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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a política monetária está funcionando, mas o desaquecimento da economia é lento. Dados do Caged e inflação mostram resiliência, e cortes de juros podem começar em janeiro de 2026, dependendo dos próximos indicadores.

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Transcrição
00:00E apesar do resultado do Caged de outubro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo,
00:05reiterou que os dados demonstram desaquecimento bastante lento e gradual da economia.
00:11Galípolo participou de um evento aqui em São Paulo sobre as perspectivas para 2026.
00:18Quando você vai vendo os dados, são dados que continuam demonstrando um processo de desaquecimento,
00:24de desaceleração da economia, mas bastante lento e gradual.
00:26O que, de um lado, nos deixa preocupados e atentos sempre, pelo fato da lentidão.
00:36Acho que a gente gostaria que a convergência da inflação fosse mais rápida,
00:41mas, por outro lado, também ele afasta aquele outro risco de você estar produzindo
00:44uma desaceleração muito abrupta na economia.
00:49Acho que está indo neste caminho.
00:52Agora, o que precisa ser feito para que a gente possa ter uma normalização, vamos dizer assim,
00:58da política monetária, para que não seja necessário você ter que explicar para os seus pares
01:04ou em conversas ou com investidores internacionais como vocês sofrem,
01:07como é possível um país que tem 10 de juros reais, 15 de juros nominal e tem 5% de desemprego.
01:12Qualquer um que você conversa, você fala assim,
01:14o outro banqueiro, você fala, se eu tivesse feito isso,
01:16eu estaria produzindo uma recessão absurda na minha economia e é uma economia que continua mostrando uma resiliência
01:24e acho que tem, de um lado, esta resiliência que responde, sim, por questões estruturais,
01:32como a gente colocou, e um outro tema estrutural,
01:35a gente vê um crescimento que está muito respondendo pelo crescimento na participação na força de trabalho
01:43e de crescimento do emprego.
01:46Ou seja, a gente ainda está cada vez mais difícil essa discussão sobre produtividade
01:50com as mudanças que são super relevantes no mercado de trabalho.
01:53Acho que não é um fenômeno só do Brasil, é um fenômeno em vários outros países,
01:57mas, ainda assim, eu acho que é menos evidente do que a gente gostaria encontrar ganhos de produtividade na economia
02:06para a gente sentir confiança de que a gente não está produzindo só crescimento,
02:09mas está produzindo desenvolvimento.
02:11Os dados novos, eles continuam apontando nessa direção que a gente comentou
02:15de que a política monetária, sim, está funcionando,
02:19mas funcionando de uma maneira bastante lenta numa economia
02:22que vem apresentando uma resiliência para o nível de restrição que a gente colocou na política monetária.
02:28Então, não vejo nenhum dado que surgiu nesse ciclo
02:32que promova qualquer mudança de direção para a gente.
02:35E, lógico, qualquer fato novo, por isso que,
02:39mesmo quando a gente fala, o nosso cenário base hoje,
02:41agora entender que, como foi dito na comunicação oficial,
02:44que 15% é um patamar restritivo adequado,
02:48mas isso coloca no cenário base,
02:51mas sempre pode acontecer coisas.
02:52O Brasil é um país que permite acontecer coisas a qualquer momento
02:55e por isso que a gente permanece ali,
02:57que a gente segue vigilante, analisando,
02:59e a qualquer coisa vamos fazer os ajustes que for necessário
03:01e o Banco Central jamais vai se furtar de fazer o ajuste que for necessário
03:06em função dos fatos que podem ocorrer.
03:08Sabemos que anos de eleição são anos que podem apresentar
03:12uma maior volatilidade em função de pesquisas eleitorais
03:16e questões que podem influenciar as expectativas,
03:19mas o Banco Central segue naquela lógica de que ele não faz um juízo de valor
03:24sobre o que ele acha que vai ser feito a partir da eleição
03:27e sim como é que isso está afetando aquilo que é o nosso mandato efetivamente,
03:31como é que isso está afetando demanda, inflação corrente e expectativas.
03:36É dessa maneira que a gente vai seguir na nossa governança que você conhece bem.
03:39Eu vou voltar com Vinícius Torres Freire mais uma vez.
