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O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café, Pavel Cardoso, afirmou que o setor ainda tenta negociar a isenção da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Ele destacou a relevância econômica do café brasileiro e a articulação diplomática liderada por Geraldo Alckmin.

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00:00Money Times de volta e vamos falar agora do café, que é um dos produtos afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos para o Brasil.
00:09O produto representa aproximadamente, o produto brasileiro, 34% do mercado cafeiro norte-americano e 76% dos americanos são consumidores da bebida.
00:21Não é pouca coisa não.
00:22Com o prazo de início para as tarifas entrarem em vigor em 6 de agosto, a Associação Brasileira da Indústria do Café ainda vê a possibilidade de conseguir colocar o item na lista de isenção da tarifa, corrigindo aqui 7 de agosto, é a data, contando a partir da carta da última divulgação, da oficialização por Donald Trump.
00:41O presidente da ABIC, Pavel Cardoso, está aqui ao vivo participando do Money Times para comentar sobre como é que o setor está trabalhando, atuando, se preparando para tudo isso.
00:51Tudo bem, Pavel, boa tarde. Seja muito bem-vindo ao Money Times.
00:55Boa tarde, Natália, Felipe. Satisfação estar aqui mais uma vez com vocês.
00:59E, Pavel, conta para a gente como é que tem sido esses últimos dias para vocês, quando saiu aquele documento de Donald Trump.
01:07Vocês receberam com surpresa o fato de não ter encontrado café ali naquela lista de exceções, já estavam preparados para isso. Como é que foi para o setor?
01:17Natália, a cadeia do café é bem mais complexa. A gente sabe que há grandes números que substanciam a relação entre os dois países.
01:28Café é uma das principais pautas dessas negociações bilaterais Brasil-Estados Unidos há mais de 200 anos.
01:34No dia 29, quando o secretário de comércio, Howard Lutnick, sinalizou que o café teria, assim como outros produtos, quando não produzido por eles nos Estados Unidos a tarifa zerada,
01:46o setor entendeu que é nada mais andamento do que natural.
01:50E a gente recebeu a lista das excludências, a lista das exceções, não incluindo o café.
01:56E a interpretação do setor é exatamente pela delicadeza que o café tem e a complexidade da cadeia.
02:03Os números, parte dele você já citou aí, mas eles são grandes números de forma impressionante.
02:08O Brasil, para cada dólar exportado de café para os Estados Unidos, outros 43 dólares são movimentados na economia americana,
02:16formando uma receita total no ecossistema café daquele país, da ordem de 343 bilhões,
02:21empregando 2 milhões e 200 mil pessoas, uma folha de pagamento estimada em 100 milhões de dólares,
02:27impostos recolhidos da ordem de 40 milhões de dólares.
02:30E tudo isso representa 1,2% do PIB dos Estados Unidos.
02:34Mas é evidente que para o Brasil, na visão dos americanos, o café tem grande relevância.
02:42Afinal, nós somos 40% do café do planeta.
02:45O maior produtor, o segundo maior consumidor dos Estados Unidos, são o maior consumidor de café.
02:50E essa complexidade traz a todo o setor uma união maior ainda, para que essas negociações hajam visto esses grandes números
02:59e a importância deles para os PIBs de cada um dos países.
03:02Café aqui no Brasil representa para o nosso PIB 0,86% do nosso PIB, para os Estados Unidos 1,2%.
03:08Desenvolvam negociações mais intensas, não apenas no setor produtivo,
03:13e todos nós aqui reunidos, entidades do café, do setor produtivo do lado de cá,
03:18as nossas contraspartes lá nos Estados Unidos, que também fazem as suas tratativas junto ao governo Donald Trump,
03:23mas também todo o setor organizado em consonância com a diplomacia brasileira.
03:29E aqui eu ressalto que o setor se sente acolhido pelo vice-presidente-geral do Alckmin,
03:33que liderou essa aproximação e essa provocação para que nós tenhamos também o apoio dos empresários americanos
03:39envolvidos do café e as lideranças que por lá travam as suas batalhas, eu diria, positivas,
03:47muito sensíveis, cheias de detalhes, mas esperamos todos nós, será bem sucedido
03:53e o café terá logo mais a isenção nessa lista de excludentes do governo americano.
03:58Então ainda há esperança e vocês estão trabalhando por isso, por um acordo,
04:02mas nesse prazo, antes do dia 7 de agosto, ou você acha que isso pode acabar levando mais tempo?
04:09Natália, sabendo como é que funciona exatamente a publicação dessas relações comerciais,
04:19qualquer movimentação pode acontecer a qualquer momento.
04:22O café, ele trava batalhas, eu diria, positivas, bastante intensas.
04:30Essas reuniões, novamente, elas são delicadas, elas são sensíveis,
04:34mas o nosso sentimento é que o resultado pode acontecer a qualquer momento.
04:38E esse sentimento, ele é acompanhado pelo entendimento do setor da representação que o café tem.
04:45Eu gosto sempre de mencionar, Natália, Felipe, da importância que o café tem,
04:49não apenas do ambiente econômico, por esses grandes números que a gente aqui mencionou,
04:53mas ele também, ele é histórico, ele é cultural.
04:56O café nos Estados Unidos, ele é consumido desde o século XVIII, talvez antes disso,
05:00mas uma data marcante que a gente encontra aqui para ilustrar de maneira, eu diria,
05:06épica da relação americana com o café, em que pese não plantarem café,
05:12desde o Boston Tea Party, lá em 1773, quando os americanos elegeram o café como a sua principal bebida.
