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O tarifaço de 50% sobre o café solúvel brasileiro reduziu as exportações para os EUA em quase 60% em agosto, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel. Apesar da queda, o país ainda lidera como maior importador, enquanto Argentina e Rússia registram crescimento. Aguinaldo Lima, diretor executivo da Abics, alerta para a necessidade de acordos comerciais para ampliar mercados.

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Transcrição
00:00O tarifácio de 50% aplicado sobre produtos brasileiros derrubou as exportações de café solúvel para os Estados Unidos.
00:09A queda em agosto chega perto de 60% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
00:16A gente tem uma arte aqui com os números, esse levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel.
00:23Em agosto de 2024, o Brasil exportou 65.919 sacas de 60 quilos cada para o mercado americano.
00:36Em agosto desse ano, o volume exportado foi de 24.460 sacas, uma redução de quase 60%.
00:45No comparativo com julho, a queda também é brusca de 50,1%.
00:51Mesmo assim, os Estados Unidos continuam com folga como os principais importadores do café solúvel brasileiro.
00:58A gente tem uma segunda tela com os seguintes números.
01:01De janeiro a agosto desse ano, foram 443.179 sacas, um volume 3,7% menor do que no mesmo período do ano passado.
01:14Em segundo lugar, a gente vem com a Argentina, que com 236.454 sacas.
01:24Isso significa uma elevação bem significativa de 88,3% em relação aos primeiros oito meses de 2024.
01:32O terceiro maior comprador do nosso café solúvel foi a Rússia.
01:37Tem aqui o número 188.041 sacas, uma alta de 16,8%.
01:44Sobre esses números, eu vou conversar agora com o Agnaldo Lima, ele é diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel.
01:53Agnaldo, boa noite para você.
01:54Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
01:56Bom, esse crescimento das vendas para a Argentina e para a Rússia é um reflexo já direto, imediato do tarifácio?
02:04Bom, boa noite.
02:05Não, não significa interferência do tarifácio.
02:09É natural que no solúvel a gente tenha variações de países em que tem meses que sobe bastante a exportação e no outro cai um pouquinho,
02:19porque é uma média que a gente fecha no final do ano, porque as compras são feitas com um grande espaço de tempo,
02:26são vendas feitas de seis a dezoito meses.
02:30Então, não podemos dizer que foi resultado do tarifácio.
02:34O resultado do tarifácio realmente foi a queda dos Estados Unidos.
02:38Isso sim, ela é evidente para um país que sempre foi líder na aquisição de solúvel brasileiro,
02:46desde os anos 60, sempre ocupou a primeira posição e sempre tivemos um grande relacionamento.
02:52E agora a preocupação é muito grande, porque representa praticamente de 19% a 20% de todas as exportações brasileiras.
02:59Então, é um volume de quase 800 mil sacas e isso nos preocupa bastante.
03:06Então, a tendência é que se nada acontecer, esses números vão fechar de uma maneira bem pior até o final do ano.
03:14E quais são os outros mercados que têm crescido como importadores do nosso café solúvel?
03:20A gente tem a Ásia. A Ásia é um grande consumidor.
03:23Os países asiáticos crescem 6% ao ano o consumo, muito mais do que o café torrado.
03:29Você tem países, por exemplo, como a China, que consome praticamente 65% do seu volume total de café na forma de solúvel.
03:37Então, as grandes oportunidades estão na China, mas também estão na China os países que mais oferecem tarifas,
03:45que oferecem não, que tarifam o café solúvel brasileiro, não só o café solúvel, mas todas as mercadorias,
03:53porque o Brasil não tem acordos comerciais com vários países asiáticos.
03:58Então, há uma necessidade de que o Brasil implemente mais acordos comerciais e acordos com blocos via Mercosul e acordos bilaterais,
04:09para que o Brasil tenha condições de poder colocar produtos em outros mercados.
04:13Só uma ideia aqui que eu vou dar para você.
04:16A Europa, por exemplo, que nós estamos aí patinando nesse acordo Mercosul-União Europeia já há várias décadas,
04:22é 9% a tarifa brasileira e se iniciar a aplicação do acordo, vai cair, vai desgravar durante quatro anos.
04:32Tem a possibilidade de a gente aumentar praticamente 30% em quatro, cinco anos o nosso volume de exportação.
04:40Já o Vietnã, que conseguiu um acordo com a Europa e tem tarifa zero,
04:44vem crescendo na Europa e quase encostando no Brasil como fornecedor de solúvel para a Europa.
04:50Então, isso é só um exemplo que eu estou dando, mas se você pegar a China nos tarifa em 12%,
04:55a Coreia tarifa em 12%, você tem países que são consumidores de solúvel como as Filipinas é 35%,
05:03a Tailândia é 45%.
05:06Então, nós temos aí um universo de países que têm aplicado tarifas também
05:10e que dependem de acordos comerciais para que nós possamos ter mais mercado
05:17e mais condições de estar levando o nosso café para outros países.
05:21Aguinaldo, vou passar para a pergunta do nosso analista de política, Eduardo Gayer,
05:25que fica lá em Brasília. Gayer, fica à vontade.
05:31Oi, Aguinaldo, boa noite.
05:33Eu gostaria de saber se vocês já acessaram algumas das linhas de crédito
05:37que o governo lançou como forma de apoiar os exportadores afetados pelo tarifácio.
05:42Aqueles aportes primários que o governo quer fazer em fundos de garantidor de exportação,
05:47isso ainda precisa de aval do Congresso Nacional, aprovar um projeto de lei complementar.
05:51Mas, enfim, queria ouvir se vocês já acessaram aqueles 30 bi destinados para financiamento
05:57e, se sim, como tem sido essa experiência?
