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Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, analisou a resposta do Brasil à tarifa de 50% imposta por Donald Trump. E mais: a repórter Fernanda Sette trouxe as últimas informações diretamente de Brasília e Rodrigo Loureiro analisou a movimentação do governo, que prepara medidas estratégicas para proteger exportações e reforçar alianças.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00O presidente Lula convocou uma reunião de emergência com ministros para avaliar uma resposta.
00:05A carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
00:13Então vou direto à Brasília com a repórter Fernanda Sete, que já está lá no Palácio do Planalto, inclusive.
00:20Oi, Fernanda, muito bom dia pra você.
00:22Fernanda, o Brasil já devolveu, inclusive, para o representante da Embaixada dos Estados Unidos,
00:28o Gabriel Escobar, a carta enviada por Trump.
00:32Isso mostra, é um gesto aí da gravidade dessa crise diplomática instalada, não é mesmo?
00:37Seja bem-vinda ao Agora.
00:40Muito obrigada, Eric Klein, é isso mesmo.
00:42Bom dia a você e pra todos que nos acompanham.
00:45Pois é, uma quarta-feira bastante movimentada aqui em Brasília, né?
00:48Onde o país foi impactado com as novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
00:54Novas tarifas essas de 50%.
00:56Com isso, o presidente Lula convocou ontem, à noite, aqui no Palácio do Planalto,
01:01uma reunião, né?
01:02Uma reunião de emergência por conta dessas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
01:08Aplicou tarifa de 50% ao Brasil.
01:11A reunião que contou com a presença do presidente Lula e de alguns ministros,
01:15como, por exemplo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
01:18o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o vice-presidente, Geraldo Alckmin,
01:22e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
01:25essa reunião emergencial teve duração de cerca de duas horas.
01:30E, de acordo com o presidente norte-americano,
01:33essa nova tarifa de 50% ao Brasil entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.
01:40Além disso, o presidente norte-americano, Donald Trump,
01:43ele compartilhou, anunciou essa nova tarifa por meio de uma carta publicada em sua própria rede social,
01:50uma carta endereçada ao presidente Lula, né?
01:54Nesse documento, né, o Trump, ele fala o seguinte,
01:58que o motivo de taxar o Brasil em 50% é por conta da postura do STF,
02:03do Supremo Tribunal Federal, com relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
02:08Na carta, Trump afirma também que os Estados Unidos têm uma relação injusta com o país.
02:14Além disso, né, Trump vem anunciando aí uma série de novas tarifas contra seus parceiros comerciais,
02:21mas, até o momento, a taxa aplicada ao Brasil é, de fato, a mais alta.
02:27Outras nações foram taxadas aí em 30%, como, por exemplo, a Argélia, Iraque e o Sri Lanka, Filipinas,
02:35enfim, foram taxados em 30% e o Brasil taxado em 50%.
02:40E, de acordo com o Trump, como falamos aqui, a principal justificativa dessa taxação
02:45é com relação à postura do STF, com relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
02:51Além disso, Trump afirmou também que essa alíquota, né, de 50% é muito menor do que o necessário,
02:58por conta da concorrência equitativas que os Estados Unidos deve ter com o Brasil.
03:05São palavras de Donald Trump e que está nesta carta divulgada em sua própria rede social
03:11e que foi endereçada ao presidente Lula.
03:14Agora, esta quinta-feira, é uma quinta-feira, assim, de muita expectativa.
03:19Deve haver diversas reuniões.
03:21O presidente Lula, na agenda oficial, hoje pela manhã, será cumprida no Palácio da Alvorada,
03:27que é a residência oficial da Presidência da República.
03:30Às 10 horas, o presidente Lula vai se encontrar com o chefe de gabinete, Marco Aurélio,
03:35isso no Palácio da Alvorada, não será aqui no Palácio do Planalto.
03:40E, na sequência, o presidente Lula vai se reunir com o ministro da Secretaria de Comunicação,
03:46Sidônio Palmeira e também com o secretário de imprensa, Laércio Portela.
03:51Ambas essas reuniões vão acontecer no Palácio da Alvorada.
03:55Então, agora, pela manhã, toda a agenda do presidente Lula e as reuniões,
04:00que há grandes expectativas, além dessas reuniões,
04:03o presidente Lula se encontrar também com os ministros,
04:06com alguns ministros, para, de fato, tentar resolver essa situação.
04:10Mas, ontem mesmo, o presidente Lula afirmou que vai aplicar a lei de reciprocidade
04:14e vale a gente relembrar para os nossos telespectadores
04:17que essa lei foi aprovada pelo Congresso Nacional em meados do mês de abril.
04:23Então, o presidente Lula já afirmou que vai aplicar a lei de reciprocidade,
04:27mas, esta quinta-feira, a expectativa são de diversas reuniões
04:31com relação a essas tarifas de 50% impostas para o Brasil.
04:37Então, a reunião, de fato, entre o presidente Lula e todos esses ministros
04:41entrou, de fato, num consenso por uma resposta ao Trump.
04:46Houve, sim, uma resposta do presidente Lula e, como eu falei,
04:49a expectativa desta quinta-feira é que diversas reuniões aconteçam.
04:54E, pelo menos, agora, pela manhã, essas reuniões vão acontecer
04:57no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
05:02Eu volto com você, Klein.
05:03É, Fernanda, e essa lei de reciprocidade foi aprovada em meados de abril,
05:08logo após o presidente Donald Trump dar início à guerra comercial.
05:12No dia 2, no início do mês de abril, o Brasil que estava se respaldando,
05:18já se resguardando contra possíveis taxações, o que aconteceu neste momento.
05:23Fernanda Sete vai acompanhar todos os desdobramentos dessa taxação
05:27de Donald Trump em Brasília.
05:29Qualquer novidade, você volta.
05:30Até já, Fernanda Sete.
