PIB desacelera e Copom decide: qual será o ritmo da economia em 2026?

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Luiz Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, analisou o PIB trimestral, a expectativa para a última reunião do Copom e o impacto dos juros, inflação e mercado de trabalho nas projeções de crescimento entre 1,8% e 2,4%.   🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!   Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil   📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:   🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais   🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562   🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube   🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings   #CNBCNoBrasil  #JornalismoDeNegócios  #TimesBrasilCNBC

Transcript

00:00Estou de volta com o jornal Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.

00:04A gente vai falar agora sobre os rumos econômicos do país.

00:08Porque nesta semana tivemos resultado trimestral do PIB, que desacelerou.

00:13E na semana que vem acontece a última reunião do ano do Copom.

00:17Como devemos encerrar esse ano e quais são as perspectivas para a economia brasileira?

00:22É o que a gente vai saber agora com o Luiz Otávio Leal,

00:25que é economista-chefe e sócio da G5 Partners.

00:28Oi, Luiz Otávio, boa noite para você. Seja muito bem-vindo.

00:33Boa noite, Paula. Um prazer estar aí com você.

00:35Nós que agradecemos a sua participação.

00:38Luiz Otávio, primeiramente, qual é a sua percepção sobre esse atual quadro econômico do país?

00:44Tanto em relação a PIB, juros, inflação, como que tudo está caminhando?

00:50Bom, Paula, a gente está num momento de mudança de ciclo.

00:53Então, claramente, você vê alguns números que já mostram uma desaceleração da economia,

00:59reflexo principalmente do nível de juros que a gente tem atualmente.

01:04O dado do PIB foi uma prova disso.

01:08Então, você teve o consumo das famílias, por exemplo, subindo 0,1,

01:13depois de ter subido 0,6 nos dois trimestres anteriores.

01:17Mas você vê já no mercado de trabalho, apesar do dado da PNAD Contínua ter mostrado

01:24o menor nível da história, 5,4, quando você olha o dado sazonalizado,

01:30ele já está há três meses no mesmo patamar.

01:33Você já vê a população ocupada reduzindo.

01:37A taxa de desemprego só não está caindo por causa da redução da taxa de participação,

01:41ou seja, tem menos gente procurando emprego.

01:44Então, a gente já vê esses sinais.

01:48A gente olha uma inflação que está muito melhor do que estava se esperando inicialmente.

01:54Então, você olha a inflação, provavelmente, o IPCA vai fechar o ano próximo de 4,5,

02:01nossa projeção um pouco abaixo de 4,5.

02:04Por exemplo, em 7 de março desse ano, o Focus indicava uma inflação de 5,68 para o final do ano.

02:15Então, você já vê alguns sinais de melhora, de desaceleração,

02:21o que pode abrir espaço para que o Banco Central, no início do ano que vem,

02:28ele comece a reduzir os juros.

02:30O Vinícius Torres Freire, nosso comentarista, nosso analista de política e economia,

02:36também está participando dessa entrevista.

02:38Vinícius, sua pergunta?

02:41Boa noite, Neal.

02:42A dúvida agora é o que vai acontecer daqui para frente, especialmente em 2026,

02:48quanto a crescimento e emprego, Neal.

02:50Porque essa queda e esse crescimento quase nada do terceiro trimestre

02:55era esperado e é compatível com aquelas previsões de crescimento desse ano de 2,2%.

03:00Agora, tem mais dúvidas sobre o ano que vem.

03:03Se a gente vai ter uma desaceleração contínua,

03:05se o mercado de trabalho vai realmente entrar no vermelho, que até agora não entrou.

03:09E a gente tem previsões disparas.

03:10Claro que tem a previsão oficial, que é sempre oficial e otimista,

03:13da fazenda de crescimento de 2,4% no ano que vem.

03:18E a mediana do Fox, do mercado, esperando alguma coisa perto de 1,8%

03:23e tem gente esperando mais, 1,5%.

03:26Você acha que, para o ano que vem, é considerado todos os impulsos dados,

03:30que o governo não faça mais nada e não tenha nenhum desastre aí no câmbio, etc.

03:34A gente está indo mais para 2,4% ou 1,8% no ano que vem ou até menos?

