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A economista Juliana Inhasz, do Insper, analisou as expectativas para o PIB do terceiro trimestre, com projeções de 0,1% a 0,3% e sinais claros de desaceleração. A OCDE elevou a previsão anual para 2,4%, mas o cenário segue pressionado por riscos fiscais e incertezas externas.

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Transcrição
00:00Amanhã, o IBGE vai divulgar o PIB brasileiro do terceiro trimestre.
00:03O mercado espera um crescimento baixo.
00:06Ontem, a OCDE divulgou que a expectativa para o ano é de expansão de 2,4%,
00:11acima da previsão anterior, que era de 2,1%.
00:14Mas a economia deve seguir com sinais de desaceleração
00:18e continua tendo riscos fiscais para enfrentar.
00:22Sobre o cenário econômico do país e o que esperar da divulgação do PIB amanhã,
00:25vamos conversar agora com a Juliana Inhás, professora de Economia do INSPER
00:29e Head de Economia da ANEFAC.
00:32E o nosso analista de Política e Economia, Vinícius Torres Freire,
00:35participa da entrevista. Tudo bem, Vinícius?
00:37Boa tarde, Fábio. Boa tarde a todo mundo.
00:38Juliana, boa tarde para você. Tudo bem?
00:41Oi, Fábio. Oi, Vinícius. Tudo bem com vocês?
00:44Tudo bem também. Obrigado pela gentileza mais uma vez aqui da sua participação.
00:49Juliana, queria começar perguntando a sua expectativa.
00:52O que você está esperando ver no PIB de amanhã?
00:54Não só em termos de número, mas em termos de comportamento dos componentes.
00:59Fábio, acho que eu estou bem alinhada com o mercado.
01:02Acho que a gente não vai ter realmente um crescimento muito expressivo do PIB.
01:07A gente está enxergando um processo de desaceleração que está cada vez mais evidente.
01:12A gente já esperava essa desaceleração lá no começo do ano,
01:16achava que ela viria no segundo trimestre.
01:19Ela não veio. A gente continuou com o PIB um pouco mais forte,
01:23bem justificado pelas safras.
01:26Esse nosso começo de 2025 foi muito positivo em termos de safra.
01:32Mas o que a gente está vendo agora são sinais realmente de desaceleração.
01:36Então, eu estou apostando em 0,2, 0,3 para amanhã,
01:42olhando para esse PIB do terceiro trimestre.
01:44E acho que a gente vai continuar vendo um consumo das famílias puxando esse crescimento
01:51que ainda é bem módico, com certamente um governo também um pouco mais forte
01:59que deve estar participando mais da economia para conseguir sustentar esse nível de crescimento
02:05que no final do ano, não sou tão otimista igual a CDE.
02:09Eu acho que a gente deve ter aí no final do ano para 2025,
02:12com o PIB crescendo aí, mostrando um crescimento de 2,1, 2,2.
02:18Acho que é o que os dados hoje estão mostrando para a gente.
02:21Juliana, você está acreditando em 0,2, 0,3, agora tem muita gente boa
02:28também apostando em algo entre 0,1% a 0,3% do crescimento no terceiro trimestre
02:36em relação ao trimestre anterior.
02:38Mas nenhum desses números vai fazer, aliás, quase nenhuma diferença em relação ao PIB do ano.
02:44Se vier por aí, vai confirmar desaceleração no caminho de um crescimento de 2,1% no ano.
02:49A própria fazenda está achando que alguma coisa é perto disso, o mercado também.
02:53Então, aí não tem surpresa.
02:54Agora, antes de falar da surpresa do quarto trimestre, pode ter...
02:58Onde tem mais obscuridade, nos componentes do PIB amanhã?
03:02Pode sair alguma coisa mais diferente onde?
03:04Em serviços, no lado da oferta, ou em consumo das famílias
03:08e exportações líquidas no lado da demanda.
03:12Você acha que pode por aí vir algum número que perturbe
03:14essa conta que está sendo feita aí da mediana, de 0,2%?
03:19Então, Vinícius, acho que você traz um ponto interessante
03:22que o mercado está muito alinhado, realmente, entre esse 0,1 e 0,3%.
03:26O que mais surpreende a gente, no entanto, é que existe uma amplitude
03:31bem interessante para essas previsões.
03:34A gente vê também muita gente boa apostando num crescimento negativo
03:38e muita gente boa apostando num crescimento ali de quase 1%,
03:43às vezes até um pouco mais para esse trimestre.
03:45Então, acho que isso dá o tom do tamanho da incerteza
03:48que a gente hoje tem dentro da economia,
03:50até olhando para os próprios componentes.
03:53Eu, particularmente, não acho que a gente vai ter muita novidade
03:57dentro desses componentes, não.
03:59Acho que o que pode, talvez, surpreender um pouco a gente é a indústria.