03:43Vinícius, o Galípolo voltou a dizer que o Banco Central segue vigilante
03:48e que vai fazer ajustes necessários em função dos fatos.
03:52Então, o que os fatos têm mostrado sobre a possibilidade de uma queda dos juros?
03:57Cris, vamos ressaltar primeiro que o Galípolo falou também o seguinte,
04:04estou dando bastante ênfase a isso que você acabou de dizer,
04:08que estamos dependentes de fatos.
04:10Os fatos dizem até agora, segundo o Galípolo, pelo menos o seguinte,
04:15segundo ele, a política monetária, a alta de juros, está funcionando
04:20e, não obstante, essa desaceleração causada pela política monetária
04:26é lenta e lenta até de maneira surpreendente, dado o nível do arrocho.
04:3115% de Selic, quase 10% de taxa de juros real.
04:36O que está acontecendo?
04:37Essa política ajudou, em parte, a valorização do real.
04:43A queda do dólar é um fenômeno mundial, mas foi acelerada aqui no Brasil
04:47por causa dos juros altos.
04:48A queda alta da taxa de juros deu uma segurada no mercado de crédito,
04:54mas só que segurou muito menos do que o BC imaginava.
04:57O mercado de crédito, a gente está falando de tanto dos empréstimos bancários
05:01como no mercado de capitais, onde as empresas vão pegar empréstimos fora dos bancos.
05:06Isso está diminuindo muito devagar.
05:08A gente viu agora que, a partir de outubro, talvez,
05:11teve uma desaceleração mais forte no mercado de trabalho formal,
05:14mas, mesmo assim, há muita criação de vaga.
05:17O que o Galipro está dizendo é, o que todo mundo está vendo?
05:20Tem desaceleração, mas ela é lenta, e ela é tão lenta, especialmente na inflação de serviços
05:25e no mercado de trabalho em geral, não só formal,
05:29que isso dificulta a queda da inflação, especialmente a queda das expectativas da inflação.
05:37Quer dizer, da inflação que vai acontecer mais adiante,
05:39porque não tem base para esperar uma queda mais rápida da inflação,
05:44dado o aquecimento do mercado de trabalho.
05:46Então, está tendo desaquecimento, o Galipro está certo, e ele está enfatizando.
05:50Não tentem ler muito na ata, a gente está esperando os dados,
05:54e quando os dados indicarem que a inflação vai cair de maneira mais sistemática e com mais rapidez,
06:00a gente age.
06:01Mas estamos dependentes dos dados, e os dados indicam muita lentidão
06:06na desaceleração da inflação, das expectativas e da economia.
06:11Obrigada, Vinícius.
06:12Já te chamo de novo.
06:13Eu vou conversar, então, com Alexandre Matias, estrategista-chefe da Monte Bravo.
06:18Alexandre, boa noite.
06:19Obrigada por ter aceitado o nosso convite, estar aqui com a gente mais uma vez.
06:23Sempre um prazer te receber.
06:24Vamos começar pelo resultado do Caged.
06:27Veio dentro do esperado, ou teve alguma surpresa na sua opinião?
06:33Boa noite, Cris.
06:34É um prazer conversar com vocês.
06:36O resultado veio grosseiramente em linha com o esperado,
06:38mostrando uma certa desaceleração, especialmente nos setores mais sensíveis aos juros.
06:42Mas serviços continuam bastante vital.
06:45Então, há uma economia, como você estava falando,
06:47que está desacelerando bem devagar, longe de uma recessão, longe de alguma coisa assim.
06:51Mas, aos poucos, vai mostrando uma certa acomodação no nível de atividade.
06:55Qual a sua avaliação, Alexandre, quanto às falas do ministro do Trabalho,
06:59mais uma vez criticando o atual patamar de juros e citando preocupação com o ano que vem?
07:06Eu acho um pouco de indisciplina, né, o ministro ficar falando do trabalho dos outros,
07:11especialmente numa área que ele mesmo reconhece que ele não tem nenhuma expertise,
07:15ele não sabe muito bem o que ele está falando,
07:17mas políticos, às vezes, falam esse tipo de coisa.
07:19Então, acho que cumpre uma função, mas, do ponto de vista técnico,
07:22o que ele falou não tem muita procedência, não.
