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O ministro do STF, Alexandre de Moraes, negou que irá recuar em suas decisões sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). A declaração foi feita em meio às sanções dos Estados Unidos contra membros do governo e do Judiciário brasileiro.
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NotíciasTranscrição
00:00Cristiano Beraldo, o ministro poderia ter concedido entrevista para a Folha de São Paulo,
00:06para o Estado de São Paulo, para a Revista Veja, para a Jovem Pan, para o Globo,
00:12mas optou em conceder entrevista para o jornal norte-americano Washington Post.
00:17Já tem um simbolismo aí, né? Onde é que fica o Washington Post?
00:21Fica justamente na capital dos Estados Unidos.
00:24Muitos interpretaram essa entrevista como uma provocação, uma cutucada, uma alfinetada?
00:31Claro, o ministro vai usando os instrumentos que tem para parecer um personagem
00:38que está lidando ali, lutando uma briga entre iguais.
00:44Só que o leitor norte-americano, ele olha isso como pitoresco,
00:50porque ele sabe que essas coisas não são brincadeira.
00:55É óbvio que o jornal quer dar palanque para alguém que vai lá,
00:59ainda mais uma autoridade de um país importante como é o Brasil,
01:03menos importante do que deveria ser, mas ainda assim importante,
01:07vai lá uma autoridade que está no centro de uma polêmica, quer dar uma entrevista.
01:12Então isso é uma coisa.
01:13Agora, não quer dizer que aquilo que ele fala é entendido da forma que se está pensando,
01:21porque não é assim.
01:22Neto, eu vou trazer outro exemplo para a gente avaliar como é essa questão de sanções no mundo,
01:28no mundo desenvolvido.
01:30A Argentina, no início da década de 80, entrou em guerra com a Inglaterra
01:36em relação às Ilhas Malvinas, que os ingleses chamam de Falklands.
01:42Essa guerra, que foi vencido pelos ingleses,
01:47gerou para a Argentina uma série de sanções que até hoje vigoram.
01:52Para as pessoas terem uma ideia, Caniato, a Argentina, que precisa investir no seu exército,
01:57tentou comprar há alguns anos caças produzidas na Coreia do Sul.
02:02Essa venda de caças, era uma venda de caças da Coreia do Sul para a Argentina.
02:10Entretanto, o caça tinha alguns sistemas que eram produzidos por empresas inglesas.
02:18A Inglaterra proibiu a venda.
02:20E sabe o que a Coreia do Sul fez?
02:22Não vendeu.
02:23Então, essa é a seriedade com que o mundo real leva à questão das sanções.
02:31Então, o ministro se coloca numa posição de virar aquilo que o presidente Lula virou.
02:39Criou-se uma fake news na época do segundo mandato do presidente Lula
02:43de que Obama teria dito que ele era o cara, que era a pessoa mais importante do mundo,
02:49todo mundo celebrava o Brasil e tal, o presidente brasileiro.
02:53E não foi isso que Obama falou, mas se criou esse entendimento.
02:57Quando, na verdade, o presidente Lula era aquele bonachão, sabe aquele amigo que chega no churrasco,
03:06que conta piada, que traz a cerveja gelada, que sabe fazer a carne, que todo mundo dá risada.
03:13Só que na hora de fazer negócio, não é ele que está sentado à mesa.
03:17Então, isso aconteceu com o presidente Lula.
03:21E o presidente Lula hoje, que já não tem mais essa relação internacional,
03:24até porque o Brasil hoje não está naquela posição de receber investimentos estrangeiros em grande volume e tal.
03:33É outro cenário do mundo e do Brasil.
03:36O presidente brasileiro fica lá com o Macron,
03:40fica com meia dúzia ali que ele ainda mantém algum tipo de conexão.
03:44Aliás, fica fazendo cena para o Macron e nem consegue resolver a resistência da França
03:53para assinar o acordo de comércio entre a União Europeia e Mercosul,
03:58porque é a França que não deixa assinar.