05:32A gente continua falando dessa lei de reciprocidade porque o presidente Lula
05:37disse que o Brasil vai responder de acordo com essa legislação,
05:41caso o presidente norte-americano Donald Trump cumpra a ameaça
05:45de impor as sobretaxas de 50% sobre os produtos brasileiros.
05:50Em sua conta na rede social X, Lula afirmou que qualquer medida
05:55de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da lei brasileira
06:00de reciprocidade econômica.
06:02Em uma carta endereçada ao presidente brasileiro e publicada em sua plataforma
06:07Trust Social, Donald Trump anunciou o aumento das tarifas sobre importações brasileiras
06:13em retaliação ao julgamento por tentativa de golpe de Estado
06:17contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político.
06:20Lula afirmou que o processo no Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro
06:25é de competência apenas da justiça brasileira e, portanto,
06:29não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça
06:33que fira a independência das instituições nacionais.
06:37Lula também fez referência às críticas de Trump,
06:40às ações da justiça do Brasil relacionadas à atuação nas redes sociais.
06:45Nas palavras do presidente brasileiro,
06:47No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas.
06:53Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras
06:57estão submetidas à legislação brasileira.
07:01Em abril, o Congresso aprovou por unanimidade a Lei de Reciprocidade Econômica,
07:06dando instrumentos ao Executivo para reagir a barreiras comerciais
07:10após Trump anunciar taxas de 10% sobre importações de diversos países,
07:16incluindo as do Brasil.
07:18A lei autoriza o Executivo a decidir sobre a suspensão de concessões comerciais,
07:24investimentos e obrigações relacionadas a direitos de propriedade intelectual.
07:30Desde segunda-feira, cerca de 20 países receberam uma carta
07:33anunciando a sobretaxa que os Estados Unidos vão aplicar
07:37a partir de 1º de agosto sobre seus produtos.
07:40A sobretaxa é independente das tarifas setoriais,
07:43como os 50% já impostos ao aço e ao alumínio.
07:48O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos.
07:52Donald Trump ressaltou que os 50% são muito menos do que o necessário
07:57para alcançar igualdade de condições.
07:59Na realidade, o comércio entre os dois países alcançou 41 bilhões e 700 milhões de dólares,
08:07equivalente a 227 bilhões e 760 milhões de reais na cotação atual.
08:13Entre janeiro e junho, com 20 bilhões e 21 milhões de dólares em exportações brasileiras
08:19e 21 bilhões 695 milhões de dólares em produtos norte-americanos,
08:26segundo dados do governo brasileiro.
08:28Donald Trump tem o Brasil na mira por outros motivos.
08:31O republicano acusa os BRICS, um bloco formado por 11 economias emergentes,
08:36incluindo o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
08:41de manter políticas anti-americanas e ameacem por tarifas adicionais de 10%
08:46aos que se alinharem ao grupo.
08:49Lula rejeitou essas declarações na segunda-feira durante uma cúpula do bloco
08:53realizada no Rio de Janeiro e, se referindo a Trump, afirmou.
08:57Eu não acho uma coisa muito responsável e séria
09:02um presidente da república de um país do tamanho dos Estados Unidos
09:08ficar ameaçando o mundo através da internet.
09:14Nós não queremos imperador.
09:17E para repercutir esse tarifácio surpresa dos Estados Unidos em relação ao Brasil,
09:25que caiu como uma bomba ontem no Palácio do Planalto,
09:28eu vou conversar agora com o Marcelo Bolzan,
09:30ele que é planejador financeiro e sócio da The Hill Capital.
09:35Oi, Marcelo. Muito bom dia para você. Tudo bem?
09:39Bom dia, Cláudio. Prazer falar contigo aqui na CNBC Times Brasil.
09:42Prazer é todo nosso. Estou com o Rodrigo Loureiro também.
09:45Oi, Rodrigo. Muito bom dia para você. Tudo bem?
09:47Bom dia, Cláudio. Bom dia. Bom dia, Marcelo.
09:50Prazer falar contigo, Rodrigo.
09:53Marcelo, a gente vinha falando aqui no Agora,
09:56diante daquela reunião dos BRICS que aconteceu no final de semana
10:00e até na segunda-feira no Rio de Janeiro,
10:02que o alvo de Donald Trump era os BRICS mais focados ali em China, em Rússia, em Índia,
10:09porque o Brasil não tinha aí um superávit comercial com os Estados Unidos.
10:14E, de repente, Donald Trump, de surpresa, impõe uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
10:20Até agora, entre os países que receberam a cartinha,
10:23o Brasil é o que recebeu a maior tarifa.
10:26Por que essa mudança em relação ao Brasil diante dos outros países?
10:33O que poderia ter acontecido, segundo o Trump, ele mostrou, tem um viés político,
10:38disse que tem um déficit comercial, que não é verdade, a gente vai mostrar daqui a pouco,
10:42mas o que poderia ter mudado para o Donald Trump colocar essa tarifa tão alta?
10:48Olha, Klein, certamente aqui é uma motivação política.
10:52A carta que ele traz, ele começa justificando com a questão do Bolsonaro, do STF,
11:00em relação à censura nas plataformas digitais.
11:04Então, nitidamente, ali ele traz esses pontos.
11:10Além disso, nós tivemos aqui a reunião dos BRICS,
11:14e tivemos comentários ali em relação ao presidente Lula,
11:18questionando o dólar como moeda para as transações internacionais.
11:24Então, isso acabou trazendo ali o país em evidência.
11:29Sendo que lá em abril, a gente tinha ficado realmente um pouco de lado,
11:34não éramos uma preocupação ali para os Estados Unidos,
11:37já que nós somos deficitários, né?
11:40Então, a gente acaba importando menos, né?
11:43Então, agora a gente tem essa mudança, né?
11:48E certamente é por questões políticas.