05:59Se essa medida foi positiva ou precisa de mais para evitar uma queda ainda mais aprofundada
06:05como a que vocês registraram nesse último balanço?
06:09Então, esses recursos que foram disponibilizados,
06:14essas possibilidades de financiamento não se aplicam ao solúvel.
06:17A indústria de solúvel é composta de sete grandes indústrias
06:21e dessas quatro são multinacionais
06:24e que acessam recursos com juros muito mais baratos no exterior
06:28do que os internos brasileiros.
06:30Então, essa medida para o setor era inócuo.
06:33Uma medida que o governo tomou que é importante é o reintegra.
06:37Se nós tivéssemos um reintegra que pode atingir até de 6%, 7% aplicado,
06:44não só para as exportações para os Estados Unidos,
06:48mas também para exportações para outros países,
06:51aí, sim, a gente se torna mais competitivo
06:54e consegue ter, inclusive, um balanço, um contraponto
06:58contra as tarifas que são cobradas mundialmente.
07:01Então, especificamente a sua pergunta sobre as linhas de financiamento,
07:06ela não atende o nosso setor,
07:07mas o reintegra, sim, seria uma possibilidade
07:10de termos mais competitividade.
07:14Passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
07:16Vinícius.
07:17Aguinaldo, sobre o destino do café em geral brasileiro,
07:22ainda tem uma dúvida muito grande.
07:23A gente viu um tombaço aí.
07:26No caso da exportação geral de café para o mundo inteiro,
07:30a gente viu uma queda de quantidade de 31% em agosto.
07:34Agora, tem essa dúvida.
07:37Todo mundo diz que os Estados Unidos precisam do café da qualidade brasileira,
07:41não tem fornecedor nesse volume,
07:44ou, no máximo, dá para fazer uma triangulação.
07:47Colômbia, em algum outro país, vende para os Estados Unidos
07:49e a gente ocupa, talvez, mercado da Colômbia
07:52e de algum outro país, talvez, na Europa.
07:54Como é que está sendo, na prática, a solução para esse problema?
07:57A gente só viu o tombo.
07:58Agora, a gente está vendo uma tentativa de reorganização do comércio
08:02de modo que o café brasileiro vá para algum lugar,
08:05a Colômbia substitui o Brasil nos Estados Unidos.
08:07O que está acontecendo?
08:08Na verdade, isso chama-se triangulação.
08:11E triangulação, praticamente, isso, nossas empresas,
08:14de uma maneira geral, não vão compactar com isso,
08:17porque há um risco muito grande.
08:19Se você, até os próprios compradores de café de países,
08:22como a Colômbia, por exemplo, que tem tarifa de 10%,
08:26evidentemente que o governo dos Estados Unidos,
08:29se observar que há um movimento crescente de importação pela Colômbia
08:32e depois exportação para os Estados Unidos,
08:35isso vai implicar em problemas para a própria Colômbia.
08:38Então, não é uma operação que seja saudável,
08:43nesse momento, operações que nós chamamos de triangulação.
08:48Isso não está descartado tanto em café verde quanto em solúvel.
08:52O que existe é que a própria Colômbia, o México,
08:56já eram clientes do Brasil de café verde e de café solúvel,
09:00e que estão mantendo os valores.
09:02Pode ser que subam pouca coisa essas exportações,
09:07mas não que seja o objetivo de destinação para os Estados Unidos.
09:10Então, substituir e reacomodar o comércio do Brasil nessas condições
09:16não é nada saudável e pode ser até pior
09:19para a comercialização de uma maneira geral.
09:22O que a gente tem muita esperança é que as negociações,
09:28e aí nesse último documento que foi colocado pelos Estados Unidos,
09:33de produtos que não são produzidos no país.
09:36E aí, no caso do café em grão e o café solúvel,
09:39apenas 7% de todo o consumo dos Estados Unidos
09:42é produzido no próprio Estados Unidos, o café solúvel.
09:45Então, são produtos que não tem no país.
09:47Então, essa possibilidade, abriu-se essa possibilidade
09:51de redução de tarifa, porém, isso está atrelado
09:54a um acordo comercial mais amplo.
09:56E esse é o nosso grande desafio.
09:59Se não há caminhos de interlocução ainda de governo a governo,
10:04e ainda muito poluído por essas questões políticas,
10:07isso acaba nos dando aí uma expectativa
10:10de muita preocupação com o que pode acontecer.
10:17Na verdade, os Estados Unidos não tem,
10:20não vai haver no mundo fornecedores
10:22para a quantidade que o Brasil vende para os Estados Unidos.
10:25em termos de café em grão verde e insolúvel.
10:30Pode substituir parte?
10:32Pode.
10:32Mas isso não vai acontecer.
10:34E o que vai acontecer é que, pelos preços, inclusive,
10:38que estão hoje no mercado,
10:40já é quase que uma resposta a essa situação.
10:45Houve o tarifácio, poderia haver uma sobra de café
10:47para ser vendido e o café está subindo.
10:50Então, está acontecendo invertido,
10:51exatamente pela escassez do produto.
10:53Então, vai acontecer que os consumidores dos Estados Unidos,
10:59com certeza, vão pagar mais caro
11:01para obter esses produtos para o seu consumo.
11:05Agnaldo, muito obrigada pela sua entrevista.
11:07Boa semana para você.
11:09Obrigado.
11:10Obrigado.
11:11Boa noite.
11:11Boa noite.
11:12Boa noite.
11:12Boa noite.
11:13Boa noite.
11:14Boa noite.
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11:15Boa noite.
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11:16Boa noite.
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11:17Boa noite.
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11:20Boa noite.
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