04:00Então, não serve absolutamente nada esses festejos todos ao casal Macron.
04:05Só que aí você vê o ministro indo pelo mesmo caminho.
04:10Não vai ser levado a sério, vai ser visto como essa figura pitoresca.
04:16Mas é só isso, Caneto.
04:18A sete programas Pingos nos Is, recebendo as pessoas que nos acompanham pelas emissoras de rádio,
04:24nós estamos repercutindo uma entrevista que foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes
04:29do Supremo Tribunal Federal ao jornal Washington Post.
04:34Ele tratou de vários assuntos, mas especialmente no que tange o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro,
04:40para as sanções impostas contra ele e qual seria o posicionamento dele a depender de um escalonamento dessa situação.
04:48E ele chega a dizer que não vai mudar e não vai recuar um milímetro sequer essas palavras do ministro.
04:56Mas em dado momento do texto, Mota, a reportagem chegou a entrevistar outras pessoas que tiveram algum contato
05:06com Alexandre de Moraes, que o conhece, para traçar uma espécie de perfil do ministro.
05:12E alguns disseram que ele se tornou poderoso demais e que é o culpado pelos excessos que estão sendo observados no Brasil,
05:22colocando inclusive em risco a legitimidade da mais alta corte do país.
05:27Ainda que eles tenham dado muito cartaz para alguns feitos do ministro Moraes,
05:34também trataram de questões que a gente aborda quase que diariamente aqui. Mota.
05:40Antigamente, quando eu era criança, todo mundo no Brasil era técnico de futebol.
05:46Todo mundo entendia de futebol, escalava o seu time.
05:49Hoje, nós somos todos juristas.
05:52O Brasil tem mais faculdades de direito do que todos os outros países do planeta Terra somados.
06:00Por isso, o Brasil está na fronteira da inovação jurídica.
06:06A gente, todo dia, aprende uma coisa nova.
06:10Nós aprendemos que o juiz pode julgar causas nas quais seus próprios interesses estão em jogo.
06:17Nós aprendemos que a audiência de custódia, que é a coisa mais sagrada do sistema de justiça criminal brasileiro,
06:24às vezes pode ser ignorada, que garantias individuais podem ser afastadas,
06:32que, em um processo criminal, a conduta não precisa mais ser individualizada, vale copiar e colar.
06:41Nós aprendemos que censura pode ser imposta até o final do mês, até o final do ano,
06:48até quando o magistrado quiser.
06:50Nós aprendemos que o juiz pode abrir um inquérito de ofício e ele mesmo indicar outro juiz para presidir o inquérito.
07:00Nós vemos, agora, mais uma vez, que o juiz pode dar entrevista à vontade,
07:07inclusive antecipando como ele pretende julgar determinada matéria.
07:13Nós vimos que essas entrevistas podem ser debochadas, sarcásticas e até ofensivas à população.
07:23Nós aprendemos que o juiz pode impor uma multa, que significa, na prática, falência, a morte financeira do réu.
07:32Mas a maior lição que nós aprendemos nos últimos anos é que foi criada aqui no Brasil uma elite burocrática superpoderosa,
07:44que assumiu o controle do Estado e das suas instituições.
07:49Essa elite, depois de dominar o Brasil, agora acha que pode dominar o mundo.
07:55Zé, agora eu estou vendo um trecho aqui da reportagem, viu, Dávila?
08:01E é engraçado, porque até o jornalista norte-americano acaba cometendo um equívoco,
08:06ou pelo menos ele é induzido ao erro por uma distorção que o Brasil acabou fazendo
08:12do que deveria fazer a Suprema Corte.
08:16Porque olha o que diz um parágrafo do texto aqui, Dávila.
08:18Ao contrário da Suprema Corte dos Estados Unidos, que apenas julga,
08:24a mais alta corte brasileira tem poderes para conduzir investigações
08:29e conta com a Polícia Federal à sua disposição.
