Após a liquidação do Banco Master, Gisele de Assis, sócia-conselheira de meios de pagamento do ASBZ, explicou ao Fast Money os impactos no sistema financeiro, os riscos de governança e o possível resgate recorde de mais de 41 bilhões de reais pelo FGC.
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00:00Estou de volta ao vivo com Fast Money e após a liquidação do Banco Master, surgiram dúvidas, principalmente em relação a quem tinha dinheiro aplicado.
00:09Já se fala que o Master vai ser o maior resgate do fundo garantidor de crédito da história, que pode ultrapassar 41 bilhões de reais.
00:18A gente vai entender melhor os efeitos disso para o mercado de crédito, para a estabilidade do sistema financeiro.
00:24A conversa é com a sócia conselheira de meios de pagamento e atuação do Banco Central do ASBZ, a Gisele de Assis, que já está aqui conectada com a gente.
00:43Ô, Gisele, vamos lá, né? Assunto super quente e que vai gerando muitas dúvidas, muitas análises, muitos impactos, né?
00:51Então, o Banco Master teve a sua liquidação extrajudicial decretada ontem, né?
00:56Após um colapso financeiro, né?
00:58Que envolveu também a prisão do principal controlador, intervenção do Banco Central.
01:03Começa contando para a gente, né? Qual que é a dimensão disso e o que isso revela, esse caso revela sobre questões de governança e riscos do nosso sistema bancário?
01:13Natália, em termos de governança, o caso ele revela uma governança interna da instituição, uma falha crítica no processo de governança estrutural dessa instituição de controles de riscos.
01:34Então, a gente tem um conglomerado hoje que tinha uma estratégia de captação bastante agressiva de alto risco e aí isso traz um descasamento estrutural de prazos e de riscos aliados ali às irregularidades que estão sendo, neste momento, investigadas.
01:58Do lado do regulador, a gente vê um escalonamento nas medidas que foram adotadas em termos de governança.
02:07Então, num primeiro momento foi barrado ali o aporte pelo BRB, o Banco Central prosseguiu nas investigações até a gente chegar nesse segundo momento que culminou nessa liquidação.
02:22Então, em linha simples, as estratégias de defesa aqui, os mecanismos, as políticas de gerenciamento de risco, elas invariavelmente falharam e isso traz o cenário que a gente tem hoje.
02:41Certo. Felipe, sua pergunta para a Gisele agora.
02:43Oi, Gisele, boa tarde. Gisele, quando acontece um episódio como esse, sempre uma revolução, um terremoto no sistema financeiro e acabam tendo algumas mudanças.
02:58Você acha que esse caso, pelo tamanho do volume, da dívida e do impacto que ele vai ter no sistema financeiro, você acha que vai ter alguma mudança?
03:06Quer dizer, o BC vai mudar alguma das suas regras de governança a partir daí?
03:10Felipe, o BC já vem em um trabalho muito forte de alteração das regras de governança para instituições autorizadas de uma maneira geral e regras de governança e regras prudenciais.
03:27Essas regras, como elas têm um impacto muito grande na operação das instituições, elas precisam ser aplicadas de forma escalonada,
03:36escalonada, apesar do BCT ter, diante já de alguns episódios, adiantada a entrada em vigor de alguma delas.
03:45Mas eu acredito, sim, que no caso do Banco Master, também vai fazer com que o Banco Central olhe não apenas para instituições de pagamento,
03:55instituições menores, mas também para instituições financeiras e aprimoriam os mecanismos de governança e supervisão dessas instituições.
04:03Gisele, a gente agora há pouco ouviu aqui uma entrevista de ontem que o Fábio Turci, meu colega do Radar, fez com um financista
04:14dizendo que considera que o Banco Central demorou, que poderia ter agido com mais agilidade.
04:19Por outro lado, tem gente que classifica a ação como rápida.
04:23Eu queria saber da sua análise, da sua percepção sobre o timing das coisas até aqui e do que você espera daqui para frente.
04:29Natália, é difícil dizer o timing do Banco Central, sendo muito sincera.
04:39O Banco Central tem uma atuação muito próxima dessas instituições e à medida que a gente enxerga hoje
04:48que há de liquidação dessa instituição, ela é a medida mais radical que a gente tem dentro do sistema financeiro.
04:54E, de fato, até aqui o Banco Central tinha uma postura de tentar ao máximo preservar essas instituições.
05:03Então, o Banco Central tem uma postura muito próxima das instituições, ele conversa muito de perto com as instituições no dia a dia
05:11para entender os mecanismos, para entender o que está sendo feito, para entender essa melhora,
05:18tudo para evitar exatamente o cenário que a gente tem hoje.
05:21O caso do Banco Master, ele revela outras nuances que não é só uma crise de liquidez.
05:27A gente tem aí sérios indícios de fraude e de infração ao sistema financeiro.
05:35É difícil precisar se o Banco Central tinha como ter visão desses indícios em um tempo menor
05:42e adotar as medidas em um tempo menor.
05:44A gente está vendo que é uma ação conjunta, Banco Central, Ministério Público, Polícia Federal.
05:54Então, de fato, é difícil precisar em relação a tempo.
05:58Certo. Obrigada.
05:59Gisele, eu queria saber também a sua opinião sobre as ligações políticas que o Banco tinha.
06:05Claro que a investigação ainda vai revelar quais são todos esses nomes e as conexões entre eles,
06:10mas você acha que essa eventual demora do Banco Central pode ter um pouco de pressão desse envolvimento também com meios políticos?
06:18Também tem essa questão no sistema financeiro? É possível?
06:21Felipe, o Banco Central vem brigando muito pela sua autonomia justamente para questões políticas
06:31não interferirem no aspecto prudencial e nas decisões do Banco Central como um todo.
06:41Então, isso é algo que o Banco Central, ele de forma contundente, bate nessa tecla
06:48e na importância dessa autonomia, que é algo que a gente vem sendo construído a nível global,
06:56não é um pleito só do Banco Central do Brasil.
07:00Mas nesse momento é muito importante separar as questões políticas das questões administrativas,
07:08das questões de risco, para que o Banco Central, de fato, consiga agir da forma como ele está agindo nesse momento.
07:17E, Gisele, bom, para a gente finalizar, já se fala que esse vai ser o maior resgate do FGC da história,
07:27podendo ultrapassar 41 bilhões de reais.
07:30Qual que é o significado disso e qual que pode ser o impacto disso?
07:34De fato, dos números que foram levantados até o momento, esse é o maior resgate,
07:45esse tem tudo para ser o maior resgate do FGC.
07:49Hoje o FGC tem capacidade para cobrir isso, mas, ao que tudo indica,
07:56algumas regras das contribuições do FGC vão ser revistas.
08:01É possível que exista a necessidade de aporte adicional das instituições ao FGC
08:08para cobrir hoje essa garantia que o FGC vai precisar aportar.
08:17Tá certo.
08:17Gisele de Assis, sócia-conselheira de meios de pagamento e atuação do Banco Central do ASBZ,
08:23muito obrigada pela entrevista.
08:24Boa tarde para você.
08:25Boa tarde, obrigada Felipe, boa tarde para vocês, um bom trabalho.
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