O presidente dos EUA, Donald Trump, zerou as tarifas sobre o café brasileiro, destravando exportações que já sofriam com estoques baixos nos EUA. Converso com Pavel Cardoso, presidente da ABIC, sobre o impacto imediato no setor, a retomada dos embarques e a importância econômica do café para Brasil e Estados Unidos.
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00:00E hoje eu estou feliz, porque o presidente Trump já começou a reduzir algumas taxações que eles tinham feito em alguns produtos brasileiros.
00:14E essas coisas vão acontecer na medida em que a gente consiga galgar respeito das pessoas.
00:24Ninguém respeita quem não se respeita.
00:28Ninguém.
00:30Em política, em economia, não tem mágica.
00:36Você tem que fazer aquilo que é possível fazer, na hora que você tem que fazer, sem pregar ninguém de sobressalto.
00:46Ninguém precisa ser comunicado à meia-noite que o presidente vai fazer um decreto.
00:52É melhor comunicar meio-dia.
00:53Porque se a coisa for feita corretamente, você não tem que ter medo se a bolsa vai subir ou se a bolsa vai cair.
01:00No caso dos trabalhadores, quando a bolsa cai, ele não perde nada.
01:05Quando a bolsa ganha, ele também não perde nada.
01:07Eu converso agora com o Pavel Cardoso, que é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café, a ABIC, que é muito importante a gente saber justamente porque o café está nessa lista de exceções e convenhamos que é muito difícil a gente dissociar a figura de um americano médio com uma xícara de café.
01:30E muito desse café consumido nos Estados Unidos vem do Brasil.
01:35Pavel, muito obrigado por ter interrompido o seu feriado, nos atendido aqui de última hora, mas obviamente que a urgência da notícia é super necessária que a gente tenha um entendimento do outro lado do balcão.
01:50Porque está todo mundo meio sem saber o que aconteceu, né?
01:52Fomos atropelados pelos fatos, nós aqui da imprensa e vocês aí do agronegócio, do setor de commodities e tudo mais.
02:01Vamos falar especificamente do café?
02:05Eu vou abrir o microfone para você desfilar os seus adjetivos, né?
02:09Deve começar inclusive com o adjunto adverbial de alegria, né?
02:14De alívio, talvez saber que foram zeradas essas taxações.
02:19Já era uma expectativa, né?
02:23Muita gente está lendo isso com surpresa, mas nos bastidores da indústria isso é uma surpresa ou já estava meio no radar?
02:30Algo previsível.
02:32Pavel, boa noite e obrigado por participar aqui do Conexão mais uma vez.
02:37Olá, Favale.
02:37Boa noite.
02:38Boa noite a todos que nos ouvem.
02:40De fato, não tem hora para essas coisas acontecerem, Favale.
02:44Eu observava você comentando com a apresentadora anterior que essas coisas acontecem realmente em horas que nós não programamos.
02:53E como o café não tem hora, nós consumimos café do início ao fim do dia dentro e fora do lar, como prioridade do nosso setor.
03:01Nós comemoramos com grande entusiasmo essa notícia e eu diria, Favale, não se trata exatamente de uma surpresa, é uma construção.
03:12Desde final de julho, quando um dos secretários americanos, o Howard Lutnik, sinalizou que não crescendo produtos nos Estados Unidos, eles teriam expectativa de zerar essas tarifas.
03:24Daí em diante, nós tivemos ali o encontro entre os dois presidentes da ONU, sucedendo, enfim, para a reunião entre ambos, que vocalmente, de maneira pronunciada, sinalizaram que teríamos boas notícias com as negociações em andamento.
03:39O setor, de certa forma, até recebeu com grande surpresa a ordem executiva do dia 14, na última sexta-feira, mas construímos de maneira muito sólida e conjunta com os elos que nos unem,
03:52em todas as entidades que compõem o ecossistema café e com muito esforço liderado pelo vice-presidente Alckmin, que liderou todo esse conjunto de negociadores, especialmente o Mauro Vieira, o nosso negociador principal.
04:13Então, o setor comemora com grande vigor.
