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No quadro Protagonistas, Andreia Mansano, executiva e fundadora da Diversity On Boards, sobre sua trajetória como CEO em grandes empresas e seu impacto na promoção da diversidade em conselhos. Hoje, Andréia lidera quase 2 mil conselheiros e mentora jovens mulheres para aumentar equidade e inovação nos negócios.

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Transcrição
00:00O quadro protagonistas de hoje, Cristiane Pelagio, conversa com uma líder que construiu uma trajetória de destaque no mundo corporativo,
00:07ocupando cargos executivos em grandes empresas globais.
00:11Ela é também fundadora e presidente da Diversity On Boards, a maior rede de conselheiros do Brasil, com mais de 1.800 integrantes.
00:19A protagonista de hoje é a Andrea Manzano.
00:28Ela construiu uma carreira sólida como executiva, ocupando posições de destaque em empresas globais como HP, SAP, Vex Corp, Alpha People, EF Education First e Emeritus.
00:41Foi CEO de quatro dessas organizações, demonstrando sua capacidade de liderança e inovação.
00:48Hoje, atua como conselheira de empresas, investidora em 14 startups e mentora de CEOs de grandes multinacionais.
00:59É fundadora e presidente da Diversity On Boards, o maior grupo de conselheiros e conselheiras do Brasil, com mais de 1.800 membros.
01:08Uma iniciativa que promove a diversidade em conselhos de administração.
01:13Ela também lidera um grupo de mentoria com 120 jovens mulheres da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.
01:22Andrea é uma mulher que trabalha incansavelmente para aumentar a diversidade no mundo dos negócios e transformar mais mulheres em líderes e conselheiras.
01:33Um prazer ter você aqui no nosso quadro.
01:36Andrea, muito obrigada por ter aceitado o nosso convite.
01:39A minha primeira pergunta é a mesma para todas vocês.
01:42Quem é Andrea Manzano?
01:43Como é que você se define?
01:45Andrea Manzano é filha de imigrantes, catarinense.
01:50Comecei trabalhando muito jovem, porque eu queria trabalhar e estudar.
01:55E trabalhei de uma carreira muito longa, sempre, Cris, num meio muito masculino.
02:00Então, isso acabou me moldando e moldando a profissional que eu me tornei.
02:07Nunca me masculinizei, mas sempre percebendo as poucas oportunidades que eu via para a diversidade, principalmente para mulheres.
02:17Você teve uma carreira de sucesso como executiva, agora você fundou a Diversity On Boards.
02:23Como é que foi essa transição e por que você resolveu fazer essa transição de carreira?
02:27Foi muito natural, né? Eu digo sempre que a minha carreira, eu não planejei.
02:32As coisas foram acontecendo, porque quando eu comecei a trabalhar, naquela época, primeiro que tinham poucas mulheres no mercado
02:38e poucas mulheres com posições importantes.
02:42E depois de 40 anos no mundo corporativo e sendo CEO de quatro empresas, já participando de conselhos,
02:49eu comecei a perceber cada vez mais a falta de presença feminina em conselhos.
02:55Então, isso sempre me chamou a atenção.
02:58A falta de mulheres em C-Level, a falta de mulheres em conselhos e, consequentemente, a falta de diversidade.
03:06Diversidade de raças, de condição, de gênero.
03:10E eu decidi chamar algumas amigas conselheiras para conversar.
03:15No primeiro dia, nós éramos um grupo de 20.
03:17No segundo dia, eu descobri que tinham 120 mulheres conselheiras.
03:21E eu achei, uau, temos 120 conselheiras no Brasil.
03:25Quem diria que nós chegaríamos hoje a quase 2 mil.
03:29Isso foi em que ano?
03:30Isso, nós fazemos três anos agora, em outubro.
03:33E claro que o Devastion Bodes ajudou muito para que esse número de mulheres aumentasse.
03:39Em que momento que vocês colocaram homens também no Devastion Bodes?
03:43Porque começou só com mulher.
03:44Sim, começou só com mulher, mas aos poucos eu ia recebendo apelo de pessoas que me chamavam para conversar.
03:53E falavam, Andréa, eu não tenho espaço, eu não sou bem recebida.
03:57De homens.
