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O Brasil enfrentou queda de 52% nas exportações de café solúvel para os Estados Unidos após a sobretaxa de 50%, mesmo com alta de 13,5% nas vendas externas até novembro. Aguinaldo Lima, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel, explica o impacto econômico e os desafios para recuperar mercado estratégico.

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Transcrição
00:00Cinco horas e trinta e três minutos, a balança comercial brasileira registrou o superávit de 1,8 bilhão de dólares na terceira semana de novembro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do MEDIC.
00:12As exportações somaram 6,94 bilhões de dólares e as importações 5,14 bilhões.
00:20No acumulado, de janeiro até novembro, o saldo está em 56,46 bilhões, abaixo do mesmo período de 2024.
00:28No mês, até a terceira semana, as vendas externas cresceram 13,5%, com avanço em agropecuária e indústria de transformação e queda na indústria extrativa.
00:39As importações aumentaram 10,4% no mesmo intervalo.
00:45E desde agosto, as exportações de café solúvel do Brasil para os Estados Unidos já caíram 52%.
00:53Esse é o período em que o Brasil passou a sofrer a sobretaxa de 50% para entrar no mercado americano.
01:00Há pouco mais de uma semana, o governo dos Estados Unidos retirou a sobretaxa de vários produtos brasileiros e vários tipos de café, várias apresentações de café,
01:10mas manteve o imposto mais alto sobre o café solúvel.
01:13Para entender melhor essa decisão e o seu impacto, a gente conversa agora com o Agnaldo Lima,
01:20diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel.
01:24Agnaldo, boa tarde para você. Tudo bem contigo?
01:27Boa tarde, tudo bem?
01:29Tudo certo. Obrigado pela sua participação aqui.
01:31Agnaldo, o que é que explica o café solúvel não ter sido beneficiado como os outros cafés?
01:37Não se explica. Na verdade, a gente tem que entender o que aconteceu e fica difícil, porque foi liberado os grãos verdes,
01:46e o café torrado, que é industrializado. E o café solúvel ficou de fora.
01:52Então, a gente está procurando entender o que aconteceu, negociando o tempo todo, porque o impacto é grande.
02:00Os Estados Unidos é o nosso maior cliente, 20% de tudo que o setor exporta vai para os Estados Unidos.
02:07Lembrando que o Brasil é o maior exportador e o maior produtor mundial, é o 13º produto do agronegócio brasileiro.
02:14É um país que, equivalente, compra 800 mil sacas, equivalente em sacas de café, negócios de 220 milhões de dólares anuais.
02:23Então, preocupa e preocupa muito.
02:25Nesse processo todo de negociação que tem acontecido, envolvendo tanto a diplomacia brasileira quanto os empresários,
02:33o setor de café solúvel estava junto do setor de café verde, do café torrado?
02:40Vocês estavam juntos conversando ou estava cada um na sua praia tentando negociar com o lado de lá?
02:46Não, não. A gente trabalha em conjunto.
02:48Nós temos uma atuação muito conjunta, principalmente com o Secafé, que é a organização dos exportadores,
02:54e com a BIC, também que é a Associação Brasileira da Indústria de Café do Brasil, que é o Café Torrado.
03:00Todas as ações sempre foram em conjunto.
03:02Nunca discutimos o produto em separado.
03:05Nós havíamos visto que o código do solúvel não estava no anexo,
03:09que era no mesmo anexo do café torrado e do café em grão.
03:14Fizemos várias incursões nesse sentido, mas o trabalho precisa continuar.
03:20Amanhã teremos uma reunião no MDIC com o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin,
03:28exatamente para levar essa preocupação que estamos externando para todos os ministérios da agricultura,
03:35do MRE, para a Casa Civil, porque se isso prevalecer, Fábio,
03:39a cada dia que passa, é um risco para a perda de mercado do Brasil.
03:44Porque o nosso produto é um produto pronto, industrializado, que vai para as marcas americanas.
03:50E isso vai para a prateleira de submercado.
03:52Quando você não tem um produto porque o preço está muito alto,
03:55em função de uma tarifa de 50%, ele vai ser substituído por outro.
04:00E depois, para reconquistar esse mercado, fica muito difícil.
