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Camila Farani, investidora e comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, comentou sobre o fenômeno das femtechs — startups de saúde e bem-estar feminino que já movimentam milhões e podem atingir US$ 1,1 trilhão globalmente até 2027. Apesar do enorme potencial (50% da população, 90% das decisões financeiras nas famílias), o Brasil enfrenta preconceitos, falta de dados históricos, barreiras estruturais e escassez de investimentos

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Transcrição
00:00Bom, nas últimas décadas o avanço das tecnologias voltadas à saúde tem aberto um novo espaço para uma nova categoria de negócios, as Femtex.
00:08Startups focadas na saúde e no bem-estar feminino.
00:11Esse mercado que inclui soluções para a dor, prazer, fertilidade, maternidade e menstruação é hoje um dos mais promissores globalmente.
00:20Só que aqui no Brasil ele ainda enfrenta preconceitos, barreiras estruturais e uma enorme lacuna de investimentos.
00:27Para falar sobre os desafios, as oportunidades desse setor que já movimenta milhões, pode alcançar mais de um trilhão de dólares até 2027.
00:36Olha aí quem já está com a gente aqui no Money Times, Camila Parani, investidora, empreendedora e uma das vozes mais influentes do ecossistema de inovação no país.
00:45Cami, boa tarde, que bom ter você por aqui.
00:48Nath, boa tarde, boa tarde a todos que nos assistem.
00:52E é verdade, eu acho que a gente até tem uma imagem em que fala assim, se a gente tem uma projeção global até 2027, de aproximadamente 1,1 trilhões de dólares.
01:06O investimento no Brasil, e a gente está dando os dados de 2022, porque até você fazer essa curva de crescimento, a gente está falando de 10,2 milhões de dólares.
01:18Você registra cada vez mais um crescimento, são crescimentos aí de uma certa forma até exponenciais.
01:26Mas uma coisa que eu preciso trazer aqui é o seguinte, né?
01:29O mercado de fentec, ele é um mercado onde, via de regra, são mercados onde o modelo de negócio, o público final são mulheres.
01:37Não necessariamente ele precisa ser fundado por mulheres, ou algo nesse sentido, né?
01:42Mas ainda assim, ele é um mercado que tem certas restrições.
01:49Por quê?
01:50Porque apesar desse potencial bilionário, né?
01:53Eu vou relembrar aqui uma história, que foi assim que eu comecei a fazer investimento anjo lá de trás.
01:58Tinha uma empreendedora, nunca me esqueci o nome dela, o nome dela era Suzana, e ela tinha um e-commerce de cosméticos.
02:05E aí assim, na maioria lá do Gavend, na maioria não, só tinham, eram 17 homens e eu era a única mulher.
02:13E um grande amigo meu, investidor também, ele falou, Camila, a gente precisa disso aqui, porque a gente não consegue, a gente não vai saber, putz, testar o que que é, o que que vai funcionar para a pele, para a olheira, etc.
02:24E tal, por quê? Porque o e-commerce é só de produtos cosméticos, principalmente voltados para a mulher.
02:28Então, é óbvio, né?
02:30Que se você trata de um mercado onde você tem investidores predominantemente masculinos, é óbvio que, embora já tenha esse crescimento, é óbvio que esse número reduz.
02:42Outras questões que são valiosíssimas trazer.
02:45Tem um viés inconsciente cultural ainda, porque o corpo feminino, ele historicamente, ele foi menos estudado na medicina.
02:53Então, quando você trata aí de desenvolvimento tecnológico, mesmo que cada vez mais a saúde feminina, ela é um grande nicho, e não com o mercado transversal que afeta 50% da população.
03:0750% da população, Nath.
03:10Então, falta de mulheres também nos comitês de investimento.
03:14Por quê? Porque essas startups, elas muitas vezes, elas precisam de capital para escalar.
03:18Por quê? Porque do outro lado da mesa, eu falo isso muito nas minhas palestras, né?
03:25A pessoa não tem as dores da endometriose, não tem dor da menopausa, da infertilidade.
03:31Então, muitas vezes é provável que subestime o tamanho do problema e, por consequência, do mercado.