03:58De homens e LGBTQIA+.
04:01Eu não tenho espaço, eu não sou bem recebido, eu tenho medo de aparecer.
04:07E aquilo me moveu, porque até então nós éramos um grupo.
04:11E quando nós nos tornamos empresa, eu decidi que nós seríamos Diversity on Bodes e abriríamos para a diversidade.
04:19Quer dizer, virou um CNPJ, tem um CNPJ hoje.
04:22Qual é o trabalho exatamente que vocês fazem?
04:24Bom, primeiro que além de promover os eventos, para promover o nosso nome, o nosso grupo
04:31e promover mais conselheiros no mercado, nós oferecemos para o mercado, principalmente para
04:38empresas familiares, empresas pequenas, porque as grandes já estão consolidadas e já têm
04:43os seus conselhos, mas nós oferecemos esses quase 2 mil conselheiros que nós temos para
04:49formar conselhos.
04:50Então, 90% das empresas no Brasil são empresas familiares e que a maioria não tem um conselho.
04:58A maioria não tem um plano sucessório e nós vamos exatamente nessa direção.
05:03Convencer os donos de empresa, como é importante governança, como é importante ter um conselho.
05:10Às vezes a gente começa com um comitê temático, mas a importância é da governança.
05:15Como você disse, durante toda a sua trajetória como executiva, você trabalhou em ambientes
05:21predominantemente masculinos.
05:23Quais foram os principais obstáculos pelos quais você teve que passar e como você conseguiu
05:28superar?
05:29Eu sempre percebi o preconceito, eu sempre percebi o assédio, mas eu também naquela época,
05:38há 40 anos atrás, praticamente não existia um RH nas empresas, era departamento pessoal.
05:45Então, o assédio não era um tema.
05:47O preconceito não era um tema.
05:48tanto assédio sexual quanto assédio moral.
05:51Às vezes eu escuto mulheres e falam assim, eu nunca passei por isso.
05:54Eu acho que pode ser que você nunca tenha percebido, mas você passou.
05:58Nem dava-se esse nome.
06:00Não tinha esse nome lá atrás.
06:02Não, então assim, você fazia de conta que não via, engole o choro e continua, porque
06:07eu disse, não, eu não trabalharia em nenhum lugar, né?
06:11E não era questão de empresa grande, empresa pequena.
06:14Era cultural.
06:16E como você conseguiu superar, passar por cima disso exatamente?
06:19Eu fingia que não via.
06:21Era mais fácil, porque não fazia sentido eu comprar uma briga, né?
06:27Porque eu era minoria.
06:28Muitas vezes eu era a única mulher num ambiente de tecnologia.
06:32Há 40 anos, mulheres não trabalhavam em tecnologia.
06:34Então, eu era a única mulher, não fazia sentido eu brigar.
06:38Então, eu fui lutando pelo meu espaço.
06:41E nunca imaginei que eu fosse ter uma posição nem de gerência.
06:45A primeira posição de gerência, ela foi acontecer na minha vida, depois de 20 anos de carreira.
06:51Então, hoje, quando eu vejo as pessoas, os jovens se formando e querendo uma posição de gerente, né?
06:56Eu acho até interessante quando eu vejo isso acontecer.
06:59Mas, para mim, demoraram 20 anos.
07:01Lá atrás, nesse universo muito masculino de tecnologia, eu imagino que tenha demorado para praticamente todas as mulheres.
07:08Em que momento, Andréia, você percebeu que você podia, que você tinha que usar a sua voz para puxar outras mulheres?
07:16Bom, primeiro, eu sempre gosto de falar que a SAP foi a grande oportunidade da minha vida, né?
07:22Eu tive um CEO, que até hoje ele é meu mentor, e ele abriu as portas da SAP para muitas mulheres.
07:30Então, eu tenho amigas desde aquela época que estão hoje em posições C-level graças a essa abertura.
07:37Então, o mundo do software, ele me proporcionou isso.
07:39E quando eu comecei a ver que realmente nós podemos, nós somos tão competente quanto, e eu te digo que, às vezes, nós somos mais, porque a gente tem a nossa vida profissional, e a gente tem a nossa vida dentro de casa, e a gente tem que realmente fazer, ser competente em tudo, em todas as áreas.