04:15É importante a gente mencionar, Favali, que o cenário desses três meses que tivemos interrupção de grande parte das nossas exportações para os Estados Unidos,
04:28já começava a trazer grandes danos à cadeia café no Brasil.
04:34Os estoques dos cafés brasileiros nos Estados Unidos já dão sinais de grande redução.
04:39E trocar um produto, café, Favali, não é uma construção fácil de ser retomado.
04:47Estoques americanos com os cafés brasileiros, as indústrias americanas, já reportam reduções significativas.
04:54Então, por esse motivo, nós comemoramos com maior vigor ainda, sabendo que o café brasileiro já é negociado com os Estados Unidos há mais de 200 anos,
05:04faz parte, como você bem colocou aí, de mais de um terço do consumo dos Estados Unidos.
05:08Os Estados Unidos são o maior consumidor de café do planeta.
05:1176% dos americanos tomam café diariamente.
05:14E os Estados Unidos, que consumiram o ano passado 25 milhões de sacas, 8,1 milhões desse volume foram de cafés brasileiros.
05:2316% das nossas exportações.
05:26Então, por todos esses grandes números, a relação comercial Brasil-Estados Unidos,
05:30e aqui a gente fala de um produto que está na mesa do consumidor americano e igualmente ao Brasil, dentro e fora do lá, do início ao fim do dia.
05:39E eles tomam, como a gente observa muito bem, Favali, nos filmes americanos, copos grandes de café, tomam grande quantidade de café,
05:45mesmo em circulação no trabalho, nós comemoramos com bastante alegria essa retirada de tarifas com essa nova ordem executiva emitida hoje pelo presidente americano,
06:00que, enfim, exclui a sessão 301 e mantém o café agora com sinal verde para a retomada das negociações que historicamente sempre teve com o país americano.
06:12Pavel, não precisa ser do setor para entender como um americano consome café, né?
06:18Eu usei isso aqui, essa expressão, você repetiu agora.
06:20Basta a gente lembrar dos filmes, dos seriados que a gente vê com muita frequência, que estão ambientados nos Estados Unidos,
06:29que tem ali sempre um americano com café.
06:31Eu morei nos Estados Unidos em 2020 como correspondente lá, morava em Nova York,
06:36mas não tem um quarteirão que não tem uma cafeteria, ou de uma grande rede, ou ali, o que eles chamam de Malmes & Pups,
06:43um negócio familiar pequenininho e tal, e é de fato, o consumo é em grande volume e é um produto muito, muito comum dos americanos,
06:53sejam de grandes, médias ou pequenas cidades.
06:56Pavel, uma pena a gente ter mais um pedacinho aqui de conversa, um pouquinho mais de um minuto,
07:01e eu queria fazer uma perspectiva que me parece ser positiva. Por quê?
07:05Nós estamos já na segunda metade de novembro, dezembro, janeiro.
07:10Acontece aqui no Brasil, e obviamente acontece nos Estados Unidos, época de festas.
07:15Vamos ter nos Estados Unidos uma a mais que nós não temos no Brasil, ação de graças,
07:19que reúne famílias, eles fazem aqueles jantares, que também a gente conhece por meio da cultura americana, dos filmes e das séries.
07:25Depois vem Natal, as celebrações de Ano Novo, e é inverno nos Estados Unidos,
07:32nas regiões, algumas ou a maior parte do território fica muito gelado.
07:37Estou fazendo uma conta aqui, magética, que isso leva ao maior consumo de café,
07:42por causa do clima, por causa das festas, reuniões familiares,
07:46aquela coisa do aconchego que o café naturalmente traz.
07:53Com o café saindo da supertaxação, da sobretaxação que o café brasileiro levou nos Estados Unidos,
08:05existe já uma perspectiva de crescimento ou não?
08:09Este café que vai ser consumido na ceia de ação de graças, no dia de Natal e na manhã seguinte,
08:15depois da festança do Ano Novo, já foi vendido para os Estados Unidos?
08:19Ou ele ficando mais barato agora, sem essa taxação, pode entrar em maior volume nesse finalzinho de ano ainda?
08:27Muito boa pergunta, Favale.
08:29De fato, existe uma série de contratos que foram deixados em posição de espera,
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