03:37Estigma, silenciamento, a gente falar sobre ciclos menstruais, libido, amamentação, depressão pós-par, ainda, durante muito tempo, isso foi visto como um certo descaso.
03:56Olha que coisa.
03:57Eu estou falando em casa própria, né, Nath?
03:58Quantas vezes você já não ouviu assim, ah, isso aí não é nada, isso aí vai passar, ou isso aí é frescura.
04:03Exatamente.
04:06É, essa tendência sempre, né, de diminuir, de minimizar e aí isso se reflete nessas decisões, né, de investidores, de fazer aportes, de fato apostar, né, nesses projetos.
04:17É, mas é importante lembrar que, assim, obviamente, há 15 anos atrás estava pior, há 10 melhorou e agora cada vez mais tem melhorado.
04:24E tem melhorado, assim, uma perspectiva minha, né, eu recebo aproximadamente 60, 70 pitches aí por mês, fora, né, as outras gestoras.
04:34Então, realmente, a gente vê cada vez mais esse female tax, assim, tomando mais espaço.
04:38Mas ainda é um caminho desafiador.
04:40É, então, a Camila já trouxe aqui alguns pontos, né, que explicam esse negligenciamento.
04:45Agora, Cami, eu queria entender como é que você enxerga o papel da experiência da usuária, né, nesse caso, no crescimento dessas empresas.
04:54É um diferencial competitivo real ou é apenas ali um discurso de marketing?
04:59Então, eu acho que quando a gente fala, né, da experiência da usuária, né, eu acho que são dois aspectos, né.
05:06Primeiro, a experiência da usuária, isso aí vale para todos os mercados que lidam com tecnologia, é você cada vez mais ter uma usabilidade melhor, né, na forma como você vende o produto.
05:17Recentemente, eu assisti, eu fiz parte de um pitch onde tinham ali produtos, realmente, produtos para mulheres, né, e principalmente para a parte íntima da mulher.
05:28O que isso quis dizer, né, isso quis dizer, puxa, na hora eu quis testar.
05:31Na hora, você precisa de dados para saber a eficácia disso, claro.
05:40E aí, sim, não que o marketing não existe, porque o marketing, ele foi feito para dar resultado.
05:45Mas marketing por marketing, sem gerar resultado, não vai vender.
05:49É igual aquela coisa que você fala assim, puxa, a minha loja é a melhor loja do mundo.
05:53Você pode botar lá uma faixa, você pode botar um monte de outdoor, você pode dizer,
05:56mas se as pessoas, de fato, não tiverem resultado com aquilo que esse negócio se propõe, esquece.
06:01O marketing vai por água abaixo.
06:03É, faz sentido mesmo.
06:05Ô, Cami, e você citou o ecossistema de investimentos, né, a importância dele.
06:09Agora, mesmo com a startup crescendo a dois, três dígitos ao ano,
06:13elas ainda acabam recebendo menos, né, do que outros setores.
06:16O que que falta, então, para o capital acompanhar essa transformação e esse crescimento?
06:22Bom, primeiro, coragem e repertório.
06:29E aí, quando eu digo repertório, dados históricos, né, que comprovem realmente,
06:36e a gente já tem bastante dados, mas volto a dizer um desafio,
06:39dados que comprovem a importância de lidar com a saúde feminina
06:48quando você considera aí 50% da população, principalmente do Brasil, tá?
06:55Mas um outro fator que é importante e muito curioso,
07:00no Ela Vence, a gente teve uma empreendedora que apresentou um pitch,
07:05onde ela tinha uma metodologia de yoga, principalmente voltada aqui para a parte uterina, né?
07:10E aí, quando ela trouxe os dados e ela trouxe a eficácia, né,
07:15do que que isso fazia, principalmente com relação à depressão,
07:20com relação à endometriose, com relação à saúde da mulher,
07:25aquilo, na hora, aquilo me tocou.
07:26Porque eu tenho endometriose, não tem problema nenhum de falar isso.
07:29Demorei muitos anos, porque era tabu, né?