11:51Marcelo, isso mostra também que o Brasil está sendo visto com outros olhos,
11:55mostra uma liderança importante global do Brasil,
11:59e por isso que Donald Trump também acaba colocando aí essa tarifa
12:03diante do que você falou.
12:04Agora, Marcelo, eu queria que você acompanhasse com a gente aqui,
12:07eu e o Rodrigo Loureiro.
12:07Nós vamos mostrar uma arte, alguns números,
12:11para colocar assim, não para desmentir, né?
12:15Porque acho que é muito forte,
12:17mas o Donald Trump diz que há uma injustiça comercial entre Brasil e Estados Unidos.
12:21E isso não é verdade, né?
12:23Então, aqui, ó.
12:24Primeiro, os setores que podem ser afetados com essa taxação.
12:28A gente está vendo aqui, ó, os produtos mais vendidos pelo Brasil,
12:32aos Estados Unidos, pelo Brasil em 2024.
12:35Lembrando que os Estados Unidos são o segundo mercado para receber produtos brasileiros, né?
12:42É o mercado, é o segundo mercado mais importante aí comercial para o Brasil.
12:46Então, em 2024, o petróleo bruto representou 14% das exportações do Brasil para os Estados Unidos,
12:54faturando aí 5,8 bilhões de dólares em exportação.
12:58Seguido por lingotes de ferro, 8,8% com valor agregado de 3,5 bilhões de dólares.
13:05Aeronaves, muito importante.
13:07A gente lembra, a Embraer fechou também, em fevereiro, um contrato com a norte-americana Fleckjet.
13:12Estamos aqui, a aeronaves, então, representou 6,6% das exportações,
13:18com valor de 2,7 bilhões de reais.
13:21Seguido, então, por café, também muito importante.
13:24Ferro, o petróleo refinado,
13:26celulose, equipamento de engenharia,
13:29sucos de fruta.
13:30Esse aqui pode ser bastante afetado.
13:32A gente vai falar mais para frente no agora.
13:34E a carne bovina.
13:36Então, esses são os produtos, os principais produtos exportados para os Estados Unidos.
13:40Estados Unidos, então, é o segundo mercado que recebe,
13:43maior mercado que recebe produtos brasileiros.
13:46Agora, eu vou chamar uma outra arte, viu, Marcelo e Rodrigo,
13:49para mostrar que o Brasil é totalmente deficitário nessa balança comercial,
13:53nessa negociação aí de vendas e compras de produtos.
13:56E temos aqui os dados.
13:59Em 2024, o Brasil bateu um recorde de exportação para os Estados Unidos.
14:03Foram vendidos 40,3 bilhões de dólares em produtos.
14:08Foi 9,2% maior do que em 2023.
14:12Porém, ainda fechou com um deficit de 253 milhões de dólares.
14:17Já de 2009 até junho, até o mês passado,
14:21o deficit brasileiro é de 1,00...
14:25Na verdade, são os dois dados aqui, né?
14:29Na verdade, esse deficit aqui é de 1,67 bilhões de dólares.
14:36Ele foi feito no mês passado.
14:38Só em junho de 2025, teve esse deficit de 1,67 bilhões de dólares.
14:43E aí, um número maior ainda.
14:46Nos últimos 16 anos, a gente pode colocar de 2009 até junho do ano passado,
14:50aí sim, o deficit é de 90 bilhões de dólares em relação aos Estados Unidos.
14:57Então, não justifica o que o presidente norte-americano, Donald Trump,
15:01está dizendo que é uma injustiça comercial.
15:03Os números desmentem isso.
15:05E essa é uma fonte, são dados do Ministério do...
15:09Do MEDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços hoje, né?
15:14Era Comércio Exterior, mas o Ministério de Indústria, Comércio e Serviços,
15:18são dados oficiais que mostram que essa relação comercial é totalmente justa para os Estados Unidos
15:25e injusta para o Brasil.
15:27Então, o que reforça mais esse viés político, né, Rodrigo Loureiro?
15:30Exatamente. Até agora, Donald Trump tinha tomado decisões visando ali o lado econômico da coisa.
15:38Por mais que a gente pudesse questionar se essas decisões, elas realmente faziam sentido,
15:43Trump dizia que os Estados Unidos estavam sendo prejudicados pelos outros países,
15:47agora com o Brasil a situação muda de face.
15:51Já deixa de ser a questão econômica.
15:53Ele começa a carta, inclusive, falando sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro.
15:57Diz que é uma desgraça internacional o que está fazendo, o que está acontecendo com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
16:04Então, uma motivação muito mais política, como o Marcelo deixou claro.
16:08Só para a gente deixar claro, o déficit de 1 bi, 1,67 bilhões, é só no primeiro semestre deste ano.
16:15Já temos um déficit importante na balança comercial.
16:18Marcelo Bolzan, agora o Rodrigo Loureiro vai te fazer uma pergunta.
16:21Eu queria até aproveitar esses números, Marcelo, para te perguntar o seguinte, olha só.
16:27Vamos pensar no copo meio vazio ali no pior cenário possível,
16:31que essa relação entre Brasil e Estados Unidos demora muito para ser consertada,
16:36já que Lula e Donald Trump parece que não estão sentando na mesma mesa ali e não querem conversar muito bem.
16:43O quão prejudicial será isso para a economia brasileira?
16:46Vamos deixar o lado político de lado, toda a questão política que isso afeta ali a popularidade do presidente Lula,
16:52principalmente pensando na reeleição em 2026.
16:55Mas, para o lado da economia, ter uma relação comercial complicada com os Estados Unidos,
17:00o quão grave é isso para o Brasil?
17:04Olha, Rodrigo, realmente é bastante complicado.
17:07O mercado consumidor americano é o maior do mundo.
17:10Então, se você deixa de vender para o maior mercado consumidor do mundo, você vai sofrer.
17:19A expectativa aqui é que a gente exporte menos,
17:22consequentemente o nosso PIB pode ser menor.