03:42Olha, eu acho que eu estou, Vinícius, prazer falar com vocês de novo.

03:46Eu acho que a gente está mais ou menos no meio do caminho, tá?

03:49A gente, apesar da nossa expectativa que os juros caiam no ano que vem,

03:54a gente vai fechar o ano próximo de 12%,

03:57que é uma taxa de juros ainda bastante elevada.

04:01E eu acho que a gente não vai ter uma desaceleração muito forte do mercado de trabalho,

04:10porque as transferências de renda que o governo vai fazer,

04:14e agora tem mais a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais,

04:20vai ter uma mudança no Vale Gás, que vai virar o gás para todos,

04:26tem o pé de meia, tem já os programas já conhecidos.

04:32Isso tudo vai fazer com que o círculo virtuoso ou vicioso,

04:38dependendo do lado que você está nessa história,

04:41de que a renda gera consumo, que gera emprego, que gera renda, que gera...

04:48Vai continuar, tá?

04:49Então a gente não espera para o ano que vem

04:52uma desaceleração abrupta do mercado de trabalho, tá?

04:56Daí a gente achar que a queda de juros no ano que vem

05:02está mais para 12,5 do que para os 12 do mercado, tá?

05:07Eu acho que a gente ainda vai ter vários desafios no ano que vem, tá?

05:12Sem contar a questão do dólar, que hoje a gente viu

05:15como ele é sensível a esses movimentos eleitorais, tá?

05:21Então eu acho que o ano que vem vai ser uma desaceleração muito sutil, tá?

05:27Com relação a esse ano, por conta desses impulsos.

05:31Só essa questão da isenção do IR,

05:35a gente calcula que impacta o PIB em 0,25%.

05:39Então eu acho que 2,4 talvez seja um pouco otimista,

05:44talvez 1,8 seja muito pessimista.

05:48A gente está mais para...

05:50A nossa projeção é 2,1 para o ano que vem.

05:53Luiz Otávio, como que tudo isso, né, reflete então

05:57sobre os investimentos?

05:58Fim de ano é um período de cautela também, né?

06:00Onde tem espaço para investir?

06:04Bom, a gente...

06:06O final do ano estava se mostrando um final do ano

06:09bastante auspicioso para os ativos, tá?

06:13Brasileiros.

06:13A gente hoje teve um revés, tá?

06:16Mas, por exemplo, se não tivesse tido essa queda

06:20de mais de 4% hoje na Bolsa,

06:22a Bolsa essa semana teria subido mais de 3%.

06:27Hoje mesmo, antes das notícias a respeito

06:30da corrida eleitoral, a gente tinha a Bolsa brasileira

06:35chegando no recorde histórico, acima de 165 mil pontos, tá?

06:40Então, eu acho que a gente tem no ano que vem

06:46uma perspectiva de que o Banco Central americano vai continuar reduzindo os juros,

06:53até porque, provavelmente, o novo presidente do Fed,

06:57que está aparecendo que vai ser o Kevin Hassett,

07:01ele deve ter uma cabeça muito alinhada com o Trump,

07:05então a gente deve ter quedas de juros nos Estados Unidos,

07:08isso acaba favorecendo os mercados emergentes.

07:11A grande dúvida que eu acho é que, como é um ano eleitoral,

07:17e, de novo, repetindo, hoje a gente teve uma prova

07:20de como isso pode trazer volatilidade para o mercado,

07:24vai depender da cara desse cenário eleitoral,

07:29que se a gente vai aproveitar esses bons ventos

07:32para os mercados emergentes no ano que vem,

07:35ou vamos perder outra oportunidade.

07:36Vinícius, quer complementar?

07:39Sim, Léo, é uma coisa mais pontual,

07:43que é meio loteia, porque mercado, ainda mais no dia a dia,

07:46é difícil de encarar e entender.

07:49Agora, teve essa queda abrupta.

07:52Ou o pessoal acreditou nessa história

07:54que o Flávio Bolsonaro vai ser candidato,

07:56ou, na dúvida, vendeu.

07:57Agora, no mundo político, como já falei aqui,

08:00no mundo político bolsonarista, e também no Centrão,

08:03estão dizendo que isso não é certo,

08:05que nem foi combinado um eventual blefe ou balão de ensaio.

