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Na última Superquarta de 2025, o Federal Reserve pode cortar os juros nos EUA, enquanto o Banco Central deve manter a Selic em 15%. Igor Lucena, economista e CEO da AmeriConsulting, analisou os impactos dessas decisões na economia brasileira e no dólar.

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Transcrição
00:00Amanhã será a última super quarta do ano. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve e aqui no Brasil o nosso Banco Central
00:07vão tomar a última decisão de 2025 sobre a taxa básica de juros e divulgar a leitura sobre o cenário macroeconômico
00:15que ajuda os agentes econômicos a se posicionarem.
00:19Sobre a expectativa para esse dia tão importante, eu converso agora com Igor Lucena, economista, CEO da AmeriConsulting
00:26e doutor em relações internacionais. Igor, boa tarde, tudo bem contigo?
00:32Boa tarde, é um prazer estar aqui com vocês.
00:35Obrigado, Igor, pela sua participação, Igor. Bom, eu queria começar te perguntando sobre esse novo fator que vem pesando nos mercados.
00:42Houve uma antecipação do debate eleitoral de 2026, a partir da sexta-feira da semana passada, com o senador Flávio Bolsonaro
00:50dizendo que ele se coloca como o candidato do bolsonarismo para o ano que vem.
00:54A gente viu a Bolsa despencando e voltando para um patamar que era ali de meados de novembro.
01:00Como é que você vê esse fator pesando sobre a decisão do Banco Central, não só sobre juros,
01:06que a gente já imagina que não vai ter novidade, deve manter a Selic em 15%,
01:10mas pesando até sobre que tipo de sinalização o Copom deve querer dar com o comunicado amanhã.
01:18Olha, na prática, o mercado brasileiro já esperava esse movimento de volatilidade, de campanha eleitoral,
01:26ou pré-campanha eleitoral, mas a gente estava esperando isso aí para março, abril do ano que vem.
01:32A partir do momento que esse cenário é colocado para a gente ainda em 2025,
01:38o que a gente está vendo na prática é uma antecipação.
01:42E o que essa antecipação significa para o Banco Central a partir de amanhã?
01:46O Banco Central não vai olhar o que é o ex-presidente Bolsonaro ou o Flávio Bolsonaro,
01:51mas as consequências disso.
01:53A gente viu uma queda da Bolsa e a gente viu principalmente uma abertura da curva de juros futuro.
01:59Essa abertura da curva ontem faz com que, anteontem na verdade,
02:04faz com que torna-se muito difícil o Banco Central pensar em baixar taxas de juros agora ou na próxima reunião.
02:12Então, eu acho que o consenso que existe na manutenção da taxa de juros,
02:17ele não vai mudar muito, esses 15%, porém, o comunicado do Banco Central deve ser mais duro.
02:24Se, inicialmente, pensava-se em um comunicado de abertura, de diminuição de taxas de juros para o começo de 2026,
02:32acho que eles vão ser mais cautelosos, porque uma abertura tão forte do que a gente viu nas taxas futuras,
02:38não abre espaço para isso.
02:40E o Banco Central está sendo bastante pé no chão e conservador, como disse o próprio presidente Gabriel Galípolo.
02:47Um outro ponto também muito importante é que essas mudanças na taxa de juros no Brasil,
02:54elas só vão ser sentidas no longo prazo.
02:56Então, a gente vai ver muita pressão política por parte do governo,
03:00mas eu não acho que isso vai, de fato, ter um efeito correlato.
03:04Eu acho que o Banco Central vai continuar sendo extremamente conservador.
03:09E a gente viu também uma abertura muito grande da questão do dólar.
03:14O dólar disparou de uma maneira muito clara, mas qual era essa sinalização na prática?
03:20A sinalização é que, como para o senador Flávio Bolsonaro na disputa,
03:26a probabilidade de uma continuidade de governo era muito grande.
03:29Então, a continuidade do governo Lula para os investidores no mercado
03:33significa a não realização de nenhum ajuste fiscal
03:36e uma continuidade da expansão de gastos públicos feitos não por uma questão clara e direta,
03:45mas por um aumento da dívida pública e até mesmo uma arrecadação de impostos,
03:50fazendo com que as taxas de juros sejam cobradas mais altas para financiar os gastos públicos.