08:32Ou seja, nesse parágrafo aqui, o jornalista já comete um erro,
08:36porque, em tese, a Suprema Corte Brasileira deveria somente julgar, né?
08:41E conduzir investigações e ter a Polícia Federal à sua disposição
08:46já é uma distorção do que originalmente lá foi concebida, né, Dávila?
08:52Exatamente.
08:53É que o jornalista, óbvio, não leu e provavelmente não tem muito interesse
08:58na Constituição americana.
09:00Ele quer a manchete do Alexandre Moraes para estampar no jornal dele.
09:03Mas o fato é esse.
09:05O que o Supremo Tribunal Federal inventou de poder para ele próprio
09:11que não está contemplado na Constituição é uma aberração.
09:15E é por isso que nós precisamos de dois instrumentos.
09:20A autocontenção no Supremo Tribunal Federal
09:22e a ação do poder legislativo para reequilibrar esse jogo.
09:26Porque não existe na Constituição poderes que foram otorgados.
09:32Não existe decisão monocrática.
09:34Na Constituição está claro.
09:35O Supremo Tribunal Federal é o Tribunal de Decisões Colegiadas.
09:42Não existe.
09:42Agora, tudo hoje com uma canetada, uma decisão monocrática,
09:46invalida uma lei aprovada por mais de 300 parlamentares.
09:51Uma decisão monocrática simplesmente sepulta investigação de corrupção.
09:57Uma lei monocrática prende pessoas.
10:00Isso não existe, não está na Constituição.
10:02É apenas um detalhe excessivamente usado pela Suprema Corte
10:08que quem autodelegou esse probórum foram eles mesmos.
10:11Não está na Constituição brasileira.
10:13Então é óbvio que nós precisamos desses dois instrumentos.
10:19A autocontenção, por um lado, no Supremo,
10:21e a aprovação de leis para voltar a enquadrar o Supremo Tribunal Federal
10:27no seu papel constitucional.
10:29Porque nós sabemos muito bem, Caniato,
10:33que nos últimos anos o Supremo deixou de ser uma corte constitucional
10:37e passou a ser um poder político.
10:39E isso não está na Constituição.
10:42Por isso, precisamos desses dois instrumentos
10:45para voltar a ter o equilíbrio entre os poderes
10:50que no Brasil acabou faz tempo.
10:52Hoje temos um superpoder.
10:54O poder judiciário, principalmente a Suprema Corte,
10:57e dois poderes hoje que têm menos poder.
11:01Não é assim que foi o desenho da Constituição de 1988.
11:06Pois é, muitas críticas também em relação aos termos usados pelo jornal,
11:12que em dado momento menciona o ministro como sendo o xerife da democracia
11:20e também trata dele como sendo o juiz que se recusa a ceder às vontades de Donald Trump.
11:28Beraldo, só para a gente contextualizar, que jornal é esse?
11:31Qual é o posicionamento do Washington Post historicamente?
11:33Por que o interesse em Alexandre de Moraes?
11:38O interesse em Alexandre de Moraes, Ganiato,
11:41é o interesse de uma situação que escalou envolvendo o presidente norte-americano.
11:47Porque esse é um tema pessoal de Donald Trump.
11:51Então, a repercussão que existe é
11:54Donald Trump utilizando o seu governo para, a princípio,
11:58até com base naquela carta escrita em 9 de julho,
12:02para defender o seu amigo ou conhecido.
12:08Enfim, depois ele disse que não era um amigo íntimo,
12:12mas que era um conhecido e tal,
12:14que é Jair Bolsonaro.
12:15Então, isso tudo criou uma situação.
12:18E aí, quando as pessoas passam a prestar atenção no Brasil,
12:21sobretudo os jornalistas, Ganiato,
12:23o que é que eles enxergam?
12:24Enxergam o presidente da Suprema Corte Brasileira
12:28dizendo, comemorando, que eles derrotaram o bolsonarismo.
12:34Não faz absolutamente nenhum sentido isso,
12:37independente da opinião que se tem em relação a Jair Bolsonaro.