17:26E a gente está falando aqui de um reflexo imediato.
17:30Outras preocupações que nós temos é que em um cenário como esse,
17:35o dólar vai sim subir, isso pode ser traduzido em mais inflação.
17:43O Klein comentou agora de pouco que será divulgado ao IPCA agora pela manhã.
17:50Então, os juros futuros sobem.
17:51Hoje, certamente, será um dia de bolsa para baixo.
17:55Então, é claro que se até o dia 1º de agosto,
17:58quando as tarifas entram em vigor, não tivermos ali uma definição, um meio do caminho,
18:06porque realmente uma alíquota de 50%, que é a maior, que seria a maior já praticada,
18:12ela vai inviabilizar.
18:14E hoje, essas exportações, apesar de Estados Unidos ser o nosso segundo mercado consumidor,
18:23ali como vocês bem sinalizaram, a gente está falando de alguma coisa próxima de 2% do PIB,
18:30essas exportações.
18:31Então, pode sim ter um impacto importante na nossa economia.
18:36Marcelo, diante dessa tarifação, a gente vê que são tarifas separadas.
18:41Então, o Brasil tem 50% sobre produtos,
18:43mas o aço, por exemplo, está taxado no mundo inteiro, exceto o Reino Unido, em 50%.
18:47Então, o aço brasileiro seria 100%.
18:50Então, poderia atingir este setor.
18:53Porém, a gente tem assim, a Gerdau, por exemplo, tem operações nos Estados Unidos.
18:58A carne brasileira, a gente tem JBS também, com operação nos Estados Unidos.
19:03Isso poderia não afetar tanto esses setores?
19:06Exato, Klein.
19:11Na verdade, a ideia aqui do Trump é que os países coloquem novas fábricas, novas plantas.
19:21E, no caso dessas empresas que você trouxe, seja a Gerdau, seja a JBS,
19:25que já tem produção lá, elas não seriam impactadas.
19:31Na verdade, elas podem até ser beneficiadas aqui desse atual cenário.
19:35Então, de uma forma geral, Embraer deve ter um impacto bastante grande,
19:41já que a produção é totalmente no Brasil.
19:44Mas empresas que tenham as plantas lá, elas não vão ser impactadas
19:49e podem ser até beneficiadas.
19:52Marcelo, nessa situação que a gente se coloca agora,
19:56por conta dessa ameaça tarifária, parece ter dois caminhos a seguir.
20:00Primeiro, tentar negociar, tentar reduzir essa tarifa,
20:03tentar sentar à mesa com o Donald Trump para chegar em um denominador comum.
20:08A segunda alternativa também é aumentar o discurso,
20:12deixar o discurso também mais forte,
20:13falando que o Brasil não vai se submeter a essas tarifas,
20:16tentar colocar ali uma soberania nacional.
20:20Nessas duas saídas aqui, as duas têm lados bons e ruins.
20:26Qual que é o melhor lado para seguir nesse momento?
20:28Vou fazer essa pergunta facinha para você.
20:32Difícil dizer, né, Rodrigo?
20:35Mas não seria interessante a gente brigar,
20:37ter conflitos aqui com a maior economia do mundo.
20:41Então, a ideia aqui é que, até o dia 1º de agosto,
20:46os países consigam chegar num denominador comum
20:49e termos ali alguma alíquota mais viável.
20:53Eu acho que qualquer medida diferente dessa,
20:58deixar o discurso mais pesado,
21:03eu acho que pode trazer aqui consequências mais drásticas.
21:07Então, vamos acompanhar aqui.
21:09Hoje será um dia intenso em Brasília.
21:13Vamos ver como é que será o desenrolar aqui.
21:15Mas o meu voto seria aqui para chegarmos ali em um consenso.
21:21Para a gente terminar aqui,
21:24vou te fazer uma segunda pergunta em relação a isso.
21:26O Brasil aceitando essas tarifas e tendo um discurso mais suave,
21:31não abre o precedente muito perigoso para o futuro,
21:33para que Trump novamente faça outra ameaça no futuro?
21:37E até outros países também percebam essa fragilidade do Brasil?
21:42Olha, Rodrigo, desde o início do ano,
21:44o Trump tem sinalizado mais impostos,
21:47impostos, as alíquotas, diariamente ali elas vão variando muito.
21:54Então, o primeiro semestre foi marcado aqui
21:56por uma volatilidade muito grande nessa questão.
22:00Agora, o que a gente percebe é que, basicamente,
22:03ele queria negociar melhor ali essas condições
22:07e muitas das vezes a primeira alíquota que ele dizia,
22:11ela não foi praticada.
22:13Então, quando chegava próximo do prazo,
22:15ele postergava o prazo ou reduzia.
22:18Então, certamente que 50% é totalmente descabido,
22:23é uma coisa que será impraticada,
22:27o impacto será muito grande,
22:30mas eu acho que existe uma chance grande
22:33dessas conversas evoluírem até o dia 1º de abril
22:36e chegarmos em alguma coisa mais interessante aqui
22:39e o impacto possa ser reduzido.
22:43Marcelo Bolzan, queria muito agradecer a sua presença aqui no Agora
22:46para mostrar a sua perspectiva e os impactos
22:49que essa tarifa de 50% de Trump
22:52pode causar aqui na economia
22:55e nos setores produtivos brasileiros.
22:57Muito obrigado, um ótimo dia para você.
22:59É sempre bom tê-lo aqui, viu?
23:01Claro, é um prazer em revê-lo.
23:03Obrigado pela oportunidade.
23:04Rodrigo, desejo um ótimo dia a todos.
23:06Obrigado, o prazer é todo meu.
23:08E vamos falar sobre a expectativa do mercado financeiro
23:11aqui no Brasil e quem traz todos os detalhes
23:14é o nosso repórter Luciano Teixeira,
23:16que fala ao vivo de São Paulo.
