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Com a tarifa de 50% prestes a entrar em vigor, Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, explicou como a medida impacta toda a cadeia do café brasileiro e a indústria americana. Brasil exporta 8 milhões de sacas aos EUA, que consomem 24 milhões por ano.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Os norte-americanos são os maiores consumidores de café do mundo e o Brasil é o maior produtor de café do planeta.
00:07Um terço do café consumido nos Estados Unidos é brasileiro.
00:11Com a tarifa de 50% que está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, o setor no Brasil vai ser muito impactado.
00:19A gente vai entender esse cenário agora com o Eduardo Heron, que é diretor técnico do C-Café.
00:25Oi Eduardo, boa tarde, seja bem-vindo ao Money Times.
00:27Olá Paula, boa tarde a todos.
00:30Boa tarde, obrigada pela sua participação.
00:33Eduardo, a gente sabe da importância do mercado americano para o setor cafeiro no Brasil.
00:38Se essas tarifas de fato se concretizarem sem nenhum acordo, dá para a gente dimensionar o tamanho do impacto?
00:47Bom, primeiro Paula, é importante destacar que os impactos são verificados não somente no Brasil, mas também nos Estados Unidos.
00:55E por uma única razão, cerca de 76% dos americanos consomem café hoje nos Estados Unidos.
01:02E o Brasil tem 32% desse mercado.
01:05Portanto, o primeiro impacto que a gente já observa na economia americana é que o Brasil, comparado ao volume exportado do ano passado de 8 milhões de saques,
01:16quem manteria essa grande indústria americana abastecida.
01:21Esse é o primeiro ponto.
01:22Do ponto de vista do Brasil, não há dúvida que nós também estaríamos aí perdendo o mercado para o nosso grande consumidor.
01:30Estados Unidos hoje é o maior consumidor mundial de café, com pouco mais de 24 milhões de sacas consumidas anualmente.
01:36O Brasil teve um crescimento no ano passado de 32% nos embarques de café para os Estados Unidos,
01:43alcançando a marca histórica de 1,100 milhões de sacas.
01:46Então, realmente, é um grande mercado para o Brasil, que certamente trará impacto para a nossa cafeicultura.
01:52Porque o ano passado, Paula, só fazendo aqui um destaque importante,
01:57no ano que o Brasil cresceu, as suas exportações alcançou o volume récord de 50,5 milhões de sacas,
02:04os Estados Unidos cresceram 34% das nossas compras.
02:07Então, é sem dúvida um mercado muito importante para o Brasil.
02:11Assim como o Brasil é importante para os Estados Unidos,
02:13os Estados Unidos também é importante para o Brasil no que tange o comércio de café.
02:19Felipe, sua pergunta.
02:21Eduardo, boa tarde.
02:22Eduardo, a gente tem visto o governo brasileiro,
02:24se reuniu com o pessoal do agro ontem, com grandes produtores,
02:28e está tentando unir ali toda a parte privada e também a parte pública brasileira
02:36para tentar negociar com os Estados Unidos.
02:38Como é que você está vendo essa estratégia de negociação?
02:40O Brasil faz certo em tentar negociar antes de aplicar, por exemplo, a lei da reciprocidade?
02:45Bom, considerando os impactos econômicos que você terá nos dois países,
02:50o mais importante é focar no aspecto econômico.
02:55Eu acho que o diálogo tem que ser uma condição importante hoje para que a gente consiga uma breve solução.
03:01Nós aqui reconhecemos que há diversas iniciativas importantes,
03:05tanto do governo federal quanto do governo estadual de São Paulo,
03:09com o objetivo justamente de mitigar os riscos com esse grande mercado consumidor de café.
03:13Então, o que nós estamos aqui na expectativa e bem otimista
03:18é de que haja uma resolução diplomática para que esses entraves saiam,
03:22para que nós tenhamos a condição de garantir o abastecimento desse grande mercado importante para o Brasil,
03:28que são os Estados Unidos.
03:30E nós temos aqui verificado grandes esforços da autoridade pública
03:35para que realmente isso se chegue a um denominador comum
03:39e consigamos sair da melhor forma e manter esse mercado como grande comprador de café do Brasil.
03:45Eduardo, para cada um dólar gasto com a importação do café,
03:48são gerados 43 dólares na economia.
