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O economista-chefe Luís Otávio Leal, da G5 Partners, analisou os impactos econômicos e fiscais da decisão de uma corte federal dos EUA que considerou ilegais a maioria das tarifas de Trump. A medida pode reduzir arrecadação e pressionar a política internacional americana.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Agora a gente vai falar sobre as notícias econômicas do dia com Otávio Leal, que é
00:03economista-chefe e sócio da G5 Partners.
00:07Boa noite para você, Luiz.
00:08Seja bem-vindo.
00:09Boa noite, Marcelo.
00:11Luiz, vamos começar analisando então essa questão aí dos Estados Unidos, essa decisão
00:15de uma corte de apelação federal de Washington que determinou que o Trump não tinha autoridade
00:21para estabelecer essas tarifas aí, a maioria delas pelo menos contra diversos países no
00:26mundo inteiro.
00:27Você acha que se isso for adiante, se isso passar pela Suprema Corte, que tipo de consequência
00:33a gente vai ter para o ambiente de negócios nos Estados Unidos e para a própria autoridade
00:37do Trump perante a comunidade internacional?
00:41Bom, Marcelo, eu acho que o Vinícius foi muito feliz na intervenção dele, porque ele falou
00:49uma coisa que eu acho que é fundamental para a gente entender essa fixação do Trump nas
00:57tarifas, que é a arrecadação que vai vir dessas tarifas.
01:03Então, ele realmente contava com a arrecadação que vai vir, que é alguma coisa próxima de
01:10três trilhões de dólares nos próximos dez anos, segundo várias fontes, para cobrir o déficit que viria da
01:19Big Beautiful Bill, a grande e bela lei que ele passou de orçamento, que vai aumentar o déficit americano
01:26próximo de quatro trilhões de dólares nos próximos dez anos.
01:29Ou seja, sem esses recursos das tarifas, ele vai ter muito problema com a questão fiscal.
01:39Ou seja, a pressão fiscal, que já é grande, vai ficar muito maior e ele não vai ter a desculpa,
01:47entre aspas, de que eu não vou aumentar o déficit porque a gente vai ter a arrecadação das tarifas.
01:54Isso é tão importante para o Trump que na madrugada do dia 6 para o dia 7 de agosto,
01:59que foi quando as tarifas recíprocas começaram, ele fez um Twitter no Truth Social não comemorando
02:09o início das tarifas, a questão do MAGA, a questão do Make America Great Again, de aumento de postos
02:18de trabalho nos Estados Unidos, ele comemorou a arrecadação que vai ser, que seria obtida
02:25através dessas tarifas.
02:26Então, eu acho que o Vinícius foi muito feliz nessa participação dele, que eu acho que a principal,
02:33eu acho que o principal problema econômico para o Trump vai ser a perda de arrecadação
02:39que ele vai ter.
02:41E, obviamente, que ele vai perder uma fonte de pressão sobre os demais países.
02:47Então, assim como parecia até com aqueles filmes da máfia, que ele cobra alguma coisa
02:57para você ter uma proteção dele, como no caso da Europa, ou para você não ser taxado
03:04de forma mais intensa, como em outros países.
03:07Então, eu acho que tem essas duas dimensões.
03:10A dimensão econômica, eu acho que a questão da arrecadação.
03:13A questão geopolítica, eu acho que é uma perda, ele perde um instrumento muito forte
03:21nessa sua colocação geopolítica.
03:24Agora, a questão da Suprema Corte, além de ela ter a maioria conservadora, é interessante
03:34que os Estados Unidos estão cada vez parecendo mais com o Brasil, em vários sentidos, e esse
03:38eu acho que é outro.
03:38vai ter uma pressão em cima da Suprema Corte, como sempre tem aqui sobre o STF, de, ó,
03:46é a tese do século.
03:47Se o STF der um ganho de causa contra o governo, isso vai causar um rombo bilionário nas contas
03:56públicas.