23:19Luciano, o mercado financeiro que já reagiu negativamente ontem
23:23com a notícia da tarifa de Donald Trump,
23:26desse tarifácio.
23:28Bolsa caiu mais de 1%, o dólar voltou a subir,
23:31voltou para a casa dos R$ 5,50.
23:34E hoje, além ainda dos impactos desses desdobramentos
23:40do tarifácio de Trump aqui no Brasil,
23:42ainda tem a inflação.
23:43Não é isso que os investidores vão ficar de olho?
23:45Seja bem-vindo ao Agora.
23:49Ei, Cláudio, bom dia para você.
23:51Para quem nos assiste, estava olhando aqui agora há pouco
23:52o dólar futuro, para agosto, está lá em R$ 6,11.
23:57Vai começar esses R$ 5,50 hoje.
23:59Vamos ver para onde vai parar esse dólar
24:01e como a Bolsa Brasileira vai ser afetada.
24:04O Bovespa, o índice de referência do mercado acionário brasileiro,
24:07chegou à mínima do dia.
24:09Durante ali, no finalzinho do dia,
24:11durante a fala do Republicano,
24:12acabou fechando em baixa de 1,31% aos 137.480 pontos.
24:18As ações de maior peso na Bolsa caíram em bloco.
24:21A Petrobras recuou 1,45%, a Vale 0,99%.
24:25O Itaú teve queda mais intensa de 2,18%.
24:28E na ponta oposta, as ações da Braskem,
24:31lideraram as altas do índice, subindo 9%,
24:34mas sem peso suficiente para o Ibovespa virar.
24:38O dólar comercial, como vocês já falaram,
24:40por outro lado, ganhou força,
24:41voltou ao patamar dos R$ 5,50,
24:43estava na faixa dos R$ 5,40,
24:45ameaçando cair para R$ 5,39.
24:48E chegou a esse patamar após as falas de Trump,
24:51ao longo da tarde,
24:52a moeda americana fechou em alta de R$ 1,06 a R$ 5,50.
24:56Hoje, clima, claro, é de forte tensão nos mercados nacionais.
25:02Isso vai muito além de um repente de volatilidade.
25:06O Ibovespa deve sentir bastante o impacto das declarações do Donald Trump,
25:09que confirmou essas tarifas de 50%
25:12sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos.
25:16A fala do republicano ocorreu ainda na tarde de ontem,
25:22como eu falei, causou esse grande impacto na Bolsa brasileira.
25:28E a expectativa hoje é de que muitas ações ligadas às exportações americanas
25:33tenham queda, principalmente as de celulose, as de carne, bovina.
25:39Como eu falei, é um dia um pouco complicado.
25:43A gente estava indo em um marasmo,
25:45nas últimas semanas estava indo em um marasmo na Bolsa brasileira.
25:49A expectativa é que hoje esse mercado seja bastante diferente.
25:53Um nervosismo bastante intenso,
25:56com dólar a expectativa dos analistas.
25:58Estava conversando ontem com alguns analistas à noite,
26:01depois do anúncio das tarifas de 50% do Trump.
26:06Eles me disseram que o dólar deve subir bastante nos próximos dias,
26:14diferentemente do cenário dos dias anteriores.
26:20Vamos ver o que vai acontecer na Bolsa hoje.
26:22Vamos ver o comportamento das ações.
26:25O clima de hoje continua sensível.
26:28A Bolsa vai abrir com uma tendência de cautela.
26:31O dólar pode seguir ganhando força.
26:33Os investidores vão acompanhar os próximos passos do governo brasileiro,
26:38que já prometeu aplicar sanções recíprocas.
26:42Mas o temor do mercado, conversando com os analistas,
26:46é que esse escalonamento tarifário inicia uma nova rodada de guerra comercial.
26:51O governo brasileiro já disse que vai aplicar a lei da reciprocidade,
26:55com efeitos colaterais para o Brasil inteiro.
26:58Se engana que pensa que o efeito será limitado ao setor agro,
27:02com tarifas generalizadas, os impactos podem ser bem mais profundos
27:07em empresas fortemente exportadoras para os Estados Unidos.
27:12Nessa conversa que eu tive com analistas, fizeram algumas análises.
27:15Então, tem JBS, Marfrig e BRF, são exportadoras de proteína animal.
27:21Suzane Klabin, do setor de papel e celulose.
27:25A WEG, do setor industrial, com boa parte da receita vindo do exterior.
27:31E, é claro, a Embraer, que pode sofrer duplamente com custos e ambiente regulatório hostil.
27:37Você estava falando mais cedo dessa encomenda fechada com uma empresa americana,
27:42que o portfólio deles, principalmente, é de jatos da Embraer.
27:45Já entre os que têm pouca exposição, mercado americano, como bancos domésticos,
27:50empresas de consumo interno, a pressão é menor,
27:52mas o clima de incerteza ainda vai deixar o investidor bastante em alerta.
27:56A atenção, como você falou, também fica para a agenda de hoje,
28:00com o novo fluxo cambial, expectativas sobre reações de outros parceiros comerciais do Brasil.
28:07Resumindo essa história hoje, esse nervosismo que deve tomar conta da Bolsa e do dólar.
28:12Hoje o clima é tenso, de volatilidade, deve seguir aí na Bolsa durante todo o dia.
28:18O dólar pode continuar em alta, caso essa escalada política comercial se mantenha.
28:23Vamos ver o que vai acontecer, vamos acompanhar aí os próximos passos do governo.
28:27Eu volto com vocês no estúdio.
28:29Obrigado, Luciano Teixeira, pelas suas informações.
28:32Bom trabalho aqui direto de São Paulo.
28:35Já, já a gente volta a conversar.
