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Juliana Inhasz, economista e professora do Insper, repercute em os resultados do IPCA-15 aponta deflação de 0,14% em agosto, Caged mostra desaceleração no emprego, megaoperação da PF atinge fintechs na Faria Lima, Lula e Trump elevam a tensão na guerra comercial, dívida pública preocupa em ano pré-eleitoral.

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Transcrição
00:00Esta foi mais uma semana agitada no mercado financeiro.
00:03Teve prévia da inflação com o IPCA de agosto trazendo alívio ao mercado ao registrar uma deflação de 0,14%.
00:10Dados do mercado de trabalho mostraram desaceleração na geração de vagas,
00:15ainda assim com resultado positivo de quase 130 mil postos de trabalho.
00:20O outro destaque que chamou a atenção foi a mega operação contra o crime organizado que atingiu a falha Lima.
00:26No exterior, entre os principais destaques, a pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
00:32sobre o Federal Reserve e os dados de inflação e PIB do país.
00:36Sobre tudo isso, eu converso agora com a Juliana Inhas, que é economista e professora do INSPER.
00:41Professora, boa noite. Seja muito bem-vinda aqui ao Jornal Times Brasil.
00:45Oi, Marcelo. Boa noite a você e a todos que nos assistem.
00:49Vamos começar com essa deflação registrada pelo IPCA 15.
00:52O que ela disse sobre a trajetória dos preços agora e também nos próximos meses?
00:58Bom, o que a gente viu, Marcelo, foi na verdade uma desaceleração.
01:02A gente tem que lembrar que, óbvio, é um momento pontual.
01:07Esse índice, o IPCA, desse mês de agosto, ele...
01:11Desculpa, do mês anterior, a gente está falando aí do final...
01:15É de agosto, na verdade, porque é o IPCA 15.
01:17É, de agosto, verdade, perdão. De 15, né? Ele vai da metade do mês de julho agora até a metade do mês de agosto.
01:24Ele, na verdade, mostra um efeito de redução aí de energia, né?
01:28A gente tem um bônus de Itaipu que veio impactando aí o indicador.
01:33Agora, a gente tem que ficar de olho porque esse resultado, ele não necessariamente perdura daqui pra frente, né?
01:39A gente já tem visto aí alguns efeitos e alguns...
01:43Uma percepção de que a política monetária tem feito efeito, né?
01:47Ela demora, mas ela chega esse efeito.
01:49Só que existem outras tantas coisas aí dentro dessa história.
01:54Então, a gente tem que ficar bastante de olho o que vai acontecer daqui pra frente,
01:58porque a gente sabe que, para os próximos meses, a tarifa de energia elétrica
02:01não necessariamente fica nesse patamar verde, que é a tarifa mais baixa.
02:06Então, a gente provavelmente tem pressões até o final do ano,
02:10novamente nesse grupo aí de energia, né?
02:13De residencial, né?
02:14Acaba entrando ali dentro de um combo ali de custos residenciais.
02:19A gente tem que ficar de olho, mas nesse momento acaba sendo um alívio aí, né?
02:23Num momento aí de bastante turbulência, especialmente agora no mercado financeiro
02:28e até os sinais de desaceleração que o Caged tem mostrado.
02:33A gente começa a respirar talvez um pouco mais aliviado,
02:35acreditando que essa inflação fica ali perto dos 4,80, 4,90 no final desse ano.
02:42Ainda acima da meta, né?
02:44Do teto da meta, é pra gente ficar de olho nisso.
02:46Você falou do Caged aí, eu queria aproveitar o gancho pra perguntar pra você
02:50o que esses dados sobre emprego, eles dizem sobre o estado da economia brasileira?
02:54Bom, eles estão mostrando que a gente está realmente naquele processo de desaceleração
02:59que a gente, aliás, apostava que viria ali no final do primeiro semestre
03:03e, na verdade, estão começando a ficar mais evidentes agora.