03:57A gente viu isso várias vezes nas últimas décadas e eu acho que vai ser o mesmo cenário
04:03nos Estados Unidos, tá?
04:04Então, a minha percepção, exatamente por causa do custo econômico que uma reversão
04:12das tarifas pode ter, como o próprio Vinícius falou, eu acho que a Suprema Corte vai pensar
04:17umas 30 vezes antes de aplicar a lei e reverter essa emergência econômica que foi a base
04:30de várias, da maior parte das tarifas que ele implementou.
04:34Agora, você acha que essa decisão tomada hoje, ela já contrata alguns dias turbulentos
04:39no mercado na semana que vem por causa do clima de incerteza?
04:41É bem possível, tá?
04:45É bem possível, porque do mesmo jeito que a gente está aqui, está discutindo essa
04:50questão e olhando que o principal problema é a parte fiscal, eles também devem estar
04:57se perguntando como é que vai ser essa questão fiscal e a questão fiscal tem cada vez entrando
05:04mais, entrado mais nas discussões do mercado financeiro americano, tá?
05:09Então, a gente já viu coisa que era impensável há algum tempo atrás, a gente já viu alguns
05:16episódios de repúdio à dívida americana desde que o Trump iniciou esse processo das tarifas,
05:24tá?
05:24Então, e da big birufobia.
05:26Então, eu acho que a gente tem uma chance não desprezível, tá?
05:31De ir na terça-feira, porque a segunda-feira vai ser feriado nos Estados Unidos, a gente
05:36ter algum tipo de movimentação, a não ser que aconteça alguma coisa nesse período,
05:43tá?
05:43A gente também tem um final de semana, tem a segunda-feira, pode ter alguma informação,
05:48começa aqueles fontes que podem minimizar isso.
05:52Mas eu acho que como o principal problema da queda dessa medida, dessas tarifas, é o
05:59rombo na arrecadação que isso vai dar, eu acho que sim, pode ter, principalmente no
06:04mercado de dívida pública americana, eu acho que a gente pode ter movimentos bem bruscos.
06:11O Vinícius tem uma pergunta para você, Luiz.
06:14Eu queria insistir, eu queria que você se estendesse um pouco sobre esse problema, sobre o possível
06:20risco, né?
06:20É difícil de antecipar, e se a gente soubesse o que vai acontecer na terça, a gente ficava
06:24rico, não contava para ninguém.
06:26Mas é o seguinte, o mercado tem ficado muito calmo, por exemplo, com uma tentativa de intervenção
06:33do Trump no Banco Central.
06:35Uma conversa é, bom, a economia americana ainda não está com muito problema, a gente
06:41pode ter queda de juros e, principalmente, a gente não sabe se ele vai conseguir mesmo
06:45intervir, ganhar maioria no FED, demitindo a Lisa Cook e, depois disso, ainda conseguindo
06:50maioria nos votantes lá no ano que vem, porque ele vai ter maioria no Conselho.
06:55Então, assim, olha, tem tantos passos que a gente ainda não está preocupado com isso.
06:58Esse seria o argumento, não sei se isso é verdade, mas é a hipótese.
07:02Agora, no caso da decisão sobre as tarifas, a gente tem, pelo menos, até dois, quase uns dois
07:08meses, até 14 de outubro, para as coisas se resolverem.
07:11Então, é um tempo razoável.
07:13E, além do mais, até lá, a Suprema Corte pode tomar alguma medida, o governo Trump
07:18pode conseguir alguma medida eliminar e, de qualquer modo, existe essa hipótese que
07:22a Suprema Corte faria, mesmo que estivesse convencida legalmente, no contrário, faria
07:26alguma gambiarra para acomodar.
07:29Como se diz aqui no Brasil, faria alguma modulação.
07:31Então, existem também vários passos até essa decisão desse Tribunal Federal de
07:36Recursos ser implementada, se é que vai ser implementada.
