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A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre o café brasileiro reacendeu preocupações no setor exportador. O produto ficou fora da lista de mais de 700 categorias isentas do novo tarifário, anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Em entrevista ao Real Time, do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, afirmou que as negociações continuam. “Ela [a taxação] não está definitiva em 50%. Ela não foi beneficiada no momento, mas a negociação não se esgotou”, disse.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Estamos de volta com o Real Time Meio Dia e 25 para falar do café que não escapou do tarifácio.
00:12O presidente Donald Trump confirmou a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil
00:18e deixou de fora 700 categorias, mas o café vai ser taxado.
00:23Um terço das exportações, ou seja, 8 milhões de sacas, vão custar muito mais para os importadores norte-americanos.
00:31A partir de agora, o setor vê risco de queda nas exportações e busca novos mercados, novos players.
00:38Sobre isso, eu converso agora com o presidente do Secafé, o Conselho de Exportadores de Café do Brasil, o Márcio Ferreira.
00:46Oi, Márcio, muito bom dia para você.
00:48Bom falar contigo novamente e queria com uma boa notícia, né?
00:52Márcio, frustrou um pouquinho, depois que a gente viu o Howard Lutnik falando do café,
00:57que poderia ter aí uma taxação zero, essa medida aí de Trump, o anúncio de Trump, frustrou um pouquinho o setor?
01:06Seja bem-vindo aqui ao Real Time.
01:09Eric, bom dia, prazer estar falando com vocês novamente, né?
01:13Na verdade, a gente tinha uma expectativa, eu te diria que era da ordem ali de meia-meia, 50 e 50.
01:20Mas eu vou te explicar por quê.
01:23No caso do café, quando você olha a fala do Howard Lutnik, ele cita que antes de uma isenção,
01:32isso não só para o café, mas tem produtos que não são produzidos lá,
01:35antes de uma isenção ele viria, no caso do café, por exemplo, um big deal.
01:39O que a gente chama de big deal?
01:40É que o café, ele é, como você colocou aí, 33, 35% do café que o consumo dos Estados Unidos é brasileiro.
01:47Mas você tem também consumo de outras origens, que estão tarifadas.
01:5120% do Vietnã, 16% ou 19% Indonésia, 10% Colômbia.
01:57E a negociação do café não se esgotou, ela não está definitiva em 50%.
02:05Ela não foi beneficiada no momento.
02:07A gente segue negociando, trabalhando lá fora para diminuir.
02:11E isso parte da premissa de que se busca uma unicidade para a tarifa em relação aos países produtores.
02:19Isso é uma ideia que a gente tem nas conversas que a gente tem tido lá.
02:23Ou seja, se você atribui para o Brasil zero de tarifa, como aconteceu, por exemplo, no suco laranja,
02:29e o Brasil representa 33%, mas você está tarifando os demais países,
02:33Colômbia, por exemplo, e outros,
02:35numa tarifa de 20% que vai até 26%, às vezes 10% a 25%,
02:41você, de certa forma, não está favorecendo com equidade.
02:45Obviamente que para a gente o ideal seria essa novela ter encerrado
02:50e a gente está com 0%, mas eu volto a dizer, não é o final de tudo.
02:56E com os 50% hoje, você pergunta, Márcio, está tendo demanda?
03:00A demanda já não está tendo, a gente já conversou sobre isso, por outros fatores.
03:04Os Estados Unidos ontem, inclusive, logo depois de anunciar os 50%,
03:08voltei a falar com os principais torradores, Márcio, para a gente não muda do ponto de vista
03:14que a gente não pode abrir mão de café do Brasil, isso você sabe, então é um ponto pacífico.
03:19Agora, obviamente, que nem o importador lá fora, e principalmente o consumidor,
03:23quer engolir uma tarifa de 50%.
03:25E o Brasil sabe que se ele ficar tarifado de 50% e outros em valores menores,
03:31você pode ter uma prática que é comum,
03:34eventualmente um país ser mais presente no mercado americano
03:38e, obviamente, abrir espaço para o Brasil, em termos de Europa, na própria Ásia, por exemplo,
03:43porque a produção mundial está muito alinhada com o consumo.
03:47Então, é esse o contexto geral.