07:56A gente tem que se provar mais do que eles.
07:58Sim, sempre, né?
07:59E aí, para isso, a gente precisa de mais competências.
08:02Sim, e às vezes a gente se engana, né, Cris?
08:04Porque eu mesmo tenho duas formações e seis especializações.
08:09Eu conheço homens que não têm mais formação.
08:13E está tudo ok.
08:14Então, a gente, eu sempre fui atrás de me especializar e de ficar melhor, para provar para mim também, né?
08:22E para sempre ter um discurso pronto.
08:24Aí, quando eu percebi que tínhamos espaço, eu comecei, aos poucos, puxando mulheres.
08:30Então, a minha primeira posição de CEO, por exemplo, eu entrei numa empresa, que era uma empresa familiar, de telecom, em que a grande maioria eram homens, e eu comecei.
08:40Poxa, se eu tiver que contratar alguém, e eu tiver um empate de competência, eu vou preferir uma mulher.
08:48Foi com intenção, tem que ser intencional.
08:50Tem, tem.
08:51Tem que ser intencional, e continua tendo que ser intencional, né?
08:55Porque as mulheres ainda são a minoria.
08:57Nós somos a maioria da população, mas nós somos a minoria nas posições e se levam.
09:02Por que você decidiu fundar o Diversity On Boards e qual é o pacto que você pretende gerar?
09:08Eu pretendo que a gente seja um país com as empresas familiares com governança.
09:14Eu estou muito emocionada.
09:17A governança é muito importante.
09:28O meu grande sonho é que a gente consiga ter um número enorme de empresas pequenas com governança estabelecida, com conselhos,
09:38e que as empresas vejam quão bom é isso, quão importante é isso, quanto é importante para a terenidade.
09:46As empresas, a maioria das empresas familiares, os donos, eles pensam que eles vão estar ali para sempre, né?
09:52Eles não dão, às vezes, oportunidade para os filhos, né?
09:56E nenhuma empresa, ela é terene se ela é uma empresa vinculada a uma só pessoa.
10:02Então, o meu sonho é que a gente seja um país com as empresas com governança.
10:07Na sua opinião, por que ainda há poucas mulheres nos conselhos de administração das empresas?
10:14Primeiro, por preconceito, né?
10:16Existe uma barreira.
10:17Imagina que se a maioria dos cilébios ainda são homens, os homens continuam puxando os homens.
10:23Eles puxam os homens mais do que a gente puxa as mulheres?
10:26Eles puxam os homens.
10:27Eu sempre falo que o homem faz negócio numa mesa de puté.
10:30É.
10:31A gente não faz, né?
10:33A gente ainda é tímida.
10:35A gente tem timidez até para falar de negócio, certo?
10:39Sim.
10:39Você concorda?
10:40Sim, a mulher tem dificuldade em falar de negócio, de dinheiro.
10:43É.
10:44Se intimida para falar de dinheiro.
10:46Talvez, por eu ser mais racional, eu nunca tive essa dificuldade.
10:51Eu sempre fui muito atrevida nos meus discursos, né?
10:55E eu acho que a mulher tem mesmo que ter esse atrevimento.
10:58Qual é o argumento mais poderoso para convencer uma empresa de que ela, de fato, deve ter um conselho e até um cilébio mais diverso?
11:07Primeiro que o nosso país é um país super diverso.
11:11Nós somos um país em que a maioria da população é negra, a maioria da população é mulher.
11:17E não faz sentido, em século XXI, a gente continuar com essa mentalidade de que só os homens dominam.
11:24Se a gente olha para os países do norte da Europa, por exemplo, essa não é mais uma questão.
11:29Não se fala mais nisso.
11:31Não é necessário.
11:32Nós estamos falando no norte da Europa de outros temas.
11:35A Europa, mesmo a França, ela tem uma lei que a partir de 2030, as empresas obrigatoriamente terão que ter uma porcentagem de mulheres nos conselhos.
11:42Então, a gente já está aqui atrasado, Cris, discutindo esse tipo de questão.
11:49É muito atraso.
