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A Alemanha superou os Estados Unidos e se tornou o maior comprador do café brasileiro em agosto, segundo o Cecafé. Em entrevista ao Real Time, o pesquisador do FGV Agro, Felippe Serigati, analisou os impactos do tarifaço americano e as mudanças no comércio exterior.

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Transcrição
00:00A Alemanha ultrapassou os Estados Unidos e se tornou em agosto o maior comprador do café brasileiro.
00:13Isso de acordo com o Ccafé, que é o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
00:18É mais um reflexo do tarifaço americano.
00:21E sobre essa movimentação no comércio exterior brasileiro,
00:24nós vamos falar agora com o Felipe Serigat, que é pesquisador do FGV Agro.
00:30Oi Felipe, bom dia para você. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:35Bom dia Paula, muito obrigado pelo convite.
00:37Nós que agradecemos sempre a sua participação com a gente.
00:40Felipe, vamos lá. Estados Unidos e Alemanha têm se revezado,
00:44a gente tem visto na liderança de compra do café brasileiro.
00:49Com o tarifaço, na sua opinião, os americanos vão perder definitivamente a dianteira?
00:54Bom, vamos lá. Acho que a grande mensagem que a gente pode colocar para o público
00:59é que gostando ou não, mercado funciona.
01:04Gente, havendo demanda, cedo ou tarde a oferta vai atender.
01:08Só tem que combinar o preço. Tem que ser um preço que viabilize a operação.
01:13E é justamente isso que nós temos visto.
01:15A demanda por café.
01:18Principalmente ali aquele blend, aquela composição, aquela mistura de café
01:22que tem uma participação maior de arábica no mercado americano.
01:27Essa demanda está lá. Essa demanda não desapareceu por causa do tarifaço.
01:31Só que o grande fornecedor de arábica, café arábica, para o mercado norte-americano,
01:36o Brasil, está embargado.
01:38Uma atividade de 50% é praticamente imbarco.
01:40Então, a demanda desapareceu? Não, desapareceu.
01:45Então, a oferta vai encontrar outros caminhos para alcançar essa demanda,
01:48naturalmente, desde que o preço viabilize a operação.
01:52Isso significa que, para o cafeicultor aqui no Brasil,
01:56para o Brasil como um todo, é indiferente se esse café é encaminhado diretamente
02:02para os Estados Unidos ou se, vamos dizer assim, faz um contorno ali pela Alemanha.
02:07Não, não é indiferente. Aumentou o custo de produção,
02:11custo de comercialização, colocou, entre aspas, um intermediário ao longo desse processo,
02:18mas a operação está tentando se viabilizar.
02:22E não é nada inédito. Vamos lembrar?
02:24Os americanos não sabiam disso.
02:27Não existe isso.
02:28Embargo em cima da Rússia.
02:31Vamos lá.
02:32A Europa adquiriu trigo da Rússia.
02:35A Europa adquiriu também nitrogenados, fertilizantes nitrogenados da Rússia.
02:40Ah, não pode comprar diretamente.
02:42Faz uma tripulação.
02:44Todo mundo sabe que existe, mas como tem a demanda e precisa do produto,
02:48até lá a comunidade europeia fingia que não estava aberto.
02:51Enfim, mercado funciona.
02:55Aumentou as compras para a Alemanha?
02:57Aumentou.
02:58Esse produto tem como seu destino final à Alemanha?
03:01Essa variação adicional, esse ganho adicional, tem como destino final à Alemanha?
03:07Não.
03:08É o próprio café que está indo para os Estados Unidos,
03:10chegando mais caro para o mercado americano do que era de tarifácio,
03:14e a remuneração aqui do Brasil também ficando menor do que era de tarifácio,
03:18porque agora aumentou o custo de comercialização e tem, entre aspas,
03:22um intermediário no meio do caminho.