07:39Então, essa hipótese, dado o comportamento do mercado lá nos Estados Unidos, com o risco
07:45de intervenção no Fed, você acha que tantos passos adiante, o futuro ainda tão incerto,
07:51pode levar o mercado a esperar ficar sentado de novo?
07:55Bom, Vinícius, eu acho que essa questão da redução dos juros nos Estados Unidos, acaba
08:06amortecendo muito a reação do mercado.
08:10A gente tem que lembrar que não só tem uma perspectiva de redução de juros, o que significa
08:19que é mais dinheiro jogado no mercado.
08:23A gente tem um déficit fiscal americano que é muito grande, que está sendo também, é dinheiro que é jogado
08:30no mercado.
08:31O próprio Fed tem ainda um balanço que é muito grande, é mais dinheiro que está circulando.
08:39Então, eu acho que, olhando tudo que aconteceu desde que o Trump foi eleito, e aí não é só a questão da Lisa Cook
08:48no Fed, ele demitiu a chefe de estatísticas do BLS, que era como se ele tivesse demitido
08:57o presidente do IBGE, porque saiu um número que ele não gostou.
09:01Ele demitiu essa semana também a chefe do... que seria a ANS aqui no Brasil.
09:11Então, ele está fazendo um ataque às instituições, que se fosse em outro país e se fosse em uma outra
09:21circunstância, eu acho que teria impactos bastante relevantes sobre os ativos americanos, ou ativos
09:27no qual o país acontecesse.
09:30Só que eu acho que a sensação que eu tenho é de que o mercado está anestesiado.
09:36E, olhando para frente, eu vejo mais problemas, porque, por exemplo, ele já colocou a Michelle
09:48Bauman, que era diretora, virou vice-presidente de regulação, que já foi cooptada para ele.
09:55Ela era uma das mais conservadoras e está votando agora para reduzir os juros.
09:59Ele vai... já colocou o Stephen Mirren, que era o economista da Casa Branca, no lugar
10:08da Adriana Kubrick, que pediu demissão.
10:11Ele está tentando tirar a Lisa Cook e vai botar alguém dele.
10:14E no ano que vem, em maio, a gente vai ter o fim do mandato do Jeremy Powell e vai ser
10:21colocado alguém que vai ter uma missão de reduzir os juros.
10:25Então, cada vez mais, os Estados Unidos parecem com a República das Bananas.
10:34Até quando esse excesso de dinheiro no mercado vai anestesiar todo mundo?
10:44Eu não sei.
10:44A gente já está vendo algum movimento.
10:51Normalmente, o canário da mina do mercado é o mercado de título americano.
10:58A gente já está vendo alguma movimentação nesse mercado.
11:02Você já vê a diferença de taxa entre os dois anos, que é um nível,
11:07é um título que é muito atrelado à política monetária.
11:13E o 30 anos, que é uma coisa de instituição, de institucional, de longo prazo,
11:20de credibilidade na economia americana, é subindo para uns níveis que a gente não via
11:26desde 2021.
11:27Então, a gente já vê alguns sinais, mas eu acho que enquanto a gente tiver esse dinheiro
11:40circulando no mercado e o mercado tendo que fazer esse dinheiro girar, eu acho que esse
11:47dinheiro serve como se fosse uma anestesia.
11:49Até alguns clientes me perguntam a respeito exatamente dessa pergunta que você me fez,
11:54Vinícius, e eu falo para eles o seguinte, eu nunca vi uma bolha estourar com o Fed reduzindo
12:01os juros.
12:02Tá certo, Luiz Otávio Leal, economista-chefe e sócio da G5 Partners.
12:08Muito obrigado pela sua participação e boa noite.
12:11Obrigado, Marcelo.
12:12Obrigado, Vinícius.
12:13Boa noite.
12:13Boa noite a todos e até a próxima.
12:15Até.
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