03:06O mercado de trabalho continua contratando, mas o que a gente vê é uma contratação,
03:11pelo menos do lado formal da economia, que é o que o Caged traz, uma desaceleração, né?
03:17Então, a gente estava criando muito mais vagas ali nos últimos meses.
03:22Agora, nesse mês, a gente criou um pouco menos.
03:25A percepção que a gente tem pro mercado é que a gente deve continuar um pouco nesse ritmo, né?
03:31Uma criação de vagas um pouco mais tímida, o que reflete, claro, esse estado da economia agora,
03:37que é o estado de um crescimento um pouco menor.
03:39A gente tem visto isso através das percepções inúmeras aí do mercado, né?
03:44O relatório Focus tem mostrado bastante isso, que 2025 não é um ano que a gente cresce muito
03:50e, na verdade, a perspectiva, inclusive, para crescimento em 2026 também é mais discreta.
03:55Então, o que a gente está vendo no final das contas é uma economia desacelerando,
03:59isso não significa que a gente está numa recessão, nada do tipo.
04:04Mas, na verdade, a gente começa a absorver menos gente dentro do mercado de trabalho,
04:08é um movimento que já era esperado dentro, inclusive, dessa própria política monetária
04:13mais contracionista, com juros mais altos, que diretamente e indiretamente
04:18acabam desestimulando um pouco a atividade econômica.
04:21Professora, o Felipe Machado tem uma pergunta agora para você.
04:24Oi, professora. Boa noite. Obrigado pela sua participação.
04:28Professora, eu queria saber a sua opinião sobre essa operação que afetou, né?
04:32A gente viu essa mega operação da PF ao longo do final da semana, da semana passada.
04:38As fintechs brasileiras, elas têm uma imagem muito boa no exterior, enfim,
04:43elas sempre tiveram uma imagem muito boa. Aqui no Brasil também uma rentabilidade muito boa.
04:47Eu queria saber o que muda para as fintechs brasileiras agora que elas vão ter que sofrer,
04:51segundo uma norma do governo, um pouco mais de regulação.
04:54Oi, Felipe. É um prazer conversar com você, como sempre.
04:58Olha, acho que assim, primeiro a gente tem que pensar que essa operação era importante, né?
05:02Ela vem aí dentro de uma necessidade, claro, de enxergar melhor como essas fintechs funcionam,
05:09até para evitar esse tipo de brecha que existe hoje, né?
05:13Que existia até então e que possibilitava aí crimes organizados, né?
05:17A promoção do crime organizado, a lavagem de dinheiro.
05:20Agora, a gente também tem que tomar um pouco de cuidado, porque apesar de ser importante
05:25fazer medidas que segurem, né? Evitem esse tipo de cenário, a gente tem que lembrar
05:31que fintechs, elas são importantes porque elas reduzem o custo, né?
05:35Então, elas tornam o serviço bancário mais barato, especialmente para aquelas pessoas
05:39que têm uma inserção mais difícil dentro do mercado financeiro mais tradicional,
05:45que são os grandes bancos, e elas são muito mais ágeis, né?
05:48Então, elas aliam, né? Se a gente for pensar o lado bom dessas fintechs,
05:52que foi para isso que elas vieram para o mercado, elas trouxeram redução de custo com agilidade,
05:58o que vai bem contra, né? Ou bem, pelo menos numa direção um tanto oposta
06:02ao sistema financeiro mais tradicional, ao sistema bancário mais tradicional.
06:07Agora, são medidas importantes, acho que o governo agora tem, né?
06:11Junto com o Banco Central, uma tarefa relativamente difícil,
06:15que é tentar conciliar, né? Essa medida um tanto mais firme, né?
06:20É endurecer realmente a regra para as fintechs, nesse aspecto elas começam a andar
06:25mais próximas, né? Do sistema bancário tradicional, o que, claro, impõe custo,
06:30impõe inúmeras circunstâncias, mas ao longo do tempo isso também provavelmente
06:35vai favorecer, né? Trazer mais segurança, mais solidez.