07:24E vocês trabalham aí na Monte Bravo com um começo de queda de juros,
07:30quando?
07:30Em janeiro do ano que vem, ou na reunião de março do ano que vem?
07:34Qual é a expectativa de vocês?
07:36A gente há muito tempo tem a expectativa dos cortes em janeiro,
07:39e eu acho que tem um aspecto mais técnico,
07:41que é importante trazer aqui na discussão,
07:45que é, a gente tem a impressão que a Selic parada,
07:48as coisas estão paradas, né?
07:49Mas o modelo do Banco Central, ele pega os dados e tenta fazer projeções para frente.
07:55Então, à medida que o tempo passa, e a Selic está estável,
07:58mas a projeção para frente da inflação está caindo,
08:01na prática, você está fazendo um aperto passivo dos juros reais.
08:04Então, eu tenho a impressão que, mesmo que pouca coisa mude,
08:10o Banco Central, aos poucos, vai reconhecer que a mera manutenção da taxa nesse nível
08:14para uma inflação que já caiu e continua caindo,
08:16representa um aperto adicional,
08:18que não se faz mais necessário, porque você vai estar muito perto da meta.
08:21Na nossa simulação, quando o Banco Central incorporar o terceiro trimestre de 2027,
08:26a taxa vai estar entre 3,10 e 3,20,
08:30que é muito perto da meta de 3, né?
08:32Isso considerando a curva que está no foco, que é a de cortes.
08:36Então, quando você tem uma situação em que a curva com cortes está muito perto da meta
08:40e a curva com estabilidade vai estar, portanto, abaixo da meta,
08:43embora o Banco Central não mostre,
08:46você tem uma situação que preconiza o início do ciclo de distensão monetária.
08:49Então, a gente acha que é em janeiro, realmente.
08:51Eu vou passar para as perguntas dos nossos analistas.
08:54Vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
08:56Vinícius.
08:57Alexandre, boa noite.
08:59Sim, faz parte da boa técnica o Banco Central.
09:03Se acha que a taxa de juros real já está num nível restritivo e suficiente
09:06para controlar a inflação,
09:08se a taxa de juros real começar a cair,
09:10que é o que vai acontecer se as expectativas começarem a cair muito adiante,
09:15está na hora de cortar para não piorar o arrocho.
09:18Agora, o Galípolo tem insistido que,
09:21e insistiu hoje de novo,
09:23que ele está dependente de dados.
09:25Além desse problema da taxa de juros real,
09:28até subir um pouquinho, se não tomar cuidado,
09:30que dados ainda ele pode esperar,
09:32ou ele vai querer conhecer,
09:35para fazer com que o Banco Central tome uma decisão
09:38de, pelo menos, comunicar o início de corte,
09:42que poderia ser em dezembro.
09:43Ele enfatizou muito isso.
09:45Eu estou dependente de dados.
09:47É só a expectativa para você fazer a conta do juro real,
09:51ou é alguma outra coisa?
09:55Não, a política monetária, ela envolve uma discussão que tem inúmeras variáveis.
10:00Eu acho que, do ponto de vista de trajetória das expectativas,
10:03você teve um progresso muito considerável nos últimos seis meses,
10:07a própria inflação corrente caiu bastante,
10:09o câmbio tem ajudado,
10:10a economia desenhou uma desaceleração.
10:13Eu imagino que o Banco Central esteja esperando a confirmação desses movimentos.
10:19E, sobretudo, eu diria que o Galípolo está fazendo uma técnica
10:24que chama a técnica do Banco Central conservador.
10:27Quanto mais duro, quanto mais conservador o Banqueiro Central soa,
10:30mais poder ele tem sobre as expectativas.
10:32Então, eu acho que ele está trabalhando bastante bem nessa postura mais dura.
10:38Mas eu imagino que, em dezembro, a gente vai ter um copom que mantém os juros,
10:42mas já começa a reconhecer que as projeções caminham na direção correta,
10:46vai reconhecer um pouco mais os progressos que eles têm obtido
10:50na condução da política monetária.
10:53E aí vai abrir espaço para uma discussão se o corte vai ser em janeiro ou em março.
10:56Eu tenho a impressão que março vai ser muito tarde,
10:59você não tem necessidade de manter os juros tão altos por tanto tempo.
