUCHO
23:53CAesç
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