12:41Independente se você comemorou ou não comemorou,
12:44se você ficou frustrado ou você ficou feliz com o resultado da eleição.
12:48Não existe isso em nenhum país sério, minimamente sério.
12:53Você ter um ministro de Suprema Corte dando uma declaração,
12:59tipo, perdeu Mané, tipo, derrotamos o bolsonarismo.
13:04Então, claramente o Brasil mostrou para o mundo
13:08que é uma democracia em frangalhos,
13:12onde não há mais equilíbrio de poderes,
13:15onde o Supremo Tribunal Federal vem adotando uma postura política exacerbada.
13:20E isso é notícia, porque demonstra, ao fim,
13:26com todos esses exemplos que estão aí disponíveis de forma abundante,
13:31inclusive esse que traz o próprio ministro Alexandre de Moraes
13:34dando a entrevista.
13:36Como é que você explica o fato de você estar julgando uma ação
13:39onde você é a figura que foi ameaçada?
13:42Essa era a pergunta que o repórter tinha que ter feito e não fez.
13:47Pois é, porque deve ter sido combinado antes, inclusive.
13:50Olha, eu dou a entrevista, mas eu não vou falar disso.
13:53Me manda antes as perguntas.
13:54Deve ter sido nesse sentido.
13:57Porque tudo isso, por mais que não esteja naquela entrevista,
14:01você tem uma literatura já grande disponível em inglês.
14:05Veículos que cobriram essa postura absolutamente inaceitável,
14:11que não é razoável do Supremo Tribunal Federal brasileiro.
14:14Então, eles estão numa posição indefensável,
14:18iludidos de ficar dando entrevista para o Washington Post,
14:22que até quer usar essa entrevista para, de alguma forma,
14:25criar ali algum assunto contra o Donald Trump,
14:28mas não importa.
14:29O fato concreto é que entrevistas desse tipo
14:33não dão credibilidade à Suprema Corte brasileira,
14:36porque o que está acontecendo na Suprema Corte do Brasil é indefensável.
14:42E, a partir daí, o Brasil vai sendo percebido
14:45como esse país que você não pode olhar para ele no longo prazo.
14:51O Brasil hoje está vendo esse dólar no patamar que está,
14:53porque a taxa de juros está 15%,
14:56e a taxa de juros norte-americana tem tendência de queda.
14:59Então, os investidores estrangeiros mandam o dinheiro para cá,
15:03ficam aí tomando 15% de juros ao ano,
15:07rendendo dinheiro de 15%,
15:08que é uma coisa que não existe no mundo civilizado.
15:11Ao primeiro sinal, esse dinheiro vai embora.
15:14E aí tem um outro ponto, Caniato.
15:16A perda de credibilidade do Brasil,
15:20que é isso que o Supremo está fazendo,
15:21destruindo ainda mais a credibilidade brasileira no exterior,
15:25vai inviabilizar a rolagem de dívida do governo brasileiro.
15:29Isso significa que teremos juros mais altos.
15:32O Brasil vai ter que pagar mais
15:33para que os investidores venham aqui
15:36e aceitem ficar correndo o risco
15:39de um governo maluco,
15:41de um país completamente imprevisível,
15:45que pessoas praticam o seu poder de forma totalmente arbitrária,
15:49que é o Brasil.
15:49Então, a situação vai tendo repercussões muito fortes em vários aspectos.
15:55Rapidinho aqui.
15:56Várias pessoas perguntaram aqui.
15:58Geralmente, o Washington Post se posiciona contra Donald Trump.
16:03Dá para dizer que é um veículo mais alinhado com os democratas?
16:07Beraldo?
16:09Na verdade, o que aconteceu?
16:11Depois que Donald Trump tomou posse,
16:14vários veículos, inclusive as redes sociais,
16:16estão mudando radicalmente a forma como eles se comportam
16:20do ponto de vista político.
16:22Então, em geral, já não tem mais aquela agressividade
16:26que havia contra o Donald Trump.