11:02Mas é evidente que isso é uma questão muito marginal,
11:05é praticamente uma preferência subjetiva do Banqueiro Central também.
11:08Então, eu não quero ser muito sanguíneo e dizer,
11:10não, se não cortar em janeiro está errado, se cortar em março está certo, enfim.
11:15A política monetária é feita por médias trimestrais, afeta muito lentamente.
11:19Então, não estamos discutindo aqui um grande erro,
11:22mas estamos num processo de convergência, a economia está acomodando devagar,
11:25a inflação caiu, as expectativas melhoraram, o juro real ficou muito alto
11:29e o Banco Central vai cortar.
11:31Se vai ser em janeiro ou em março, é um pouco uma questão subjetiva.
11:34A gente acha que janeiro já tem espaço e não há necessidade
11:37para você praticar uma política monetária mais apertada do que é necessária
11:40quando você tem espaço para cortar.
11:42Atrasar 45 dias também não vai mudar tanto assim as coisas.
11:47Alexandre, então, pelo que eu estou entendendo,
11:49na sua opinião, nessa próxima reunião do Copom, na ata,
11:53já deve ter aí uma sinalização, uma tendência de que haverá, de fato, corte no ano que vem?
12:00Eu acho que eles não vão sinalizar um corte, mas eles vão abrir espaço para que isso aconteça.
12:06Eu diria que a última ata, ela praticamente fecha esse espaço.
12:09Então, a gente, ninguém conta com um corte em dezembro,
12:11tinha gente que apostava no corte em dezembro,
12:14depois da ata a gente retirou essa aposta.
12:16Eu acho que a ata de dezembro, ela vai flexibilizar o discurso,
12:19vai reconhecer a melhoria e vai dizer que continua dependente dos dados,
12:22mas eu imagino que isso seja o suficiente para quando chegar a reunião de janeiro,
12:26o Banco Central possa, de fato, iniciar o ciclo de distensão monetária.
12:30Vamos passar para a pergunta do Eduardo Gayer, lá em Brasília.
12:33Gayer.
12:36Alexandre, boa noite.
12:37Vou trazer um pouco a discussão aqui para o meu quadradinho,
12:39porque essa tensão política entre os poderes já pode repercutir até no Copom.
12:45Tem gente dizendo que o governo federal pode atrasar a indicação de dois diretores do Banco Central
12:51por conta dessa crise política, com temor de que esses nomes não passem.
12:55Os mandatos do Diogo Guilhem e do Renato Dias Gomes vencem agora no final de dezembro.
13:00Portanto, haveria um risco de ter um Copom em janeiro com dois diretores a menos.
13:05Porque, pela legislação, eles poderiam esticar o mandato, mas se não quiserem, podem, enfim, não exercer o cargo
13:13e aí teria um Copom com dois diretores a menos em janeiro.
13:17O que isso representa para o mercado?
13:19O mercado já começa a monitorar esse risco ou é uma discussão um pouco mais para frente?
13:25É uma preocupação muito marginal, porque seja um Copom com menos diretores
13:31ou, o que eu acho mais provável, que eles continuem votando na reunião de janeiro,
13:36não tem muita consequência.
13:38O Copom tem os diretores lá, mas a tomada de decisão não se restringe aos diretores.
13:43O Banco Central tem um corpo técnico muito competente, prepara os cenários, a reflexão vai acontecer.
13:49Também não tem nenhuma descontinuidade para você considerar da reunião anterior para essa,
13:54as questões estão evoluindo mais ou menos de acordo com o esperado.
13:56Então, o mercado não vê isso como uma preocupação muito grande.
13:59É verdade, sim, que o ambiente está tensionado, que esse tipo de coisa tem repercussão,
14:03mas eu diria assim, a preocupação maior do mercado com relação à política
14:06vai para o lado da política fiscal e das questões que estão aparecendo, pautas, bombas e esse tipo de coisa.
14:11Na política humanitária, eu acho que a repercussão é muito limitada mesmo.
14:15Alexandre, muito obrigada.
14:17Sempre um prazer te receber aqui.
14:19Boa noite para você e até a próxima.
14:22Boa noite. Até mais.
14:23Obrigada.
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