06:39Então, existe aí um limite que precisa ser testado, claro, o Banco Central vai ter
06:43que ter bastante cuidado, né? Junto com os demais órgãos competentes
06:46para a gente entender o que deve ser feito.
06:49Mas, sem dúvida, é uma medida importante, só que balançou bastante o mercado, né?
06:53Isso traz aí bastante incerteza, especialmente porque hoje deve ter bastante fintech aí
06:58preocupada em como é que vai se adequar, né?
07:00Os custos operacionais, sem dúvida, sobem, sobem consideravelmente.
07:04Professora, eu queria saber como é que você está vendo a evolução da guerra comercial.
07:09Por aqui a gente teve o presidente Lula que voltou a ameaçar uma retaliação
07:12e nos Estados Unidos o Trump está enfrentando agora problemas na justiça
07:16para manter o tarifácio de pé.
07:19Pois é, a gente está vendo esses desdobramentos como capítulos, né?
07:23Parece que de uma novela interminável, né, Marcelo?
07:26Acho que a gente tem que olhar primeiro pelo lado da economia brasileira.
07:29Acho que o presidente Lula já percebeu, talvez, que não ganha muito, né?
07:33Ou pelo menos deveria ter percebido que não ganha muito com essas ameaças, né?
07:37Eu acho que todo o embrólio, né, que foi feito ali com esse tarifaço
07:42e a percepção do Lula de que ele tinha, de alguma forma, se imposto
07:48e tivesse, de alguma forma, estava ganhando espaço ali, né?
07:53Eu acho que isso foi, fez e faz ainda com que o presidente se infle muito,
07:57se inflame muito dentro dessa guerra comercial que, para a gente, não é boa, né?
08:03Então, acho que hoje ele, na verdade, aposta muito, né?
08:06Ainda nessa narrativa de que, olha, a soberania nacional está na frente,
08:11a gente não abaixa a cabeça para a economia americana,
08:15mas a gente também tem que se colocar no nosso lugar
08:17e a gente não está, assim, em tanta vantagem.
08:20Agora, nesse aspecto, ele tem um benefício,
08:22que é o fato de que, na economia americana,
08:25o Donald Trump está tendo, realmente, bastante dificuldade
08:28para manter esse tarifaço, né?
08:29Então, isso, claro, infla aí bastante quem está do outro lado dessa trincheira, né?
08:35O grande, acho que a grande questão, nesse caso,
08:38pensando nos desdobramentos econômicos,
08:40é a grande incerteza que isso traz para o mercado,
08:43porque a gente fica completamente na dúvida
08:45de como é que as coisas transcorrem daqui para frente, né?
08:48Se as tarifas continuam de pé,
08:50se a gente, na verdade, vai ter mudanças aí ao longo do tempo.
08:53Os produtores brasileiros, não só os brasileiros,
08:56mas os produtores mundo afora,
08:58estão repensando seus custos, recalculando as suas rotas.
09:01Então, naturalmente, essa incerteza é muito ruim
09:04para que a gente consiga definir para onde, de fato, o mercado vai, né?
09:08Felipe.
09:09Opa!
09:09Professora, essa semana a gente teve também,
09:12os números da dívida foram divulgados brasileiros
09:14e teve um leve aumento, que é sempre preocupante.
09:16Eu queria saber a opinião, qual é a sua opinião
09:19sobre o risco que a gente corre, né?
09:21O ano que vem a gente vai ter eleição,
09:23é um ano que, normalmente, o governo acaba gastando mais em obras,
09:26obras que apareçam, né?
09:27Obras grandes.
09:29E, ao mesmo tempo, por outro lado,
09:30a gente tem uma desaceração na economia
09:32que pode levar a uma queda de juros,
09:35então a dívida acaba dando uma certa folga.