03:24Mas, Felipe, esse crescimento das vendas, apesar de, como você explicou aí,
03:28que acaba sendo um intermediário, mexe nos custos de produção,
03:32mas a gente pode dizer que o crescimento de vendas do café para a Alemanha
03:36é um reflexo dessa busca brasileira por ampliar e abrir os novos mercados.
03:41Então, assim, o Brasil, de fato, está no caminho certo
03:43para tentar driblar, então, todas essas dificuldades geradas por conta do tarifácio.
03:48Exatamente.
03:50Então, a busca ali da Alemanha não é necessariamente um novo mercado.
03:58Então, a gente já exporta bastante café para a comunidade europeia,
04:02inclusive para a Alemanha, mas não só para a Alemanha,
04:05também exporta café, por exemplo, para a Itália.
04:07Mas o fato é o seguinte, o esforço brasileiro de buscar alternativas
04:13para acessar o mercado americano ou para acessar novos mercados,
04:19naturalmente, isso é um fator positivo.
04:22Isso deve ser algo permanente?
04:24Então, a busca por novos mercados, ampliar mercado existente,
04:28com certeza tem que ser um esforço permanente.
04:30Esse fluxo adicional que a gente tem visto para a Alemanha
04:34deve ser algo permanente?
04:36Depende.
04:37Por quanto tempo durará esse tarifácio?
04:40Será que, em algum momento, o café brasileiro entra ali na lista,
04:45no anexo de produtos isentos daquela elevação de tarifa que chegou aos 50%?
04:51Caso isso aconteça, ou o tarifácio caia,
04:54ou o café entre ali nessa lista de exceções,
05:00provavelmente, esse fluxo volta à sua rota normal,
05:03porque fica mais barato para as indústrias americanas,
05:07que vão processar esse café,
05:09como também fica mais rentável para quem está comercializando esse café aqui no Brasil.
05:15Felipe, em relação à Colômbia, vamos falar de Colômbia agora,
05:18que está na direção contrária dos Estados Unidos,
05:21a Colômbia foi o cliente brasileiro que mais aumentou as compras de café.
05:26Foi para atender a demanda doméstica colombiana
05:29e para a reexportação também via drawback,
05:32aquela prática legalizada e diferente da triangulação que é proibida.
05:38É possível que essa tendência cresça ainda mais?
05:41Qual é a sua opinião sobre esse assunto?
05:43Exatamente.
05:44Então, você está buscando ali novos canais de comercialização,
05:49uma vez que você teve esse choque.
05:53Então, olha, de uma forma abrupta, você interrompeu um fluxo comercial.
05:59E, gente, é um fluxo comercial relevante.
06:01O volume de café que o Brasil exportava para os Estados Unidos
06:05era um volume específico.
06:07Nós estamos falando do principal comprador brasileiro no mercado internacional,
06:11sendo que o Brasil é o principal fornecedor de café para o resto do mundo.
06:15Então, era um fluxo relevante.
06:16Então, esse caminho também agora passando pela Colômbia deve permanecer.
06:22Ah, deve permanecer na mesma intensidade que a gente tem visto agora?
06:26Talvez não.
06:28Mas isso vai depender se, tal qual no ponto anterior,
06:32esse tarifácio deverá permanecer.
06:34O café ficará fora da lista de exceções?
06:38Então, temos dois grandes pontos de interrogação para determinar
06:42se esses fluxos que nós estamos vendo nesse momento
06:44têm uma característica mais permanente
06:47ou uma característica mais temporária.
06:50Muito obrigada mais uma vez, então, pela sua entrevista.
06:53Felipe Serigatti, que é pesquisador do FGV Agro,
06:57sempre nos atende aqui na programação do Times Brasil,
07:00licenciado exclusivo CNBC.
07:02Muito obrigada e bom restinho de semana, Felipe.
07:05Eu agradeço o convite.
07:06Uma ótima quinta a todos.
07:07Até a próxima.
07:08Tchau, tchau.
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