08:09E, de qualquer modo, mesmo que seja confirmado o Flávio,

08:11pode ter outras alternativas aí no tabuleiro.

08:16Você acha que essa incerteza sobre o Flávio

08:19vai atenuar esse susto no mercado?

08:22A gente volta de um nível mais baixo para a mesma tendência?

08:25Ou tem um agente que falou assim,

08:27olha, estou fora do risco,

08:29eu vou ficar fora e a gente vai ficar com um patamar

08:31um pouco mais baixo?

08:32Ou uma tendência de subida, como a gente vinha vindo,

08:35mais inclinada para baixo?

08:37E não só falando de bolsa,

08:39porque hoje a gente teve problema sério nos juros

08:41e no dólar também,

08:42que são mercados muito maiores

08:44e estruturalmente mais importantes.

08:46Você acha o quê?

08:47Vai atenuar ou não?

08:48Especialmente tratando de juros e dólar,

08:50que entra na veia da economia.

08:53Bom, Vinícius, hoje o que a gente viu em todos os mercados

08:58foi um movimento de zeragem de posição.

09:02Então, você tem as suas posições,

09:06tinha muita gente posicionada em queda de juros.

09:10E aí, quando você começa a ter uma subida no mercado,

09:17você tem o que no mercado chama de stop loss,

09:19ou seja, você tem que,

09:21mesmo achando que o movimento está exagerado,

09:24você tem que, por compliance,

09:27você tem que zerar suas posições.

09:29Isso aconteceu na bolsa,

09:31isso aconteceu nos juros,

09:33isso aconteceu no dólar.

09:35A bolsa, por exemplo,

09:37hoje, ela teve mais de 44 bilhões de reais de volume.

09:43Esse tipo de volume,

09:44ele só acontece normalmente

09:46nessa bolsa brasileira que está sem volume,

09:49quando tem vencimento de opção.

09:51O nível de volume da bolsa normalmente no Brasil

09:55é 15, 18 bilhões por dia.

09:59Então, claramente,

10:01a gente teve um movimento exagerado

10:03por esse stop loss,

10:05essa venda forçada de posições.

10:08O que significa que,

10:11a partir da semana que vem,

10:14quando a gente tiver,

10:15os agentes econômicos,

10:17os investidores,

10:18estiverem no final de semana

10:19para ler os jornais,

10:22decantar essa notícia,

10:24ver as fontes,

10:27o que eles estão dizendo,

10:29a gente pode ter,

10:31a partir da semana que vem,

10:32um movimento de recuperação dos ativos.

10:36Eu não tomaria o dia de hoje

10:39como uma tendência para os próximos dias.

10:43Até porque o dia que isso foi anunciado

10:46foi um dia especialmente ruim,

10:48porque é uma sexta-feira.

10:49ninguém vai querer ir posicionado

10:53para o final de semana,

10:55que vai ter,

10:56os jornais vão só falar sobre isso,

10:58vai ter muita especulação.

10:59Então,

11:00eu acho que o dia foi ruim

11:03e o movimento exagerado.

11:05Eu não tomaria o dia de hoje

11:08como uma tendência para os próximos dias.

11:10ou seja,

11:11eu acho que a gente pode ter,

11:13decantando essa notícia,

11:15eu acho que a gente pode ter

11:16uma recuperação dos ativos

11:18ao longo da semana que vem,

11:20a conferir com as reuniões

11:23dos bancos centrais americanos

11:25e brasileiros

11:26o que vai trazer de novidade

11:28para o cenário de política monetária

11:30lá fora e aqui dentro.

11:32Temos muita coisa para acompanhar,

11:35então,

11:35na semana que vem,

11:36Luiz Otávio.

11:37Muito obrigada pela sua participação.

11:39Você aí de casa acompanhou

11:40a entrevista com Luiz Otávio Leal,

11:42que é economista-chefe

11:43e sócio da G5 Partners.

11:46Muito obrigada

11:47e até a próxima, Luiz Otávio.

11:49Obrigado, Paulo.

11:50Obrigado, Vinícius.

11:51Até a próxima.

11:52Até. Tchau, tchau.

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