04:03Existem vários indícios aí que uma parte da indústria,
04:07especialmente a indústria extrativa,
04:09teve um comportamento um tanto mais próspero nesse trimestre.
04:13Então, pode ser que esse dado venha aí surpreendendo um pouco,
04:17mas também não é uma grande surpresa.
04:20Acho que a gente já espera um pouco isso.
04:23E a minha grande preocupação continua sendo investimento.
04:26A gente não está conseguindo performar adequadamente,
04:30do jeito que a gente precisaria,
04:32para manter uma taxa de crescimento mais sólida.
04:35Tenho bastante...
04:37Fico bastante angustiada com o valor que a gente pode enxergar
04:41para o investimento amanhã e, especialmente, para o final do ano.
04:45A gente tem aí, claro, um reflexo de taxas de juros mais elevadas
04:49durante esse ano, mas, além disso,
04:51as incertezas também, aparentemente, deram bem as caras
04:54para mostrar como é que essa formação bruta de capital fixo
04:58e no investimento, de fato,
05:00como é que ela tem se comportado aí dentro da economia brasileira.
05:04Juliana, você citou há pouco aí essa dispersão nas projeções.
05:09Quer dizer, tem gente renomada acreditando que a economia
05:12vai ter encolhido no terceiro trimestre
05:14e gente renomada achando que vai ter crescido 1%.
05:16Quer dizer, uma faixa grande de possibilidades a serem exploradas.
05:21Na sua leitura, quais são as grandes incertezas
05:23que estão provocando uma dispersão desse tamanho
05:25nessas projeções dessa vez?
05:27Bom, a gente tem o cenário fiscal que continua sendo realmente
05:31um elemento importantíssimo para as projeções.
05:34A gente viu o governo no último trimestre dando uma desacelerada,
05:40aparentemente, ele deu uma acelerada agora nesse terceiro trimestre.
05:45Esse deve ser, inclusive, o comportamento esperado
05:47para o quarto trimestre do ano.
05:49Então, talvez, esse estímulo que venha também do governo
05:53pode fazer com que a economia ande um pouco mais rápido,
05:58ou pelo menos sustentar essa taxa de crescimento
06:01até o final do ano, que deve realmente chegar ali na casa dos 2%.
06:05Então, acho que esse é um elemento importante.
06:07Fora esse elemento, Turci, a gente vê aí outros tantos,
06:12outras tantas incertezas.
06:13O cenário externo ainda é, para muitos analistas,
06:17um ponto de interrogação.
06:19A gente tem aí visto muitas evoluções
06:21nas tratativas de Brasil e Estados Unidos,
06:24mas a gente sabe que isso pode, de alguma forma,
06:27se refletir e ainda dar sinais agora até o final do ano.
06:31Acho mais improvável, mas já ouvi muita gente falando disso também.
06:35E acho que tem toda uma incerteza do cenário eleitoral
06:38para o ano que vem.
06:39Isso tem feito muito com que as expectativas,
06:42especialmente dos investidores,
06:43fiquem aí um pouco mais presas.
06:47A gente vê investidores um tanto mais reticentes,
06:51especialmente em investimentos de mais longo prazo,
06:55de volumes maiores.
06:57Então, acho que isso tudo pode estar trazendo aí
06:59essa leitura desse cenário,
07:01que, claro, para muitos, muita gente vai dizer
07:04que essa taxa de juros reage,
07:06leva a poucos impactos, de fato,
07:09nesse investimento nesse ano.
07:10Outros analistas, no entanto, já estão aí entendendo
07:13que essa conjuntura e essa soma de riscos
07:17pode estar prejudicando bastante o crescimento.
07:20Juliana, eu estava dando de barato,
07:23a mediana das previsões,
07:25alguma coisa perto de 0,2% do terceiro trimestre.
07:28Então, vamos supor que isso seja verdade.
07:31Agora, para o último, que pode ser mais relevante,
07:34a gente tem menos informação,
07:35a gente não tem quase informação,
07:37a não ser que o trimestre começou
07:39com uma desaceleração mais notável,
07:41vamos dizer assim, do mercado de trabalho.
07:43A taxa de crescimento das pessoas empregadas
07:45na PNAD está crescendo agora 0,9%,
07:48a menor em dois anos,
07:49embora a renda esteja crescendo forte.
07:51O CAGED teve um resultado pior.
07:54Então, talvez agora a gente veja uma desaceleração maior.
07:58E aí, o pessoal também,
07:59que está prevendo 2, 2, 1 ou qualquer coisa,
08:01disse que crescimento zero,
08:03estagnação no último trimestre,
08:05não seria novidade.
08:06Você vê alguma possibilidade maior
08:07de o quarto trimestre,
08:09a gente, enfim, ver uma embicada
08:11mais aguda, mais forte da economia brasileira?