04:03Embora o volume que o Brasil exporta para os Estados Unidos é alto,
04:07mas no passado representou 38% de todas as exportações e importações americanas.
04:13Nós somos o maior fornecedor.
04:15Os Estados Unidos hoje produzem em torno de 12% daquilo que consome,
04:20de maneira que exerce hoje uma questão inflacionária para o consumidor americano.
04:29E essa é a nossa esperança.
04:30Então, essas explicações que a gente tem que dar o tempo todo e ficar articulando
04:34e que acaba gerando uma expectativa que o problema nunca acaba.
04:39A gente já está aí arredondando quatro meses sobre o impacto desse tarifato de 50%.
04:46Nesse período, vocês acham que um pedaço do mercado americano o Brasil já pode ter perdido?
04:53Até por essa mudança no hábito de consumo que você citou?
04:56É possível.
04:57É possível que a gente já tenha perdido alguma coisinha,
05:00porque nós esperávamos nesse ano, inclusive, bater recorde.
05:04No ano passado, nós batemos recorde de volume e de receita.
05:09E esse ano, com esse problema das tarifas americanas,
05:14a gente já está com uma projeção de menos de 16% do fechamento do ano.
05:19Então, isso significa perda de mercado.
05:21Se isso se reverter rápido, há uma possibilidade de contornar
05:27e a gente voltar a ter o mercado que tínhamos antes.
05:31Mas, se prevalecer mais alguns meses, o risco é muito grande.
05:35Esses números que você citou são para mercado americano ou são globais?
05:39Não, mercado americano.
05:40Então, no global, por conta da perda do mercado americano, é que vai cair 16%.
05:45Porque os outros mercados, a gente vem se mantendo.
05:48E vem sempre aquela pergunta, mas não tem mercado alternativo?
05:50Não, não tem mercado alternativo.
05:53O que tem, hoje, o Brasil é um país de poucos acordos comerciais.
05:57As tarifas, elas percorrem vários países no mundo.
06:01E o solúvel brasileiro vai para mais de 100 destinos.
06:05E muitos desses destinos têm tarifa alta.
06:08A gente compete com países da Ásia,
06:10que hoje estão crescendo com a sua indústria de solúvel.
06:14Isso acaba impactando muito,
06:16limita muito a nossa competitividade para se colocar em outros mercados.
06:20Vamos esperar agora o acordo Mercosul-União Europeia,
06:24quem sabe, dia 20, assinado depois de décadas de negociações,
06:28porque nós temos 9% de tarifa que cai.
06:30E a Europa, como continente, é o nosso segundo maior mercado.
06:34Quer dizer, para vocês, a ideia de buscar mercado alternativo,
06:38ela bateu na parede, não conseguiram?
06:41Na verdade, a gente tem vários mercados, como eu digo.
06:44A gente tem mais de 100 países que nós exportamos.
06:46E o solúvel está sempre buscando esses mercados alternativos,
06:49independente da questão americana.
06:52Isso é uma prática já das nossas indústrias.
06:55Porém, dizer que nós vamos redirecionar o que está sendo vendido
06:59para os Estados Unidos para outros países,
07:01isso é meio que uma fantasia.
07:05A gente não vai conseguir isso da noite para o dia.
07:07Isso só se tivéssemos mais acordos comerciais,
07:09que a gente sabe que isso demora muito.
07:11Então, uma esperança é a Europa,
07:14mas não traz resultado imediato.
07:16Na verdade, a gente tem que focar no nosso principal parceiro,
07:19que é os Estados Unidos,
07:20que há mais de 60 anos é o principal comprador.
07:23O mês passado, Fábio, para você ter uma ideia,
07:26pela primeira vez na história,
07:27a Rússia passou a ser o primeiro destino do solúvel brasileiro.
07:32Isso nunca tinha ocorrido antes.
07:33Sempre foi os Estados Unidos.
07:35Por força dessa distorção,
07:3750% é uma tarifa extremamente alta.
07:42Agnaldo Lima,
07:43diretor executivo da Associação Brasileira
07:45da Indústria de Café Solúvel, a Abix.
07:48Agnaldo, muito obrigado pela sua entrevista aqui.
07:50A gente vai seguir acompanhando.
07:51Uma boa semana para você.
07:53Obrigado.
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