16:30Mas, sim, historicamente,
16:31é uma publicação mais alinhada aos democratas.
16:34Malta, há pouco você fez um exercício em que você projetou qual poderia ser o cenário
16:41caso essa crise escalasse.
16:44E aí, sim, várias mensagens, pessoas levantando possibilidades,
16:48não só da questão comercial, econômica,
16:51mas também da relação entre os países e por aí vai.
16:54Mas, como você mesmo já disse por diversos programas,
16:57nada é para sempre.
16:58As coisas podem mudar.
17:00Mas, diante desse cenário,
17:02de um esgarçamento das relações
17:04e movimentos das instituições brasileiras,
17:07no sentido de só piorar essa situação,
17:11a saída para esse labirinto,
17:15você vislumbra o quê?
17:1726, 27?
17:18Você acha que tem tudo a ver com as próximas eleições?
17:21Ou, antes disso,
17:22alguém pode tirar um coelho da cartola,
17:24sugerir alguma coisa para diminuir essa temperatura?
17:28O meu palpite é que a saída desse beco sem saída,
17:35onde o Estado brasileiro, não o Brasil,
17:38o Estado brasileiro nos colocou,
17:42não há saída eleitoral para isso.
17:45Não há.
17:46Você elege um novo presidente,
17:48o melhor presidente possível,
17:50o que esse presidente vai fazer
17:51diante desse contexto?
17:53Não há o que fazer.
17:55Eu, cada dia,
17:58tenho mais convicção
17:59de que a saída para isso
18:03é o resgate
18:05de uma quase normalidade
18:09que a gente já teve um dia
18:11através da anulação e da revisão
18:16de decisões que foram tomadas.
18:18Esse é o único caminho que eu vejo.
18:23Nós copiamos o modelo de Suprema Corte
18:27dos Estados Unidos.
18:28E agora o Estado brasileiro abre guerra
18:31com os Estados Unidos,
18:35porque os Estados Unidos, de alguma forma,
18:37está apontando para o Brasil e dizendo,
18:39olha, vocês não estão jogando
18:41o jogo republicano-democrático.
18:43Eu sei que muita gente fica irritadíssima
18:46por receber essa lição de moral
18:48dos Estados Unidos.
18:50Mas, quem nunca foi aos Estados Unidos
18:53não tem ideia de quanto essas instituições,
18:58esse sentimento de, realmente,
19:01de liberdade, de respeito à lei,
19:04vigora nos Estados Unidos.
19:06Isso está no DNA dos americanos.
19:09Eu me lembro de uma vez,
19:10um amigo querido
19:11que foi aos Estados Unidos
19:14pela primeira vez
19:15e cometeu um erro.
19:17Ele resolveu furar uma fila
19:19em São Francisco.
19:21Ele me disse,
19:22Roberto, eu nunca me senti
19:23tão envergonhado
19:25quanto naquela vez,
19:27porque a lição de moral
19:29que eu recebi dos americanos...
19:32Então, nos Estados Unidos é assim.
19:34Eu queria lembrar aqui,
19:35eu já falei sobre isso uma vez,
19:37por volta de 1800,
19:38aconteceu nos Estados Unidos
19:41um processo judicial.
19:43Um sujeito chamado
19:44William Marbury.
19:47Ele foi nomeado juiz
19:48pelo presidente John Adams.
19:51Mas ele não chegou a tomar posse
19:53e aí mudou o presidente,
19:55entrou Thomas Jefferson,
19:56que disse pra ele,
19:57olha, não vou nomear você, não.
19:59Ele falou,
20:00mas olha aqui,
20:00minha nomeação está pronta,
20:02eu tenho que assumir o cargo.
20:03Thomas Jefferson falou,
20:04não, não, não, não.
20:05O que é que o Marbury fez?
20:08Entrou com o processo
20:08da Suprema Corte americana.
20:11Aí a Suprema Corte
20:12analisou o caso
20:13e resolveu o seguinte.