11:51Hoje nós deveríamos estar discutindo outros temas importantes, porque, olha, hoje nós estamos muito mais perto do ano 2050 do que do ano 2000.
12:00Então, tem tantos outros assuntos.
12:02Por que a gente continua debatendo este tema de diversidade?
12:06Mas, infelizmente, estatisticamente, ainda existe uma conta que diz que nós vamos demorar aqui no Brasil 80 anos para chegar em equidade.
12:18Isso é um absurdo, isso é triste.
12:20E equidade de gênero.
12:22E se a gente olha para um outro corte em relação a pessoas negras em conselhos, a situação é ainda pior?
12:29É ainda pior, porque as mulheres hoje no Brasil, elas ocupam 17% das cadeiras de conselho.
12:37Os negros, eles não aparecem nessa conta.
12:39Nem aparece?
12:40Nem aparece.
12:40Não tem percentual nenhum?
12:42Não tem.
12:42Os PCDs, menos ainda.
12:44As pessoas LGBTQIA+, também não aparecem.
12:48Não tem pesquisa em cima disso?
12:50Não, porque não tem número.
12:51Nossa, assustador.
12:53E você sabe bem o que é isso, porque você, você estava me contando aqui, antes da gente começar, que você é uma filha adotiva de pais negros.
13:02Então, a vida inteira, você cresceu sabendo o que é esse preconceito.
13:05Sim, eu, primeiro que eu nunca vi a diferença de cor, né?
13:09Porque as crianças, elas não têm essa diferença.
13:11Não.
13:12Criança, a ingenuidade da criança é linda, né?
13:14Eu não vejo que você é diferente de mim, que a sua cor do seu cabelo é diferente do meu, né?
13:18Então, acompanhando os meus pais, as minhas irmãs, eu percebo o quanto isso é chocante, né?
13:25E todas as vezes que eu trago meus pais, por exemplo, para um evento, as pessoas fazem foto da gente, como se a gente fosse uma atração, né?
13:34Pais negros e uma filha loira, né?
13:37Que é normalmente o oposto do que a gente vê, né?
13:39A gente vê família branca adotando crianças negras, né?
13:44Mas eu escolhi os meus pais.
13:46Eu tenho orgulho dos meus pais negros, né?
13:48E eu não consigo ver essa diferença.
13:51E você diz que você escolheu por quê?
13:53Eu escolhi porque eu escolhi por amor.
13:55Eu já os conhecia, nós éramos amigos, as filhas, as minhas irmãs eram bem mais novas.
14:01Eu senti no meu coração.
14:03Eu amava tanto aquela mulher que eu pedi para ela, né?
14:07Você pode ser minha mãe?
14:08Porque não ter mãe, principalmente mãe, é uma coisa muito forte, que dói muito.
14:14E isso não tem idade, né?
14:16Então, eu tinha muita vontade de ter uma mãe.
14:20Nossa, para que eu estou chorando aqui.
14:22Eu não sei.
14:23Você me emocionou.
14:25Quais são as barreiras estruturais que ainda impedem que mais mulheres, mais pessoas negras,
14:32mais LGBT, que ia mais, mais PCDs cheguem nesses lugares,
14:37cheguem em lugares de liderança nas empresas, cheguem nos conselhos?
14:41Existem barreiras estruturais, na sua opinião?
14:43Existem.
14:45Enquanto as empresas continuarem com as políticas enviesadas, porque existe o viés, né?
14:53Existe o viés inconsciente.
14:55E isso também é parte da nossa cultura, né?
15:00O racismo, às vezes, ele é inconsciente, né?
15:03Então, eu acho que educação em primeiro lugar, né?
15:07Nos falta educação, nos falta letramento.
15:10Então, por mais que a gente entenda e conheça, eu, de três anos para cá,
15:16que eu comecei a estudar mais, por exemplo, o que é a diferença de gênero.
15:22Porque eu estudava muito raça e eu não estudava tanto gênero, né?
15:26E eu comecei a pensar mais em gênero, mas é uma raridade você encontrar pessoas que se preocupam
15:33e que vão atrás e vão entender o que é isso.
15:37Se colocar no lugar do outro, ser empático, né?
15:41É muito raro você encontrar empatia.
15:44Às vezes, nós mesmos pecamos, né?