28:37Rodrigo Loureiro, os investidores aí receberam como uma bomba,
28:41já teve o reflexo ontem, a gente viu o mercado financeiro totalmente pessimista,
28:45reagindo muito mal, digeriu mal essa notícia da taxação.
28:49E você pode ter um impacto aí, conversando com alguns analistas de mercado,
28:54impacto principalmente no setor petroquímico, no setor aeronáutico,
28:59como a gente falava com o Marcelo Bolzan, a Embraer deve sofrer também na indústria automotiva.
29:04Isso deve nortear aí, esses setores devem ter também uma reação pessimismo no dia de hoje?
29:11As ações devem variar para baixo?
29:14Suco de laranja também.
29:15Suco de laranja também.
29:16Tem tantos produtos, vai do carro ao suco de laranja, vai do aço ao suco de laranja.
29:21Só que não são só os setores em específico, Klein, porque olha só,
29:24se a gente tiver uma escalada do dólar, quem que vai sofrer?
29:27Às vezes quem nem está ligando, lidando com os Estados Unidos,
29:30quem nem está exportando para os Estados Unidos.
29:32Vamos pensar no varejo. Varejo brasileiro com o dólar alto acaba sofrendo,
29:37porque os custos aumentam.
29:39Então, pode gerar um efeito cascata que vai ser ruim para toda a bolsa de valores,
29:44para várias empresas listadas em bolsa de valores.
29:48Quem pode se beneficiar são empresas que estão já posicionadas nos Estados Unidos
29:53e que também se beneficiam de um dólar que pode ser um pouquinho mais alto.
29:58Eu vou citar um exemplo de uma companhia que hoje está subindo na bolsa de valores,
30:02pelo menos no pré-market americano, é a Vale.
30:05A Vale está subindo mais de 2% hoje no mercado.
30:09Por quê?
30:09Porque a Vale já tem uma operação que está sendo construída e montada nos Estados Unidos.
30:15Um investimento de mais de 280 milhões de dólares que foi feito no ano passado,
30:19no finalzinho do ano passado, a Vale conseguiu negociar esse acordo
30:22e aí vai começar a produzir os briquets de ferro lá nos Estados Unidos.
30:27O ferro, como a gente estava falando, os minérios,
30:29são os principais alvos dessa tarifa,
30:33uma tarifa de 50% em cima, mais essa tarifa de 50% em cima do Brasil.
30:38Então, a Vale acaba escapando dessa história toda.
30:41A Gerdau, outra empresa que pode acabar se beneficiando também,
30:44porque suas concorrentes vão ser muito afetadas
30:46e a Gerdau está bem posicionada nos Estados Unidos.
30:49Essas são as empresas que podem se dar bem.
30:51Agora, do outro lado, tem muita companhia que pode acabar se dando mal.
30:55A gente falou bastante sobre a WEG, que fabrica motores industriais,
30:59uma empresa que pode acabar vendo o seu negócio,
31:01enfrentar sérios problemas.
31:03Estados Unidos é um importante cliente para a WEG.
31:06Várias companhias aqui do Brasil, siderugias, enfim,
31:09também podem enfrentar problemas porque essa tarifa é muito alta.
31:13É uma tarifa impraticável.
31:15A gente falou há algum tempo atrás sobre as tarifas que Trump tinha contra a China.
31:19Aquela guerra comercial que se escalou até passar dos 100% de tarifas.
31:2550% de tarifa não é viável.
31:27Não tem negócio que sustente uma tarifa de 50%.
31:30O que a gente está acostumado a ver é que Trump joga uma tarifa e depois ele vem negociar.
31:36Ele já deixou até claro isso na sua carta, falando assim,
31:38olha, se o Brasil revê as suas tarifas, se revê alguma das suas políticas internas,
31:43até jogou o lado político também nessa carta, se o Brasil revisar as suas posições,
31:50vamos resumir dessa forma, a gente pode talvez, deixou o perhaps ali na carta,
31:56talvez repensar também essas tarifas de 50%.
31:59É a velha estratégia de Trump.
32:01Ele joga primeiro a carta mais forte e depois ele recua.
32:05Vamos ver se isso vai acontecer e qual que vai ser a posição do governo brasileiro.
32:08se vai retaliar, vai gerar uma guerra comercial como a China fez
32:13e se o Brasil vai ter a mesma força da China para negociar
32:16ou se o Lula vai realmente se sentar com o Trump para tentar chegar a um denominador comum.
32:22O que me parece difícil é que a tarifa vai voltar a ser 10%.
32:26Me parece bem improvável que isso aconteça.
32:29A gente deve ter algum aumento.
32:30Olha, você falou da WEG, né, Loureiro?
32:32Ontem, após o Trump anunciar as tarifas de 50% no cobre,
32:37as ações da WEG já caíram mais de 4%.
32:41Então, hoje, deve ter aí um efeito cascata.
32:44Além do cobre, ainda uma tarifa separada para o Brasil.
32:48A WEG, que é uma empresa multinacional brasileira
32:51que produz motores elétricos,
32:55produtos eletroeletrônicos, componentes elétricos,
32:59e aí as ações já caíram.
33:00Hoje, então, a tendência é despecarem ainda mais.
33:03É, tarifa, o investidor nervoso, dólar subindo.
33:09O Luciano Teixeira acabou de falar, né,
33:11o dólar futuro está num patamar ali acima dos R$6,00.
33:15Então, e Bovespa, que provavelmente vai ter um dia negativo hoje.
33:19Mas a gente tem que lembrar que o Bovespa está num patamar alto, tá?
33:21Acima dos 139, 138 mil pontos.
33:24É um patamar bem alto.
33:26Mas, com todo esse nervosismo do mercado,
33:28vai ter muito investidor fazendo aquele panic sell, né?
33:31Vendendo por pânico, com medo de que as ações caiam muito.
33:35E aquela história assim,
33:36eu vou vender antes que caia muito,
33:37porque depois que cair eu volto a comprar.