03:56Então, esse foi o sentimento político que foi transformado em dados econômicos daqui para frente,
04:01o que é uma situação bem diferente do que a gente deve ver nos Estados Unidos.
04:06Você acredita, Igor, que a possibilidade de o Copom começar a reduzir a Selic em janeiro,
04:12como boa parte do mercado vinha esperando,
04:15ela se torna menos factível?
04:18Talvez fique mais para frente esse movimento?
04:22Eu acho que sim.
04:23Acho que em janeiro o mercado esperava muito isso,
04:26por uma sensação de que essa volatilidade nos mercados
04:31e uma tendência da curva futura começar a cair,
04:35principalmente porque a gente está vendo uma queda da atividade econômica,
04:39então o Banco Central também olha isso,
04:40a gente viu prévia do PIB em 0,1,
04:44mostrando que há sim uma queda,
04:46e a gente deve ver os outros efeitos econômicos do IBCDR e outros indicadores.
04:53Acho que o principal efeito que pode manter de fato uma queda da taxa de juros em janeiro
05:00ou no começo do primeiro semestre ou primeiro trimestre
05:03seria a economia brasileira entrar em um cenário ou de recessão,
05:09no dia de recessão técnica, porque a gente teria que ver dois períodos,
05:12mas indicativos de dados negativos,
05:15ou seja, as prévias do PIB, o próprio PIB,
05:18começarem a aparecer zero ou menos de zero
05:22e o nível de desemprego começar a aumentar de uma maneira mais forte do que o esperado.
05:27Esses dois fatores poderiam sim pressionar o Banco Central
05:30para uma queda agora em janeiro,
05:33mas no que nós temos no cenário hoje atual
05:36com essa abertura de taxa de juros em volatilidade,
05:39eu não acredito nisso.
05:40Acho que o Banco Central vai ter um comunicado muito mais pé no chão
05:44e deve falar nos termos muito mais de análise, cautela
05:50e jogar para os próximos meses ou qualquer redução de taxa de juros.
05:54O dólar, com esse episódio de sexta-feira,
05:57ele subiu para a casa dos R$ 5,40.
06:00Hoje ele está em torno de R$ 5,43.
06:04Está se mantendo desde sexta-feira nesse patamar.
06:07Não caiu, mas também não subiu para além disso.
06:09Essa alta do dólar, ela já pode provocar algum tipo de temor de pressão inflacionária
06:14ou a alta não é para tudo isso?
06:16Eu não acho que não.
06:18Acho que não vai ter uma pressão inflacionária muito grande.
06:22E aí, paradoxalmente, a gente vai ver uma situação
06:24que é até positiva para o dólar.
06:27A mesma superquarta nos Estados Unidos,
06:30a gente deve ter uma queda,
06:32o Federal Reserve deve baixar a taxa de juros.
06:35Os conselheiros econômicos da Casa Branca
06:37falam abertamente uma queda que pode ir acima de 0,25 ponto percentual.
06:43E aí, o que acontece nesse momento?
06:45Se a gente tem a manutenção de taxa de juros alta aqui no Brasil
06:48e uma queda no exterior,
06:50existe uma tendência, apesar dos riscos fiscais do Brasil,
06:54daquele capital de curto prazo sair do resto do mundo
06:58e de aplicações em dólar e parte dele vir para o Brasil.
07:01Então, isso pode fazer com que essa subida do dólar dê uma freada
07:05ou até mesmo a gente volte a patamares na casa de R$ 5,30, um pouco menos,
07:11diminuindo qualquer risco inflacionário.
07:13Então, quando a gente olha por esse lado,
07:16existe sim um movimento externo que favorece o Brasil
07:19e deixa talvez o Banco Central com alguma margem de gordura
07:23para pensar sobre queda de taxa de juros.
07:26Enquanto esse spread entre taxa americana e taxa brasileira for muito alta,
07:30isso impede, de alguma maneira,
07:32que a gente chegue em patamares de R$ 6,00,
07:35principalmente com essa volatilidade,
07:37e entrando em um ano eleitoral extremamente complexo,
07:40que de fato pressiona e causa mais estresse sempre na cotação do dólar durante esses períodos.