05:19E olha, Natália, curiosamente, naquele momento, exatamente pela coroa britânica ter sobretaxado os Estados Unidos,
05:25ali eles elegeram o chá, o café, abandonando o chá, que é característica como a bebida britânica.
05:32E a partir daí, essa conexão dos americanos com o café se deu de maneira vigorosa,
05:36fazendo com que o país que não planta café tenha um consumo tão virtuoso, tão vigoroso,
05:42como atualmente os Estados Unidos são o maior consumidor de café do mundo.
05:47Certo. Felipe, sua pergunta.
05:49Pavel, boa tarde para você.
05:50Pavel, tem uma característica do café brasileiro, principalmente do arábica, que vai para os Estados Unidos,
05:57que é muito diferente, por exemplo, do robusta, produzido pelo Vietnã.
06:00O Brasil é o maior produtor de arábica, quer dizer, a Colômbia também produz,
06:04mas não tem condições de exportar na mesma quantidade que o Brasil.
06:07Essa dependência do mercado americano dá um pouco de munição extra para os produtores brasileiros
06:12para negociar essa isenção?
06:13Quer dizer, os Estados Unidos não têm onde comprar o café arábica,
06:17que faz parte já do blend que eles gostam tanto?
06:20Absolutamente, Felipe.
06:23Seus argumentos encontram consonância com a realidade dos fatos,
06:26sabendo que na proporção do volume total consumido pelos Estados Unidos,
06:29que foi o ano passado 24 milhões de sacas,
06:328,1 milhões desse total de sacas vieram do Brasil,
06:36e a complexidade que envolve o mundo do café,
06:38ela tem uma variação sensorial que traz uma complexidade adicional ao produto final
06:47que cada empresa tem nos posicionamentos dos seus produtos,
06:51e retirar um produto como o brasileiro, que é o único no mundo,
06:55não apenas pela especificidade dos nossos arábicos,
06:58mas pela quantidade, é uma tarefa muito difícil para o país norte-americano encontrar.
07:04O Brasil, além de ser o maior produtor mundial de café, Felipe,
07:08nós somos de longe o maior produtor de arábica e o segundo o maior produtor de robusta.
07:14O primeiro produtor de robusta é o Vietnã,
07:16e o Brasil já dá sinais de que nos próximos anos ultrapassará o Vietnã também como o maior produtor de robusta.
07:22Então, a referência do Brasil como o país do café dá uma energia adicional,
07:28dá uma atenção adicional nessas negociações que agora o setor produtivo,
07:33junto com a diplomacia brasileira, tem para negociar com o lado americano.
07:38E, Pavel, nessa negociação, você aposta mais fortemente na via diplomática,
07:44em articulação política, numa pressão interna do lado de lá,
07:47de grandes empresas importadoras também americanas,
07:50e no entendimento de vocês, por que o café ficou de fora da lista de exceções?
07:54O nosso sentimento é que a importância do café para toda a cadeia,
08:00não apenas para os Estados Unidos, mas também para o Brasil,
08:03e, como a gente mencionou, a complexidade que envolve a cadeia café,
08:07a forma como está organizado o segmento, o ecossistema café,
08:11muito possivelmente tenha sido colocado como um produto a ser trabalhado
08:19de uma maneira pormenorizada, com mais atenção pelo governo americano.
08:24Ou, talvez, muito possivelmente, pela própria conexão que os dois países têm,
08:29e, talvez, trazer o café à mesa para, eventualmente,
08:33barganhar com algum outro setor que os Estados Unidos precisem mais
08:36em relação ao Brasil.
08:38Mas, essa primeira pergunta sua, o sentimento de todos é de união conjunta,
08:44não apenas do lado do Brasil, setor produtivo, diplomacia brasileira,
08:47e, aqui, a gente menciona novamente o fato do setor estar muito bem acolhido
08:53com a liderança do vice-presidente-geral do Alckmin,
08:55mas também do ponto de vista de negociação.
08:57E, aqui, a gente destaca o papel importante que a Apex,
09:00na pessoa do presidente Jorge Viana, tem na liderança das exportações brasileiras
09:04e representar o Brasil como agência que promove os países,
09:07os produtos brasileiros na exportação.
09:09E, lógico, a mobilização que todos nós fazemos para as empresas americanas,
09:15que serão as principais afetadas, e as lideranças que, por lá, também,
09:20fazem as suas reuniões, as suas conexões com o governo americano,
09:23tudo muito centralizado, é verdade, ali na presença do presidente norte-americano,
09:27Donald Trump.
09:28Mas, nós temos a vívida clareza de que o café, por esses grandes números
09:35que a gente aqui colocou, terá uma atenção especial,
09:38não apenas pelo interesse brasileiro, mas também pela importância que tem
09:44no mercado americano.
09:46Tá certo.
09:47Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café,
09:51muitíssimo obrigada pela participação ao vivo.
09:53Então, tendo qualquer novidade, por favor, volta aqui para contar para a gente, tá bom?
09:57Bom trabalho por aí.
09:58Natália, Felipe, é sempre uma satisfação estar aqui com vocês.
10:00Uma boa tarde para vocês e todos que nos assistem.
10:03Bom trabalho aí, sucesso.
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