33:39Muitos investidores vão tomar essa estratégia também.
33:42Vão tentar operar ali no curto prazo.
33:45É uma estratégia perigosa, uma estratégia de risco.
33:47Mas nesse momento que a gente vai ver na Bolsa,
33:50é muito nervosismo, muita volatilidade hoje.
33:53Hoje é um dia para a gente tentar respirar mais fundo
33:56e operar com mais calma.
33:57É, porque você falou do dólar e dólar alto,
34:00pode ter impacto na inflação.
34:02A inflação que vai ser divulgada de junho.
34:04Daqui a pouco, às 9 da manhã,
34:06a gente vai trazer também os dados.
34:07Então, fica o alerta também em relação ao dólar.
34:10Já, já a gente conversa mais, Lorena.
34:11Tá bom.
34:12Agora, às 7 horas e 41 minutos,
34:14vamos dar uma olhadinha no site da CNBC
34:16para ver o que é destaque.
34:18Sentimento do mercado sendo ajudado pelo comércio taco.
34:21Hargreaves Lansdown, o Stock 600 Pan Europeu,
34:26o índice subiu 0,6% no pregrão de meio da manhã em Londres,
34:30enquanto o Foots 100 estendeu sua máxima intradiária recorde,
34:35subindo 1,1% para 8.965,7 pontos.
34:41Este é um destaque do site da CNBC.
34:44Para ver essas e outras notícias,
34:46acesse www.cnbc.com.
34:49E já que estamos falando da Europa,
34:52vamos dar uma olhadinha.
34:53Então, como que estão as bolsas na Europa,
34:56como os índices abriram lá no velho continente.
34:59Pessoal animado, né?
35:00Diferente de falar assim, o quê?
35:01Ficou para o Brasil a bomba?
35:03Deixa para lá.
35:04Deixa para lá.
35:05Vamos agora partir para o mercado.
35:07Neste momento, aproveitar o risco.
35:09A gente está vendo aqui,
35:09fazia tempo que eu não via o Foots 100 subindo na abertura.
35:13O DAX e o CAC estavam subindo,
35:15o Foots estava quietinho, né?
35:160,13, se eu não me engano.
35:17No abril, 0,3 subindo de forma expressiva,
35:20com ganho de 1,15%.
35:22O DAX na Alemanha com alta de 0,27%.
35:26E o índice CAC na França também com ganhos de 0,66%.
35:31Tudo verdinho.
35:32O pessoal da Europa deve ter falado o seguinte,
35:35não estão me vendo aqui.
35:36Aliás, o Trump não está vendo?
35:38Vamos partir para as compras e deixa o problema com o Brasil.
35:41É um pouco por aí,
35:42porque tinha uma tensão muito grande, né?
35:44entre Estados Unidos e União Europeia.
35:46Era muito difícil de que Trump negociasse com esse bloco.
35:50É um bloco muito grande,
35:51um bloco de mais de 20 países.
35:53Então, é uma negociação mais complicada.
35:55Só que agora, com o foco do Trump voltado para o Brasil,
36:01e aí chama até a atenção, né?
36:02Esse foco estar voltado para o Brasil,
36:03com quem o Trump tem um comércio ali positivo para os Estados Unidos,
36:08os índices europeus, eles reagem de forma positiva.
36:10A tarifa da Europa está muito melhor do que a tarifa contra o Brasil.
36:13Até porque o Trump tinha dito o seguinte,
36:15antes de anunciar a tarifa para o Brasil,
36:17tinha falado assim,
36:18em dois dias eu vou colocar uma tarifa,
36:20vou mandar uma cartinha para o bloco europeu
36:22para especificar a tarifa para eles.
36:24Apesar de já ter sinalizado que a Europa tinha tratado,
36:28ou estava tratando bem os Estados Unidos, né?
36:30Tinha arrefecido ali aquela relação mais conturbada
36:34dos últimos tempos com a Europa.
36:36Mas mesmo assim, a Europa estava esperando para ver qual seria a taxação.
36:40De repente, ele esquece a Europa,
36:42volta a mira ou a bazuca para o Brasil.
36:45Deu uma aliviada nos traders por lá, né?
36:47Deu uma aliviada, né?
36:48Sai do radar, a Europa sai do radar nesse momento.
36:51O Trump já tinha colocado ali panos quentes nessa reação,
36:54nessa relação, aliás,
36:55essa relação que estava um pouco conturbada
36:57entre Estados Unidos e União Europeia.
36:59Agora a União Europeia sai do radar de Donald Trump.
37:02O Japão sai do radar de Donald Trump.
37:04A China sai do radar que entra no radar o Brasil.
37:07O Brasil virou o principal alvo de Donald Trump,
37:09a principal tarifa, né?
37:10Uma tarifa de 50% a maior de todo o mercado.
37:14Cerca dos 20 países que receberam a cartinha,
37:16maior taxação ficou para o Brasil.
37:18Em segundo lugar vem Mianmar e Laos, né?
37:20Com uma tarifa de 40%, se eu não me engano.
37:22Então, a Europa, por enquanto,
37:24respira mais aliviada,
37:26mas a gente nunca sabe o dia de amanhã.
37:28Exatamente.
37:28Então a gente sai da Europa,
37:29vamos dar uma passada nas bolsas asiáticas
37:32que já fecharam nesta quinta-feira.
37:35Tirando o Nikkei também...
37:36Todo mundo com isso.
37:37O Cospe é o nosso queridinho aqui.
37:39O Cospe é subindo sempre.
37:41Não há muita surpresa por lá.
37:43Mas o Nikkei com uma queda de 0,37%.
37:48O Hang Seng subindo 0,58% em Hong Kong.
37:52O Cospe aí com alta agressiva 1,58%.
37:55O investidor não deixa de lado esse apetite por risco.
38:01É um mercado emergente que está crescendo.