07:46Igor, falando então de Estados Unidos,
07:50existe uma expectativa ampla do mercado dos investidores americanos
07:55de que o FED amanhã vai reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual.
08:00Agora, o FED ainda está lidando com uma escassez de dados lá.
08:05Quer dizer, o governo americano está divulgando dados de setembro ainda,
08:09por conta de todo o shutdown, a paralisia do governo.
08:11Tem dado de outubro que não vai sair porque a coleta não foi feita no devido tempo.
08:16Quer dizer, é um cenário bastante difícil.
08:19O cenário com dados já era desafiador para o FED,
08:22porque tem inflação pedindo mais juros e mercado de trabalho pedindo menos juros.
08:26Esse desafio acaba aumentado ainda com essa escassez de dados.
08:30O que você espera do FED amanhã?
08:33Olha, é interessante porque,
08:35por mais que o FED tenha de fato essa escassez de dados,
08:38que isso não vai se repetir,
08:39isso tem um efeito claro do shutdown,
08:42esses dois pontos que você falou são bem interessantes.
08:45Porém, aparentemente o governo Trump está tentando dar uma ajuda no FED.
08:50A redução das alíquotas de importação que impactou positivamente o Brasil
08:55e também em outros países,
08:57não só teve um efeito na popularidade do presidente Trump,
09:01obviamente ele olha para si mesmo,
09:03mas isso ajuda o FED.
09:05Quando a gente tem esse repique de inflação nos Estados Unidos,
09:08em grande parte, e as empresas dizem abertamente isso,
09:11é por causa dessa quantidade de produtos que estão entrando nos Estados Unidos
09:17com custos maiores.
09:18A gente viu agora a Black Friday e a gente viu a maioria dos estoques
09:23nas empresas americanas basicamente sendo finalizados.
09:27Então, produtos com preços pré-tarifas agora não estão mais nas prateleiras
09:32e essa inflação vem de novos produtos, reposição de estoques com as tarifas,
09:39que o presidente Trump já começou a diminuir.
09:42Então, de uma certa maneira, o executivo americano está ajudando o FED por esse lado.
09:47Agora, por outro, de fato, o nível de emprego nos Estados Unidos
09:51veio menor do que esperava,
09:52mostrando uma necessidade de queda nas taxas de juros.
09:56Quando a gente olha o mercado acionário nos últimos dois dias,
09:59a gente está vendo aí uma estabilidade, uma queda,
10:02um aumento dos índices,
10:04tanto Nardef, Dow Jones e S&P 500,
10:07muito esperando o que vai acontecer,
10:10porém, é quase um consenso aí que 0,25 vai diminuir na taxa americana.
10:15O governo americano talvez queira forçar com que isso aumente
10:19para algo em torno de 0,50, não acho que isso vai acontecer.
10:23Acho que a gente vai ver um cenário que nós vimos nas últimas superquartas,
10:27uma queda nos Estados Unidos e uma manutenção no Brasil.
10:30Entretanto, esses dois movimentos estão fazendo,
10:33nas últimas superquartas, um aumento do gap,
10:36um aumento do gap entre a razão de taxas de juros para investidores
10:39no Brasil e nos Estados Unidos.
10:41Isso também está sendo um dos efeitos que está controlando uma alta do dólar
10:45que, na minha visão, já estaria muito maior
10:48se não fosse essa queda na taxa de juros americana.
10:53Mas eu acho que o consenso vai ser uma diminuição nos Estados Unidos,
10:57como a gente viu na Europa e em outros países
10:59que também estão vendo a pressão sobre o nível de emprego
11:03nas nações mais desenvolvidas.
11:05E aqui no Brasil, a gente vai ver manutenção.
11:07Igor Lucena, economista, CEO da Amero Consulting
11:11e doutor em Relações Internacionais.
11:13Obrigado, Igor, pela sua análise aqui.
11:15Uma boa tarde para você.
11:17Muito obrigado e uma boa tarde a todos.
11:18Valeu.
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