07:32Então, quando ela trouxe, essa é a primeira coisa que eu falei,
07:34eu falei o seguinte, você está com alguma aluna aí?
07:36Eu preciso ouvir dessa aluna realmente a eficácia.
07:39E, de fato, a aluna me trouxe uma série de resultados que ela teve.
07:44Então, assim, é claro que, né, se você junta um viés de lá de trás, né,
07:49que está diminuindo, mas de lá de trás, de preconceito,
07:52se você usa a própria falta de coragem dessas mulheres aliadas aí,
07:56realmente, a menos dados históricos,
07:59a pessoa vai fazer um curso de oportunidade,
08:01o investidor vai pensar o seguinte,
08:02puxa, caramba, eu vou investir, vou colocar o meu dinheiro aqui
08:05ou eu vou colocar aqui, de repente, numa fintech, numa health tech?
08:08E é daí onde vem, né, eu trouxe o meu exemplo,
08:11porque eu sou uma investidora mulher, né?
08:13Então, muitas das coisas que a gente sofre de dores ou de questões,
08:18a gente consegue entender.
08:21É, é.
08:22Porque, obviamente, a gente não pode falar para outros públicos.
08:25Exatamente, Cami.
08:26Agora, e aí, para fechar, então,
08:29acho que você já deu vários toques que
08:31mulheres à frente de startups, né,
08:35e de projetos vão aproveitar, certamente.
08:37Agora, queria saber o que você diria
08:40para investidores, né,
08:41que estão, então, junto com você do outro lado aí do balcão
08:45e que, eventualmente, ainda trata essas startups
08:47com certo desdém, podemos dizer assim,
08:50ou, ah, é muito nichado.
08:52O que você tem de informação,
08:54de dica, de sugestão?
08:57Tem uma frase que é muito comum
08:59dentro do mercado de venture capital
09:00que se chama nail to scale, né?
09:03O que isso quer dizer, nail, né?
09:05Ali é você realmente, assim, é quase cutilar, né?
09:08Mas, assim, é você realmente entra no nicho.
09:11Por exemplo, o Meta, ele começou vendendo
09:13para a Ivy League norte-americana,
09:15ou seja, para as maiores universidades, né?
09:19Norte-americanas.
09:19Ele não começou do jeito que ele está.
09:22Então, quando você olha cada vez mais para as mulheres,
09:25cada vez mais com força, né?
09:27Com a missão, o propósito, o empoderamento feminino
09:32ganhando cada vez mais escala,
09:33mulheres empreendendo,
09:35é importante que, eu diria,
09:39abram os olhos.
09:40Porque o que você está chamando, muitas vezes, de nicho
09:43é metade da população global, né?
09:46E o mais importante é uma metade
09:48que toma decisões.
09:5190% das decisões, muitas vezes,
09:55seja do casal, seja de casal de mulheres, etc.
09:58e tal, assim, são tomadas por mulheres.
10:01Soma-se a isso.
10:02Mulheres, cada vez mais mães,
10:06que chamam a responsabilidade para si,
10:08a gente tem em números cada vez mais relevantes.
10:10Inclusive, a gente, outro dia, falou aqui
10:11sobre o mercado de mulheres,
10:13que ele vai atingir mais de alguns trilhões de dólares
10:16até 2035.
10:18Bom, dito isso, para finalizar,
10:20eu quero dizer o seguinte,
10:21mulheres são 50% da população global
10:24e mãe dos outros 50%.
10:26Ai, eu amei essa informação, Cami.
10:30Você sabe, né?
10:31Tomando nota lá para o pitch do Kids
10:33por aí no futuro, hein?
10:34No projeto.
10:35É, é verdade.
10:37E é isso.
10:38E muitas vezes elas tomam,
10:40então, 90% das decisões financeiras da família, é isso?
10:43Isso.
10:44É.
10:45Comprovado na minha bolha, viu?
10:46Então, é isso.
10:50Maravilha.
10:51Muitíssimo obrigada, viu?
10:53Pela conversa, pelas dicas,
10:54pela inspiração de sempre, Camila Farane.
10:57Até a próxima.
10:57Um beijo.
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