08:15É, de fato, eu concordo com a percepção, Vinícius,
08:20de que a gente tem descido, né,
08:22essa taxa de crescimento tem levado a gente
08:25cada vez mais para um patamar muito mais de manutenção, né,
08:29então teria essa taxa de crescimento aí
08:31muito próxima de zero no próximo trimestre,
08:34do que, de fato, um grande impulso.
08:36Agora, a gente não pode esquecer
08:37que a gente tem, assim,
08:39nesse último trimestre,
08:40o governo aparentemente com um pouco mais de apetite, né,
08:45a participar dentro da economia,
08:46então a gente está vendo esses ímpetos maiores.
08:49Existe uma perspectiva, inclusive,
08:52de que os gastos do governo
08:53continuem num ritmo de crescimento
08:55relativamente elevado,
08:58que é o que a gente deve enxergar amanhã.
09:01Então, acho que tem essa percepção
09:02de continuidade da manutenção aí,
09:04de talvez aumento de gastos do governo,
09:07que talvez possa diminuir um pouco, né,
09:10esse ritmo da descida ou dessa convergência
09:13para uma certa manutenção aí no último trimestre.
09:17Agora, de fato, o mercado de trabalho
09:19deu uma bela desacelerada, né,
09:21a gente continua vendo, claro,
09:23uma taxa de desemprego baixíssima, né,
09:26a menor taxa de desemprego da série histórica,
09:28mas a gente tem que olhar também,
09:30não pode ignorar os dados que vieram do Caged,
09:33mostrando aí uma criação de vagas formais
09:36muito menor, né, praticamente ali na estabilidade.
09:40Esse é um sinal que a gente tem que começar
09:42a colocar cada vez mais na conta, né,
09:45ele pode estar, sim, mostrando que a gente tem
09:47uma renda que se sustenta, né,
09:50um crescimento ainda que marginal da renda,
09:53uma massa salarial relativamente boa,
09:56mas a gente pode estar aí cada vez mais próximo, sim,
09:59de começar a inverter a curva.
10:00Agora, Juliana, com essa desaceleração no mercado de trabalho,
10:06num nível de bastante aquecimento, né,
10:09taxas de desemprego bastante baixas,
10:11taxas de renda elevadas, como você vinha observando aí,
10:14estabilizando nesse nível,
10:16a gente pode esperar ainda o consumo das famílias
10:18como um vetor importante nesse fim de ano
10:20e virada em começo de 2026?
10:22Sem dúvida, Turcia, acho que esse deve ser
10:25o componente, inclusive, junto com o consumo
10:28do próprio governo, que devem puxar aí do lado
10:31da demanda o tom desse crescimento econômico
10:33que vem aí nesse, se a gente considerar, né,
10:36os dois últimos trimestres,
10:38nesse segundo semestre de 2025.
10:41A renda realmente hoje,
10:43a massa salarial, na verdade, ela é elevada, né,
10:45a gente tem uma empregabilidade alta,
10:47então as pessoas participam desse mercado.
10:50A questão é que a gente ainda tem
10:52pressões inflacionárias que não podem ser
10:54também desprezadas,
10:55isso faz com que o poder de compra
10:57fique um tanto mais contido
10:58e a gente soma dentro desses cenários
11:00as incertezas, né,
11:012026 é um ano eleitoral,
11:04a gente sabe quais são as dinâmicas
11:06e os desafios dentro de anos eleitorais
11:09e mais ainda o que vem depois de 2026,
11:12que é o ano de 2027.
11:14Então acho que a gente tem hoje incertezas
11:17e riscos aí suficientes
11:18para também começar a enxergar
11:20que essa confiança do consumidor
11:22pode começar a ficar um pouco menor
11:25nos próximos meses.
11:26Talvez agora, nesse último trimestre,
11:29acredito que não,
11:30acho que a gente continua vendo uma economia
11:32que vai ser puxada bastante ainda por consumo,
11:35mas talvez para ano que vem,
11:37a depender de como as coisas aconteceriam,
11:39especialmente nos dois primeiros trimestres,
11:42talvez a gente comece a ver aí
11:43uma mudança dessa perspectiva,
11:45talvez a gente comece a ter cada vez menos
11:47aí o protagonismo
11:50desses componentes de consumo
11:52puxando a economia
11:54e ainda assim puxando bem pouco.
11:57Juliana Inhaz,
11:57professora de economia do INSPER,
11:59head de economia da ANEFAC.
12:01Obrigado, Juliana,
12:02pela gentileza aqui da entrevista.
12:03Uma boa tarde para você.
12:05Obrigada, Fábio.
12:06Uma boa tarde a todos vocês.
12:08Obrigado.
12:08Obrigado, Vinícius, também,
12:09pela participação.
12:10Obrigado.
12:11Obrigado.
12:12Obrigado.
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