20:16A Suprema Corte americana
20:17disse que o tal do Marbury
20:19tinha realmente
20:20direito
20:22ao cargo dele.
20:24Ele tinha sido nomeado,
20:25ele tinha o direito
20:26a assumir o cargo.
20:27Mas que a Suprema Corte
20:28não tinha poder
20:30de obrigar o executivo
20:32a fazer com que ele
20:34assumisse o cargo.
20:36Então ele tinha direito,
20:37mas a Suprema Corte
20:38não tinha esse poder.
20:40E pra chegar nessa decisão,
20:42a Suprema Corte americana
20:43anulou
20:44uma lei anterior
20:46que dizia que ela
20:47tinha esse poder.
20:49Porque ela olhou e falou,
20:50nós não temos esse poder.
20:52Vocês imaginam isso?
20:54Uma Suprema Corte
20:55dizendo
20:56que ela não tem
20:58o poder
20:59de realizar
21:00determinada coisa,
21:01porque aquilo era
21:02inconstitucional.
21:04E aí o que acontece?
21:06A Suprema Corte,
21:07quando ela abriu mão
21:08de forçar o executivo
21:09a nomear o juiz,
21:11ela abriu mão desse poder.
21:12Ela ganhou
21:13outro poder.
21:14Ela se consolidou
21:16como
21:17aquele poder
21:18que faz
21:19a revisão judicial
21:21das leis
21:22e dos atos
21:23do governo.
21:24Essa é a Suprema Corte
21:25americana.
21:26É isso que ela faz.
21:28Ela examina
21:29atos,
21:30leis
21:30e diz
21:31isso é constitucional
21:32ou não.
21:33Ela faz isso
21:34em um pequeno número
21:35de casos.
21:36Ela não julga
21:37ninguém.
21:38Ela não conduz
21:39nenhum inquérito.
21:40Ela não faz
21:41interrogatórios.
21:42Ela não faz
21:42nada disso.
21:44Agora,
21:45foi esse modelo
21:46que nós aqui no Brasil
21:47copiamos.
21:49Como é que a gente
21:49copia isso
21:51e acaba
21:52com uma realidade
21:53hoje
21:54tão distorcida,
21:56tão diferente
21:57do modelo original?
21:57Davila,
21:59você por diversas
22:00vezes,
22:01nas várias
22:01discussões que
22:02tivemos,
22:03você menciona
22:05o quão importante
22:06seria o início
22:07de um processo
22:08de autocontenção
22:09dos poderes.
22:10Mas assim,
22:11por ironia do destino,
22:12parece que nós
22:13estamos caminhando
22:14justamente pro lado
22:15oposto
22:15desse movimento
22:17de autocontenção.
22:18Parece que a competição
22:19é, vamos prejudicar
22:21ainda mais,
22:21vamos deixar a situação
22:22terrível.
22:23É curioso falar disso,
22:25mas queria que você
22:25me dissesse,
22:26quais são os apontamentos
22:27necessários pra gente
22:29mudar, pelo menos
22:31tentar
22:33atenuar
22:34uma crise
22:35que parece
22:35sem solução.
22:38Francamente,
22:38assim,
22:39é uma situação
22:39muito grave,
22:40eu também não imaginava
22:41que a gente fosse
22:42destacar e trazer
22:44essas notícias aqui,
22:45então eu queria que você
22:46jogasse luz
22:47sobre alternativas,
22:49caminhos possíveis.
22:50Periato,
22:53eu vou responder
22:53a sua pergunta
22:54pegando carona
22:55no ótimo exemplo
22:56que o Mota
22:57trouxe.
22:57O famoso caso
22:59Marbury vs.
23:00Madison,
23:00o negócio é o seguinte,
23:02não é o que está
23:04só na Constituição
23:05e como nós fizemos,
23:07copiamos parte
23:08da decisão
23:10como o Supremo Tribunal
23:12Federal
23:12deve atuar
23:13dos Estados Unidos.