15:46Por falta de empatia em algum momento, né?
15:48Mas se colocar no lugar do outro.
15:51E os conselhos, principalmente, Cris, os conselhos das grandes empresas, eles são muito fechados.
15:57Você vê sempre os mesmos conselheiros e conselheiras.
16:00Exatamente.
16:02Se você pega as empresas da B3, você vai ver sempre os mesmos conselheiros.
16:07Não tem uma renovação, não tem um ar jovem.
16:11Isso é horrível, né?
16:12Se cria uma elite, uma elite tanto em C-Level, uma elite tanto em conselhos, que não dá oportunidade.
16:21O que as empresas mais inovadoras estão fazendo exatamente para acelerar a diversidade dentro delas e nos conselhos?
16:30As empresas mais inovadoras são as startups.
16:33São as startups e são aquelas que têm uma cabeça liderando o jovem.
16:38Mas a maioria não tem conselho.
16:39Não tem conselho.
16:40Isso é uma das suas lutas também.
16:42Exatamente.
16:43Inclusive, nós vamos fazer um evento em setembro para 40 startups para explicar o que é uma liderança com governança.
16:53O que significa isso?
16:54O que significa um comitê temático, um conselho?
16:57Porque daí também é uma questão de ignorância, de não conhecer, de não saber.
17:01Porque os jovens que estão entrando no mercado hoje, eles não sabem.
17:05Então, um startupeiro, ele começa uma empresa porque ele teve uma ideia brilhante
17:10e ele vai lá e no dia seguinte ele já está em produção e ele não está pensando nisso.
17:15Então, assim, o potencial intelectual de um conselho é muito importante para uma startup.
17:21Então, eu acho que as startups, elas estão mais abertas, porque o jovem hoje, ele já não está mais pensando nessa diferença de raça, diferença de gênero.
17:32Não, ele vê de uma outra maneira.
17:34Concordo com você.
17:35Quais são, na sua opinião, os temas prioritários que as empresas têm que tratar hoje dentro dos conselhos?
17:43Primeiro, a minha luta é a diversidade.
17:45Porque se você tiver uma mesa com pessoas iguais conversando, primeiro você tem uma conversa muito chata.
17:53Você tem as mesmas opiniões, você tem todo mundo falando igual.
17:57É, você sabe que, desculpa te interromper, mas eu sempre falo isso, as pessoas acham ótimo, as pessoas não, algumas,
18:04acham ótimo dizer, nossa, é tão bom trabalhar com ela, porque eu olho para a André e ela sabe que eu estou pensando.
18:10Isso é horrível, porque o que eu quero exatamente é a diversidade.
18:14Pensar como eu penso, já penso eu.
18:16A gente tem exatamente que lutar para cabeças diferentes, concorda?
18:20Exatamente.
18:21E eu tenho um tema que eu sou contra, aí é muito opinião pessoal.
18:27Eu sou contra quando eu escuto uma empresa falar assim, a cultura aqui é essa, as pessoas aqui são assim.
18:34Isso é horrível, porque se você tem uma cultura tão fechada,
18:37em que eu tenho que me moldar para fazer parte daquele grupo,
18:42eu já não tenho o direito e não me sinto à vontade para trazer ideias novas.
18:47Eu tenho que entrar naquela cultura.
18:49Então, se a gente tem uma abertura cultural,
18:52naturalmente você vai ter uma abertura para ter uma mesa com diversidade.
18:57Pessoas diversas e pessoas diversas, inclusive intelectualmente,
19:01com formação diferente, com bagagem diferente.
19:04Aí é uma diversidade tão ampla.
19:06A gente tem uma conversa muito mais rica.
19:08Ou seja, na sua opinião,
19:10empresas que têm uma cultura muito rígida acabam sendo menos inovadoras.
19:16Exatamente, com certeza.
19:18A inovação, ela vem naturalmente com as diferenças, né?
19:22E você acredita que as empresas hoje, os conselhos, consequentemente,
19:27estão preparados para lidar com temas como
19:30equidade de gênero, de raça, ESG, inteligência artificial,
19:35elas estão preparadas?
19:37As empresas têm conhecimento,
19:39mas não exatamente estão preparadas.