03:51E é um produto que não é cultivado em escala nos Estados Unidos.
03:54Você acredita que, de repente, justificaria a inserção do café numa lista de exceções?
04:00Olha, essa tem sido uma frente de trabalho das instituições americanas,
04:06com as representações também públicas aqui no Brasil,
04:09porque é realmente um caminho que nós entendemos ser,
04:12que suaviza esse impacto da tarifa de 50%
04:15para um produto que não existe hoje nos Estados Unidos,
04:18que é o café brasileiro.
04:20Como nós temos anunciado aqui como C-Café,
04:22o café brasileiro é brand hoje nos Estados Unidos,
04:25por conta da sua doçura e do seu corpo,
04:28que faz realmente o café brasileiro ser atrativo e bem consumido nos Estados Unidos.
04:33Então, você tem um impacto muito grande para o grande consumidor.
04:36Uma indústria hoje que gera pouco mais de 2,2 milhões de empregos,
04:42343 bilhões na economia por conta desse consumo de café nos Estados Unidos,
04:48sem dúvida.
04:48Há um impacto importante econômico
04:51da qual nós precisamos buscar, por meio do diálogo,
04:55encontrar esses caminhos e, por que não,
04:57colocar o café dentro desses produtos inexistentes nos Estados Unidos,
05:01produtos naturais,
05:02para que a gente aí não tenha esse impacto
05:04no comércio de café entre os dois países.
05:07Quer acrescentar, Felipe?
05:09Sim, Eduardo.
05:10A gente viu aquele logo no início da guerra tarifária, vamos dizer assim,
05:15onde o Donald Trump aplicou aquela alíquota de 10%.
05:18A gente até ficou um pouco feliz, porque achou que era baixa e tudo mais.
05:23Agora, 50%.
05:24Qual é o número que seria um número...
05:27Não vou dizer ideal, porque o ideal seria zero, claro.
05:30Mas qual é o número que seria aceitável pelos produtores de café
05:33em termos de alíquota?
05:34Quer dizer, existe um número até 20%?
05:36Seria possível?
05:37A partir daí, seria inviável?
05:38Existe esse número mágico aí que vocês estão trabalhando?
05:41Olha, nós entendemos que o percentual
05:46seria aquele que garantisse a competitividade
05:48de igual com os nossos concorrentes.
05:51Nós temos hoje Brasil e Colômbia.
05:54Somente os dois países têm no mercado americano
05:56cerca de 50% do mercado de café.
05:5932% Brasil, outros 20% Colômbia.
06:05Se nós temos hoje esses dois grandes países
06:07fornecedores de café competindo de forma igual,
06:10nós já ficamos satisfeitos
06:13por conta do aspecto concorrencial igualitário.
06:16Claro, nós sempre vamos buscar a isenção total,
06:20principalmente porque hoje o Brasil
06:21tem os Estados Unidos como seu maior comprador,
06:24grande volume,
06:25registrando aqui no ano passado o seu volume recorde.
06:29Mas nós entendemos realmente que o ideal seria,
06:32pelo menos nós termos a igualdade competitiva
06:34com os nossos concorrentes,
06:35principalmente para que o Brasil continue aí
06:38tendo condições adequadas
06:39de poder fornecer esse café de forma competitiva,
06:42para que não haja aí prejuízos
06:44com desvalorização de preços no mercado interno.
06:47Eduardo, a gente tem falado muito, né?
06:49Inclusive você reiterou aqui na sua primeira resposta,
06:52não só os problemas, os impactos para o consumidor,
06:56os impactos para os produtores,
06:57mas a gente não pode deixar de lembrar também
06:59nos impactos para os empresários
07:03que atuam com o café lá nos Estados Unidos, né?
07:06Essa situação toda do tarifácio
07:07tem deixado eles em estado de atenção,
07:10porque mexe com toda a cadeia, não?
07:13Sem dúvida, Paula.
07:14Quando nós analisamos os últimos anos
07:15de exportação de café do Brasil para os Estados Unidos,
07:18nós temos aí uma média de mais de 125 empresas brasileiras
07:22que exportam café para os Estados Unidos.
07:25Então você já tem o primeiro impacto
07:27nesse comércio que é realmente pujante
07:29entre os dois países.