23:15O problema
23:16é que nós não temos
23:17juízes
23:18como o John Marshall,
23:19que foi o chefe
23:21da Suprema Corte
23:22que decidiu
23:23esse caso,
23:24porque a Suprema Corte
23:26nos Estados Unidos
23:27ela é como ela é hoje
23:28por causa
23:29principalmente
23:31da atuação
23:32desse juiz.
23:33Interessante
23:33porque o John Marshall
23:34não era só
23:36um jurista notável,
23:37ele foi deputado,
23:39ele foi assistente
23:40na campanha
23:41da independência
23:42do George Washington,
23:43depois ele foi
23:44secretário
23:45de Estado americano,
23:46ele era político,
23:47era um político
23:48conhecimento jurídico,
23:49foi nomeado
23:50para a Suprema Corte
23:51e justamente
23:53por ter passado
23:54pela experiência política
23:55sabia exatamente
23:57qual era o papel
23:58constitucional
23:59da Suprema Corte
23:59e as suas decisões
24:01marcaram
24:03o papel
24:03da Suprema Corte.
24:04Então,
24:05não é necessariamente
24:06o que está
24:07no papel,
24:08é a atuação
24:10das pessoas
24:10naquele cargo
24:11que fazem
24:13com que o seu
24:14exemplo
24:14e as suas decisões
24:16criem procedentes
24:18na Suprema Corte
24:20e esses passam
24:22a ser seguidos
24:23pelos sucessores.
24:25O fato é que
24:25nós temos no Brasil
24:27é anti-John Marshall,
24:29nós temos pessoas
24:30que querem,
24:30ao invés de disputar
24:31eleição,
24:32tirar a toga e ir lá
24:33disputar eleição
24:33para o Congresso
24:34ou para o Senado,
24:35para o governo
24:36ou para o Presidente
24:36da República,
24:38querem atuar
24:39no cargo
24:40justamente
24:41de guardião
24:41da Constituição
24:42como se fossem políticos.
24:44Aí é que está
24:45a distorção
24:46total
24:47do papel.
24:48Então,
24:48assim,
24:49a autocontenção
24:50só existe
24:52se alguns
24:53poucos
24:54juristas
24:55da Suprema Corte
24:56essa ficha
24:57cair
24:58e falar,
24:58gente,
24:59vamos fazer aqui
24:59a coligação
25:01da autocontenção
25:02e temos algumas
25:03pessoas capazes
25:04de fazer isso.
25:06É o caso
25:06do ministro
25:08Fux,
25:09é o caso
25:10do ministro
25:10André Mendonça,
25:12é o caso
25:13do próprio
25:13Fachin,
25:14então nós temos
25:16um grupo
25:17que pode começar
25:19a liderar
25:20esse movimento
25:20e servir
25:22como um contrapeso
25:23a este afã
25:25de decisões
25:26políticas
25:27de ministros
25:28do Supremo
25:29Tribunal Federal,
25:29que não é
25:30o seu papel
25:31constitucional.
25:32Então,
25:33este exemplo
25:34precisa vir
25:35de dentro
25:36e se não
25:38vier de dentro
25:39da Suprema Corte,
25:40não há lei
25:41que vai mudar
25:42a atitude
25:43dessas pessoas.
25:44Então,
25:45eu entendo,
25:46hoje,
25:46primeira coisa,
25:47tirar
25:48o poder
25:49da Suprema Corte
25:51que não está
25:51na Constituição.
25:52Decisões monocráticas
25:53é uma delas,
25:55como uma decisão
25:55importante.
25:56Depois,
25:57a autocontenção
25:58dos juízes
25:59se espelharem
26:00nos grandes
26:01juristas
26:03que já passaram
26:04pela Suprema Corte
26:05e atuaram
26:06com esse papel
26:07de guardião
26:07da Constituição.
26:08Então,
26:09Caniato,
26:10infelizmente,
26:11essa crise
26:12só pode ser resolvida
26:14a partir
26:15desta autocontenção
26:16do Supremo,
26:17porque não há
26:18outro meio.