38:05Está com uma aposta muito grande,
38:06inclusive de investidores estrangeiros.
38:08O fluxo de capital lá para a Coreia do Sul tem aumentado.
38:12A gente viu aqui também a Austrália 0,59% de alta.
38:16E Xangai na China também com 0,48% de alta.
38:19Lá o impacto ou como eles recebem o tarifácio
38:22quando é para outra área, outro país,
38:25eles recebem bem e falam assim,
38:26olha, esqueceram da gente.
38:27Igual a Europa, esqueceram da gente.
38:29Vamos nesse momento partir para as compras aqui de ações.
38:32É o sentimento diferente do que aconteceu com o Brasil.
38:34No Brasil a gente não esperava que essa tarifa
38:37fosse saltar de 10% para 50%.
38:40Tudo bem que acho que ninguém esperava também
38:41que fosse 10% lá atrás, lá em abril.
38:44A mesma tarifa que foi aplicada para a Argentina,
38:46que é um país aliado, mais aliado com os Estados Unidos.
38:50Ideologicamente o Javier Millet é aliado.
38:52Tem aí um alinhamento com o Donald Trump.
38:54Quase best friends.
38:56Exatamente.
38:57E aí ninguém esperava ali em abril
38:59que a tarifa fosse a mesma, 10%.
39:00A gente se alinhou isso várias vezes aqui.
39:02Olha só, a mesma tarifa da Argentina.
39:04A Argentina que tem esse alinhamento ali ideológico
39:07com os Estados Unidos,
39:08agora ela aumenta para 50%.
39:10Algo que também ninguém esperava.
39:1250% é uma tarifa, que nem eu disse,
39:14totalmente impraticável, totalmente inviável.
39:16Na Ásia o sentimento é o contrário,
39:18porque se esperava uma tarifa maior,
39:21principalmente ali nos mercados,
39:22se eu falei, por exemplo, Mianmar, Laos,
39:24se esperava-se até uma tarifa ali próxima de 70%, 80%,
39:27que foi o argumento do Trump naquele início de guerra comercial.
39:31Estava preocupado que esses países exploravam muito os Estados Unidos.
39:34várias empresas utilizavam a produção desses países,
39:37principalmente o setor vestuário.
39:39Vietnã, por exemplo, é um país que tem indústrias da Nike,
39:43da Abercrombie Fit, enfim.
39:45São países que acabam produzindo muitos produtos para os Estados Unidos.
39:49E recebeu só metade da taxa, 25% do Vietnã.
39:52Então se esperava mais.
39:53Então assim, ficou naquela coisa assim,
39:55olha, esperava que o golpe fosse mais duro,
39:57não foi tanto.
39:58Machucou, mas nem tanto.
39:59Aqui no Brasil não.
40:00E aí a reação está aqui, né?
40:02Exatamente.
40:02O investidor fica mais aliviado.
40:04Você vê na China aqui, o Xangai tem tido também,
40:06o índice Xangai tem tido um desempenho bom,
40:09até porque já tem negociações ou acordos comerciais pontuais
40:12de alguns setores para a China aqui.
40:14Então a gente vê que realmente o desempenho,
40:17os números mostram um alívio ali na Ásia,
40:20tirando o Japão, que ainda sente um pouco a pressão também tarifária.
40:24Levou 25% separadamente,
40:27mais os 25% da indústria automotiva
40:30e o 50% do aço aqui ainda está um pouco turbulento.
40:33E tem a questão toda da economia própria do Japão,
40:35fora dessa guerra tarifária.
40:37O Japão vive uma situação econômica bem adversa,
40:40uma situação econômica bem complicada.
40:42Começou a subir a taxa de juros,
40:44algo que não acontecia há anos no Japão.
40:47Então o Japão tentando resolver essa questão
40:49de que os preços não sobem,
40:51a economia japonesa não gira da forma que tem que girar,
40:55durante muito tempo operou ali em deflação.
40:57Então o Japão tentando resolver essa situação.
41:00Essa queda está mais ligada à situação atual do Japão
41:03do que à própria guerra comercial.
41:05A guerra comercial machuca a economia japonesa,
41:07mas o Japão tem outros problemas para lidar também.
41:10Maravilha.
41:10Vamos voltar então a falar sobre o tarifácio aqui no Brasil,
41:14viu, Rodrigo Loureiro?
41:15Porque o vice-presidente da República, o Geraldo Alckmin,
41:18disse que não vê razão para este aumento.
41:22Vamos acompanhar então o que disse Geraldo Alckmin.
41:24Eu não vejo nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil.
41:31O Brasil não é problema para os Estados Unidos,
41:34é importante sempre reiterar isso.
41:37Os Estados Unidos têm realmente um déficit de balança comercial,
41:42mas com o Brasil tem superávit de balança comercial,
41:45então o Brasil não é problema.
41:46De outro lado, dos dez produtos que eles mais exportam para nós,
41:52oito alíquotas zero, não paguem imposto.
41:56Alíquotas zero é chamado ex-tarifário.
41:59Então é uma medida que em relação ao Brasil é injusta
42:04e prejudica a própria economia americana,
42:08porque você tem uma integração na área comercial.
42:12Vamos pegar o caso do aço.
42:13Nós somos o terceiro comprador do carvão siderúrgico americano.
42:21Somos o terceiro comprador.
42:23Fazemos aqui o semi-elaborado e vendemos para os Estados Unidos,
42:28que faz o elaborado, faz o carro, faz a máquina, faz o equipamento.
42:33Então, eu vou acabar encarecendo a própria economia americana.
42:40Então, nós não vamos mudar o tom.
42:44O tom tem que ser o mesmo.
42:46Nós temos 200 anos de amizade com os Estados Unidos.
42:50Dois séculos.
42:51Aliás, esse ano vai fazer 201 anos.
42:54E o universo de possibilidades aí pela frente,
42:59de win-win, de ganha-ganha.
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