09:38Como é que a senhora vê essa opinião,
09:40essa questão da dívida,
09:42com os números que foram anunciados
09:43e até o final do ano, começo do ano que vem?
09:47Felipe, acho que os dados da dívida
09:49mostram muito a dificuldade, claro,
09:52que o governo tem de conseguir ficar dentro
09:54de uma situação fiscal mais sustentável.
09:57A gente tem que lembrar que a situação fiscal,
10:00ela é positiva ou ela é boa,
10:02se a gente, não só se a gente cumprir metas,
10:04mas se a gente consegue fazer com que,
10:07ao longo do tempo,
10:09a situação também seja sustentável.
10:11E o que a gente está vendo é uma dívida pública
10:13que cresce e cresce muito nos últimos anos, né?
10:16A gente está vendo aí, pelo menos há 10 anos,
10:19talvez um pouco menos ou um pouco mais,
10:21uma dívida que cresce com bastante fôlego, né?
10:24É preocupante, especialmente porque,
10:26no momento onde a gente se comprometeu
10:28com uma nova meta fiscal,
10:30onde a gente tem uma preocupação evidente
10:33de resolver o problema fiscal,
10:34que é um problema antigo,
10:36para conseguir colocar a casa em ordem,
10:38ver números com uma dívida acelerando,
10:40quando a gente, na verdade,
10:41tinha uma percepção de que o governo,
10:44um tanto mais responsável,
10:46poderia fazer essa dívida ceder
10:48ou crescer numa velocidade menor,
10:50esses números acabam realmente dando uma...
10:54jogando um balde de água fria na nossa cabeça, né?
10:57Existe uma certa frustração.
10:59Agora, eu acho que o ponto central,
11:01como você muito bem falou,
11:02é a preocupação daqui para frente,
11:04porque 2026 é um ano eleitoral, né?
11:07A gente sabe como funciona esse ciclo eleitoral,
11:10então, nesse ano que antecede,
11:12no ano da eleição que antecede a troca,
11:15eventualmente, de presidência ou novo mandato,
11:18o que vai acontecer é que o governo vai, sim,
11:21gastar mais, vai fazer obras inúmeras,
11:24o que vai fazer com que os gastos inflem, né?
11:27Qual é, talvez, a carta que o governo tem na manga?
11:30É o fato de que, aparentemente,
11:33no ano que vem, a gente começa a ter aí
11:36uma diminuição da taxa de juros
11:38por conta dos frutos dessa política monetária
11:40que começa, aparentemente, a dar alguns sinais.
11:44Agora, o governo também não pode ficar muito entusiasmado
11:47dentro dessa história,
11:49porque a gente tem que lembrar que,
11:50aparentemente, a perspectiva de uma queda
11:52bem lenta, gradual e, no final das contas,
11:56não muito grande da taxa de juros, né?
11:59A gente tem aí o mercado precificando
12:0112,5% no final do ano que vem.
12:03É uma queda significativa?
12:05É, é uma queda importante,
12:07mas isso não significa que a gente vai conseguir, né,
12:09compensar o aumento da dívida pública
12:12que, eventualmente, pode ser feito
12:13por conta da eleição
12:15que acontece no próximo ano.
12:17Então, isso realmente preocupa bastante.
12:19O esforço fiscal, no ano que vem,
12:21pode ser, no final das contas,
12:23jogado para baixo do tapete
12:25e a gente pode ver aí
12:26uma aceleração do problema
12:28que, talvez,
12:29acabe eclodindo ali
12:31no começo de 2027
12:32ou ao longo do ano de 2027.
12:35Juliana Inhás,
12:36economista e professor do INSPER,
12:37muito obrigado pela sua participação
12:39hoje aqui no Jornal Times Brasil.
12:40Boa noite.
12:41Obrigada, Marcelo.
12:43Boa noite a você,
12:44ao Felipe e a todos que nos assistem.
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