26:19E o que nós esperamos
26:20é que esta minoria
26:21que hoje
26:22defende
26:23decisão de colegiado,
26:24autocontenção
26:25da Suprema Corte,
26:26passa a dar voz.
26:27Eles precisam
26:28ter coragem
26:30para romper
26:31com o espírito
26:32corporativista
26:33que domina
26:35a Suprema Corte
26:36brasileira
26:37e começar
26:38a mostrar
26:38nas suas atitudes
26:39e nos seus votos
26:41um dar,
26:42um basta.
26:43Basta
26:44de atitudes
26:45políticas
26:46do Supremo Tribunal
26:47Federal.
26:48Precisa começar
26:49a dar
26:49por meio
26:50do voto
26:51justamente
26:51esse poder
26:53que somente
26:54a Suprema Corte
26:56pode fazer,
26:57que é
26:57fazer valer
26:58o que está
26:59na Constituição.
27:01Esta é
27:01a única
27:02atitude
27:03que pode evitar
27:04o Brasil
27:05ir ladeira
27:06abaixo
27:07no caminho
27:08que está
27:08sendo seguido
27:09hoje
27:10pelo Supremo
27:10Tribunal Federal.
27:12Achei curioso
27:12quando o Dávila
27:13fazia essa reflexão
27:14colocar na tarja
27:15fazendo a propaganda
27:16do programa dele
27:17na quinta.
27:18Vai receber
27:18Ives Gandra,
27:20grande jurista
27:21para tratar,
27:22claro,
27:22dos temas
27:23mais importantes
27:23aqui do Brasil,
27:25olhando especialmente
27:26para a justiça
27:27brasileira.
27:28Bem,
27:29deixa eu só
27:30chamar a atenção
27:31das pessoas
27:32que nos acompanham.
27:32Eu queria pedir
27:33para vocês participarem
27:34da enquete do dia
27:35jovempan.com.br
27:37o nosso portal
27:37de notícias
27:38e é uma informação,
27:40uma pergunta
27:41que tem tudo a ver
27:42com esse debate
27:42que a gente está fazendo.
27:44Você acredita que
27:45ao decidir
27:46que leis estrangeiras
27:47não produzem
27:48efeitos no Brasil,
27:50o ministro Flávio Dino
27:51teve o objetivo
27:52de,
27:53qual foi a real
27:54intenção dele?
27:55Dois caminhos
27:55para você votar,
27:56duas opções.
27:57Um,
27:58proteger ministros
27:59do STF
28:00e da Lei Magnits
28:00que a partir
28:01daquelas sanções
28:02que foram tomadas
28:03pelos Estados Unidos
28:04contra o ministro
28:04Moraes
28:05ou você acha
28:06que não tem nada
28:06a ver com os ministros
28:07que o objetivo
28:08é impedir
28:09que decisões judiciais
28:10estrangeiras
28:11se sobreponham
28:13às posições
28:14da justiça brasileira.
28:15Então,
28:15vou pedir,
28:15por favor,
28:16se tiver condição,
28:18entra no portal
28:19jovempan.com.br,
28:21barra de rolagem,
28:22desce um pouquinho,
28:23tem a logomarca
28:24de Os Pingos nos is
28:25e a pergunta,
28:26você entra lá
28:26e registra a sua opinião.
28:28Combinado?
28:28Eu,
28:29jovem…
28:29Eu já estou
28:29mais adivogando.
28:43Eu acho que
28:44eu vouко
28:44tirar o lugar
28:45onde já
28:45eu vou
28:46fazer música de
28:46trado.
28:47Eu vou
28:48achar
28:48uma criança
28:49que aprendesse
28:50e eu vou
28:51qualquer coisa
28:51foi
28:52que eu me
28:53escuto.
28:53Eu extrude
28:54fazer música.
28:55Eu digo
28:56e eu sou
28:57não venina,
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