19:42Se a gente pegar as empresas grandes,
19:44obviamente, existem inclusive políticas para isso,
19:47embora se a gente fala em ESG aqui no Brasil,
19:50eu particularmente acho que o ESG aqui ainda é muito mascarado,
19:54porque quando você fala em meio ambiente,
19:56nós brasileiros somos confortáveis,
19:59porque a gente tem a maior floresta,
20:00a gente tem os rios,
20:02nós não sofremos impactos de acidentes naturais,
20:06então nós vivemos numa zona de conforto.
20:08Mas a gente tem o social e o governança no ESG,
20:11que já são outros 500.
20:13Isso, quando você fala em social, aí a coisa pega.
20:15É, exatamente.
20:16E quando você fala em governança,
20:18a grande maioria ainda não tem.
20:19É, a coisa pega também.
20:21Pega também.
20:22O que é preciso fazer?
20:25Que tipo de preparo uma mulher tem que ter?
20:28Aí falando especificamente de mulher,
20:30mas que pode, a gente pode abranger também
20:32para LGBTQIA+, para PCDs,
20:37para todas as pessoas ditas minorias que não são,
20:40que muitas vezes são até maioria.
20:43Mas que tipo de preparo as pessoas têm que ter
20:45para fazer parte de um conselho?
20:47As pessoas se enganam hoje
20:50achando que uma certificação
20:51certificação, ela é suficiente.
20:53Então, o mercado de conselho,
20:55ele passou a ser um negócio.
20:58Tem muitas empresas certificando
20:59e fazendo cursos de três dias
21:02e colocando.
21:03Uma pessoa sai, depois de um curso de três dias,
21:05achando que é um conselheiro.
21:07Antes de tudo,
21:08eu fui conselheira,
21:10antes de ter a minha certificação,
21:12o que que contou
21:13para eu ser convidada para uma empresa
21:15para ser conselheira?
21:16Contou a minha bagagem,
21:17contou a minha experiência
21:18por diversos setores da economia,
21:21a minha formação,
21:22principalmente a bagagem,
21:23por onde eu passei,
21:25o que eu vivi profissionalmente.
21:27Então, a bagagem,
21:28ela é muito mais importante
21:29do que a certificação.
21:31Eu digo até que a certificação,
21:33ela não é obrigatória,
21:34porque eu não tinha quando eu comecei.
21:36Networking é importante?
21:37Ah, com certeza.
21:39Com certeza.
21:39Uma das coisas que a gente prega muito
21:41dentro da diversity,
21:42esse universo de quase duas mil pessoas,
21:45os eventos que nós fazemos,
21:47é justamente para isso.
21:48Para que a gente tenha um networking sempre,
21:51porque, queira ou não queira,
21:54se eu te conheço,
21:55eu sei da tua capacidade
21:57e eu estou precisando de uma pessoa
21:59de comunicação no meu conselho,
22:01eu vou lembrar da Cris.
22:03Eu não vou procurar por outras pessoas.
22:06porque você já está aqui perto.
22:07Poxa, então você faz parte
22:08do meu networking.
22:09É a Cris que eu vou levar.
22:11Isso é muito natural.
22:12É.
22:13Andréia, passou voando,
22:15mas eu sempre termino
22:17com a mesma pergunta para todas vocês.
22:19O que significa ser protagonista
22:21da sua própria vida?
22:23Cris, eu já tive
22:24uma outra,
22:26um outro significado
22:28de protagonismo no passado,
22:30quando eu era aquela lutadora
22:31que queria mostrar
22:32que eu era capaz.
22:34Hoje, para mim,
22:35significa abrir portas
22:38para as outras pessoas.
22:40Então, eu sempre falo
22:41que eu quero ser lembrada
22:42como aquela pessoa
22:43que abriu portas
22:44e que deu oportunidade
22:46para as outras pessoas.
22:47Isso, para mim,
22:48me deixa feliz.
22:49Esse é o meu protagonismo.
22:50E é exatamente o que você faz.
22:52Muito obrigada.
22:53Obrigada, querida.
22:54Muito bom te receber aqui.
22:56Que bom que deu certo.
22:57Muito feliz.
22:57Obrigada.
22:58Obrigada.
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