07:30O outro ponto que a gente gosta de destacar
07:33é que para cada container embarcado,
07:36Paula, você pode ter em média
07:38de 50 a 100 produtores para compor um blend de café
07:42em um container.
07:43Então você imagina o efeito que você tem social
07:46e econômico em toda a cadeia,
07:49porque nós falamos aqui de empresas
07:50que perdem competitividade,
07:53do país que perde competitividade,
07:56market share,
07:57mas também de produtores
07:58que fazem um café de qualidade,
08:01de sustentabilidade para atender
08:02esse mercado americano,
08:04que serão prejudicados
08:05e gerando também problemas sociais no Brasil.
08:07Então, sem dúvida,
08:09o impacto ocorre em toda a cadeia.
08:14Eduardo, vamos torcer, claro,
08:16para que isso seja resolvido logo
08:17e que voltem as relações,
08:19volte o mundo a ser normal
08:20como era antes do Donald Trump
08:22aplicar e iniciar essa guerra tarifária.
08:24Mas vamos supor que essa tarifa continua,
08:27enfim, que o Brasil não consiga negociar.
08:29Existe algum plano B
08:30para os produtores de café brasileiros,
08:31ou seja, tentar redirecionar
08:34essa produção para países como a China,
08:37por exemplo,
08:37aumentar a produção na China.
08:39Eu sei que tem um acordo muito grande
08:40com aquela rede de cafés
08:41Luckin Coffee,
08:42que está crescendo no mundo inteiro,
08:43principalmente no sul da Ásia.
08:45Existe ou redirecionar essa produção
08:47até para o próprio mercado interno,
08:49variando, claro,
08:50que um pouco do preço.
08:51Quer dizer, existe algum plano B
08:52para os produtores de café brasileiros?
08:55Olha, na verdade,
08:57nós vemos os esforços federais
08:59de ampliar mercados,
09:01mas a conquista de novos mercados
09:03é um processo que demanda tempo,
09:05investimento.
09:07Você não se conquista mercado
09:08simplesmente a partir de dois, três meses.
09:12Isso realmente são cenários bem desafiadores.
09:15O ano passado, por exemplo,
09:16até para ilustrar os desafios
09:18que nós temos hoje no comércio mundial,
09:20até mesmo de ampliar volumes,
09:23de 2022 para 2023,
09:25a China cresceu 270
09:27às compras de café do Brasil.
09:28de 2023 para 2024,
09:31caiu 35%
09:32no ano em que o Brasil
09:33teve a sua exportação recorde.
09:35Esse ano,
09:36China vem apresentando aí
09:38uma pequena redução de 1%,
09:40de janeiro a junho,
09:42mas é um mercado realmente promissor.
09:43Então, é um mercado a ser explorado,
09:45mas é um mercado
09:46que não se consegue transferir.
09:48Oito milhões de sacas,
09:50que são destinados atualmente
09:51para os Estados Unidos,
09:52está a expectativa
09:53de que esse volume
09:54seja absorvido por um único país,
09:56que demanda tempo,
09:58demanda investimento,
09:59demanda promoção do café brasileiro.
10:02Então, isso não é uma missão tão fácil.
10:04Eu acho que o desafio
10:05de você continuar
10:07buscando os novos mercados,
10:09abrir novos volumes,
10:10isso é saudável
10:11para todo o agronegócio brasileiro.
10:13Mas o que a gente gosta
10:14de enfatizar,
10:15nos Estados Unidos,
10:16sendo esse tamanho de mercado
10:18de 24 milhões de sacas,
10:20que cresceu ano passado 34%,
10:22nós realmente acreditamos
10:24que a diplomacia brasileira,
10:26que sempre se mostrou
10:27historicamente muito competente,
10:30irá encontrar uma saída
10:31para que o Brasil
10:32não perca esse grande mercado
10:34que é o mercado americano
10:35para o café brasileiro.
10:37Muito obrigada,
10:38viu, Eduardo Heron,
10:39diretor técnico do Secafé,
10:41por todos esses esclarecimentos
10:42desse assunto tão em evidência
10:45hoje em dia aqui no Brasil
10:46e também lá fora.
10:48Boa tarde para você
10:49e boa semana.
10:51Boa tarde, obrigado a todos.
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