03:49Mas nós teremos novos passos nessa negociação,
03:54esperamos que seja no próximo dia, porque eles transferiram no dia 1º
03:57e nos deram mais seis dias aí pela frente.
04:00Então, nós continuamos na luta.
04:02Marcio, mas assim, né, a gente exporta 35%
04:06ou a representatividade é 35% do café brasileiro no mercado norte-americano.
04:11Mas não é só questão de tarifa, preço.
04:13Existe muito da qualidade, do paladar, né?
04:15O norte-americano, a gente sabe que gosta muito do café brasileiro.
04:20A curto prazo pode ter um impacto aqui, mas a média e longo prazo,
04:23quem tem mais a perder são os Estados Unidos ou o Brasil?
04:28Não, com certeza, o consumo mundial, ele segue numa crescente.
04:33Então, o país consumidor que abdica de Brasil eventualmente,
04:37ou que aplica uma tarifa não alinhada com os demais para o Brasil,
04:41ele tem mais a perder.
04:43E as qualidades, as peculiaridades do café brasileiro,
04:46eles são indispensáveis para o consumidor.
04:49Por isso eu digo que é uma construção de diálogo que vai se estender mais
04:52e realmente depende muito da boa vontade ali por parte do presidente
04:57e, obviamente, da necessidade da população de ter um produto
05:02tão agradável que não desça um amargo terrível em função de tarifa, né?
05:07É, ô Marcio, o próprio importador ou o consumidor nos Estados Unidos
05:13pode ajudar a pressionar o governo norte-americano para isso?
05:16Porque a gente viu na questão da Embraer e também do suco de laranja
05:20que a pressão que foi feita lá também ajudou, né?
05:25Porque ia complicar muito a situação, inclusive dos norte-americanos,
05:29em relação ao suco de laranja, por exemplo,
05:31que acabou ficando fora dessa taxação de 50%.
05:33Vocês contam também com essa ajuda, com essa pressão interna também
05:38para minimizar o impacto ou minimizar essa tarifa de 50% ao café?
05:44Sim, esse trabalho existe, a gente conta com ele.
05:47Inclusive, a gente tem, eventualmente, algum ajuste de rumo
05:50que a gente consegue identificar no sentido de ser mais pragmático
05:54e alcançar os nossos objetivos.
05:56O setor privado está muito alinhado e, obviamente, a gente sabe
05:59que existem outras questões aí em relação aos países, né?
06:02Que não estão nas nossas mãos, né?
06:05Mas o setor privado está muito alinhado e a gente entende...
06:08Em conversa ontem, inclusive, com a NCA, que é a Associação Americana,
06:12com pares dos mais importantes, do mercado americano,
06:16está entre os dois mais importantes, no sentido de que, Márcio,
06:20a toalha não está, não pelo contrário, o jogo continua,
06:22a gente está trabalhando e a gente espera realmente ter uma solução
06:25muito mais palatável do que o que está aí na mesa.
06:28Porque quem fica com o prejuízo maior é, obviamente, o consumidor.
06:34É lá fora.
06:35Hoje, por exemplo, que anunciaram as tarifas,
06:36a Bolsa de Nova Iorque deu uma pancada para cima,
06:39porque, obviamente, se eu tenho que vender café
06:42e o café tem uma tarifa para o meu cliente,
06:44o meu preço tem que ser mais alto para incluir uma tarifa.
06:47Então, é inflacionário diretamente para o consumidor,
06:49prejudica um pouco a gente na relação de paridade com nossos concorrentes.
06:53Mas acho que o ponto básico é, não existe almoço de graça
06:58e não existe como substituir café brasileiro,
07:02uma vez que a produção mundial não tem excedente.
07:05Isso é ponto pacífico.
07:08Maravilha.
07:08Márcio Ferreira, queria agradecer muito a sua participação novamente
07:12aqui no Real Time.
07:13E, olha, tendo alguma novidade em relação à negociação do setor de café,
07:18você volta para dar boa notícia também,
07:20que é sempre importante para a gente aqui no Real Time.
07:24Tá bom, Márcio?
07:24Obrigado mais uma vez pela sua participação.
07:27Queremos sim e agradeço aí pelo espaço,
07:29que é muito importante para a nossa cafeicultura.
07:31Obrigado, um abraço.
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